Nem obrigação e muito menos consolação

Quando o Grêmio de Felipão não conseguiu repetir a façanha de 1995 e bisar a Libertadores em 1996, não foi bisonho. Até porque no final do ano ganhou de modo emocionante o BR-96 contra a Portuguesa, no Olímpico. Não foi “prêmio de consolação”. O Tricolor foi campeão brasileiro pela segunda vez. Baita e merecida premiação para um dos três clubes brasileiros que mais Libertadores disputou – 18.

O São Paulo é outro com 18 torneios desde o primeiro que participou, em 1972. Em 2006 foi vice da América perdendo para o Inter, mas ganhou o teqftra nacional. Em 2007 foi eliminado pelo Grêmio, mas acabou penta. Fechou o 6-3-3 em 2008 depois de cair doloroso para o Fluminense no Rio, na Libertadores. Mas terminou o ano lá em cima como único tricampeão brasileiro desde 1971. Não se falou em “consolação”. Porque não se pode mesmo pensar.

O Palmeiras é o favorito para ser campeão brasileiro em 2018, semanas depois de cair na semifinal da Libertadores para o Boca. Em 1973, foi eliminado no torneio continental em polêmico jogo-extra contra o Botafogo. Mas terminou feliz a temporada como bi brasileiro (1972-73). Em 1994 se frustrou ao cair diante ao São Paulo nas oitavas. Mas foi de novo bicampeão nacional no final do ano. Em 2016 caiu na primeira fase em grupo difícil. Mas terminou enea em festa. Sem frustração.

O Cruzeiro celebrou o bicampeonato nacional em 2014 esquecendo a eliminação na Libertadores. O Corinthians curou as dores pela canonização de Marcos em 1999 conquistando o bicampeonato brasileiro 98-99, o tri desde 1990. O Tolima em 2011 foi sepultado pelo penta. O Guarani do Paraguai em 2015 pelo hexa. Não teve consolação. Teve um grande e merecido campeão.

O Flamengo de 1982 não conseguiu ser bi da Libertadores, mas ganhou outro Brasileiro. Como venceria também em 1983, mesmo não conquistando nova Liberta. Se nem o Real Madrid consegue tudo, e nem o Flamengo com Zico, quem é que pode?

O Santos de Pelé pôde. Ganhou Libertadores e o torneio nacional da época (Taça Brasil, eliminatória), em 1962 e 1963. Mas só ele na história brasileira ganhou o continental e o nacional. Não conseguiu em 2004 quando ganhou o BR. O Inter também não conseguiu com Falcão a Liberta no mesmo ano em que foi bicampeão brasileiro (1976). O Fluminense também não, em 2012.

É dificílimo ganhar tudo. Mais difícil, porém, é entender a cabeça de quem acha que vencer o Brasileiro é “consolação”. Embora o problema mesmo costume ser no cotovelo.