Costumo tratar o talento juvenil como um futuro inevitável. Eles podem até demorar, mas acontecem. Invariavelmente, acontecem. Nem todos se tornam os fenômenos que imaginamos quando moleques, mas aquela porcentagem que prospera em seu máximo talento, ela é completamente fascinante.
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Esse aí da foto é muito jovem, mal chegou aos 16, mas eu já não me permito duvidar a respeito do que fará. Imune à pressão, já jogou em todas as categorias de base, e sempre é implacável, incontestável e inevitável. Você até pode ter e receio, mas ele decide, sorri e faz uma molecagem para lembrar que tem idade pra brincar no quintal.
Sua entrevista pós título, com o gol da vitória, foi falando sobre relevância nacional, sobre ter respeito do país todo e sobre sorrir envergonhado por ter deslizado numa piadinha de quinta série. A pessoa jurídica de fenômeno mundial, e a pessoa física uma criança que pode fazer uma zoerinha digna das escadaria de um colégio em horário de intervalo. Nem ele sabe bem quem é e o peso que (não) carrega.
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Eu até tento dimensionar e evitar os elogios, bem como a minha empolgação em vê-lo nos grandes palcos. Reduzo a velocidade na minha pressa em usar seu número e nome nas minhas camisas, mas nem o mais pessimista e controlado torcedor é capaz de evitar sua ascensão. Eu, depois de hoje, desisti de tentar. Viverei a realidade de um craque(zinho).
E tomara que possamos curtir a fase pelo maior tempo possível. Até os 18, aos 19? Não sei, duvido que dure, mas agora é celebrar sua presença com nossas cores. Talvez minha geração não veja outro desses aparecer, não deve dar tempo, mas está acontecendo. Bem aqui. Bem agora. Ele nem sabe, a gente suspeita, mas no futuro vamos lembrar com carinho do começo dessa trajetória.
Endrick é inevitável.
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