O Palmeiras não é asilo, cazzo!

Calma, colega palestrino. Como bom italiano, ao ler esse título, seu sangue deve ter subido, e você já deve estar me xingando de tudo quanto é nome. Isso foi apenas uma pegadinha chamativa para esse texto.

Estive no Allianz Parque para acompanhar o Choque-Rei neste domingo e detectei um comportamento chato, triste, de parte da torcida palmeirense com o nosso ídolo Fernando Prass — que já vem de um bom tempo aliás; não começou ontem, que fique bem claro.

Assim que Hernanes dominou a bola no peito dentro da área palmeirense, no meio de Jean e Dracena, e empatou a partida, escutei diversas críticas ao goleiro palmeirense nas arquibancadas do superior norte, e pelo celular também. “CHAMA GOL!”, ‘PRASS TÁ VELHO!” e, a melhor, ‘”O PALMEIRAS NÃO É ASILO!”.

O pensador e escritor alemão Johaan Goethe define ingratidão como uma forma de fraqueza. “Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato”, dizia ele.

E é exatamente isso que anda acontecendo com o nosso camisa 1. Eu, assim como o Mauro Beting e tantos outros, sou devoto de Fernando Büttenbender Prass. Não somos cegos a ponto de não enxergar suas falhas, seus maus momentos. Mas não deixamos a ingratidão corroer as nossas lembranças e principalmente as nossas conquistas.

Qualquer gol que o Palmeiras tome, o culpado é sempre ele: PRASS. Ontem, Luan, que ficou assistindo Pratto desfilar no nosso meio campo até achar Marcos Guilherme sozinho na área, não teve culpa nenhuma. Jean e Dracena, que deixaram Hernanes sozinho na área também não. O culpado? Ele, sempre ele.

Na minha visão falta análise, falta paciência (desde 1914) para certos palmeirenses. Prass está com uma idade avançada? Sim, mas possui a mesma idade de Buffon, melhor goleiro da Europa na temporada passada. Não estou os comparando, é óbvio, só acho que essa ‘idadefobia’ é injusta e covarde.

Diversos goleiros jogaram até os 40, 41, 42 desempenhando uma grande performance. Prass sempre foi um exemplo de atleta, se cuida como poucos, treina em um nível absurdo de cobrança. Não consigo colocar a culpa de suas falhas na idade.

No Campeonato Paulista desse ano, diante do Santos na Vila Belmiro, Prass teve uma atuação de gala, monstruosa, com 4 meses a menos de vida. Todos sabemos de sua dificuldade no 1×1, e isso é um defeito de sua formação, ele não vai mudar agora. O problema é que nenhum goleiro no mundo sobrevive a um sistema defensivo totalmente exposto; a culpa está no todo e não somente em um.

Pode colocar o Vinícius, o Fuzatto, o Jaílson, Leão, Velloso, San Gennaro, quem for: se não ajustar o sistema defensivo vai sofrer gol, não adianta…

Esse texto não é um manifesto de defesa ao número 1 do Palmeiras. Ele não precisa disso. Eu amo o Jaílson, também acredito que a fase dele hoje é melhor, só não consigo ser mimado ao ponto de sempre culpar apenas uma pessoa por algo.

Analise, apoie e só depois que tiver muita certeza do que está falando e destile a sua corneta. Com a lesão do Jaílson, Prass deverá ser o nosso goleiro titular durante um bom tempo. Você prefere apoiá-lo ou seguir com essa birra mimada?

Estamos todos no mesmo barco: com Prass ou com Jaílson, com Egídio ou Bastos, com Borja ou Deyverson, seremos sempre o Palmeiras. Preferências cada um tem as suas, mas respeito e gratidão deveriam ser eternos.

Decida de qual lado você vai ficar. Eu já escolhi o meu.