Se eles estivessem vivos

 

Diz o ditado que grandes personagens da história nunca morrem. E eu concordo, viu? Pode passar o tempo que for: dias, décadas e séculos que eles continuarão ali, firmes e fortes, nos livros e na memória. Hoje me peguei pensando como viveriam muitos deles em 2018. E trago relatos importantes de gringos que teriam forte relação com o Palmeiras. Vou avisando: é surpreendente, revelador e chocante.

Dom João Sexto, por exemplo, seria palmeirense. Hoje com 251 anos, ele já teria abandonado (há tempos) o brega número romano VI. “Nada de VI, ora pois. É sexto. Sexxxxxxto. Ixcrito”, falaria, engasgando entre coxas de frango que devoraria ferozmente. Seria contra a construção do Allianz Parque e o principal amigo da ala conservadora do Palestra. Membro do Conselho, iria aos aniversários do clube e guardaria os  brigadeiros e beijinhos no bolso da calça, para comer depois. E ainda conservaria, como nos velhos tempos, um masturbador particular, mesmo se o pinto falhasse. Seria próximo de Michel Temer (principalmente perto das eleições).

Marilyn Monroe também torceria para o Verde. Aos 92 anos, com tudo em cima, seria musa do clube. Depois de largar a bebida e os Estados Unidos, Marilyn abriria uma igreja evangélica para competir com titio Val. Viraria muito amiga de Raul Seixas e, com ele, montaria uma banda para tocar aos domingos (quando não tivesse jogo do Palmeiras, óbvio). Metamorfose ambulante, mas em versão americana, explodiria nas rádios do mundo. Marilyn já não concordaria com a própria frase, dita quando jovem: ‘A imperfeição é bela, a crazy é genial e é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente boring’. Adaptaria em portuglês joelsístico

Se tivesse mais um tempinho de vida, nosso eterno Roberto Bolaños, o Chaves, teria vindo para alguma vila da Mooca. Seria América-México e Palmeiras. Estudaria os tristes anos 80 do Verdão e falaria: ‘Ninguém tem paciência comigo, belo. Isso, isso, isso, meu’, com sotaque mooquense, dando chutes característicos de esquerda e direita. Às vezes misturaria o castelhano na coisa: ‘Meeeeeeeu, ya llegó el disco voador’. Em outro momento: ‘Pi, pi, pi, pi’, choraria ao relembrar a gestão Tirone. Bolaños teria 89 anos. Seria o principal crítico de Juninho e Fabiano. ‘Esse é de laranja, que parece limão, mas tem gosto de tamarindo’, comentaria sobre o preço pago pelos dois, discutindo o talento de ambos.

E, por fim, John Lennon. Lennon seria muito palmeirense. Teria feito excursão pelo Brasil e cantado no antigo Palestra Italia, lá pelos anos 90. Hoje com 78 anos, daria aula de música e teria montado uma faculdade. Cantaria com Roberto Carlos nos finais de ano da Globo. Para surpresa geral, apareceria em 2018 ao lado de Anitta, mandando um ‘vai, malandra’. Gravado, claro. Porque sempre se enrolaria na hora de gravar a parte ‘desce, rebola gostoso, empina me olhando e te pego jeito’. Já reparou como gringo não consegue falar a palavra ‘jeito’? Yoko Ono seria torcedora do Bragantino, mas não me pergunte o motivo. Daria encrenca durante o Campeonato Paulista.

Sem falar no árabe Mustafá que, se estivesse aqui, teria quase 80 anos. Ops. Error 404.