O que mudou no futebol do Palmeiras de 2016 pra cá?

O palmeirense tinha todos os motivos possíveis para acreditar que 2017 seria um ano mais do que especial. Atual campeão brasileiro, o clube se reforçou muito bem para a disputa da Libertadores e dos campeonatos nacionais que estavam por vir. Cuca voltou após um primeiro semestre turbulento e muitos diziam que o Palmeiras quase não havia mudado de um ano para o outro — ou melhor havia mudado para outro patamar, com um time muito mais qualificado.

O Nosso Palestra foi atrás dos números para tentar explicar como o desempenho do time caiu tanto em menos de um ano com um elenco aparentemente melhor.

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A primeira coisa que chama a atenção foi a reposição do elenco. Do grupo campeão brasileiro no ano passado, 14 jogadores saíram: Vágner, Fabrício, João Pedro, Vitor Hugo, Gabriel, Matheus Sales, Cleiton Xavier, Allione, Vitinho, Alecssandro, Barrios, Leandro Pereira, Rafael Marques e Rodrigo. Apenas um titular absoluto.

Exatamente 14 jogadores chegaram. Foram eles: Antonio Carlos, Juninho, Luan, Mayke, Guerra, Bruno Henrique, Felipe Melo, Hyoran, Michel Bastos, Raphael Veiga, Borja, Deyverson, Keno e Willian. Algumas jovens promessas, porém a grande maioria dos jogadores contratados já eram consagrados no futebol nacional, sul-americano e até mundial.

O contexto mudou, o ambiente mudou, e o torcedor teve que entender da pior forma que um grande investimento não é garantia de um grande desempenho dentro de campo. O time mais modesto e menos qualificado do ano passado jogava muito mais compactado. Mesmo não demonstrando um futebol de encher os olhos, o time sofria muito menos e demonstrava o mínimo de organização.

Em 2016, na atual 21ª rodada, o Verdão tinha 40 pontos, com 12 vitórias, 4 empates e 5 derrotas (63,5% de aproveitamento). Nesse ano, o Palmeiras possui 10 vitórias, 3 empates e 8 derrotas (52,4%).

Yerry Mina disputa a bola pelo alto com defensores do adversário no Choque-Rei (Foto: Marcelo Brandão/ @ClickPalestra)

O ataque alviverde de 2016 também era mais eficiente: contando com o brilho de Gabriel Jesus, o time fez 38 gols em 21 rodadas, 9 a mais que o time desse ano.

Naquela altura, Gabriel Jesus era artilheiro do Palmeiras e do campeonato com 10 gols. Nesse ano, o venezuelano Guerra, com 5, é quem mais marcou pela equipe na competição, seguido de Keno e Willian, com 3 cada.

A zaga alviverde também era muito mais segura em 2016. Apesar de ter sofrido somente um gol a menos em comparação com as 21 rodadas desse ano, no segundo turno o Palmeiras se transformou na melhor zaga da competição, com a dupla ‘VitaMina’ sendo um dos grandes destaques da conquista do enea — tanto lá atrás quanto na frente marcando gols importantíssimos.

Nesse ano, o Palmeiras não possui uma dupla de zaga definida, cada jogo é uma surpresa diferente, tanto na zaga quanto nas laterais, e a quantidade de gols tolos que o time sofre é algo que anda irritando demais os torcedores.

Outro fato que comprova a inconsistência da equipe nessa temporada é a quantidade de vezes que o time jogou com uma equipe reserva ou alternativa. Em 2016, com o Campeonato Brasileiro sendo sua total prioridade, o Palmeiras não jogou sequer nenhuma rodada com os reservas. Já nesse ano por opção de Cuca, o time atuou mais de seis partidas poupando seus principais titulares, fato que explica a enorme distância de 14 pontos para o líder do campeonato.

O termo fracasso para a torcida palmeirense, em pouco tempo atrás, significava uma campanha de 40 pontos após 38 rodadas. É preciso ter muita calma e paciência para ajudar o clube a seguir sempre no topo do futebol brasileiro. Mas o que explica um déficit tão grande no futebol do Palmeiras em menos de um ano? Ainda dá tempo de recuperar e salvar um ano quase perdido?