No terceiro episódio da série “Fala, Prass”, lançada pelo Palmeiras, Fernando Prass falou sobre a caminhada do Tri da Copa do Brasil, conquistado em 2015. Em entrevista à TV do clube, o goleiro detalhou as dificuldades de enfrentar adversários em gramados impraticáveis e comentou o susto da equipe após sair perdendo para o Sampaio Corrêa, no Allianz Parque.
– Campo horrível, tiveram que replantar a grama na véspera do jogo, porque não tinha grama. Eles fizeram buraco e jogaram as coisas, deixaram ali, soltas. Horrível, horrível, foi um campo ruim de jogar. Foi um susto (contra o Sampaio Correa). Copa do Brasil é fogo. Você não conhece o adversário, porque não tem conhecimento. É o jogo da vida dos caras – emendou o arqueiro.
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Peça fundamental da conquista do título da Copa do Brasil, Prass relembra o prazer de ter atuado com Gabriel Jesus. O arqueiro lembrou do primeiro gol no profissional marcado pelo atacante, contra o Asa de Arapiraca e enalteceu as qualidades da Cria do Verdão. O ex-goleiro destacou o potencial do atleta e revelou o período de aprendizado que o centroavante da Seleção Brasileira precisava viver, quando já estava atuando junto com a equipe principal:
– O Jesus eu peguei desde o comecinho e ele teve a primeira convocação para seleção principal e olímpica e eu estava com ele. Eu sempre brincava com ele “Tu vale 10, mas se você cabecear vai valer 20”. O Luís (auxiliar do Osvaldo), pegava no pé do Jesus todo dia depois do treino. Eu sempre ficava trabalhando com ele. Eu via a evolução dele, vi a dedicação dele, a mentalidade dele e isso me deixa muito mais orgulhoso. Ele não chegou onde está por acaso, ou por sorte ou apenas porque tem talento – completou.
Na entrevista, Prass contou pela primeira vez que o seu nome não estava na lista de batedores oficiais de pênalti da final. O goleiro revelou que só bateu depois de Alecsandro ter participação decisiva na conversa e insistir ao técnico Marcelo Oliveira para que ele batesse o pênalti. O camisa 1 admitiu a apreensão ao bater o pênalti, explicou a emoção quando viu a bola entrar e sacramentar o Tri do Verdão na competição:
– Eu treinei bastante. Na chegada do estádio, o professor já falou para mim. “Ô, Prass, se tiver pênalti, tu bate”. Ai eu falei “Bato, mas não vai precisar”. Eu comecei a treinar pênalti, porque, Coritiba e Fortaleza, os goleiros tiveram que bater. E, Botafogo e Fluminense, os goleiros tiveram que bater e comecei a treinar por causa disso. Imagina se um dia tenho que bater e eu nunca bati um pênalti na vida. Eu comecei a me preparar, mas por precaução. Ai quando chegamos ali na roda, eu vi muitos meninos e alguns com câimbra. Ai começou “Se precisar, tu bate”. Ai o Alecsandro falou: “Prass bate, não sei o que”. Aí ele falou pro Marcelo Oliveira e daí o Marcelo já tinha falado os cinco. Chegou no meu nome, e o Alecsandro falou novamente pro Marcelo Oliveira. “Bota ele de quinto”. De quinto eu bato, mas na esperança de não precisar bater – contou.
Por fim, Prass detalhou como foi a cobrança que mudou a carreira dele e a vida de milhões de palmeirense, para sempre:
– Eu saí um pouquinho mais com o pé, tirei um pouco da força, porque o Scarpa já tinha escorregado, o Marquinhos Gabriel já tinha escorregado e eu bato muito forte, apesar de eu estar com a chuteira da trava bem alta. Eu tava com uma chuteira especial, apesar de não ser o modelo atual, era uma chuteira mais antiga e o meu objetivo era botar a bola lá dentro, e ela entrou, independente de como, de onde. Ela entrou e isso que é importante. O Cesar (Greco, fotógrafo) falou que era pra eu correr pro outro lado, ai viro e corro direto para câmera dele. Ele é um grande fotógrafo. Ai eu falei: “Ô, Cesar, eu não sabia para onde eu tava correndo”. Foi quando eu deitei no chão, respirando, eu parei para olhar e ver o estádio”. Antes daquilo, eu só vejo pela TV e eu não me lembro de eu estar ali – finalizou.
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