Victor Luís e as voltas do futebol

Na inauguração do Allianz Parque, há 100 jogos, em 19 de novembro de 2014, eu li um texto para esse time da foto em “nome” do estádio e da torcida, como mestre de cerimônias. Mais ou menos como o vídeo que produzimos agora. Em nome da nossa casa, para quem a faz viva.

Naquela noite do Dia da Bandeira, morria de medo de estrearmos como se fato perdemos: 0 a 2. Meu maior receio era levar um gol de ex. Diego Souza. Mas foi mesmo de Ananias o primeiro. E depois mais um de um camisa 12 careca – Patrick. Quando o nosso eterno camisa 12 careca olhou para mim, no camarote ao lado dos Imortais Palmeirenses, balançou a cabeça e for embora. Nem São Marcos ajudava.

Não havia como torcer por aquele time. Não sou de vaiar e nem xingar com a bola rolando. Mas quando Wesley saiu, nem Dalai Lama. E não apenas eu. Ele até hoje é unânime no Allianz Parque: duas partidas, dois xingamentos coletivos quando substituído o Deus da Raça que une na mesma troça palmeirenses e são-paulinos.

Daquele time, Fernando Prass ainda é o mesmo. Ou melhor: muito melhor. Até quando ausente. Pela primeira lesão no cotovelo ele ajudou a trazer Jailson da reserva do Ceará pra nossa história, em 2014. Dois anos depois da lesão no mesmo braço do nosso guia nos pênaltis e na Copa de 2015, Jailson fez o que fez no enea invicto dele. Mantendo o excelente nível de Prass. Outro que depois dos 35 virou ídolo. Como Zé Roberto.

Prass joga demais até no banco. Como jogou demais no centésimo jogo Victor Luís. Ele que fazia parte do pior time que vi no Palmeiras – o de 2014. Ele que fez tudo nos 2 a 0 de 2018. Mostrando como ele e o Palmeiras evoluíram. Como a vida dá voltas. Algumas sem volta. Diego Souza, por exemplo, quase voltou ao Palmeiras em 2017. Não rolou. E ele que acabou com a nossa estreia em 2014 nem do banco do rival passou no centésimo jogo nosso. O mesmo Dorival Jr. que não tinha muito mais a fazer em 2014 no nosso banco acabou não podendo fazer mais do pouco que fez pelo São Paulo em 2018. Acabou demitido.

Não poderia em 2014 imaginar time pior que aquele desde que vejo futebol a partir de 1972. Mas talvez não imaginaria dizer, quatro anos depois, tudo que jogou Victor Luís. Tudo que ainda pode jogar o Palmeiras em 2018