O Galo jogou muito como o time de Cuca multicampeão de 2021. O Palmeiras foi buscar o empate no Mineirão como a equipe de Abel mais uma vez fez história – mesmo em pálida atuação para um visitante que não perde na Libertadores há antológicos 20 jogos.
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Mas, confesso, eu não imaginava que seria possível aos 46min17s o Palmeiras mais uma vez repetir o improvável – cada vez mais provável – com esse time maravilhoso de torcer, nem sempre de ver: Scarpa bateu com precisão pela milésima vez um escanteio, o Baixola Dudu subiu de cabeça como se fosse o colosso que é, e Danilo acertou um de seus poucos lances no grande clássico.
No empate dolorido e inesperado para o Galo, o atleticano deve ter soltado vários VTNC e VSF com outro gol sofrido em mais um final de jogo em que a equipe definha fisicamente. Do lado palmeirense, ainda que esteja acostumado a essas reviravoltas desde a chegada de Abel, o PQP e o CRL devem ter sido ouvidos tanto quanto a gargalhada de “não é possível” cada vez mais possível para esse impossível time que vira jogos e expectativas com a cabeça fria, coração quente, e virado para a lua – o que o decoro impede de dizer qual parte da anatomia.
Mas está tão subentendida quanto o fato de a decisão seguir aberta no Allianz Parque. Claro que anímica e geograficamente com mais chances palmeirenses. Ainda que novo empate também seja possível pela bola que jogou o Galo no primeiro tempo, e que o Palmeiras não conseguiu. Otávio substituiu muito bem Allan na contenção e encaminhamento do jogo. Zaracho foi voltando ao bom ritmo. Ademir e sobretudo Keno rasgaram espaços, e Hulk, ainda que se perdendo em reclamações, desta vez marcou o pênalti que tanta falta fez na semifinal de 2021, aos 43. Aproveitando a primeira das muitas infelicidades de Marcos Rocha, em jornada infeliz como quase todo o Palmeiras no primeiro tempo.
Fora uma falta perigosa do incansável e imprescindível Scarpa, nada fez o bicampeão da América na etapa inicial. O Galo tomou e retomou todas as bolas que o Verdão passou mal ou mal passou do meio-campo, deixando Flaco López isolado. Foram seis chances atleticanas nos 45 iniciais. Duas desperdiçadas em sequência por Keno.
No recomeço, Abel abriu Scarpa pela direita, inverteu Dudu para o outro lado, e centralizou mais Veiga. Mas em um minuto Jair e Keno combinaram muito bem e Murilo marcou contra.
Os deuses dos estádios costumam ser generosos com os autogoleadores. Doze minutos depois o zagueiro foi o artilheiro que é e completou a falta que Scarpa mandou no travessão de Everson. Goleiro que como Weverton não fez grandes defesas. Mas assistiu a um emocionante jogo.
Cuca e Abel demoraram a mexer. As duas primeiras por lesões. E Abel acabou sendo mais feliz. Outra vez. Dudu perdeu gol que não perde aos 34, em outro belo lance de Scarpa como se fosse ponta pela direita (como havia feito aos 40, quando estava impedido no lance do gol bem anulado de Piquerez, ainda na primeira etapa).
E Scarpa ainda bateria o escanteio para o gol tão inesperado quanto cada vez mais esperado por este Palmeiras de Abel. Ou este Abel cada vez mais palmeirense.
Se Scarpa falhou na origem do lance que resultaria no pênalti infantil de Marcos Rocha, ele voltou a ser o cara que joga muito e não deixa o adversário jogar, como várias bolas ele ajudou a recuperar na defesa.
Mostrando aos que ainda acham que tem que “entregar” quem já está vendido que, de fato, alguém como ele não se vende de tanto que ele tanto se entrega para o time.
Nada está perdido. Nem para o Palmeiras e nem para o Atlético que voltou a jogar muito bem. Melhor do que o rival em quase todo o clássico.
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