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Giuliano Formoso: 'Três anos e onze dias'

Não nos quiseram lá pela terceira vez seguida, mas seguiremos insistindo. No Rio de Janeiro, em Montevidéu ou na lua. Sempre ao seu lado não importa em que estádio jogar.

(Foto: Rebeca Reis/Staff Images/CBF)
(Foto: Rebeca Reis/Staff Images/CBF)

Três anos e onze dias. Ou 1106 dias. Foi o tempo que o Palmeiras ficou sem perder uma Libertadores. Daquele 27 de agosto de 2019 no Pacaembu até este 6 de setembro de 2022 no Allianz Parque, deu tempo para muita coisa.

Dudu saiu e voltou pra casa, Abel chegou e se tornou o maior treinador da história do clube, portões fecharam e reabriram em uma pandemia, fizemos duas viagens ao Mundial de Clubes no Oriente Médio. E levantando alguns estaduais, uma Copa do Brasil e uma Recopa no caminho.

Desde que Renato Portaluppi eliminou o Palmeiras com o Grêmio em 2019, deu tempo dele ser demitido e de ser derrotado pelo Verdão em uma final de Libertadores pelo Flamengo, antes de retornar ao clube gaúcho para tentar devolvê-lo à Série A. Curiosamente, quem comandava o Alviverde há três anos era justamente Felipão. Aos 73 anos, o treinador do Athletico-PR caminha para o encerramento brilhante da maior carreira de um treinador brasileiro na história. A ‘Last Dance’ perfeita para uma lenda. As lindas voltas do mundo da bola.

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A tão aguardada queda do Palmeiras de Abel Ferreira na Libertadores não poderia ser mais digna: jogando bom futebol no Allianz Parque lotado e sendo garfado pela arbitragem. O uruguaio Esteban Ostojich não se contentou com a boa memória da semifinal contra o River Plate em 2020 e optou por ser lembrado para sempre de uma forma bem menos agradável.

Ao adversário, só elogios. Um grande trabalho e um projeto sério capitaneado por um treinador que sabe muito do riscado. Que consigam vencer em outubro. Mesmo com um orçamento muitas vezes menor, o Furacão consegue se dar ao luxo de ter (e de colocar em campo) um Vitor Roque aos 17 anos, que mais parece ter isso de carreira; de ter um David Terans no banco de reservas para momentos decisivos como o de ontem.

Leila Pereira não foi capaz de proporcionar isso. Sua gestão até aqui é uma decepção retumbante, frente aos mundos e fundos prometidos na campanha. Fora de sua alçada, ela se contenta em assinar os cheques mal gastos, em comemorar superávits, em negociar dívidas com ela mesma e em se esconder atrás do brilhante trabalho da comissão técnica e do elenco, que está muito longe de ser a oitava maravilha do mundo, diga-se. O que só torna os resultados ainda mais impressionantes.

Enquanto vemos Abel, Gómez e Weverton revoltados, a presidente do clube demonstra total desconhecimento do cargo que ocupa, com um discurso derrotado e conformista. E, claro, expondo sua marca no vídeo. Cada vez mais parece que o Palmeiras patrocina a Crefisa e não o contrário, como deveria ser. O pós-jogo doeu mais do que a eliminação no coração de quem sabe o que é ser palmeirense.

‘Agora já foi’, diria o outro.

Claro que todos queríamos ir a Guayaquil tentar o inédito tri consecutivo. Ainda mais em um segundo round contra o Flamengo. Não nos quiseram lá, mas seguiremos insistindo. Vamos remar tudo de novo. No Rio de Janeiro, em Montevidéu ou na lua. Sempre ao seu lado não importa em que estádio jogar. A diversão está muito mais no caminho do que na chegada.

Diversão esta que o Palmeiras proporcionou à maioria das grandes torcidas do país, que há tempos não conseguem sorrir por conta própria. Algumas por muito mais do que 1106 dias. A competência que sobrou ao Athletico está cada vez mais em perigo de extinção.

Não se deixe enganar. Temos uma reta final de Brasileirão pela frente que não será nada fácil. Farão de tudo para que o campeonato se estenda até a última rodada, antes de tentarem te convencer que o eventual título não passa de uma mera consolação. Caso Abel levante o troféu que falta na coleção, será desmerecido como acontece desde que ele veio ao Brasil. E como fazem com o Palmeiras desde 1914.

Seremos. Avanti, Palestra!

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