305 dias depois, Palmeiras busca redenção de cara nova

Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação

Que o tempo é o senhor das coisas, a gente sabe. A música sabe. Ele se encarrega de finais e recomeços. Oferece chances para que os rumos se retomem. Há 10 meses, um ciclo se encerrava e nele, muitas das esperanças da torcida alviverde em viver novas conquistas. A fé na receita de Cuca acabava diante do Bahia, em um mórbido empate que congelava o Pacaembu naquela noite de quinta-feira.

305 dias, alguns projetos, várias inconstâncias em momentos de esperança e desânimo. Três técnicos depois, o tempo oferece a reconstituição daquele momento que sepultou um ano. O clube mudou, reinventou ideias, somou e subtraiu integrantes, mas volta ao Pacaembu, diante do mesmo Bahia, na mesma noite de quinta-feira.

A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim.

Um velho Felipão que renova a crença amendoística da turma.

O jogo era válido pela 27ª rodada do Brasileirão de 2017, um momento que ficou marcado pela irritação da torcida alviverde com a ausência de Felipe Melo e com as insistências de Cuca. Após o empate em 2 a 2 com os baianos, a situação do treinador ficou insustentável. Naquela ocasião, o Palmeiras permaneceu 14 pontos atrás do líder Corinthians. Como sempre aconteceu nesses meses, a torcida teve um grande motivo para se iludir. Alguns jogos depois, a diferença chegou a cair para somente 5.

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Willian que marcou diante do Bahia no ano passado, deve ser a grande novidade no Palmeiras (Foto: Daniel Teixeira/ Estadão Conteúdo)

Não aconteceu. O Palmeiras patinou nas próprias imaginações e ficou apenas nisso. Alberto Valentim ficou até o final daquele Brasileirão, enquanto Roger Machado assumiu no final do ano, resistindo 7 meses no cargo. Uma final que poderia ser histórica acabou em tragédia. O time seguiu na busca de consertar aquele dia de desconstrução.

Daquela equipe titular que enfrentou o Bahia no Pacaembu, somente 5 jogadores devem ser titulares nesta quinta. Edu Dracena, Bruno Henrique, Moisés, Dudu e Willian são os sobreviventes. E você, na arquibancada e na frente da televisão, na tarefa de consolidar a retomada da terceira Família Scolari.

O alviverde de Cuca entrou em campo naquela noite de 12 de Outubro com a seguinte escalação: Fernando Prass; Tchê Tchê, Edu Dracena, Juninho e Egídio; Thiago Santos, Bruno Henrique e Moisés; Willian, Dudu e Deyverson. Insatisfeita, a torcida pedia por Melo e Borja. A noite de amanhã trará aquela vontade.

O time base de Felipão, que praticamente manteve a estrutura deixada por Roger tem o quarteto defensivo quase que 100% diferente. Nas laterais Diogo Barbosa e Marcos Rocha/Mayke assumiram a posição, enquanto Antônio Carlos virou titular absoluto com boas atuações e uma grande regularidade. Já no gol Weverton assumiu o lugar que um dia foi de Jaílson e Prass após 7 meses de banco.

Já do meio para a frente a grande mudança nesses dez meses foi o renascimento de Borja. Praticamente esquecido com Cuca, o colombiano voltou a ter chances com Valentim e virou outro jogador nas mãos de Machado. Miguel é a grande esperança de gols para o Palmeiras chegar a mais uma semifinal de Copa do Brasil.

O Palmeiras é suscetível às forças do destino. O clube se perdeu após 2016, se enrolou nas próprias pernas e segue buscando a saída do labirinto. É da vida. A chance de mudar, demora, mas vem. Tá na hora, Palmeiras. Seja o senhor desse tempo que é a morte definitiva dos tempos de falsas esperanças.

Relembre os gols de Palmeiras 2 x 2 Bahia no Pacaembu: