Mauro Beting: E que sejam Palmeiras para sempre

Augusto e Esther se conheceram na firma. Depois de seis meses saindo ele a pediu em namoro. Dizendo “eu te amo”. E sendo o mais romântico e transparente possível: “só preciso deixar claro uma coisa, Esther: na minha vida, em primeiro lugar, vem o Palmeiras. Depois você. E depois a família”.

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Ela aceitou. Mas não gostava de futebol. Logo, não torcia pelo Palmeiras. Mas gostava ainda menos do Corinthians. Era um começo para Augusto. Ele a batizou no Allianz Parque contra o Mirassol. “Ele ia em todos os jogos. E eu passei a ir sempre com ele.”.

Ela começou a jogar videogame de futebol. Foi sozinha ver em Porto Alegre o gol do Scarpa contra o Grêmio na Libertadores de 2019. “Perdemos na volta porque eu não estava no Pacaembu….” Naquela que foi a pior partida de Deyverson.

“Fiquei arrasada. Mas chorei mesmo de raiva quando o Gabigol virou a final de Lima contra o River”.

Algo inimaginável para quem até dois anos antes não era palmeirense e nem gostava de futebol. Algo impensável como Deyverson fazer o que fez em Montevidéu. Quando ela desmaiou na celebração.

“Apaguei. Caí no sofá. Eu achei que não ganharíamos nos pênaltis. Augusto me resgatou”.

Só o Palmeiras. Só esse amor incondicional que a fez chegar voando no Allianz Parque já com a bola rolando contra o Athletico. Para alegria de Augusto que estava ansioso acima da média. Tanto que o que ele não pôde fazer antes de a bola rolar ele não conseguiu de nervoso no intervalo. O gol de Zé Rafael deu mais confiança. O de Danilo deu a certeza que ele esperou até Gómez levantar a taça, Esther, os braços, e Augusto, então, se ajoelhar.

Ela virou para o abraçar pela Recopa erguida quando viu o namorado de joelhos com a caixinha do anel aberta e o pedido saindo pela boca como se fosse Palmeiras x River de 2020:

– Quer casar comigo?

Até eu casaria com você com esse pedido, Augusto.

Quando? Eles não sabem.

Onde? Eles querem ali mesmo. Altar da celebração da comunhão Palestra e Palmeiras, Parque Antártica e Allianz Parque.

Onde Esther aprendeu a amar o Palmeiras como o Augusto a ama. Mas ainda assim só depois desse que é o maior amor dele.

E que sejam Palmeiras para sempre.

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