Arquivos tag-Aeroporco - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-aeroporco/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Wed, 24 Oct 2018 13:10:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Francisco filho do Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/os-dois-franciscos-filhos-do-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/os-dois-franciscos-filhos-do-palmeiras/#respond Wed, 24 Oct 2018 13:10:48 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/10/24/os-dois-franciscos-filhos-do-palmeiras/

Janaína é do samba. Júnior é do Palmeiras desde o berço na Barra Funda. Cresceu no Jaraguá querendo ser da Mancha. Hoje é da bateria Puro Balanço da escola. O samba os uniu. O Palmeiras os abençoou. Ela contou que estava grávida de Francisco ao Júnior na quadra da Mancha que meio que já sabia […]

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Janaína é do samba. Júnior é do Palmeiras desde o berço na Barra Funda. Cresceu no Jaraguá querendo ser da Mancha. Hoje é da bateria Puro Balanço da escola.

O samba os uniu. O Palmeiras os abençoou. Ela contou que estava grávida de Francisco ao Júnior na quadra da Mancha que meio que já sabia da criança e parou o ensaio só pra ver o amor chegar. Janaína deu os sapatinhos de bebê pro pai lá no meio da escola. Lá fizeram o churrasco de primeiro aniversário do nenê, em agosto de 2018. Lá também o Francisco aprendeu a primeira palavra que falou. Não é papai, não é mamãe. É “Palmeeeeeeeeeeiras” como entoa a que canta e vibra na arquibancada naquele mantra que a Mancha encanta.

Tão Palmeiras é o menino como o pai que ele resolveu nascer logo no Choque-Rei do BR-17 no Allianz Parque. Aquele de mais uma virada. 4 a 2. O do golaço do Willian. Um chute mais certeiro do que ele deve ter dado na bolsa da mãe que estourou horas antes do clássico.

  • A minha mulher sentiu as dores do parto pela manhã. Fomos pra maternidade. E bateu o desespero. Eu iria ter meu filho. Mas também bateu o desespero de que eu iria perder o clássico. Então os médicos liberaram pra voltar pra casa depois de horas. Joguei minha mulher dentro do carro, acelerei! Quase que ela tem o nenê ali dentro de tanto que corri! Eu a deixei em casa e saí voando pro Allianz Parque. Ganhamos. Voltei pra casa. Na madrugada voltamos pra maternidade. E nada. Outra vez pra casa até que o bebê estava com risco de morte. Voltamos pra maternidade. E ele nasceu de cesariana. Graças a Deus deu tudo certo.

E desde então o menino vive do Palmeiras, da Mancha e do samba. Fala a mãe:

  • Ele não fala ainda. Só “Palmeiras”. E fala mesmo cantando. Não pode ver um objeto que já sai batucando. Fazendo barulho. Cantando Palmeiras com um aninho.

A mãe queria ter anunciado o bebê pro Júnior no dia do título de 2016. Acabou sendo na Mancha. Onde tudo começou pro pai e pra eles.

  • Quero passar pro meu filho o mesmo amor que o seu pai te passou, Mauro. Quando eu estiver lá no céu com o seu, eu quero que meu Francisco lembre sempre o nosso Palmeiras.

Ele vai, Júnior. Sem conhecer a história dele eu já sabia. O seu filho é o que você ergueu como troféu no Aeroporco na foto do César Greco. Quem eu disse que nunca esqueceria esse dia. Não só por ser filho da música que faz novos rebentos com os talentos genéticos. Como o nosso Simoninha que é de Simonal mas é mais Palmeiras. Como o filho do Júnior que já viu a luz e sente o som do que é ser o que somos: Palmeeeeeeeeeiras.

