Arquivos cat-Família Palmeiras - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/cat-familia-palmeiras/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Sun, 09 Aug 2020 23:59:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Véspera do Dia dos Pais de 2020 e 2012 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/vespera-do-dia-dos-pais/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/vespera-do-dia-dos-pais/#respond Sun, 09 Aug 2020 02:24:58 +0000 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/vespera-do-dia-dos-pais/

Foi num sábado à tarde. Não tinha meias brancas como em 1993, no Dia da Paixão Palmeirense, contra o maior rival. Não foi de novo como em agosto de 1993 com o mistão que ganhou de novo o Rio-São Paulo contra eles. Não foi como agora em 2020 quando Patrick de Paula jogou no ângulo […]

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Foi num sábado à tarde. Não tinha meias brancas como em 1993, no Dia da Paixão Palmeirense, contra o maior rival. Não foi de novo como em agosto de 1993 com o mistão que ganhou de novo o Rio-São Paulo contra eles. Não foi como agora em 2020 quando Patrick de Paula jogou no ângulo do Gol Norte o título paulista 100 anos depois do primeiro, em 1920. Quando a gente ainda contava mortos da Gripe Espanhola. Como neste mesmo sábado contamos 100 mil mortos pelo Covid-19.

Não tinha a nossa gente campeã no Allianz Parque nesta véspera de Dia dos Pais de 2020. Como há 8 anos o nome da sala de imprensa do estádio (o meu pai) visitou as obras da arena pela última vez. No último passeio que faria com os meus filhos, três meses antes da partida. Na véspera do Dia dos Pais de 2012.

Quando eu tirei essa foto, minutos antes de meu pai sair de cadeira de rodas do estádio pela doença que o levaria e a gente ainda não sabia a gravidade, eu me emocionei porque senti que talvez aquela fosse uma das últimas fotos dele no velho Palestra.

E foi mesmo.

A frase dele está escrita em dois lugares do estádio. Está na Academia do clube. Está na alma de palmeirenses como os netos. Como a mulher dele. Como a nora que ele não conheceu de olhos verdes como o coração. Como a filhinha que ele também não teve a felicidade.

Eles estavam todos juntos em casa vendo a final de 2020. Eu comentava pelo Esporte Interativo a Champions lá no estúdio. Não vi o gol de Luiz Adriano. Vi o pênalti de Gómez no desespero da minha mulher pelo WhatsApp.

Mas vi Patrick de Paula batendo como gente grande. La Favela è qui! Foi ali no ângulo. Foi na mesma meta de 1999. Foi onde eu tirei essa foto há 8 anos. Também em um sábado. Também na véspera do Dia dos Pais.

Eu achava que poderia ser a última. E foi.

Foi a primeira de Patrick. E vai ser a primeira de muitas.

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Nossa vida é você, campeão https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nossa-vida-e-voce-campeao/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nossa-vida-e-voce-campeao/#respond Sun, 12 Jul 2020 10:55:50 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/07/12/nossa-vida-e-voce-campeao/

A minha coluna no YAHOO! de 13 de julho de 2012: "NOSSA VIDA É VOCÊ RelacionadasPalmeiras treina antes de estreia na Copa do Brasil, e Luis Guilherme vive ‘expectativa de gol no Allianz’Alicia Klein cita ‘Era Abel’ e coloca técnico como maior da história do Palmeiras: ‘Sem dúvidas’Opinião: ‘Obrigado por tudo, Breno Lopes’O doutor Luc […]

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A minha coluna no YAHOO! de 13 de julho de 2012:

"NOSSA VIDA É VOCÊ

O doutor Luc era otorrinolaringologista. Uma hora de consulta era meia hora de Palmeiras. Ele cuidava da garganta que arde da família. Do ouvido que há muito não ouvia os rojões campeões. Do nariz que não sentia o sabor de um título desde 2008. O doutor não pôde ver o Verdão voltar do infernal Couto Pereira como bicampeão da Copa do Brasil. Morreu na véspera de ver o Palmeiras dele como Palmeiras. Campeão. Como ele sempre foi na medicina e na arquibancada mais vazia sem um coração verde para bater como sempre. No enterro, horas antes da final, a família estava verde de luto. Muitos vestiam camisas do Palmeiras. Da bandeira que cobriu o caixão com o “orgulho” que só quem não é Palmeiras acha que o torcedor perdeu. (Colegas de imprensa de outros credos e cores: ninguém perde “orgulho” quando perde um campeonato ou deixa de vencê-lo por tanto tempo. Quem torce por um time – como vocês também têm os seus – não torce por títulos. Torce por amor).

