O returno do decacampeão do BR-18

2 x 0 BOTAFOGO. Rodada 20
Primeiro jogo do returno, quarta-feira no Allianz Parque. Felipão escalou a cavalaria-base, com Willian e Dudu pelos lados, Felipe Melo e Bruno Henrique sustentando Moisés, Borja na frente, os titulares Antonio Carlos e Dracena na zaga. Jogo amarrado na primeira etapa, aberto no segundo tempo quando Moisés foi recuado para a entrada de Lucas Lima, quando o Botafogo já tinha um a menos. Lucas fez bonito gol logo depois. Perdemos mais um pênalti. Mas não a cabeça. Lucas Lima marcou mais um de falta. O Palmeiras seguiu sem sofrer gols por 8 jogos e subiu uma posição na tabela com a boa vitória contra o 12º colocado. Com a derrota do líder São Paulo, a diferença caiu para 5 pontos. A confiança aumentava na Libertadores, mas não ainda no BR-18.

0 x 0 INTERNACIONAL. Rodada 21
São Paulo e Colorado eram as surpresas do BR-18. Não se esperava campanhas tão boas. Muito menos a recuperação impressionante do Palmeiras que chegou a 9 jogos sem levar gol. E atuando melhor no Beira-Rio com apenas 2 titulares contra o Inter também não vazado há muito tempo (6 jogos). Em campo, além de uniformes parecidos (Inter de cinza, Verdão de verde), desempenho quase igual. Mas melhor o visitante. Teve 7 chances contra apenas 3 concedidas ao mandante. Thiago Santos e Moisés à frente da zaga com Luan e Gómez garantiram segurança para um time mais vertical e menos exposto. Mais equilibrado. Lucas Lima melhorando e mais disposto e Deyverson até armando fora da área. O aniversariante Palmeiras tinha uma atuação pra servir de exemplo contra o segundo colocado. A quarta colocação era alcançada, a oito pontos do São Paulo

CHAPECOENSE 1 x 2. Rodada 22.
O time estava morto depois de correr 87 minutos com um Felipe Melo a menos na derrota em casa para o Cerro. Pelo saldo o Palmeiras passou para as quartas da Libertadores. Pelo sufoco, o elenco aprendeu demais. Sem seis titulares em Chapecó contra o 15º lugar, o Verdão foi o primeiro a vencer o rival na sua casa no BR-18. Numa cidade que ainda não havia vencido desde 2013. A Lei do Ex deu o ar da graça com Hyoran, em sua melhor partida. Marcou o primeiro depois de passe de Felipe Melo (de grande atuação). O segundo gol foi de Borja em lance de Hyoran. O Palmeiras sofreria o primeiro gol no Brasileiro depois de muito tempo. Mas mereceu a vitória de um time que encorpava independente da escalação. O Verdão caiu uma posição e ficou em quinto. Mas a distância para o líder São Paulo agora era de 6 pontos. Só que ainda não dava mostras de parecer possível. Inter, Flamengo e Grêmio pareciam mais prontos. Ou com mais crédito.

2 x 0 ATLÉTICO PARANAENSE. Rodada 23
O adversário era dos melhores do campeonato. Nono colocado e subindo na tabela. Como o Palmeiras. Em placares e desempenho. Felipão só não usou três titulares (Weverton, Diogo Barbosa e Bruno Henrique). Foi necessário. O Furacão foi melhor na primeira meia hora. Mas quando o capitão entrou, o jogo fluiu. Dudu armou belo lance para Deyverson achar Willian. No final da partida, o jogador que mais acertou o gol alheio e acabaria artilheiro do time também por ter a melhor pontaria do campeonato
foi derrubado (também foi quem mais sofreu pênaltis) Willian que é o atacante que mais intercepta e o segundo que mais desarma. Pênalti que enfim o Palmeiras converteu. Ótima vitória que pela primeira vez passou a impressão de que sonhar com o título seria possível. Superou o Flamengo e chegou à terceira colocação, a apenas três pontos do novo líder – Internacional. O BR-18 estava reaberto. E o Palmeiras parecia fechado e muito bem trancado.

1 x 0 CORINTHIANS. Rodada 24
Tecnicamente um jogo sofrível. Também porque Felipão escalou apenas 3 titulares em um Derby contra um rival péssimo das pernas e com novo treinador. Apenas uma chance pra fora do ex Henrique na segunda etapa. Mais nada. O Palmeiras mandou bola na trave com Dudu (o melhor do clássico), teve dois pênaltis não marcados em um mesmo lance, e fez o gol da vitória com o retificado Deyverson, que depois aprontou confusão com o banco corintiano na já clássica piscadinha. A vitória foi merecida. E dava ainda mais confiança ao time no BR-18. O Corinthians caía pela tabela (era o décimo) e o Palmeiras se mantinha no terceiro lugar, a 3 pontos do Inter.