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É proibido parar, Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/e-proibido-parar-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/e-proibido-parar-palmeiras/#respond Tue, 23 Oct 2018 17:29:44 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/10/23/e-proibido-parar-palmeiras/

Na placa, ao fundo, na fotaça do @cesar_greco, está o sinal de que “é proibido parar”. E é mesmo. Isso não pode parar. Até porque nem começou ainda. Não só a festa de fé. Mas a profissão de fé do menino que mal sabe falar. Mas sabe Palmeiras. Ele não tem idade para lembrar o […]

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Na placa, ao fundo, na fotaça do @cesar_greco, está o sinal de que “é proibido parar”. E é mesmo. Isso não pode parar. Até porque nem começou ainda. Não só a festa de fé. Mas a profissão de fé do menino que mal sabe falar. Mas sabe Palmeiras. Ele não tem idade para lembrar o que aconteceu antes do jogo. Mas vai até a eternidade lembrar sem saber toda a luz que viu, todo calor que sentiu, todo o amor do pai que o ergueu como troféu. Porque é mesmo prêmio para celebrar a felicidade de fazer nossa a alegria de família que é ser Palmeiras. Claro que importa o que será na Bombonera. Mas já teve vencedor em campo. O pai que levantou a prole para guardar na memória o que quem tem P no peito. É proibido parar. Mesmo assim a gente parou a rua. É proibido parar, pai. A vida já começou para mais um coração que vai sair pela boca em Buenos Aires. Mas nós, não.

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Vamos, Palmeiras, o nosso veículo https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/vamos-pal/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/vamos-pal/#respond Tue, 23 Oct 2018 03:13:54 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/10/23/vamos-pal/

É o ônibus levando o Palmeiras. Mas eles foram mesmo de avião pra Buenos Aires. Como voltaram de trem da Guanabara na Copa Rio e desfilaram de caminhão pelas lotadas ruas paulistanas em 1951. É você que vai de metrô pro Allianz Parque. A pé pro Pacaembu. De qualquer jeito. Mas vai. Vamos. Fazendo festa. […]

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É o ônibus levando o Palmeiras. Mas eles foram mesmo de avião pra Buenos Aires. Como voltaram de trem da Guanabara na Copa Rio e desfilaram de caminhão pelas lotadas ruas paulistanas em 1951. É você que vai de metrô pro Allianz Parque. A pé pro Pacaembu. De qualquer jeito. Mas vai. Vamos. Fazendo festa. Fazendo fé. Fazendo mais fãs. Fazendo o que fizemos desde a primeira noite de fundação, em 1914. Um encontro de amigos. Uma luz na escuridão. Uma esperança de dias melhores. E eles são como essa noite. Inesquecível.

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VÍDEO: Torcida do Palmeiras faz festa no “aeroporco” antes do embarque da equipe para a Argentina https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/video-torcida-do-palmeiras-faz-festa-no-aeroporto-antes-do-embarque-do-time-para-enfrentar-o-boca/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/video-torcida-do-palmeiras-faz-festa-no-aeroporto-antes-do-embarque-do-time-para-enfrentar-o-boca/#respond Mon, 22 Oct 2018 23:00:14 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/10/22/video-torcida-do-palmeiras-faz-festa-no-aeroporto-antes-do-embarque-do-time-para-enfrentar-o-boca/

(Foto: Reprodução) O Palmeiras enfrenta o Boca Juniors na próxima quarta-feira (24), no Estádio La Bombonera, em Buenos Aires-ARG, duelo válido pelo jogo de ida das semifinais da Copa Libertadores da América. O confronto de volta será na quarta da semana que vem, dia 31, no Allianz Parque. RelacionadasPalmeiras treina para enfrentar Internacional, e Ríos […]

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(Foto: Reprodução)

O Palmeiras enfrenta o Boca Juniors na próxima quarta-feira (24), no Estádio La Bombonera, em Buenos Aires-ARG, duelo válido pelo jogo de ida das semifinais da Copa Libertadores da América. O confronto de volta será na quarta da semana que vem, dia 31, no Allianz Parque.

O Verdão embarcou para a Argentina na noite desta segunda (22) e a torcida alviverde fez uma grande festa no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, incentivando para o duelo decisivo pelo torneio continental.

Os jogadores do Palmeiras foram recebidos com muita festa e os torcedores levaram bandeiras e sinalizadores, criando um verdadeiro clima de final.

