Vitória do Palmeiras: única visita de Coudet ao Allianz foi em noite épica de Prass e Allione

Relembre a primeira e única vez em que o atual técnico do Internacional, que enfrenta o Palmeiras hoje, visitou o Allianz Parque

Na noite desta quarta-feira (02), os caminhos de Palmeiras e Eduardo Coudet vão voltar a se cruzar no Allianz Parque. Desta vez, o argentino comandará o Internacional, o atual líder do Brasileirão. No entanto, na única vez em que visitou a arena alviverde, o ‘chacho’ ainda comandava o Rosario Central e, apesar de causarem um dos maiores sufocos já sofridos pelo Verdão em sua própria casa, o final não foi feliz para os hermanos.

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O primeiro tempo da equipe de Marcelo Oliveira foi bastante razoável. Antes dos 10 minutos de jogo, teve chute de Dudu na trave e jogada muito perigosa de Robinho, que, cara a cara com o goleiro, cortou um zagueiro e chutou por cima do gol.

A noite, por sua vez, estava extremamente chuvosa. O campo, encharcado. E foi justamente isso que ajudou Cristaldo a marcar o primeiro gol alviverde. Numa jogada confusa, com a bola travando no gramado, o atacante ‘enganou’ o goleiro com um movimento falso, limpou a jogada e balançou a rede. 1 a 0 para o Palmeiras.

Aos 33 minutos, após bom passe de Dudu, o camisa 9 novamente recebeu e finalizou forte, rente à trave esquerda do goleiro Sebástian Sosa. Naquele momento, PVC, na transmissão da FOX Sports, disse que o Palmeiras fazia sua melhor partida no ano. Zicou?

“O Palmeiras faz a melhor partida do ano. A verdade é que não fez boas partidas neste ano.”

Paulo Vinícius Coelho, o PVC.
Cristaldo celebra gol com colegas palmeirenses durante partida contra o Rosario Central, da Argentina (Foto: NELSON ALMEIDA/AFP Photo via Getty Images)

Do “melhor jogo” para o “sufoco inacreditável” – A epopeia do Palmeiras contra o Rosario de Coudet no Allianz Parque

No segundo tempo, tudo mudou. Aos 9 minutos, Fernando Prass teve que fazer uma grande defesa à queima-roupa num chute de Cervi. Logo em seguida, o camisa 10 deu um carrinho para pegar o rebote e atingiu o goleiro, num lance pegado. Começava a blitz dos comandados de Coudet.

Dois minutos depois, mais trabalho para o camisa 1 palmeirense: após desviar um cruzamento, a bola caiu nos pés de Da Campo, que a fuzilou de dentro da área e forçou outra defesa acrobática, na ponta dos dedos.

Aos 14′, Cervi recebeu grande passe de calcanhar no seu corredor esquerdo, cortou o lateral Lucas e ia entrando na área, até ser parado por um carrinho de Robinho. Pênalti para o Rosario. Marco Ruben e Fernando Prass, cara a cara. Melhor para o goleiro, que pulou para a direita e espalmou, com força, a cobrança do camisa 9. A torcida vibrou como um golaço.

Fernando Prass defende pênalti de Marco Rúben pela Libertadores de 2016 (Foto: NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images)

Cinco minutos depois, o mesmo Ruben recebeu, livre, na área, e foi parado por um carrinho perfeito do mesmo Fernando Prass. 2×0 para o goleiro. 4×0 para o Rosario em chances perigosas em menos de 20 minutos de segundo tempo. A transmissão, que antes elogiava o jogo do Palmeiras, agora bradava “um sufoco inacreditável! Impressionante o sufoco que toma o Palmeiras!”

Outra sequência de filme de terror: aos 25′, Thiago Martins tirou, de carrinho, um lançamento que deixaria Marco livre para finalizar de dentro da área. Aos 26′, chute de Lo Celso rente à trave esquerda palmeirense. 28′: Marco Ruben recebeu livre e chutou por cima do gol ao tentar encobrir Prass. Aos 30′, outra finalização de fora da área, de Cervi, que assustou.