BAHIA 1 x 1. Rodada 25
Mais um jogo contra o Tricolor (11º) em Salvador. Depois da derrota na Copa do Brasil em casa com erro de apito contra o Cruzeiro, era necessário acertar o pé e não deixar os rivais desgarrarem. Como ocorrera contra a Raposa, desatenção defensiva deu no gol baiano logo de cara. Com apenas 4 titulares, o Verdão demorou a entrar no jogo. Só melhorou com o recuo excessivo rival, e quando Felipão chamou a cavalaria: Dudu e Willian deram mais força pelos lados. Hyoran, Lucas Lima e Borja faziam o time ter sua pior atuação com Felipão. Na segunda chance paulista, Felipe Melo mandou mais uma vez bem de cabeça e empatou o 1 a 1 que foi um zero a zero medíocre com gols. A terceira posição foi mantida, ainda a 3 pontos do líder. Desta vez o São Paulo de volta à ponta.

0 x 1 SPORT. Rodada 26
O Rubro-negro era o penúltimo colocado. Tinha que ganhar na Ilha contra um Palmeiras animadíssimo pelos 2 a 0 contra o Colo-Colo, no Chile. Felipão só tinha 2 titulares no Recife. Também por isso foi um primeiro tempo pavoroso do Sport do ex Eduardo Baptista. O Palmeiras só teve duas chances em 45 minutos. Teria duas inacreditáveis perdidas por Guerra e Deyverson nos primeiros dois minutos depois do intervalo. Só conseguiria o resultado quando chamou mais uma vez a cavalaria: Dudu entrou no lugar de Hyoran, mas era o caso de sacar Jean. Demorou a apostar em Willian, que só entrou aos 35 para participar do gol da vitória justa. O Palmeiras ultrapassou o Inter e colou no São Paulo, a apenas um ponto do líder.

3 x 1 CRUZEIRO. Rodada 27
Os shows no Allianz Parque mandaram o Palmeiras para o Pacaembu. A tabela mais uma vez marcou jogo contra o Cruzeiro (sexto colocado), que no meio de semana eliminara o Verdão na semifinal da Copa do Brasil com um empate por um gol. Mano levou 11 reservas para São Paulo até pra evitar nova batalha campal como aconteceu no final do jogo no Mineirão. Felipão mandou a campo um time sem 8 titulares. E almoçou líder do campeonato antes da derrota do São Paulo para o Botafogo, no Rio. Mesmo com erro pavoroso da arbitragem ao marcar pênalti inexistente em rara falha de Gómez, empatando o placar que havia sido aberto por Lucas Lima, aos 22. O Palmeiras não sentiu e foi desempatar com Hyoran, depois de cruzamento de Dudu em partida excelente. Quando Mano chamou a sua cavalaria, Willian sofreu pênalti que Gómez converteu. Lance iniciado em linda jogada de Deyverson, cada vez melhor e mais confiante com a bola, mas ainda destemperado e descabeçado. Diferente do Palmeiras cada vez mais eficiente. E enfim líder, com os mesmos 53 pontos do Inter (mas com mais vitórias), e um ponto a mais que o terceiro colocado São Paulo.

SÃO PAULO 0 x 2. Rodada 28
16 anos e meio. Quase o mesmo tempo de fila sem títulos, de 1976 a 1993. Quase 17 anos desde o gol dos chapéus de Alex no Morumbi. A última vitória alviverde contra o dono da casa. Pela queda bruta do Tricolor na tabela, e pela ascensão dos times de Felipão no returno, o Palmeiras nunca pisara no estádio desde 2002 tão favorito. Nunca saiu dele tão confiante e confiável. A primeira chance tricolor só aconteceu aos 36 do segundo tempo. Quando já estava 2 x 0 Palmeiras e poderia ser mais. Gómez e Deyverson, de cabeça, num intervalo de 3min25 e ainda com uma bola na trave de Dudu na origem do segundo gol, definiram o placar com 36 minutos de Choque-Rei. Com apenas 4 titulares, mais no 4-1-4-1 que no usual 4-2-3-1, com Dudu flutuando atrás de Deyverson (como havia feito também muito bem na quarta-feira, nos 2 a 0 conta o Colo-Colo), Moisés e Felipe Melo muito bem, o Palmeiras mandou em mais um clássico que não foi bom. Mas ninguém foi melhor do que o Palmeiras neles. E em todo returno campeão, então com 85% de aproveitamento. O Verdão ampliou a vantagem na ponta na sua segunda rodada como líder, abrindo 3 pontos contra o Inter, e 4 contra o Flamengo e o São Paulo (que caiu uma posição).