VEJA ALGUMAS IMAGENS DA FESTA DA TORCIDA:

  • Imagens: Palmeiras, Rodrigo Fragoso, Bruno Calió, Esporte Interativo, ESPN e Reprodução*

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Atlético Mineiro 1 x 1 Palmeiras, 35a. rodada do BR-16 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/atletico-mineiro-1-x-1-palmeiras-br-16/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/atletico-mineiro-1-x-1-palmeiras-br-16/#respond Thu, 16 Nov 2017 12:39:10 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/11/16/atletico-mineiro-1-x-1-palmeiras-br-16/

Vocês ouviram isso durante todo o returno do BR-16:   – Ah, mas em 2009, o Palmeiras era líder e daí…   RelacionadasEspecialista em futebol italiano avalia Felipe Anderson no Palmeiras: ‘Melhor fase da carreira’Abel Ferreira fala sobre possibilidade de tricampeonato brasileiro do Palmeiras: ‘Vamos defender o que é nosso’Viciado em vencer! Abel iguala Brandão […]

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Vocês ouviram isso durante todo o returno do BR-16:

 

– Ah, mas em 2009, o Palmeiras era líder e daí…

 

E daí digo eu! Ou melhor, não digo. Conto. 1960. Taça Brasil. Palmeiras 8 x 2 Fortaleza. A maior goleada da história das decisões nacionais.

 

– Ah, mas em 2009 perdeu titulares e daí…

 

E daí conto eu. 1967. Primeiro Robertão. Líder da fase inicial. Campeão no quadrangular final. No jogo decisivo, em 20 minutos César cessou a discussão. 2 a 1 no Grêmio.

 

– Ah, mas como é que pode ganhar dois títulos brasileiros em um ano? Em 2009 o…

 

Podendo. Tendo poder. Sendo Palmeiras. A Argentina tinha campeão do Apertura e Clausura no mesmo ano. O Flamengo ganhou dois estaduais em 1979. Teve dois Mundiais de Clubes em 2000. E teve dois campeões brasileiros também em 1968. Mas, em 1967, só nós. Depois do Robertão, na decisão da Taça Brasil ganhamos do Náutico no Recife e perdemos a volta no Pacaembu – sem Ademir. No Maracanã, em campo neutro, mais uma vez festa nossa. 2 a 0. Gol de Ademir da Guia em lua de mel. Ele passou a noite de núpcias com o César Maluco…

 

– Ah, mas em 2009 o Flamengo chegou atropelando e…

 

E em 1969 o Palmeiras chegou a precisar ganhar quase todos os jogos para se classificar. Atropelou. E foi campeão de novo do Robertão, vencendo o Botafogo por 3 a 1.

 

– Ah, mas o time não tá jogando tão bem agora e o Gabriel Jesus não faz mais gol e em 2009…

 

E em 1972 e em 1973 foi bicampeão brasileiro sem fazer gol. Zero a zero contra o Botafogo no Morumbi, zero a zero contra o São Paulo também lá. Academia de bola educa, ensina e doutrina.

 

– Ah, mas só ganhou título depois com a Parmalat e em 2009…

 

E como ganhou com a irmã de leite. 1993 contra o Vitória. Bi em 1994 contra o Corinthians. Quando o Palmeiras deixou de ser campeão, o Brasil parou de ganhar Copa. Quando o Palmeiras voltou a ganhar tudo, teve dois titulares campeões mundiais em 1994. E tinha mais craque para ser tetra.

 

– Ah, mas não ganha nada desde então e em 2009…

 

E ainda assim é o maior campeão nacional.

 

– Ah, mas não tem Mundial e em 2009 a diferença…

 

Continua a mesma. Vão lembrar 2009. E esquecer 1994, 1993, 1973, 1972, 1969, 1967 duas vezes, 1960.

 

– Ah, mas foi por fax e em 2009…

 

É fato. Foi campeão. Como na Copa Rio de 1951. Em 1960 do único torneio nacional que existia – e que alguns rivais jamais jogaram por não serem campeões na era de ouro do futebol. Em 1967 ganhou tudo. Em 1969 ganhou o único torneio nacional que existia – semelhante ao Brasileiro a partir de 1971. Palmeiras campeão de torneios disputados pelos atletas tricampeões do mundo em 1958, 1962 e 1970. Os melhores da história.

– Ah, mas em 2009…

Em 2009 o maior campeão nacional não tinha tanto time, elenco e tinha mais desfalques. Não tinha times tão bons como os Palmeiras campeões.

 

– Ah, mas em 2009…

 

O Flamengo foi hexacampeão. Emocionante. Mas se toda hora você citar 2009, lembre outros oito anos. Ou sete, que foram dois títulos em 1967. E se você for jornalista, troque a manchete e o título. Em vez de lembrar a derrocada em 2009, lembre que você precisa procurar saber um pouco mais a história do futebol. Logo, muito mais da galeria de troféus do Palmeiras.

 

– Ah, mas o Flamengo fez primeiro a AeroFla em 2016…

 

De fato foram lindas as festas rubro-negras em aeroportos. Mas tão emocionante e participativa como a de 15 de novembro em Congonhas, dia dos 121 anos do Flamengo, poucas vezes se viu em qualquer cidade. As ruas de São Paulo foram trocando nos últimos dias o cinza pelo verde do stencil “Ai ai ai, tá chegando a hora”, com o nosso escudo sempre acima. É o começo do cântico famoso há mais de 40 anos nos estádios brasileiros. A versão da mexicana “Cielito Lindo”. Pelo menos uma coisa legal lembramos dos mexicanos em estádios sem ser a bobagem do grito estúpido para o goleiro adversário nos tiros de meta.

 

 

Mas eu confesso que não gostei muito dessa campanha que pegou bonito na torcida e nas ruas. Coisa de palmeirense ressabiado, ou palmeirense-palmeirense. Sigo batendo na madeira ou na minha cara três vezes quando algum rival vem falar que já ganhamos. Se tem um time capaz de perder esse Brasileiro é o Palmeiras dos últimos anos. Mas claro que, este ano, e nos oito em que ninguém ganhou mais que a gente, só o Palmeiras para ser campeão tão capaz assim para ser o melhor.

 

Mas, sei lá. Quem se acha se perde. Melhor seguir confiantemente desconfiado. Ou palestrinamente palmeirense. Ainda mais quando lembro a semifinal do Paulista de 1978. 12 da prorrogação no Morumbi. A nossa torcida gritando o mesmo AI, AI, AI, AI, TÁ CHEGANDO A HORA… do gol de nuca do Chulapa que nos eliminou do Paulista… Não grito gol antes. Não celebro título antes. Aliás, na volta olímpica eu ainda olho meio desconfiado. Vai que o STJD nos tira ponto pela festa… Deixo pros outros esse cheirinho, esse canto de campeão que volta, esse “contra tudo e contra todos”.

 

Na antevéspera do jogo em Minas contra o Atlético, eu “temia” que o tribunal tirasse 10 voos do Palmeiras pelo sinalizador aceso dentro do aeroporto de Congonhas. Um absurdo, tanto quanto algumas cadeiras quebradas. Mas foi mesmo uma festa absurda de alegre no AeroPorco paulistano. Mais uma vez. Lembro quando paramos até a Rubem Berta, em 9 de dezembro de 1979, recebendo a delegação que vencera o Flamengo de Zico por 4 a 1, no Maracanã. A gente ainda não assumira o porco. Mas o Aeroperiquito era nosso.

 

Agora, o Aeroporco-16 foi sensacional. A emoção do elenco vendo o saguão lotado e cantando o hino junto com o Moisés, Vitor Hugo, Egídio e o elenco.

As imagens e mensagens deles nas redes sociais:

 

#quetorcidaéessa defesa que ninguém passa… linha atacante de raça… TORCIDA que canta e vibra!!! Vamos que vamos!!! #AeroPorco. Alecsandro publicou. “Como não cantar com vcs? Impossivel! PALMEIRASSSS AVANTI PALESTRAAAA”, foi a emoção de Moisés. “Sensação mais forte do que as coisas materiais podem nos dar são essas… As humanas, o amor, a fidelidade, a união e a força, de milhões de corações colocados em um propósito somente… #Torcida_que_canta_e_vibra #AvantiPalmeiras #ZR11 #ForzaPalestra, derreteu-se Zé Roberto.

