Em derrota no Superclássico, Boca Jrs mostra como pensa um jogo grande

O Boca Juniors é o principal adversário do Palmeiras no Grupo 8 da Copa Libertadores da América. Portanto preparei uma análise do comportamento do time de Guillermo Barros Schelotto no Superclássico que valeu o taça da Supercopa Argentina. O River Plate venceu por 2 a 0 e o jogo trouxe importantes elementos de análise sobre como o Boca se comporta diante de um jogo grande.

O esquema retratado como base para o início de jogo do Boca Juniors é o 4-3-3. Embora seus laterais pareçam presos na última linha observando o esquema no papel, isso não aconteceu. Tanto Fabra quanto Jara têm liberdade para apoiar e buscar até mesmo a linha de fundo do campo de ataque durante toda a partida. Vale destacar que o lateral-direito Jara é o mais qualificado ofensivamente e, por isso, é o que mais avança.

Boca Jrs base
O esquema base utilizado pelo técnico Guillermo Barros Schelotto no início da decisão foi o 4-3-3

Enquanto o jogo estava empatado, o Boca Juniors revezou o 4-3-3 base com a bola e o 3-2-4-1, que tinha Cardona como homem de referência, sem a bola. O esquema de 4 linhas apareceu nos momentos em que o Boca pressionava a saída da equipe do River Plate.

O camisa 10 corria atrás de quem estava com a bola na linha defensiva do River enquanto Jara, Nandez, Tevez e Pavon impediam um passe para os homens de meio-campo, forçando a bola longa.

Boca antes dos 20 mins com Jara avançado
Para travar a saída de bola do River Plate, cinco homens chegaram a marcar a saída de bola

Depois de levar o gol, a equipe do Boca Juniors passou a atuar no 3-4-3, liberando bastante seus laterais. O esquema deu também a liberdade para Perez avançar em determinado momento da jogada para ampliar o número de atacantes na jogada, formando rapidamente um 3-3-4, apenas em momentos determinantes de conclusão de jogada (uma enfiada de bola para finalização ou um cruzamento para a aréa). Enquanto isso, Tevez e Cardona se revezavam no centro e na direita.

Boca precisando do gol
Em desvantagem no placar, o Boca Juniors passou a utilizar o 3-4-3 para furar o bloqueio do River Plate

Quando atacava pela direita, Jara chegava até a linha de fundo e o Boca surgia com Cardona, Tevez, Perez e Pavón na grande área. Fabra e Nandez fechavam o meio-campo.

Boca atacando pela direita
Enquanto Jara avança, Fabra recompõe o meio-campo com Nandez

Quando atacava pela esquerda, Fabra chegava até a linha de fundo e o Boca surgia com os mesmos Cardona, Tevez, Perez e Pavón na grande área. Jara e Nandez fechavam o meio-campo.

Boca atacando pela esquerda
Enquanto Fabra avança, Jara recompõe o meio-campo com Nandez

OS PERIGOS DO BOCA NO SUPERCLÁSSICO

  • Vale destacar que embora Tevez seja um jogador diferenciado e já acumule três gols em oito jogos nesse ano, ele não foi destaque na decisão contra o River Plate. Os momentos de maior perigo do Boca no jogo envolveram jogadas tramadas por Pavón pela esquerda e construídas por Jara pela direita.

CARDONA DAS BOLAS PARADAS

  • Fazer faltas próximas da área diante do Boca também não é uma boa ideia, tendo em vista que Cardona é o homem das bolas paradas e cruza muito bem. O Boca Juniors quase chegou ao gol três vezes em bolas levantadas na área pelo camisa 10.

É claro que apenas um jogo é pouco para definir como uma equipe se comporta, mas um Boca Juniors x River Plate traz muito do que essas equipes preparam para uma partida considerada histórica e fundamental para a sequência de um trabalho, principalmente se vale taça. O Boca ficou atrás do placar durante 70 minutos e, por isso, foi possível analisar como a equipe se comporta diante de um resultado adverso em um duelo importante para a temporada.