Maria Inês, seu pai Abel disse que você sentiu demais quando ele foi trabalhar na Grécia – e mais ainda quando emendou o Brasil, na sequência.
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E que ele só aceitou continuar no Palmeiras quando acertou que você, sua irmã e sua mãe irão morar em São Paulo. Para ele manter mais próxima a família mais importante dele. A de vocês. A que está sempre acima das outras famílias do Abel: a dos jogadores. A dos palmeirenses.
Conheço alguns portugueses que têm uma família na terrinha e outra aqui. De outros países também. Algumas que não se conhecem. E, quando sabem, melhor que não soubessem. É uma outra história. E geografia.
Mas, no caso do seu pai, é uma belíssima história de amor. Aquela que, como ele disse depois de chegar à nona decisão em um ano e meio, não precisa explicar para quem é palmeirense; e, para quem não é, o meu pai, Maria Inês, já disse ser impossível.
Toda a paixão e orgulho que tenho pelo meu time vem do meu pai. Tudo que tenho vem dele e da minha mãe.
Imagine a emoção e felicidade quando, pela segunda vez, o seu pai fala a frase famosa do meu pai e o sentimento tão comum a todos os pais do Palestra.
Eu que algumas vezes na vida não optei por trabalhos melhores e mais bem pagos exatamente pela saudade que teria da família sendo obrigado a morar em outro Estado ou em outro país, imagino os sacrifícios pelos quais vocês passaram.
Agora isso vai acabar. Venha logo, Maria Inês. Venha sentir como é desnecessário todo este texto.
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