Hyoran revela emoção no Choque-Rei: ‘Minha vontade era entrar com a bola no gol’

Foram exatamente dez dias entre o inferno e o céu para o menino Hyoran. Nascido em Chapecó e uma das maiores revelações da história da Chapecoense, de um dia para o outro o jovem viu todos os seus colegas de time morrerem em um acidente de avião que chocou o mundo. Não havia mais clima algum para Hyoran seguir na sua cidade. O garoto de 23 anos só não estava no avião porque se tratava de uma lesão na panturrilha e não foi relacionado por Caio Júnior. Depois da tragédia, o Palmeiras surgiu na vida de Hyoran.

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Nome de craque em homenagem ao holandês Johann Cruyff, o camisa 28 recebeu o Nosso Palestra na academia de futebol e concedeu uma entrevista exclusiva para que o torcedor alviverde possa conhecer ainda mais o cara que decidiu o Choque-Rei.

Gol no clássico, maior da carreira?

“Com certeza foi um dos gols mais importantes da minha carreira. Um gol que vai ficar marcado para sempre pra mim. Um gol em um clássico, da magnitude que teve, com a repercussão que teve. Uma sensação maravilhosa ver a torcida comemorando e vibrando muito naquele momento.”

O que a torcida pode esperar do Hyoran daqui pra frente?

“A torcida pode esperar de mim muita determinação e garra. Sempre que o Cuca me der uma oportunidade, eu vou buscar dar o meu melhor. É assim que eu sempre fui e é assim que eu vou ser.”

Pressão da torcida palmeirense

“Quando eu vinha treinando fisicamente e tecnicamente, eu trabalhei muito essa parte psicológica, pra que quando eu entrasse em campo essa pressão não me atrapalhasse. Tento levar tudo isso como um apoio, um incentivo, para entrar dentro de campo e me dedicar ainda mais.”

Acidente da Chape e vinda para o Palmeiras logo depois

“Foi algo que me magoou bastante, deixou uma ferida muito forte, é até complicado falar. Mas aí o Palmeiras veio, eu sabia que era uma grande oportunidade de eu crescer na carreira, evoluir e de certa forma ajudar a Chapecoense financeiramente. Naquele momento, foi a melhor forma de eu poder contribuir com a reconstrução do clube, porque desenvolver meu futebol lá depois de tudo que se passou ia ser muito difícil. Perdi muitos amigos, e quando veio a oportunidade de defender o Palmeiras, aceitei na hora.”

Hyoran ainda é a maior transação da história da Chapecoense. Mesmo antes da tragédia, ele já estava apalavrado com o Palmeiras. Os valores são mantidos em sigilo, mas estima-se que o clube de SC recebeu perto de R$ 5 milhões por 50% do passe do garoto. O ex-presidente Sandro Parollo, que também morreu no acidente, foi o responsável por toda a negociação com o Verdão.

Características e influências do futsal

“Eu tenho bastantes caraterísticas do futsal, joguei muito tempo salão. Eu sou um meia de mobilidade, gosto de sempre estar me movimentando perto da área para fazer gols e dar algumas assistências também.”

E se fosse para fazer a mesma homenagem do pai, para algum filho. Qual jogador seria o escolhido?

“Zinedine Zidane. Zidane é o cara que eu sou fã, e se fosse para homenagear um filho com o nome de algum jogador, com certeza seria o dele.”

Lembranças do amigo Bruno Rangel

A descrição do gol contra o São Paulo diante da foto de Marcelo Brandão, do Nosso Palestra

(Foto: Marcelo Brandão/ @ClickPalestra)

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“Nessa hora, eu só pensava que tinha que fazer o gol. A minha vontade era entrar junto com a bola pra dentro do gol, uma felicidade sem fim. O Willian tocou e a bola veio quicando, não estava tão fácil assim como parece, mas aprendi com meu grande amigo Bruno Rangel: ele dizia que essa bola, você tem que entrar com ela dentro do gol, com fome. Dedico esse gol a ele.”

Bruno Rangel é até hoje o maior artilheiro da história da Chapecoense com 81 gols e infelizmente era uma das vítimas que estavam no avião da Lamia naquele fatídico 29 de novembro de 2016. Hyoran tem contrato com o Palmeiras até 2020 e quer fazer história com a camisa do Palmeiras.