Fica, Felipão, mas deixa a Turra com o Paulo

Foram 6 chances palmeirenses em 90 minutos em Porto Alegre (duas depois de arremessos laterais) e um golaço de Scarpa contra apenas duas do Grêmio. Baita vitória por 1 a 0. Boa atuação na primeira etapa.

No Pacaembu onde Felipão só havia vencido e o Grêmio jamais havia feito o que precisava para se classificar, o Palmeiras fez 1 a 0 na terceira chance aos 13, levou outro apagão em 4 minutos que deram dois gols ao Grêmio, e ainda teria mais quatro chances, duas absurdas, até o final da boa primeira etapa. Tão boa que saiu aplaudida a equipe mesmo sendo eliminada no intervalo.

Aí entrou Deyverson para fazer a mais patética atuação de um centroavante verde que já vi. Felipão empurrou Luiz Adriano para atuar inexplicavelmente pela direita, Scarpa sumiu pela esquerda, Dudu também não funcionou por dentro, Bruno Henrique murchou para apoiar, Thiago Santos espanou bem mas não conduziu a equipe como Felipe Melo, e os laterais não conseguiram produzir. Nem arremessos laterais geraram lances.

O Grêmio teve mais duas oportunidades e administrou bem. O Palmeiras não teve mais nenhuma chance na segunda etapa. Nunca aconteceu com Felipão em um tempo. Há tempos não lembro um time nada criar em 45 minutos. Para não dizer que não me recordo em mata-mata de qualquer equipe não conseguir fazer isso.

Ainda mais um time que não é qualquer. É o campeão brasileiro. Aquele que não perdeu com o treinador em 2018. Aquele que jogou 14 vezes com times alternativos e foi deca coberto de méritos.

Agora não presta mais? Agora está ultrapassado? Fora Felipão?

As escolhas do treinador com a bola rolando têm sido infelizes. Gente importante tem jogado menos. Mas é o caso de mudar tudo ainda em setembro, com um jogo a menos para empatar em pontos com o líder Flamengo (que tem jogado mais e hoje tem mais potencial de evolução)?

Em 180 minutos contra o Grêmio o Palmeiras criou 13 chances. Ou em 135 minutos apenas… O Grêmio apenas 6. Fez mais gols o Tricolor como visitante e por isso se classificou bravamente como Grêmio que é. Contra um Palmeiras que não foi Palmeiras como foi até a Copa América.

O “ultrapassado” Felipão tem ajustes a fazer para não ser ultrapassado de vez no BR-19. A diretoria tem escolhas a fazer severas para 2020. Mas não para já acabar com a temporada frustrada no maior sonho. Mas ainda possível de ser revertida.

Desde que o Palmeiras não se perca com radicalismos. E com a turra do chefe do Paulo idem.

Felipão pode rever escolhas. Pode testar formações. Vai ter mais tempo. Treino. Mais trabalho.

Mas não vai mudar radicalmente o que o trouxe até aqui na carreira vitoriosa. Até porque a crítica que aqui se faz também se fazia desde 2018. Há como jogar melhor sem perder equilibro e competitividade. O sistema defensivo segue sendo o mais eficiente em 2019. O ataque também já foi o melhor do Brasil. Mesmo com repertório limitado pelas alternativas que tem.

Mas ainda falta algo quando é pra decidir. É estranho. Não é falta de entrega ou raça, que sobrou nesse grupo no BR-18. É algo que parece travar o Palmeiras como se fosse o clube da fila. O que não ganhava também porque se perdia antes.

Só que agora não tem fila. Teve conquista há 10 meses.

Não sei. Parece ser a tal da obsessão que vira fissura pela Libertadores.

Mas tem mais coisa além disso. Algo que a troca de treinador em setembro não resolve como, em julho de 2018, deu bastante certo.

Em dezembro se conversa. Não agora.

Eu não teria contratado Felipão em julho de 2018. Eu só posso aplaudir o que fez até dezembro do ano passado. Eu ainda continuo com Felipão até dezembro de 2019.

Fica, Felipão. Mas turra é só o Paulo.