Pais palmeirenses na pandemia esperam título como presente antecipado no Dia dos Pais

(Fotos: arquivos pessoais)

“Todo o amor que eu sinto por ti, vou passar pro meu filho”. O trecho de uma das músicas cantadas pela torcida do Palmeiras estará ecoando pelos altos falantes do Allianz Parque a partir das 16h30 deste sábado (8), na final do Campeonato Paulista.

O presente do Dias dos Pais pode chegar antecipado para quem acompanhará a decisão ao lado dos filhos pela primeira vez. Pais da pandemia, Diego Rodrigues, Antônio Carlos Fedozzi Costa Júnior e André de Agostinho Agostino, terão a oportunidade de dividir com os primogênitos o prazer de ver o time do coração campeão em caso de triunfo sobre o rival.

“Faz mais ou menos um mês e dez dias que eles nasceram, e eu vou estar aqui com eles, na final, contra o maior rival nosso. Se ganhar, vai ser marcante, mas, se não ganhar, vai ser marcante também, porque meus filhos com um mês e pouquinho já tão vendo o Palmeiras numa final”, diz Diego Rodrigues, pai dos gêmeos Guilherme e Gustavo.

danilo

Eu tô bem emocionado, sabe? Porque no Dia das Mães, a gente fez uma surpresa para minha esposa, aí ela falava bastante pra mim do Dia dos Pais: "vai ser seu primeiro Dia dos Pais, os nenéns já vão estar aí” e agora eu penso em Dia dos Pais, e fico bem emocionado, sabe? Bastante feliz, mas, ao mesmo tempo, vem aquela vontade de chorar
Diego com os filhos Guilherme e Gustavo

Morador de Macatuba, Diego viveu um drama familiar após a morte da esposa Larissa por conta da Covid-19. A história dele ganhou notoriedade e o Palmeiras foi até a cidade do interior paulista levar produtos oficiais do clube para ele e os pequenos.

J-nior

Hoje o pai sou eu e não tenho mais o meu. Sou pai de sangue verde que espero ter passado esse mesmo sangue verde para Laura, que já também não tem mais o avô palmeirense para levá-la de mãos dadas até entrada da Turiassu. Para mim sempre será Turiassu. Assim aprendi com o Velho
**Antônio Carlos ao lado da sorridente Laura **

A paixão de geração para geração remete a lembranças dos tempos de estádio, algo impossível atualmente por conta da pandemia.

“Lembro de ontem, como hoje. Meu pai me pegando pelas mãos e dizendo: “filho, vamos ao Parque Antártica ver o Palmeiras”. Aquilo me fazia abrir um sorriso e íamos felizes, desde 1978! E me recordo a primeira vez contra a Ferroviária. Placar? Não importava. Ganhamos mas não lembro quanto. Difíceis eram os jogos contra o Santo André, despedida do Divino no Canindé, chocolate no Flamengo em plena semana, no Morumbi. Estreia do Enéas no sábado de manhã no Palestra. Tudo para mim com o meu pai era uma festa. Tudo que envolvia o Palmeiras, eu curtia mais ainda com o Velho”, afirma Antônio Carlos Fedozzi Costa Júnior, pai da pequena Laura de seis meses.

Andr-

E que, no domingo, a gente possa ter um dia dos pais perfeito, maravilhoso, com muito amor, família, todo mundo bem, e com esse título pra cima do Corinthians. Tenho certeza que é assim que vai acontecer, porque o Joca já nasceu pra ser campeão, e com certeza seremos campeões no sábado, em cima do Corinthians.
André com o pequeno Joaquim nos braços

A lembrança de outro pai é mais recente, exatamente dia 22 de julho, quando o Palmeiras voltou a jogar após mais de quatro meses. O dia para André de Agostini Agostinho foi eternizado com a chegada do pequeno Joaquim.

“Todo mundo estava num cuidado, numa precaução para que nada acontecesse durante a gestação (por conta da pandemia), até que, no dia 22 de julho, o Joaquim veio ao mundo. Coincidentemente, no dia do Dérbi, em que infelizmente o Palmeiras não ganhou, acontece. Mas tenho certeza que no sabadão a história vai ser diferente. O Verdão vai ganhar bem, tranquilo, com propriedade” projeta André com o pequeno no colo.

O 12 de junho de 1993 marcou o primeiro título de muitos pais ao lado dos filhos. Graças a Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras findou o jejum de quase 17 anos sem conquistas. O 8 de agosto de 2020 pode eternizar a vida de uma geração de pais de primeira viagem e fazer com que o almoço de domingo seja mais especial e de preferência verde e branco.