Eu não ligo pros números, se tinham 1000 ou centenas de milhares. Havia na saída da Academia de Futebol a maior quantidade de emoção que vi em muitos anos de Palmeiras. Que triste o pensamento que só consegue olhar pro que é tangível. Ali, cada um que pôde cantar pelo clube que ama, carrega sua família, seus amigos e seus entes queridos que de algum lugar do globo dariam a vida para estarem, de coração. Sentimento não depende de matéria para existir. Hoje, presenciamos esse momento.
O Palmeiras saiu de São Paulo rumo ao Uruguai em meio a um gigantesco e caloroso abraço. Daqueles bem apertados, cheios de emoção, de afeto, de carinho, de respeito, de consideração, de apoio e até de perdão. Durante breves minutos, diferenças e desavenças se perderam no meio de muita fumaça e muito barulho. Vi repórteres se emocionarem., vi funcionários pulares como crianças, vi crianças sentirem como senhoras e senhoras apoiando como jovens. Fomos um só, de fato.
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Representados por pouco menos de uma centena de profissionais, a Sociedade Esportiva Palmeiras, hoje, se reuniu em toda sua essência, com cozinheiros, seguranças, motoristas, pilotos, motoboys, autônomos, lixeiros, advogados, executivos, do presidente ao jornalista. O Palmeiras, e que saudades eu sinto, foi de todos nós. Pelo simples fato de estarmos legitimamente unidos. Ninguém ali tinha a certeza de conquista, de lucro, de ganho. Tínhamos a certeza de que era lindo construir o momento. Curtirmos uns aos outros.
Temos o direito de aproveitarmos uma época que dificilmente será igualada. Conduzimos nos braços o time que pode ganhar a Libertadores, duas vezes, num mesmo ano. Que já foi campeão de tudo. Que nos deu satisfações e emoções capazes de zerar qualquer lista de desejo. Era mesmo a hora de fazer um batismo de apoio, de celebração. Sem palavras ruins, sem qualquer clima negativo. Eu sou um tanto romântico pro futebol e acho que vivemos de raros e breves minutos de sinestesia. Esse foi um deles. Em qualquer espaço, com ou sem acesso à festa, todo torcedor mandou sua energia positiva.
Agora, a missão é de atletas e funcionários, mas eles carregam todos nós. Os palmeirenses que forem ao Uruguai, serão por nós. A melhor versão do Palmeiras, além de quando duvidam do que somos capazes, é quando somos uns pelos outros. Que azar de quem não entende o tamanho de uma união sincera e verdadeira. Dedico aqui minha última linha a cada lágrima que derramamos nos despedindo e desejando sorte à equipe: nunca tenha vergonha dela, nunca esconda seu amor. Nós vivemos disso.
Vá com Deus, Palmeiras. Seja por nós.