Ao menos nos últimos 5 anos, o Palmeiras se notabilizou por ser um clube comprador, de postura ativa no mercado. Dono de um estilo quase selvagem, tamanha a agressividade com relação ao universo das contratações, o alviverde pouco se utilizou daqueles que surgiram em seu quintal.
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Proeminente na captura dos destaques que o Brasil foi produzindo ano a ano, o Palmeiras alimentava seus elencos com quem fazia bons jogos por rivais e vizinhos. Exemplos não faltam. Carlos Eduardo e Rony talvez sejam os mais simbólicos. Além de Borja, que era uma situação especial, mas com um desfecho infeliz.
Em 2020, o Palmeiras, à fórceps, entendeu que seus garotos não haviam vencido tantas vezes e tantos campeonatos por circustância. Eles, os campeões, forçaram a promoção, cavaram o espaço e empurraram garganta abaixo do comprador que o futuro pertencia a eles. E assim aconteceu. Tem acontecido. E, acredite, vai acontecer muito mais.
Hoje, Veron comprovou que não se espera dele tanto sucesso por ilusão divina. Com o perdão do infame trocadilho de Ademir. A chegada de seu primeiro contrato profissional o forçou a uma transição física alongada – com eufemismo, mas sua entrada no campeonato pode mudar absolutamente o desempenho do sofrido ataque de Luxemburgo.
Menino e PK são realidades. Da mesma terra que formou Danilo, o estreante deste domingo. E que parece ter entrado no campinho da esquina. Calma, paciência, controle e consciência. Não é mais uma terra arenosa para os garotos, o profissional. Já tem trilha pra seguir. Alguém já circulou por ali. Não estranhe que o chão de giz fique ainda mais marcado.
O Palmeiras precisa se assumir, de vez, como formador. Que tem Esteves pra vaga de Diogo, que vai embora. Que tem Alan, que não deveria ter saído. Que tem Gabriel Silva, na escola de Gabriéis. Forma-se uma cultura que o clube não teve em décadas – para não dizer séculos. Tem de usar. Tem de se orgulhar por ter.
O Palmeiras é dos moleques. O raio cai duas vezes, e cai esverdeado.
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