O melhor jogador do BR-16 em que foi essencial como meia e volante como eneacampeão com os pés. Também com as mãos para consagrar o Cucabol de sangrar cotovelos rivais. Com o coração como o da filhinha verde.
Joelho de novo lesionado para atrapalhar o desempenho em 2017. Voltando antes da hora para tentar ajudar naquela Libertadores. Fazendo um golaço de raça e graça para levar aos pênaltis quando mal tinha condições. E ainda assim as reuniu.
Em 2018 não conseguiu ser o mesmo que ninguém conseguiu ser melhor em 2016. E ainda foi campeão mais uma vez.
Em 2019 também não estava legal no time que não perde no Brasileiro. E ele perdeu o pênalti decisivo na Copa do Brasil. Mandou no travessão e caiu ali na área como todo o Palmeiras na Copa. Rosto coberto pela tristeza. Jamais vergonha. Nunca falta de empenho. Nem qualidade. Muito menos vontade.
Moisés foi muito mais do que havia sido até 2016. Não conseguiu ser desde então mais do que havia se superado como enea. Deixa o clube como deca. E em vez de ser devidamente louvado e respeitado pelo que foi e amou demais, e compreendido pelo que não conseguiu mais ser, recebe de não poucos a crítica pesada destes dias de chumbo. Não recebe o reconhecimento pelo que deixou em campo em 2016 e pelo que não conseguiu deixar mais vezes.
Obrigado, Moisés, pelo que conquistou no Palmeiras. Pelo que reconquistou. Nem sempre se ganha o crédito devido. Quase sempre se paga pelo que não foi feito ou pelo que não foi possível repetir.
A imagem que tenho é a do cajado em Itaquera. A da corrida por todo o campo do gol contra o Barcelona na Liberta. Naquele jogo que só quem gosta e que ama o que faz bem feito consegue superar a dor e jogar o que era necessário.
Moisés nunca comprometeu. E se comprometeu mesmo de corpo e alma pelo clube.
Triste ver tantos que não sacam quando alguém se doa e não consegue mais dar. Não quero que passem por isso em seus trampos. Não quero que sofram com isso pelo tempo. Todos têm sua hora. Mas quem teve um ano como aquele em 2016 merecia o crédito que foi negado.
Torço de coração para que tenha ainda mais sucesso. E torço para que os não têm coração e nem memória respeitem quem nos respeitou.