Ídolo e um dos maiores goleiros da história do Palmeiras, Fernando Prass se consolidou como um dos principais nomes do clube na última década durante os sete anos em que defendeu a camisa Alviverde, passando por momentos de crise e de glórias. Já afastado dos gramados desde fevereiro deste ano, o ex-jogador falou com exclusividade ao NOSSO PALESTRA sobre sua passagem no Verdão.
Após sete temporadas no clube, Prass deixou o Palestra em dezembro de 2019 para rumar ao Ceará, onde encerrou sua carreira. Apesar de ter recebido algumas homenagens do Palmeiras, o goleiro revelou que, na época em que teve sua saída oficializada, não ficou contente com a forma como as tratativas foram conduzidas, mas que não carrega nenhuma mágoa.
– Acho que todo mundo já sabe como foi a minha saída do Palmeiras, falei 300 vezes que não tenho nenhuma mágoa com o clube por ter saído, uma hora teria que acontecer, muitas pessoas internamente sabem a minha opinião em relação a isso, ao planejamento, ao rejuvenescimento do grupo, mas a forma como foi conduzida me causou estranheza e desagrado. Enfim, mas já passou, não tenho problema nenhum, para mim o mais importante é realmente esse carinho da torcida, não é demagogia, porque eu já parei de jogar, não preciso fazer média com ninguém. É muito bom tu poder voltar ao clube, andar na rua e ser bem tratado pelas pessoas – revelou.
Anunciado no Palmeiras em dezembro de 2012, após deixar o Vasco da Gama, o goleiro chegou em São Paulo para participar do projeto de reconstrução do Alviverde, que teve de realizar um novo planejamento para jogar a Série B do Campeonato Brasileiro no ano seguinte. Mesmo com o time tendo diversos problemas administrativos e financeiros, Prass aceitou a proposta do Verdão e foi essencial na trajetória para o retorno à elite do futebol brasileiro.
Com um pênalti defendido durante a competição, na goleada por 4 a 0 sobre o Icasa, no Pacaembu, e as boas atuações em baixo das traves, o atleta ajudou a equipe a conquistar o título da Série B e retornar à primeira divisão com a terceira melhor campanha da história, com 79 pontos somados. Prass relembrou o período difícil em seus dois primeiros anos de Palestra e como a permanência na Série A, em 2014, foi essencial para o anos vitoriosos que o Alviverde teve de 2015 em diante.
– Eu passei por todos os momentos do Palmeiras. Cheguei na Série B, salário atrasado, clube sem dinheiro, estrutura bem precária, poucos jogadores. Mas eu acho que o momento mais emblemático foi o ano do Centenário, porque aquele ano reuniu várias coisas. Ano do centenário do clube, que sempre é muito marcante, era o ano da inauguração de uma das obras, se não a obra mais importante da história do clube, que foi inauguração do Allianz Parque e era o ano de retorno à Série A também, e tudo isso com a gente lutando para não cair. Então eu creio que se ali na em 2014 tivesse ocorrido um novo rebaixamento, acho que o planejamento e a história do Palmeiras seriam completamente diferentes. E acho que ali realmente foi o ponto de virada – disse.
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Dedicando-se aos estudos de administração desde 2018, o ídolo passou, recentemente, por um período de estágio no Palmeiras. Aos 43 anos de idade, o ex-jogador atuou em algumas áreas do clube, entre elas o departamento de comunicação, onde teve a oportunidade de entrevistar o ex-companheiro e amigo Willian.
Fernando Prass falou sobre suas experiências no mundo acadêmico e como foi voltar ao lugar onde atuou durante sete anos, mas dessa vez como um estagiário.
– Eu vinha estudando desde 2018, são quase quatro anos que estou me dedicando à faculdade. Eu tinha feito um curso antes, de gestão, na Universidade do Futebol, e agora neste último ano me dediquei exclusivamente ao estudo. Meu estágio no Palmeiras não tem vinculação com absolutamente nada, é uma exigência acadêmica para se formar. Para mim, foi excepcional poder estagiar no Palmeiras. O futebol, é um meio que eu quero trabalhar. Eu poderia fazer em outra empresa, contabilidade ou uma empresa qualquer, mas acho que não seria tão proveitoso como fazer na minha própria área – afirmou.
Por fim, o goleiro fez diversos elogios a Weverton, com quem esteve junto no elenco em 2018 e 2019. Para Prass, o atual arqueiro do Palestra vive seu auge em todos os aspectos e é o melhor da posição atuando no Brasil, só tendo como concorrentes entre os brasileiros Ederson e Alisson, que atuam no futebol europeu.
– O Weverton vive um momento maravilhoso, já falei isso. Pra mim, hoje, é o melhor goleiro disparado atuando no Brasil e concorrente para ele só na Europa: o Ederson e o Alisson que estão no nível espetacular de jogo, um campeonato, óbvio, muito mais competitivo, de nível muito mais alto, então ele tem uma desvantagem. Mas ele vive um momento espetacular, atingiu o auge em todos os setores, físico, técnico e mental. Hoje vive um momento mágico – finalizou.
Durante sua passagem no Verdão, Prass entrou em campo em 274 jogos e conquistou 151 vitórias. O goleiro carrega quatro títulos em seu currículo pelo Palmeiras: Série B 2013; Copa do Brasil 2015; Campeonato Brasileiro 2016 e 2018.
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