Opinião

O 'Clube do Pojeto'

O técnico Vanderlei Luxemburgo (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)
O técnico Vanderlei Luxemburgo (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)

Para não ser injusto, faremos uma listinha. Com detalhes. Foi o Sport, em casa. Foi o Grêmio reserva. Foi o Flu, manco das pernas. Foi o Goiás com quinze jogadores a menos, em casa. Foi o Bahia, com gol aos 50 do segundo tempo. Foi também o Inter reserva, sufoco estrondoso contra o Ceará meia bomba e caiu pro vice lanterna do Brasileirão. A campanha do ‘candidato do título’.

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A análise é sobre realidade e expectativa. E relações. É sobre aspirações, também. A realidade é de um campeão estadual e de um torneio amistoso. De um time que nunca esteve estável e que nunca satisfez, por desempenho, o seu torcedor. O resultado é puríssimo sucesso. Disputou duas competições e ganhou as duas. O fim da história é sobre aspirações. Está de bom tamanho?

Parece que o clube do pojeto está satisfeito. Parecem buscar uma glória mediana e populista, meio provinciana. Vencer o vizinho, tirar onda com imprensa, fazer frase de efeito e preparar o próximo manda-chuva. Articulações que vão bem no extra campo, o que não joga. Nas quatro linhas, agonia pelo futebol que não aparece. Que ainda não apareceu e que ninguém aqui espera que apareça, sejamos honestos.

A ojeriza que essa postura melindrosa causa no torcedor não deveria ser problema. Não deveria ser perseguida sob o falso argumento de ‘desordem’. Quem fica puto com derrota é quem gosta de verdade. Quem abre mão de tudo pelas cores. E saibam: sem ele, acabou. Pode-se articular o maior esquema político/social do planeta, não há governo sem povo. Não há clube do vinho ou do projeto que se sustente.

A luta homérica contra a realidade é prova inequívoca de que há uma liderança tresloucada em busca de segurança. A vitória, a grande vitória, não pertence ao receoso. Ele não é premiado. O convicto sobrevive ao mau tempo, mas o sortudo morre no confronto difícil. O maior campeão do país é o filme repetido de um passado que deveria estar morto. Que parece abrir os olhos na tumba entreaberta.