O Palmeiras venceu o Independiente Del Valle de virada por 3 a 2 no Equador, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. O resultado foi conquistado pela equipe do segundo tempo, que teve uma atitude que sequer existiu no primeiro. Assim, o time de Abel prova que precisa mantê-la para almejar coisas ainda maiores.

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O primeiro tempo foi um daqueles que servem perfeitamente como exemplo do que não deve ser feito pelo Verdão daqui para frente. Pela oitava vez em 2024 o time saiu atrás no placar, com o Del Valle desarrumando a defesa e a marcação de Piquerez.

De acordo com o Wyscout, a equipe terminou a etapa com 47% de posse de bola, a menor na chamada “Era Abel”. Claro que as dificuldades que a altitude apresenta são notáveis, mas um elenco como esse não pode apostar todas as fichas em se segurar e arriscar “chutões” para atacantes que tinham que “se virar”.

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Endrick marca para Palmeiras contra Independiente Del Valle

O Palmeiras ainda precisa ampliar repertório, sim, especialmente em jogos que exigem mais do time. As complicações nas saídas de bola com Gómez e Piquerez não podem seguir, as bolas devolvidas com facilidade por Ríos muito menos. Defender bem também faz parte de estratégias, mas não deve ser só isso.

Pensando nisso, em melhorar a criatividade, em trazer o Verdão de volta ao jogo, de volta à pressão, ao controle, Abel Ferreira optou por mudanças que acabaram sendo providenciais na partida e que devem continuar sendo ao decorrer das competições.

Luis Guilherme, autor do gol da virada, Lázaro, do empate, e Estevão, já provaram que conseguem aguentar mais minutos nesse Palmeiras. Que entram bem, que fazem o “arroz com feijão” mais caprichado que o normal, com mais tempero que alguns.

Dá para investir em quem pede passagem, dá para manter a confiança e, principalmente, a atitude que venceu a altitude de Quito para que o Verdão siga no topo das principais competições que disputa. É só ajustar e buscar.

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Eu nunca joguei futebol. Quando tentei, que horror. A bola brigava comigo, meus pés erravam os passos, era medonho. Ainda assim, aprendi um pouco de como funciona essa tal de altitude. Certo dia, fui conhecer em carne, osso e falta de ar, como era a realidade desse fantasma. E vou te contar, meu bom, é desesperador. Você respira, não vem, você insiste, não vem. Uma briga hercúlea pra se manter bem.

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O Palmeiras, meio capenga das pernas, tem a altitude de La Paz pela frente. Diante do Bolívar, o time de Vanderlei terá de oxigenar suas ideias para sobreviver na missão pela América. A questão que me fica é: vale a pena colocar pra guerra todos os seus melhores nomes? Já com a classificação encaminhada num grupo fácil, é o caso de levar esse duelo como decisão, mesmo?

Depois da luta nas alturas, o time tem o Grêmio, longe de casa, pela frente. E é pelo campeonato que o Palmeiras pode vir a liderar se vencer os gaúchos e algo aqui e acolá derem errado pros concorrentes. E com um jogo a menos. Não se ignora o cavalo selado que convida para a disputa desta taça que é velha conhecida do Palmeiras. Seria a décima primeira. E o sabor seguirá maravilhoso.

Não, o cronista não acha o Brasileirão melhor que a Libertadores, ele só acha que não vale a pena colocar peças em risco para uma partida na qual seu melhor desempenho provavelmente importe pouco, a disputa será de ar, de gás, de pulmão, de correria. Apostaria, no auge da minha corneta pouco habilidosa, em um time de quem tem mais canela pra gastar. Faça-se o jogo que os locais propõem, então.

A vitória decide e a derrota muda pouco. A aposta não vale a pena. Pelo menos pra mim, aqui do meu sofá.

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