 

 

De chorar. Na mesma semana em que o maior avião do mundo pousara em Cumbica, o Antonov russo, só ele talvez comportasse a festa nem sempre comportada dos palmeirenses. Como disse meu amigo Claudio de Estefano, o naming-rights do colosso aéreo deveria ser Paulonov. Ou Porconov. Ou Air Pork 3. Já que o 1 estava em Lima para de novo resgatar Gabriel Jesus na Seleção e trazê-lo na véspera do clássico com o Galo para BH. Na madrugada de quarta, o menino marcou como gente grande o primeiro dos 2 a 0 contra o Peru. Sexta vitória seguida desde a estreia dele e de Tite pelo Brasil. Cinco gols em seis jogos. Artilheiro do time nas Eliminatórias.

 

A história de sempre: quando o Palmeiras está bem, o Brasil melhora. Ficamos 16 anos sem títulos. O Brasil, 24. Voltamos a ganhar tudo em 1993? A Seleção foi tetra em 1994. Ano do nosso último título brasileiro. Na Era de Ouro do tri mundial, de 1958 a 1974, quem mais venceu títulos nacionais de todos os torneios possíveis?

 

Também por isso o Palmeiras de 2016 pode ser comparado ao Brasil de 1994. O time de Romário e Bebeto (e dos nossos titulares Zinho e Mazinho) tinha fila de 24 anos sem Mundiais. Jogava o “suficiente” para ser campeão. Era o tal “saco de cimento” nas costas que Cuca enxergava no Palmeiras da reta final. O time jogava para ganhar o Brasileiro de qualquer jeito pela primeira vez em 21 anos. Até sem muito jeito. Ou sem a mesma bela bola da fase inicial.

 

Nem a Copa do Brasil de 2015 aliviava esse fardo. Até por gente da imprensa criticar o futebol do time e o nível do campeonato como se todos os males do Brasil fossem responsabilidade nossa. Não era a Primeira Academia e nem a Segunda. Não tinha os craques da Via Láctea da Parmalat. Mas era o líder havia 25 rodadas e com seis pontos de vantagem que entrou em campo no Horto contra um rival que desde 2011 o Palmeiras não conseguia vencer. Um Galo que vive seus anos mais vencedores desde a emocionante Libertadores conquistada pelo Galo Doido de… Cuca, em 2013. Nosso Mestre Cuca que mandou a campo no retorno ao Horto um Palmeiras sem os lesionados Mina e Zé Roberto.

 

Thiago Santos entrou para ajudar também na bateria antiaérea contra um rival poderoso, de grande elenco, e atuando no Horto. Onde Cuca orquestrou milagres com um time que, como o Porco Louco, também começava em cima. E repetiu agora. Luan quase fez 1 a 0 de cabeça, nas costas de Egídio. Moisés respondeu com uma paulada de canhota. Gabriel Jesus e Leandro Donizete se estranharam logo no começo, e seria assim até o final. Quando o volante entrou por cima da bola e quase amputou Tchê do Tchê. Mas ele é único. Ou são vários em campo. Tchê Tchê Tchê Tchê! Que jogador! Ou que jogadores num só. Não tem quem o machuque.

 

Teve um gol bem anulado de Robinho, em impedimento, depois de bola carambolada que bateu na trave de Jailson. Teria um pênalti para nós em bola na mão bem discutível no segundo tempo. Mas a arbitragem não foi exatamente mal ou erradamente ruim. Tem sido assim neste e em muitos campeonatos. Não tem esquema, apesar do chororô dos rivais. O líder, qualquer um, na maioria das vezes tem quase tudo de melhor. Incluindo a arbitragem, com saldo positivo de erros – não esquema. Embora o nosso início de Brasileiro tenha sido com muito mais erros contrários. Erros. Não esquemas.

 

Era um jogo muito nervoso. Na Vila, aos 15 da nossa partida que começou 21h, o Santos fez 3 a 1 no Vitória, de um jogo que começara 19h30. Robinho fazia a diferença em Belo Horizonte. O Galo estava melhor. O Vitória fez 3 a 2 em Santos. Precisava do empate para nos deixar mais tranquilos. Mas a boa nova veio com Gabriel. Jesus rodopiou bonito no meio-campo e abriu para Dudu na direita, no lugar onde estaria Róger Guedes. O trio de ataque, além de ótimo, se mexe muito. O sete avançou e lançou bola de bilhar para Jesus dividir com o xará atleticano Gabriel. O chute teve desvio que tirou Victor do lance. Zagueiro e goleiro estatelados. A estrela de Jesus voltou a brilhar depois de oito jogos sem gols pelo Palmeiras. Desde aquele que nos manteve na liderança contra o Flamengo. Desde este que o fez chorar na celebração.

