Palmeiras x Flamengo: Teste negativo para respeito e bom senso

Muita gente testa negativo para respeito, bom senso, fair-play, consciência e humanidade

STJD nega pedido do Flamengo e mantém jogo com o Palmeiras

No mundo ideal, o fair-play não seria “exigido” em um textão.

No mundo ideal, os clubes entenderiam uma pandemia. E, talvez, se um rival (que jamais seria um inimigo mesmo que assim trabalhasse para ser) perdesse uma penca de atletas para a Covid-19, o adversário nesse planeta sonho poderia sacar (por sorteio) o mesmo número de atletas e “se desfalcaria” em nome de uma isonomia que se pode torcer – jamais exigir, mesmo nesse mundo fantástico (sem ter que pedir música por três gols marcados).

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No mundo ideal, o vice-prepotente mais do que presidente e previdente não entraria na CBF, STJD e Liga da Justiça pedindo adiamento do clássico. Mesmo tendo razões para isso que são perdidas quando diz que toda recusa se move por interesses menores, apenas esportivos e/ou econômicos.

No mundo ideal, os clubes conversariam mais. Sem clubismo. Sem achismo. Sem irresponsabilidade. Sem querer ganhar mais do que os jogos, bolas e boladas em todos os campos.

No mundo ideal, nenhum cartola forçaria a berro para voltar a treinar antes do permitido e recomendado. Não forçaria a barra para voltar a campo antes do bom senso e da ciência. Não forçaria a catraca para voltar antes da hora a aglomeração perigosa do público no estádio. Não pensaria antes na segurança da grana do que na insegurança na grama.

No mundo ideal, a CBF teria estipulado um número (que jamais seria o “ideal”) de infectados por clube que automaticamente adiasse as partidas desde que detectados até determinadas horas antes da realização do jogo. Não apenas em nome da isonomia esportiva. Mas da mais do que necessária é muito mais importante saúde geral.

No mundo ideal, a questão sanitária seria prioritária em relação à insalubridade clubística. Os ressentimentos e rivalidades e rinhas e interesses desinteressantes às questões humanas não pautariam notas oficiais e decisões infelizes.

No mundo ideal, os atletas teriam mais poder de decisão em situações em que são eles os mais expostos. E eles seriam mais unidos como classe. Ou com a falta dela e de categoria.

No mundo ideal, não precisaria escrever este textão. Não teria tido jogo com equipes como o Goiás que, contra o Palmeiras, não pôde escalar 11 infectados com casos ativos da doença, três jogadores curados, mas ainda em recuperação, e outro curado, mas sem condições de jogo.

No mundo ideal, os cartolas seriam mais atentos ao que acordaram e assinaram. Respeitariam mais as regras do jogo e dos bons costumes de convivência. Teriam noção de que para alguém vencer no futebol é preciso que haja um adversário.

No mundo ideal, tudo isso seria discutido sem clubismo. Sem bairrismo. Sem achismo. Sem paranoia. Sem prepotência. Sem interesses econômicos e vantagens esportivas expostas.

No mundo ideal, vários testes de laboratório dariam positivo para tudo isso.

E, em alguns casos, negativo para bom senso e humanidade.

Deu negativo, como esperado.

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