2 x 0 GRÊMIO. Rodada 29
O ótimo Tricolor gaucho (quinto colocado) não tinha 6 titulares no Pacaembu. O Palmeiras, 5. O Grêmio chegou apenas duas vezes. Em ambas não sujou a camisa branca de Prass. Luan e Gómez foram irrepreensíveis. Diferentemente do infeliz Bressan. Com 7 minutos chegou tarde no gol de Deyverson. Depois, aos 33, bobeou no gol de pé direito do artilheiro da tarde. Thiago Santos anulou Luan e Willian de novo ajudou também atrás. Partida tática e estrategicamente feliz do Palmeiras. Tecnicamente brilhante do ex-gremista Dudu. Na partida em que mais driblou o craque do BR-18 que também foi quem mais driblou no campeonato. Puxando a média do time que mais dribla. E driblou mais e melhor com Felipão, registre-se, pelos números do Footstats. Com a vitória, o Palmeiras seguiu pela terceira rodada na ponta, com 3 pontos à frente do Inter, 4 do Flamengo, e agora 7 do São Paulo.

2 x 1 CEARÁ. Rodada 30
O Vozão de Lisca Doido teve recuperação espetacular. No returno fez campanha muito melhor que o campeão de 2017 em 2018. Mas ainda era 17º pelo débito acumulado. Sem 5 titulares de Felipão, foi um sufoco só. Bruno Henrique, mais uma vez, fez muito mais do que era necessário e marcou dois gols no primeiro tempo. Um de pênalti que aconteceu na mão na bola de Edinho, outro em bela pancada de fora da área. Mas o pancada do Deyverson deu feia pancada em rival e foi expulso, aos 46. Daí o sufoco maior contra o bom time cearense. Arthur Cabral decretou a lei do próximo. Diminuiu o placar, aos 9. E chegou perto do empate. Não fosse Willian se matar fazendo tudo à frente. Não fosse, a partir dos 30, a torcida do Palmeiras não só restabelecer a igualdade numérica em campo. Os quase 36 mil gritaram como se fossem 16 milhões em campo. Bingo. Ponto. O Palmeiras manteve o placar e a ponta com a mais bonita e eficiente atuação da torcida que não deixou o Ceará chegar contra a nossa meta. Pela quarta vez líder, com 4 pontos à frente do novo vice (Flamengo), 5 do Inter, e 9 do São Paulo.

1 x 1 FLAMENGO. Rodada 31
Dias de chumbo e ferro. Quarta, na Bombonera, jogando pelo empate, 5 minutos maledettos de Benedetto decretaram os 2 a 0 xeneizes. No sábado à noite, nova podreira. Maracanã lotado, o vice-líder Flamengo estava a uma vitória de ficar a um ponto do Palmeiras. Sem 6 titulares contra o rival completo, com Luan improvisado na lateral-direita pela ausência de gente da posição, Felipão jogou pelo empate. Desta vez foi mais feliz do que nas mexidas na Argentina. Até pelo belo gol de Dudu na segunda etapa, aproveitando mais uma bola espetada por Antonio Carlos, aos 4. O Flamengo veio pra cima, Weverton fez sua melhor partida, até que Marlos Moreno empatou aos 35. O primeiro gol dele desde 2016 (como Benedetto não marcava havia quase um ano…). A sorte que parecia ter virado mostrou que era como a esperança. Paquetá recebeu livre no minuto seguinte e isolou gol feito. O Flamengo foi melhor. Criou o dobro de chances. Mas não conseguiu vencer o Palmeiras que não perde a pose e a ponta. Seguiu 4 pontos à frente do rival.

3 x 2 SANTOS.Rodada 32
Outro clássico tecnicamente fraco. Outra vitória incontestável do Palmeiras. Do time que menos precisa chutar para fazer gol. Do segundo que mais finaliza certo. Do time que menos sofre finalizações certas. Do time que encarou o Santos no sábado logo depois da ressaca da Libertadores perdida no 2 x 2 com o Boca. Contra o Santos que se recuperava com o Cuca eneacampeão em 2016. Dudu abriu os trabalhos aos 13, Dracena marcou seu primeiro gol em 107 jogos contra o ex-clube. Em 10 minutos na segunda etapa, dos 9 aos 19, a mesma pane que nos eliminara contra o Boca. Santos empatou. E pintava a virada até que Victor Luís bateu falta que Vanderlei aceitou. Na sequência só não foi empate porque a sorte é a de campeão. Não tem time vencedor azarado. O Palmeiras seguiu líder pela sexta rodada seguida. Com o empate entre São Paulo x Flamengo no Morumbi, com mais um gol inacreditável perdido pelo rubro-negro no final, a diferença foi ampliada para 7.

