Novidades do ataque remodelam sistema defensivo alviverde

Postura do ataque reconfigura sistema defensivo alviverde

O clássico diante do Santos estabeleceu definitivamente uma mudança substancial no jeito desse Palmeiras dos últimos 5 jogos jogar. A linha de armação que vinha contando com Dudu, Goulart e Scarpa e que por circunstâncias passou a ter Zé Rafael e Raphael Veiga mudou seu método de ação para impactar em todo o sistema de defesa da equipe. E é disso que falaremos na análise de hoje.

Trio em mudança

Substancialmente, o trio que vinha se estabelecendo como titular era formado por jogadores cuja característica é de pouco combate e muito mais infiltração, jogo direto e de menor amplitude no campo. Goulart, principalmente, é o jogador que atua no meio, mas pratica como camisa 9. Tempo todo dentro da área e sem tanta participação no período defensivo. Seu estilo de atuar o coloca como um segundo homem próximo ao gol.

Gustavo Scarpa costumava sair da ponta esquerda para buscar esse espaço central deixado pelo camisa 11 e preencher a armação. Dudu tinha que, muitas vezes, preencher um dos lados do campo e com pouca oferta do jogo apoiado, precisava centralizar para encontrar soluções de passe. O meio campo perdia efetividade para ter a posse e para preencher espaços quando o adversário retomava a bola

Intensidade de Zé

Esse “novo time” com Veiga, mas principalmente com Zé Rafael, oferece possibilidades que o Palmeiras de Felipão ainda não havia tido. O camisa 8 é um exemplo de hibridez dentro de campo. Ao mesmo passo que é um centralizador, um bom passe, oferece muita resistência na marcação, uma recomposição veloz e intensa, além de sempre se mostrar disponível para uma aproximação ou infiltração. Seu vigor físico colabora muito. Falta eficácia na finalização, mas é algo com o qual ele poderá se encontrar em breve.

Passe de Veiga

Rapha acabou tendo a vaga de Scarpa que sofreu contusão no tornozelo e mostrou alternativas bem interessantes. Meia clássico, mas jogando pela ponta, foi alguém que ofereceu armação, mas que também (e até mais importante), incitou o meio campo da equipe a ter a bola. Evitou passes longos e aproximou armação, volantes e laterais. Figura importante a somar no estilo mais direto que o time vinha adotando.

Eficiência de passe

Bruno Henrique e Felipe Melo vivem ótimo ano, mas o crescimento exponencial que os dois tiveram nos últimos jogos também se deve aos novatos da meiuca. São melhores protegidos na recomposição intensa e também tem a chance de chegar à área, como fez o capitão no jogo passado, diante do Galo. Questões essas que elevam o nível de toda a equipe. Deyverson recebeu muita bola em condições, em passes conscientes vindos desde Melo até na assistência de Dudu para o segundo gol.

Qualidade de elenco

Gustavo Scarpa e Dudu são os dois maiores assistentes do Brasil nos últimos 5 anos. Já são 65 assistências. Seja com a nova formação, seja com a antiga, sobram possibilidades, mas é animador ver que há coisas novas no antiquado(?) treinador supercampeão. O que cobrávamos todos eram novidades e elas estão aí. Fizeram de um clássico um verdadeiro passeio de sábado à noite.