Nem futebol, nem polo aquático. Palmeiras e Ponte empatam em batalha de campo minado

Se chamasse de polo aquático, eu estaria errado por não ter água suficiente para o gramado do Moisés Lucarelli se tornar uma piscina. Se chamasse de futebol, eu estaria errado por não haver condições de desenvolver uma jogada inteira sem o risco de ver a bola travando em uma poça no meio do caminho. Palmeiras e Ponte Preta empataram em uma batalha de campo minado.

Observando de longe, o gramado parecia seco minutos antes da delegação palmeirense entrar em campo para o aquecimento. As poças visíveis desapareceram depois de um funcionário da Ponte Preta passar duas horas espetando um ferro e abrindo inúmeros buracos no campo em locais onde a água estava acumulada. Mas bastou o elenco do Palmeiras subir do vestiário para perceber que as poças estavam lá. Só não eram mais visíveis. E assim se fez o campo minado.

Durante os 90 minutos, Ponte Preta e Palmeiras deixaram de se estudar para estudar o gramado. Todos os passes que paravam em poças exigiam que os atletas guardassem na memória qual local pediria uma bola alta. A água foi, sem dúvida, a maior roubadora de bolas da partida. Matou contragolpes, impediu a construção de jogadas e travou completamente o jogo. Para definir um passe ou uma arrancada, era preciso olhar para o adversário e acionar a memória de lugares em que a bola já havia parado.

Não consigo elogiar ou criticar jogadores e comissões técnicas pelo fraco espetáculo sem gols, mas consigo culpar o Moisés Lucarelli e sua drenagem, no mínimo antiquada, pelo sofrível jogo no qual ambos os times perderam dois pontos. Um ponto para cada time é justo, tendo em vista que as duas equipes treinam todo dia a prática do futebol, enquanto o que houve no Moisés Lucarelli foi uma batalha de campo minado.

Repare no vídeo abaixo como foi feita a maior parte da drenagem das últimas poças antes do duelo começar.