Outros Duduzentos

Naquele domingo de janeiro de 2015, uma tuitada do Palmeiras parecia fake news. Como assim Dudu que estava quase certo com o Corinthians ou quase certo com o São Paulo acertou com o Palmeiras? E numa manhã de domingo? O time que quase caiu de novo um mês antes então ganhava uma dividida contra os maiores rivais que vinham ganhando tudo – inclusive os melhores jogadores que não queriam saber do Palmeiras sem perspectivas e sem salários grandes ou em dia.

Pode não ter sido o chapéu que quem é verde diz que foi. Mas desde então foi de se tirar o chapéu o que aconteceu no clube e com o time. Campeão da Copa do Brasil naquele fim de ano com gols de Dudu na decisão contra o Santos. O mesmo rival contra quem ele perdera pênalti na primeira decisão do SP-15 e depois a cabeça no corpo do árbitro na volta, na Vila.
Dudu ajudou a virar o astral, a expectativa, o jogo, o Palmeiras. A partir da chegada dele ao clube outros quiseram vir. O torcedor recomeçou a crer e a ver o velho Palmeiras vencedor com novo espírito. E com Dudu se entregando e nos trazendo taças como o BR-16 onde também foi essencial. Por dentro ou pela ponta. Com a tarja de capitão e com a garra da camisa 7 de raça de Julinho e Edmundo cujos talentos não se comparam. Mas com a mesma alma armada para a vitória.
Dudu e o Palmeiras não foram os mesmos em 2017. Ainda menos em 2018. Mesmo ficando porque quis em janeiro. Mesmo permanecendo não querendo muito em julho. Mesmo querendo sair de campo em Itaquera… A relação já não é a mesma. O futebol, como as postagens no Instagram, também não.
Mas Dudu tem muito daquilo que gostamos. Aquela porca-louquice sem freio. Aquela incontinência incontrolável. Aquela birra que é garra que é marra que é berro que é nossa. Esse Dudu que ainda pode virar o jogo nesses 200 pelo Palmeiras. O Dudu que já fez mais do que eu imaginava. Está fazendo agora menos do que eu esperava.

E ainda pode virar nossa expectativa como ele virou nosso jogo ao chegar. Ele tem até o fim do ano para ser o que foi nos dois primeiros. Ele tem crédito para isso. Eu ainda tenho confiança nele.
Pode ser mera torcida. Mas é isso que somos. Meros torcedores. E torcemos para que Dudu também seja.

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