Paulo Victor Gomes analisa título do Palmeiras na Copinha e revela: ‘Libertadores é obsessão’
Em entrevista ao NOSSO PALESTRA, treinador bicampeão da competição pelo Verdão destrinchou plano tático da equipe e fez promessas para o futuro no clube
Estudioso, tranquilo e vencedor. Entre as semelhanças do bicampeonato da Copinha conquistado pelo Palmeiras em 2022 e 2023 está a presença de Paulo Victor Gomes. Treinador do Verdão no biênio mais vencedor da história das categorias de base, o comandante colocou seu nome na história do clube ao faturar cinco títulos em pouco mais de um ano de trabalho na Academia de Futebol.
Diferente da primeira conquista, na qual PV possuía um elenco entrosado e um time base definido, a edição de 2023 projetou um outro campeonato ao clube. Perdendo peças para o elenco profissional e para a Seleção Brasileira Sub-20, a equipe precisou ser remodelada às pressas, e contou com muitos jovens recém-promovidos do Sub-17 – o que credenciou o Alviverde como equipe mais jovem entre os rivais paulistas.
Em entrevista ao NOSSO PALESTRA, o treinador revelou como foi o desafio de montar o elenco na pré-temporada de dezembro.
– A montagem do elenco nos trouxe um desafio grande (…) O que me ajudou muito durante a Copinha foi a experiência que adquiri com a Seleção Brasileira, onde eu tinha pouco tempo e precisava dar cara e padrão para a equipe. No Palmeiras temos uma ligação entre as categorias, o trabalho junto com o João Paulo Sampaio que nos dá um conhecimento muito grande da característica dos jogadores para usá-los e tomar a melhor decisão possível.
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Conhecido por não ser apegado a um esquema, PV pouco repetiu o Palmeiras durante a Copinha, e frisou que a escalação é pensada jogo a jogo. A principal mudança ocorreu já na final do torneio, contra o América-MG. No dia que antecedeu o triunfo por 2 a 1 no Canindé, em São Paulo, o técnico tirou David Kauã, um dos destaques da equipe no meio-campo, e colocou Estêvão, atacante de velocidade de apenas 15 anos.
– O David Kauã vinha fazendo uma excelente competição, eu assemelho muito a função dele ao Jhon Jhon em 2022 (…) Pro jogo decisivo, a opção foi de cunho tático, na véspera do jogo eu chamei o David e o Estêvão, expliquei o porquê e todos estavam preparados. O América-MG busca pressionar o adversário com pressão alta, e nos oferece profundidade.
Com a conquista da Copinha, a equipe palestrina inicia a preparação para a Libertadores Sub-20, que vai ocorrer em julho de 2023, no Chile. Essa será a primeira participação palestrina no torneio continental. Tratada como obsessão pela categoria para esta temporada, somente o São Paulo, em 2016, venceu o campeonato representando o Brasil.
– Vamos firme para a temporada. A Libertadores é obsessão. É um feito inédito participar pela primeira vez, e vamos lutar muito para continuar fazendo história, escrevendo a história desse clube que é gigante e oferece as condições para que a continue crescendo como equipe e categorias de base.
No Verdão desde outubro de 2021, PV venceu o Paulistão (2021), o bicampeonato da Copinha (2022 e 2023), a Copa do Brasil (2022) e o Campeonato Brasileiro (2022) da categoria. Em 64 partidas à frente da equipe, são 50 vitórias, nove empates e somente cinco derrotas, com 82% de aproveitamento.
CONFIRA OUTROS PONTOS DESTACADOS POR PAULO VICTOR GOMES EM SUA ENTREVISTA AO NOSSO PALESTRA:
TIME JOVEM EM RELAÇÃO AOS RIVAIS
– No dia 12 de novembro fizemos o último jogo do ano com os atletas nascidos em 2002, que faziam parte do grupo de apoio do time profissional, mas atuavam com a gente, casos do Garcia, Naves, Jhon Jhon, Fabinho. Esses jogadores teriam condições e idade para atuar na Copinha, são nascidos em 2002, mas nós da comissão técnica da base e do profissional entendemos que esses jogadores já tinham fechado o ciclo das categorias de base.
– Precisávamos trazer jogadores jovens, abrir espaço para outros atletas remanescentes do Sub-20, os 2004 e 2003, e a ascensão de jogadores do Sub-17. A nossa grande missão foi formar um grupo com distintas mentalidades, contextos. A gente tinha o Henri se despedindo das categorias de base, outros subindo do Sub-17 e os remanescentes que haviam tido pouca minutagem competitiva.
PERDER LUIS GUILHERME NO INÍCIO DO TORNEIO
– A principal função do treinador é ter repertório, não ser refém de um sistema, de uma forma de jogar. Muitas coisas acontecem pelo caminho. No futebol você precisa resolver problemas rápidos, em prol do desenvolvimento da equipe.
SUBSTITUIÇÃO PREDESTINADA: A ENTRADA DE PATRICK NA FINAL
– A mudança não se deu pelo pênalti, mas pelo cartão. O Léo é jogador de muita combatividade, ter um jogador com essas características e já amarelado traz um risco grande. Optamos por colocar o Patrick, um jogador que estava muito pronto, muita confiança e cresceu demais desde que chegou (…) Ele entrou muito bem no jogo, participou da construção das jogadas e foi premiado com um gol.
FORMAÇÃO DE ATLETAS NO PALMEIRAS
– O apoio da torcida é muito bom. Até para a formação do atleta, os jogadores crescem muito atuando nesse contexto. Sem dúvidas o Palmeiras tem feito ações que fazem o clube sair na frente desse processo de formação de jogadores.
AMBIÇÕES PARA O FUTURO NO CLUBE
– Vem mais trabalho, humildade, pés no chão para continuar elevando as estatísticas e colocando o Palmeiras no mais alto nível (…) O futuro é algo que não controlamos, o que a gente controla é a dedicação, o trabalho, a cobrança interna para continuar evoluindo. É assim que vamos conduzir o futuro do nosso trabalho.
SER PALMEIRAS
– Ser Palmeiras é sempre fazer algo a mais, trabalhar muito. Tem muito a ver com identificação, no futebol de hoje existe cada vez menos identificação entre atletas, mudanças precoces, e isso atrapalha muito. Dentro de vários valores que tenho no meu trabalho, um fundamental é criar essa identificação nossa e dos atletas. O Palmeiras enquanto clube tem feito muito bem isso, uma categoria torce pela outra, jogadores identificados, conhecem o time principal, trabalham lado a lado. Tudo isso é um facilitador e vai criando uma paixão, desejo por conquistas.
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