 

“As pessoas falam que sou chorão, mas pô, quem não é movido a emoções? Quem não chora? Acontece. As pessoas têm de ver o meu lado, porque tenho 19 anos e estou tendo muitas oportunidades. São meus últimos jogos pelo Palmeiras, minha vida vai mudar completamente. Não só a minha, mas a da minha família. Fiquei emocionado pelo gol porque estava precisando, não só eu, mas a equipe. Estou emocionado por serem os meus últimos jogos com essa camisa que aprendi a amar tanto”.

 

“Aí, Jesus chorou.” A música dos Racionais MC´s que meus filhos curtem. Sei que o Mano Brown é Santos, mas ali não tinha como não ser Palmeiras. Fala, Cuca:

“Saiu um peso, uma cobrança até excessiva que existe em cima do menino. Ele jogou até duas horas da manhã lá no Peru na quarta-feira, viajou para cá, se doa, se aplica, se emociona, como se emocionou no gol. Acho que o torcedor palmeirense tem de valorizar, e muito, esse menino. Eu não sei se eu, na situação que ele está, teria tanto amor por um clube como ele está mostrando ter pelo Palmeiras. Campeão olímpico, na Seleção, vendido para um dos maiores clubes do mundo, e se dedicando na busca pela conquista do campeonato”.

Gabriel. 19 de vida, parece de bola. Oito jogos sem marcar pelo líder há 26 rodadas, quase no mesmo período em que marcou cinco em seis jogos da Seleção verde-amarela.

“Diz que homem não chora/ Tá bom, falou/ Não vai pra grupo irmão/ Aí, Jesus chorou”, disseram os Racionais – e também os emocionais do Palmeiras. Eram 21h27 de 17 de novembro. 26min07s no Independência. Talvez a bola dele não entrasse não fosse o desvio do xará. Mas é coisa de predestinado. Jogador e time. É sorte de líder. Para não falar de…

“Amo minha raça, luto pela cor/ O que quer que eu faça é por nós, por amor/ Não entende o que eu sou, não entende o que eu faço/ Não entende a dor e as lágrimas do palhaço”. Gabriel saiu para o abraço e caiu no choro. Não é dor, amor. É amor, dor. Gol decisivo é com ele. Gol é com ele. Ele não é da paulada. Ele é da jogada. Joga o jogo, menino. Responde pela bola, não pela boca. Mas pode abrir o bico quando ela entra.

O Galo seguiu bem. Robinho e Dudu se estranharam. O Palmeiras não conseguia segurar a bola na frente. Impressiona no time de Cuca é que quando ele jogou bonito (e parte da imprensa estava vendo outro campeonato) ele ganhou muito bem. No returno, jogando menos, e muito menos “bonito”, ele não perde. É a diferença.

Com 18 segundos Tchê Tchê quase acabou com o campeonato, no segundo tempo. O Galo voltou igual. Na primeira bola para Pratto, aos 13, ele se antecipou a Egídio e empatou. Cuca mudou tudo. Voltou a usar três zagueiros. Avançou de vez o múltiplo Jean, e plantou a trinca defensiva também para conter a força aérea mineira com Fred e Pratto, e fez mais uma vez com Edu Dracena (ótimo substituto de Mina) um dique por baixo e por cima.

Moisés e Jean só não fizeram golaços de primeira por milagres de Victor. O Galo chegou menos. Mas quando apareceu, Jailson! Já foi? Vítor Hugo teve a cabeçada do jogo aos 47. Subiu de novo mais que todos. Mas pela primeira vez apareceu sozinho sem ninguém para acompanhar. Era a vitória física e anímica do Palmeiras que celebrou um empate-goleada.

“Lágrimas/ Molha a medalha de um vencedor/ Chora agora, ri depois/ Aí, Jesus chorou/ Lágrimas”. Brown, Mano, em 2002. Ou Jesus, Gabriel, em 2016. É uma canção de 2002. Do disco “Nada como um dia após o outro dia”. Isso mesmo. Daquele ano em que caímos para este outro Palmeiras. Ou o de sempre.

