Palmeiras ‘camaleão’: Abel explica variação do esquema com três zagueiros em estreia contra Novorizontino

O Palmeiras foi a campo contra o Novorizontino, pela estreia do Paulistão, com a mesma escalação e formação utilizada na final da Libertadores, em que o time bateu o Flamengo e sagrou-se tricampeão. Após a partida do último domingo (23), que terminou em vitória do Alviverde por 2 a 0, Abel Ferreira comentou sobre o sistema com três zagueiros.

– Eu vou tentar usar um camaleão como exemplo. Quando muda de cor, continua a ser um camaleão. Eu gosto muito de utilizar essa metáfora para tentar explicar às pessoas. Podemos jogar em mil e um sistemas O mais importante é que os jogadores saibam quais os comportamentos que eles devem ter com e sem a bola.

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Na disposição tática da equipe, Piquerez foi deslocado para a posição de terceiro homem na defesa, enquanto Scarpa expandiu o campo como ala esquerdo. Do outro lado, Mayke cobria o mesmo espaço, com liberdade para atacar, tal qual na decisão da Copa continental, quando ele deu assistência para Raphael Veiga no primeiro gol.

O lateral foi acionado em boa parte do primeiro tempo e chegou a pisar na área em lances de perigo do Verdão. Na segunda etapa, por sua vez, ele ficou mais recuado e o lado esquerdo foi o mais explorado, com subidas do uruguaio. Após a saída de Scarpa, Piquerez retornou à lateral e o time passou a atuar no 4-3-3.

– É diferente como jogamos com o Piquerez quase como um zagueiro de quando jogamos com um três zagueiros de origem. Jogamos em 3-4-3 e depois passamos ao 4-3-3. Quatro homens atrás, um volante e dois meias atrás da linha média do adversário – explicou Abel em entrevista coletiva.

O esquema com três zagueiros agrada ao treinador português desde o início de sua carreira, tendo sido posto em prática também no PAOK, da Grécia. No Palmeiras, o comandante testou o time de diversas formas durante mais de um ano no clube e agora pretende manter a linha de três, ao menos neste início de temporada.

Para isso, o Verdão foi ao mercado buscar a contratação de outro defensor. Quem chegou para vaga foi Murilo, que estava no Lokomotiv, da Rússia, e, apesar de destro, atuou pela esquerda em boa parte dos jogos no time russo. O zagueiro de 24 anos fez sua estreia no triunfo sobre o Novorizontino, porém quando o time estava com apenas dois homens na linha central da defesa.

Ainda sobre as preferências táticas de Abel Ferreira, o técnico reafirmou seu gosto pelo modelo de jogo e questionou a resistência do futebol brasileiro à linha de três.

– Já disse que é um sistema que eu gosto muito. Mas eu gosto de todos os esquemas desde que os jogadores o interpretem. Mas às vezes eu me pergunto porque aqui no Brasil se tem resistência no uso dos três centrais se a última vez que o Brasil foi campeão mundial foi utilizando esse esquema. É um sistema que é super versátil, quer no aspecto ofensivo, quer no defensivo. Eu sei que jogar no 4-3-3 é uma coisa cultural no Brasil, mas vocês ganharam a Copa com três zagueiros.

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