Opinião

Opinião: 'Abel Ferreira e a rotina de viver somente um lado de Palmeiras e Corinthians'

Abel Ferreira encontrou o Palmeiras e o Palmeiras encontrou Abel Ferreira. Do outro lado, o rival encara uma realidade semelhante ao do palmeirense de três anos atrás, sem futuro

Abel comanda o Palmeiras contra Cruzeiro no Allianz Parque (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)
Abel comanda o Palmeiras contra Cruzeiro no Allianz Parque (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

Corinthians e Palmeiras se enfrentam neste domingo (3), em Itaquera, e será o décimo primeiro clássico entre as equipes após a chegada de Abel Ferreira, há quase três anos. A história do Dérbi desde então tem tido somente um lado protagonista.

O treinador português venceu oito títulos e o rival não gritou campeão nenhuma vez neste período. Ao lado de sua comissão técnica, triunfou em seis oportunidades e acabou superado em uma, quando utilizou reservas entre um compromisso e outro da semifinal da Libertadores de 2021, quando acabou com o troféu pela segunda vez no mesmo ano.

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Abel Ferreira encontrou o Palmeiras e o Palmeiras encontrou Abel Ferreira após justamente a saída de Vanderlei Luxemburgo, agora do outro lado. Com o antecessor, o Verdão venceu o Paulistão, também em um Dérbi, mas o trabalho não evoluiu. É bem verdade que após o retorno da pandemia foram 20 jogos de invencibilidade com Luxa, com mais empates do que vitórias, mas com um sentimento de que a qualquer momento tudo iria ruir. Foi o que aconteceu e isso abriu caminho para os portugueses.

O Corinthians de agora é o Palmeiras de 2020. Vive aos trancos e barrancos e o treinador acredita que está tudo bem. Qual o problema de sofrer 30 finalizações contra o Estudiantes se o time saiu classificado? Qual o problema em ter um desempenho ruim se há pouco tempo o time havia sido campeão paulista em 2020? A falta de realidade são as mesmas e basta trocar os uniformes de uma rivalidade centenária.

Um lado se desenvolveu e criou uma metodologia de trabalho. Do outro, trocas e mais trocas. Não à toa, Luxemburgo será o sexto treinador diferente que Abel terá pela frente no duelo. Passaram por lá: Vagner Mancini, Sylvinho, Vítor Pereira, Fernando Lázaro e Danilo, interino no último encontro.

O clássico já deu inúmeros exemplos que histórico e números não entram em campo, porém eles indicam que um trabalho bem feito está, sim, sujeito a um tropeço e, caso aconteça, vai ser uma exceção. Para quem vive em um momento conturbado, a vitória trará um alívio momentâneo, mas sem grandes expectativas em um futuro próximo.

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