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Gisele Silva explica o papel dos psicólogos para o esporte de alto rendimento

Profissional do Palmeiras destaca a importância do cuidado da saúde mental para enfrentar os momentos decisivos da temporada

O jogador Marcos Rocha e a psicóloga Gisele Silva (D), da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco)
O jogador Marcos Rocha e a psicóloga Gisele Silva (D), da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco)

Os amantes da série ‘Ted Lasso’, produzida pela Apple TV+, foram apresentados a uma nova personagem nesta segunda temporada: a psicóloga Sharon. A recém contratada do AFC Richmond chegou para contribuir com a rotina e desempenho dos atletas do time inglês. Mas a importância da psicologia do esporte não se restringe apenas às telas.

Dentro do Palmeiras, a psicóloga Gisele Silva atua neste departamento. Iniciou suas atividades pelo futsal, passando pelas categorias de base até chegar ao futebol profissional, no fim do ano passado. Trabalhando com esporte de alto rendimento como é o futebol, Gisele destaca o trabalho preventivo e contínuo da psicologia do esporte para atingir os resultados dentro de campo.

– Olhamos para as condições de vida, para as questões pessoais, como esse atleta está se sentindo dentro da instituição, com a metodologia de jogo e o relacionamento com os demais companheiros de grupo. A nossa ideia é trabalhar para que esse atleta consiga se adaptar dentro do que o clube oferece, não perca o seu propósito de vida, não perca as condições específicas de quem ele é, a sua essência, e que aqui ele consiga atuar, ser quem ele é, mas também mantendo o bem-estar psicológico dentro dos desafios que o esporte pede – diz ela.

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A maratona intensa de jogos decisivos vivida pelo Palmeiras na temporada passada, com partidas de Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão, evidencia a importância do trabalho da psicóloga para o desenvolvimento dos jogadores. Cuidar de todas as áreas que contemplam os atletas – físico, tático e mental – é a chave para enfrentar fases de alta cobrança, concentração, expectativa e ansiedade.

– Acompanho os treinos, faço algumas ponderações com o atleta na beira do campo quando há necessidade, vou atualizando demandas específicas que vou trabalhando com ele. É importante que a gente consiga olhar para ele de uma forma para favorecer as reflexões e olhar para esse atleta como ser humano comum, como eu, como você, e entender que ele não é uma máquina. Os atletas são pessoas que têm problemas, são pessoas que têm dificuldade em lidar com coisas que talvez, para mim, sejam mais fáceis, mas para eles sejam mais difíceis.

Lembrando dos episódios que aconteceram nos Jogos Olímpicos, como o caso da ginasta norte-americana Simone Biles, que desistiu da disputa das finais por equipe pensando em sua saúde mental, Gisele acredita que essas situações contribuem para o debate e para desassociar a imagem de que esse profissional trata apenas de problemas.

Com o Setembro Amarelo, o mês dedicado ao cuidado com a saúde mental, Gisele destaca a relevância dessa discussão para nossa sociedade.

– Acho muito importante a gente ter um mês dedicado para fazer discussões sobre a questão de saúde mental. Esses debates começam a ampliar o conhecimento sobre o profissional da psicologia e como ele pode contribuir. Nós não estamos aqui para só para cuidar exclusivamente de problemas, mas para trabalhar com os atletas as estratégias de enfrentamento que sejam mais adequadas para que eles possam, a partir disso, entrar no processo de adaptação mais favorável, mais produtivo e que eles se sintam bem, se sintam felizes e consigam entregar o melhor.

Gisele está no Palmeiras desde 2009. Atualmente, a psicóloga trabalha junto do elenco profissional do Verdão.

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