Esta foi a tônica até o fim do tempo regulamentar. Literalmente. Aos 45′, nada menos do que sete jogadores do Rosario invadiram a área do Palmeiras, em um lance de bola rolando. Após uma cabeçada, Vitor Hugo dominou mal a bola, de forma que, por muito pouco, ela não bateu em sua mão.

Lucas, Rafael Marques, Dudu e Allione

Sem descanso aos 46′. Sem descanso aos 47′. Até que, nos exatos 48′ do segundo tempo, Aguirre Ávalo, em frente à área alviverde, pressionado por Gabriel Jesus e Allione, deixou a bola escapar para Lucas, que, de primeira, numa mistura de passe com desafogo, encontrou Rafael Marques.

À la Denilson contra a Turquia em 2002, Rafa arrastou quatro adversários pra correrem atrás da bola no corredor esquerdo do ataque palmeirense. Sua jogada, meio que por acaso, clareou totalmente o lado oposto do campo, onde Allione corria livre. Então, Marques acionou Dudu, que, de primeira, encontrou o argentino palmeirense.

Com uma frieza raramente antes vista em toda a história da humanidade, o camisa 20 dominou. “PRA FAZER!” Ameaçou um chute. “PRA FAZER!!”. Limpou o zagueiro. “PRA FAZER!!!” E finalizou, preciso, no canto esquerdo de Sebastián Sosa. “VAI FAZER!!!!”

Gol. Aleluia. (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)

“GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL DO PALMEIRAS! UM SUFOCO INACREDITÁVEL! UMA VITÓRIA HISTÓRICA DO PALMEIRAS NUM SEGUNDO TEMPO TODINHO DO ROSARIO CENTRAL!”

PRIETO, Nivaldo.

Os argentinos colocam a bola no centro de campo, dão um passe e o juiz apita: fim de jogo no Allianz Parque. Apesar das estatísticas surreais (O Rosario teve 65% de posse, 17 finalizações contra 10 do Palmeiras, 429 passes certos x 154 do Palmeiras, segundo o Footstats), a equipe de Marcelo Oliveira derrotou por 2 a 0 a equipe de Eduardo Coudet.

Desentendimento, ‘ameaça’ e expulsão: clima quente entre Coudet e Marcelo Oliveira

Logo depois do apito final, Marcelo Oliveira, sem entender, foi expulso pelo árbitro paraguaio Enrique Cáceres. Embora sua expulsão tenha se consumado no fim da partida, a confusão vinha da metade do segundo tempo.

Aos 20′ da segunda etapa, de maca, Thiago Santos deixava o gramado. Entretanto, o juiz não permitiu que o substituto, Arouca, entrasse em campo. Isso deixou Marcelo enfurecido, porque seu time estava com apenas 10 jogadores em campo enquanto tomava pressão dos adversários. Então, passou a gritar com o quarto árbitro.

Marcelo Oliveira x Eduardo Coudet (Foto: Cesar Greco / Fotoarena)

Eduardo Coudet achou que estava sendo ofendido por Marcelo e o clima esquentou. No fim do jogo, enfurecido por ter perdido, o ‘chacho’ se recusou a cumprimentar o colega brasileiro. Marcelo descreveu o episódio e revelou que, inclusive, sofreu uma ‘ameaça’ de Coudet:

 “Quando abordei o quarto árbitro para dizer que o Arouca precisava entrar, o técnico adversário começou a fazer gestos. Talvez tenha achado que eu estivesse falando com ele (…) Tentei cumprimentá-lo no final do jogo, mas ele não aceitou. Disse que ainda tem a partida na Argentina e que lá vai ficar ruim.”

O reencontro acabou não acontecendo, porque Marcelo Oliveira foi demitido antes disso. Quem viajou para Rosario foi Cuca, que conseguiu um empate por 3×3 em um jogo também épico, com drama e expulsão.

Hoje, às 21h30, será Luxemburgo que enfrentará Coudet no Allianz Parque. Quais surpresas o destino guarda para a volta do argentino ao estádio palmeirense?

Coudet já havia visitado o Palestra Itália em 2006, também pelo Rosario Central, mas como jogador (Foto: MAURICIO LIMA/AFP via Getty Images)

Confira os melhores momentos da primeira e única vez que o Palmeiras recebeu Eduardo Coudet no Allianz Parque:

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