Opinião

Mauro Beting: Que tal estudar um pouco?

Que tal todos nós pararmos de chutar a respeito de regras e arbitragem?

Foto: Rodrigo Corsi/FPF
Foto: Rodrigo Corsi/FPF

O VAR é um aparelho de controle remoto que nem sempre funciona por causa de gente que não sabe o operar, por quem não lê o manual de instruções no sofá, e por todos que querem resolver na marra e no murro as coisas.

Que tal todos nós pararmos de chutar a respeito de regras e arbitragem?

Algumas questões, perguntas e pontos a respeito da regra e da aplicação jabuticana dela (dentro e fora de campo, na cabine do VAR e na de transmissão)

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  1. Todos nós precisamos estudar mais a regra. Ou apenas estudar. Ou tentar apenas ler. E não com o fígado. Nem só de camisa de clube.
  2. O protocolo do VAR precisa ser mais discutido – entendido. Até pelo campo aberto que o legislador deixou para o planeta. O conceito de um “erro claro e óbvio” é muito subjetivo. Logo, interpretativo. Por óbvio, muito pessoal. Cada um tem seu critério. E ele deve ser respeitado. Logo, todo chamado do VAR para o árbitro acaba sendo compreensível, pela falta de um critério mais claro do que é “claro” e “óbvio”.
  3. É FUNDAMENTAL A TRANSPARÊNCIA. EM TUDO. Nisso, a Conmebol tem goleado a CBF ao disponibilizar os áudios dos árbitros de campo e de VAR em lances polêmicos. Tivéssemos acesso ao diálogo entre as equipes de apito no Morumbi, talvez pudéssemos entender que o que o árbitro viu no gramado fosse diferente daquilo que ele marcou, no sentido que configurasse um “erro claro e óbvio”. É uma das possibilidades. Ter acesso aos áudios seria mais um jeito de errar menos. Ou ser mais transparente. Tentando minimizar os “erros” de arbitragem com o VAR. Ou mesmo por causa dele.
  4. Também é essencial que todos os lados do jogo e das jogadas sejam mais maduros e responsáveis. Sem teorias conspiratórias. Vale para todos os envolvidos. Tanto quanto ler a regra do jogo.
  5. Quanto aos lances do Choque-Rei, já me posicionei em outro texto. Resumindo: não teria marcado pênalti de Gómez em Marquinhos. E, sem saber o que foi marcado (qual a infração observada pelo árbitro de campo), não teria chamado o árbitro para revisão pelo VAR. Lance semelhante ao do pênalti que foi marcado na semifinal do SP-19 de Reinaldo em Dudu, no Morumbi. E que foi cancelado pelo VAR. Dois lances em que eu não teria marcado falta. E discutiria muito também se era o caso de o VAR acionar o árbitro para rever o lance e a decisão – para mim infeliz – de campo.
  6. Quanto ao ainda mais discutível impedimento de Miranda no lance de gol contra de Gómez, só depois de muito tempo vi a irregularidade. Jogada que já comentei no outro post. Onde faltou dizer que eu não marcaria a falta que originou o cruzamento na área palmeirense.
  7. Árbitros não entram com celular na cabine do VAR. E, se entram, e ainda o utilizam durante os jogos, precisam ser severamente punidos.
  8. Os dois lances do Choque-Rei são muito polêmicos. Todas as opiniões e interpretações a respeito deles são válidas. As únicas que não merecem resposta são as análises conspiratórias a favor e contra. E aquelas que afirmam com todas as letras e razão nenhuma que foi “indiscutível” cada lance. Isto é: “pênalti claro”, “jamais que isso é pênalti”, “que absurdo achar impedimento nesse lance”, “impedimento claríssimo”. TODAS AS OPINIÕES SEGUIDAS DE EXCLAMAÇÃO MERECEM SER AINDA MAIS DEBATIDAS.
  9. O problema não é o VAR. A questão é quem o opera. E de todos nós que participamos desta ópera bufa que expulsa o debate e exclui a leitura da regra do jogo.

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