ATLÉTICO MINEIRO 1 x 1. Rodada 33
Desde 2011 o Palmeiras não vence o Galo no Independência. Não venceu, também porque jogou pra não perder. O Atlético jogou pouco melhor, fez golaço com Elias, Felipão não foi feliz nas mexidas (colocou Thiago Santos pra fechar a entrada da área que ficou aberta no gol atleticano), e ganhamos de graça um pênalti infantil que Bruno Henrique guardou, aos 31 também do segundo tempo. Foram apenas 4 chances para cada lado em mais um jogo fraco de um campeonato medíocre. Mas com um grande líder enfim podendo escalar toda a cavalaria. Menos Dudu e Mayke, que fizeram falta a um time que jogava para não perder e se manter mais uma rodada na ponta, a 5 pontos do Flamengo.

3 x 0 FLUMINENSE. Rodada 34
O Tricolor vinha caindo pelas tabelas. O Palmeiras só tinha que fazer o dever de casa. Errar pouco como não deu chance alguma ao rival que não finalizou contra Weverton. Acertar o pé como enfim Borja guardou o dele no final do primeiro tempo. Até o final do jogo, foram apenas nove chances. Mas há primeira bola de Felipe Melo, um gol espetacular. Na última, mais um gol de Luan em outra participação do ex-Scarpa. Três a zero foi muito pelo que não foi o jogo. Mas não é demais pela diferença que aumentou para o segundo colocado que voltou a ser o Internacional: 8 pontos.

1 x 1 PARANÁ. Rodada 35
Uma ventania absurda e uma chuva forte impediram que o Palmeiras jogasse o que sabe em Londrina que parecia o Palestra Italia antigo em tudo. Mas o Verdão também não soube administrar o jogo que poderia ser o do título. Levou um gol no primeiro tempo, empatou em pênalti cobrado por Scarpa na segunda etapa, mas o lanterna e já rebaixado Paraná não merecia perder. Nem o Palmeiras vencer. O Flamengo enxotou na tabela. Mas ainda eram 5 pontos de diferença, e faltando três rodadas.

4 x 0 AMÉRICA MINEIRO. Rodada 36.
Depois da goleada construída com facilidade contra um sério candidato ao rebaixamento no BR-18, o Palmeiras estava a dois pontos em dois jogos ou uma vitória para ser decacampeão brasileiro. No primeiro tempo não fez muita coisa. Mas quando Luan fez 1 a 0 em bola carambolada, abriu a porteira pro Porco. Weverton não fez defesa alguma. O Palmeiras chegou 14 vezes. E marcaria mais três gols, todos em lances com o monstruoso Dudu. Willian ampliou, Dudu marcou um golaço de fora da área, e Deyverson fez o quarto. Os 5 pontos contra o Flamengo foram mantidos.

0 x 1 VASCO. Rodada 37. É campeão. É deca.
O melhor time, melhor ataque, melhor defesa, melhor mandante, melhor visitante, 22 invictos (recorde desde 2003), 14 jogos com equipes alternativas (nunca antes desde 1959), só precisou de um tempo bem jogado para ganhar do Vasco e o BR-18 com uma rodada de antecipação. Mesmo com a ótima vitória do Flamengo contra o Cruzeiro, os cinco pontos foram mantidos. E o título merecido ao time que não fez as melhores partidas. Mas ninguém foi melhor que o time do Palmeiras. Qualquer time. Histórico.

3 x 2 VITÓRIA. Rodada 38
Maior público da história do Parque Antárctica desde o primeiro jogo oficial no país, em 1902. Melhor campanha da história de um turno nos pontos corridos. Jogo de festa. Em ritmo de. Edu Dracena fez o primeiro. Scarpa ampliou no segundo tempo num gol parecido com o de falta de Victor Luís contra o Santos. O já rebaixado Vitória diminuiu num pênalti que foi fora da área, empatou num belo gol de Luan, mas sofreu um golaço de quem tanto merecia marcar – o capitão Bruno Henrique. Em homenagem também a Willian que lesionou o joelho no lance do gol do título de Deyverson. Ao final, a festa com direito (ou nao) ao presidente eleito no gramado dando a décima volta olímpica do clube que vive de passado porque tem história. E quem tem mais tem 10.