Zé Roberto exclusivo: ‘Trazer o Palmeiras para o protagonismo no fim da minha carreira é muito positivo’
(Fotos: Edu Santana/Divulgação)
Zé Roberto atuou pelo Palmeiras durante três anos e há um ano e meio é assessor técnico do clube. A impressão, porém, é que ele vive isso há muito mais tempo. Ídolo da garotada, Zé participou do evento de lançamento da quinta unidade da escolinha oficial no bairro da Pompeia, próximo do Allianz Parque.
Durante o evento, conheceu um a um os alunos, tirou foto com os pais, distribuiu autógrafos e reservou um tempo para falar com o NOSSO PALESTRA. Próximo de completar 45 anos – faz aniversário em 6 de julho – ele vê como encerramento perfeito da carreira terminar como um dos responsáveis por recolocar o clube no caminho dos títulos e ser um dos líderes.
"Trazer o Palmeiras para o protagonismo, isso para mim, no fim da minha carreira, tem um conteúdo muito positivo. Isso faz entender que em uma carreira verdadeira e positiva, não interessa como você começa, mas como termina. Terminar a minha carreira vestindo a camisa do Palmeiras e deixando um legado, vai ter efeito em crianças que têm um sonho de ser alguém na vida, independentemente se for jogador ou não, mas de poder agregar algo em suas vidas", afirmou Zé Roberto.
Responsável pela preleção famosa no primeiro jogo oficial de 2015 contra o Osasco Audax, Zé vê aquilo como ponto de partida para a mudança de cenário no Palmeiras.
"Sempre tive muita fé e acreditei em um trabalho que pudesse surtir efeito. Quando eu cheguei no Palmeiras, o momento em que o clube estava, quase foi para a Série B em 2014, permaneceu, mas o Paulo Nobre, na época, teve a ideia de mudanças. Claro que o projeto dele era colocar o Palmeiras no lugar em que não deveria ter saído, que era o protagonismo, conquistas. Naquele processo de reformulação veio com uma nova diretoria, nova filosofia. Dizer que o Palmeiras é grande naquela época, mesmo o Palmeiras vivendo momento difícil é ter a mentalidade de liderança porque o verdadeiro líder faz pessoas comuns alcançarem resultados extraordinários. Então, foi juntar um time de pessoas comuns que tinha a mentalidade de alcançar resultados extraordinários. Quais foram os resultados? Ser tricampeão da Copa do Brasil, depois de 22 anos voltar a ter uma conquista de expressão como o Brasileiro, no ano seguinte vice e em 2018 ser campeão de novo", comenta Zé.
Zé Roberto ergueu o troféu de campeão da Copa do Brasil, em 2015, e teve participação importante na campanha do outro título nacional, no ano seguinte. Ele encerrou a carreira no fim de 2017, aos 43 anos. Desde então, ocupa cargo no clube.
‘O verdadeiro líder faz pessoas comuns alcançarem resultados extraordinários’
Bate-Bola com Zé Roberto:
Quando você vê o Palmeiras acumulando resultados positivos, chega a pensar que dava para esticar um pouco mais a carreira para viver isso no campo?
Projetei o final da minha carreira. Achei que com 43 anos foi o suficiente e no Palmeiras conquistei título importantes e finalizar minha carreira em um lugar com a grandeza de um clube como o Palmeiras e com aquele discurso lá atrás é motivo de muita alegria e uma honra.
O segundo semestre será pesado com a disputa de três torneios e mata-matas importantes…
Segundo semestre vai ser o período mais importante para o clube, porque quando chega nessa fase de mata-mata te dá a chance de seguir em busca do maior objetivo. Momento é muito bom, 32 jogos de invencibilidade no Brasileiro e, claro, isso vai coroar com conquista. Estamos no caminho certo e esperamos seguir assim até o fim da temporada.
Você é uma referência para a garotada e os resultados na base incentivam para quem está começando. A mudança no profissional também passou pela base.
Quando o Palmeiras veio com essa filosofia de implementar isso, desde 2015. A gente viu que reformulou a base e veio com a mentalidade do profissional. Hoje você vê os resultados. Nos últimos três anos, o Palmeiras é quem mais cede jogadores para a Seleção. Nos últimos dois anos é quem mais tem vencido campeonatos como sub-13, 15, 17 e 20. E agora bicampeão mundial no sub-17. Mostra a diferença do que tem sido feito na base, tudo reflexo do profissional. É espelho de uma boa organização.