A Roma te encontrou

Relato de como uma jovem polonesa desaparecida foi achada graças a uma campanha na apresentação de Viña

Não foi apenas Matías Viña que foi encontrado pela Roma. Uma polonesa, de 16 anos, também foi achada graças a uma campanha humanitária do clube italiano com o Centro Internacional para Menores Desaparecidos e Explorados. A proposta, que consiste na divulgação de fotos de pessoas desaparecidas durante a apresentação de novos reforços, demonstra que o futebol pode ser mais do que, por vezes, se propõe a ser.

Devido ao grande interesse pelo mercado de transferências, o potencial de alcance de publicações nesse nicho é imenso. Abrigar mais programas desse feitio não gera custo ou prejuízo algum. Pelo contrário, engrandece o clube e sua imagem. Viña, ajudando a Roma a fazer história, já chega maior do que partiu.

Anunciado no último mês, a joia uruguaia deixou saudade ao torcedor alviverde. Porém, não mais que qualquer indivíduo pode sentir por um ente sem paradeiro. Dói ainda mais saber que a situação é recorrente e cresce com as crises de refugiados. Para tal, é fundamental usar o esporte como arma de enfrentamento a essa e outras mazelas.

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Espírito esportivo diz respeito a coletividade e até esportes individuais são coletivos de alguma maneira. Afinal, não há como competir sozinho. Nada melhor que a alma aguerrida de Matías para simbolizar isso. Tímido à sua maneira, o jogador sempre doou tudo e mais um pouco dentro de campo por seus companheiros. Em um mundo cada vez mais miscigenado, é preciso aplicar essa filosofia também fora dos gramados.

A solidariedade exemplar da Roma deveria ser modelo para mais clubes. Assim como a campanha de agasalhos promovidas pelo Palmeiras nos últimos dias. Ou a arrecadação de alimentos organizada pelo grupo Mães da Favela. Tal qual todas as manifestações e gestos de apoio de instituições esportivas à luta por liberdade, igualdade e fraternidade.

Se uma menina retornou à sua família bem e saudável, foi graças a um ato desses. Desde 2019, são 11 jovens que seguiram esse roteiro. Da Grécia ao Quênia, todos tiveram uma segunda chance, porque alguém resolveu acreditar neles. Talvez, se outros clubes adotassem a campanha, esse número se multiplicasse exponencialmente. Não saberemos até que seja feito.

Vale destacar, ninguém é culpado por não fazer, mas a nobreza está exatamente em tomar para si a responsabilidade. O futebol, inserido no meio social, deve reconhecer seu papel e não se esconder. Para que, assim, possamos seguir encontrando sonhos perdidos pelo mundo afora.

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