No mesmo 17 de novembro em que o vice-líder Santos venceu o mesmo Vitória que rebaixou o Palmeiras em 2002. No mesmo 17 de novembro de 2016 em que o Palmeiras empatou em Minas, ficando a quatro pontos do rival. Conseguindo a chance real de ser campeão na rodada seguinte, se vencesse o Botafogo em casa, se o Cruzeiro vencesse o Santos em Minas, se o Flamengo não vencesse o Coritiba, no Rio.

Se tudo acontecer, aí Jesus chora. Ele e seus discípulos.

 

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É Palmeiras e + 11 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/e-palmeiras-e-11/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/e-palmeiras-e-11/#respond Thu, 09 Nov 2017 12:29:07 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/11/09/e-palmeiras-e-11/

  Olha a foto. Dia 15 fará um ano. Data da proclamação da República do Aeroporco do Palmeiras antes do empate em Minas contra o Atlético. RelacionadasBreno Lopes fecha com Fortaleza e deixa PalmeirasPalmeiras tem Allianz Parque como trunfo para buscar título do Paulistão contra SantosAusência contra Internacional, Breno Lopes não faz parte dos planos […]

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Olha a foto. Dia 15 fará um ano. Data da proclamação da República do Aeroporco do Palmeiras antes do empate em Minas contra o Atlético.

Aqui você não vai olhar a foto das mensagens pichadas e não pensadas na Palestra Italia, nos muros do clube, depois de mais uma derrota na Bahia. Aquelas de sempre: se o time ganha os jogos que poderia ter vencido contra Cruzeiro e Corinthians, e não perdido por W.O. contra o Vitória, era um “time de guerreiros”. Como não foi, e perdeu feio no Barradão, e se perdeu também pelo primeiro erro de arbitragem em Itaquera (mas não só por isso), virou “time sem vergonha”, “bando de pipoqueiro”, e a ladainha usual de derrotas. Das compreensíveis como as limitações de Egídio e Juninho, às difíceis de entender, como a fase de Dudu e Moisés.

O que precisa ser feito hoje, amanhã, e no domingo contra o Flamengo, é o que fizemos naquele 15 de novembro em Congonhas. E outras tantas vezes. O que os rivais de domingo passado fizeram na véspera do Derby. O que os vizinhos de muro na Academia fizeram com o elenco deles no dia do San-São, antes de chegar ao Pacaembu. Abraçar o time, pegar no colo o elenco, fazer cafuné nos jogadores, apaziguar os ânimos, botar fé no pé, vestir a camisa como quem sempre veste a camisa.

Deu mais do que certo em 2016. Deu certo para os rivais recentemente. Sempre por amor e não pelo terror. Se dói e até dá raiva, tenhamos dó. Chutemos o balde de casa, gritemos até sangrar a garganta, tiremos o nó do nosso peito. Mas com respeito. Sem despeito. Com responsabilidade sem dar tapa na cara de palmeirense. Sem arrancar do fígado o fiasco que nos ferrou. Como fomos buscar a virada contra o Peñarol, os empates contra o Cruzeiro. A torcida foi show no Allianz Parque. Precisa continuar assim em todo lugar.

Não é “Felipe Melo e mais 10” como o imbecil pintou no muro do clube – e seria idiota sem responsabilidade se escrevesse Divino, Palestra ou Te Amo, Nonna. Não seria nem Ademir da Guia ou São Marcos e mais milhões. É Palmeiras + 11. O time voltou a cair horroroso. É muito pouco o que jogamos e ainda menos o que conquistamos em 2017. Mas partir pra ignorância só vai nos partir ainda mais. Só vai nos tirar o foco e o fogo em 2018.

Paz aos palmeirenses de boa vontade. E, também, um pouco mais de vontade aos homens do Palmeiras.

(PS: reiterando: “fazer cafuné” não é literal. O tom do texto é pra impedir violência e virulência. Chamar alguém de Zé Ruela não funciona. Pode e deve cobrar. Como aqui está cobrado. Com equilíbrio. Apenas isso. Com respeito. É tudo isso)

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