Meu tio Chico Flávio me levava com o filho Alessandro e os primos ao estádio para ver o nosso time campeão ano sim, ano não, nos anos 70. Mesmo quando as coisas não andavam e não jogavam bem, o Fafo acreditava. Enchia o portamala do Fiat 147 para ver malas que nos infelicitaram nos anos 80. Meu tio agora está no hospital se recuperando de uma intervenção no coração que suportou os 90 minutos de um Coxa nervoso e amuado demais contra um Palmeiras que jogou melhor em Curitiba. Mesmo perdendo Thiago Heleno (o melhor até sair lesionado, aos 36), mesmo se arrastando com Luan lesionado nos 20 finais, o invicto campeão empatou com um gol de Betinho, no único lance que acertou no clube.

Rafa é filho do Sérgio, amigo velho de busão, colégio, festas e Palestra. Ele está no hospital fazendo quimioterapia para se recuperar de uma doença que irá vencer. Como o time dele superou erros próprios, desconfianças, destemperos, desfalques, suspensões, limitações, adversidades grandes como os adversários.

Em suas camas de hospital, Chico Flávio e Rafa vibraram mais do que deveriam pelas suas convalescenças. Mas há corações que suportam tantas dores e dissabores seguidos. Eles venceram. O time deles, também. Tudo se recupera. Tudo se supera. Tudo volta a ser o que é. Como em algum tempo o Flávio e o Rafael vão estar com o Palmeiras. Como o Palmeiras. Um colosso que pode adoecer, pode se prostrar, merece ser protestado. Mas é potestade que vence qualquer tempestade. É torcedor que joga com o coração quente como a testa do febril Henrique, colosso no Alto da Glória. De mais um Marcos que garante a Assunção palestrina. Do time que não é mais. Não é menos. É Palmeiras. Basta.

Os atletas da Adidas do Palmeiras entraram em campo nos dois jogos da decisão com chuteiras com uma frase por mim sugerida, extraída dos cantos das torcidas: “Minha vida é você”.

Estará nesta quinta-feira na internet e no portal da empresa um vídeo que, a partir dessa ideia, conta um pouco das decisões e muito do espírito de equipe e do time atual, sob o ponto de vista do roupeiro do clube desde 1991, o paraibano Joãozinho. Ideia básica deste que vos tecla, trilha sonora de Igor Cavalera, com grande trabalho e edição da Habilil Produções.

Uma honra ter feito parte desse time que contou um pouco da história daquela equipe campeã de 2012.

Bravo Coritiba. Duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil. Em ambas vendendo caro a vitória no jogo decisivo. O critério de desempate derrubou grandes campanhas de outro clube que aprendeu demais ao cair e voltar muito melhor. Vai longe.

Tivesse um ataque mais eficiente, e o pênalti não marcado em Tcheco em Barueri, talvez fosse outra a história. Mas ainda merece todos os elogios pelo clube e pelo ótimo trabalho de Marcelo Oliveira."

Foi o que escrevi no YAHOO! em 2012.

Estou de volta ao portal em 2020. Em 2015 o mesmo Marcelo Oliveira deu a volta olímpica na Copa do Brasil pelo Palmeiras.

Meu tio Flãvio partiu em 2019. Meu pai partiria naquele mesmo 2012.

O Rafa tá firme e forte e Palmeiras.

Faz oito anos. Parece um tempão.

Mas parece mesmo que foi ontem. Como parece que foi hoje que todo dia a gente tem "orgulho" da nossa história.

A que reconto aqui.

A que neste mesmo dia, há 8 anos, eu apresentei na festa dos campeões lá na Academia. Chamando um por um ao centro do campo 1 os campeões da véspera em Curitiba.

Como o Marcos Assunção da foto com meus filhos. A quem mais uma vez eu disse "obrigado". E ele respondeu: "obrigado por você ser palmeirense".

Obrigado, campeão.

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Dez anos do adeus ao Palestra https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/dez-anos-do-adeus-ao-palestra/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/dez-anos-do-adeus-ao-palestra/#respond Thu, 09 Jul 2020 18:45:58 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/07/09/dez-anos-do-adeus-ao-palestra/

18h14 de 3 de maio de 2010. Mando ao meu parceiro Juan Brito,do marketing do Palmeiras, a pedido do meu querido amigo Rogério Dezembro, então diretor da área no clube, o texto que seria impresso no último jogo do velho Palestra. Amistoso numa tarde de sexta contra o Boca Juniors. "Este é o berço da […]

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18h14 de 3 de maio de 2010. Mando ao meu parceiro Juan Brito,do marketing do Palmeiras, a pedido do meu querido amigo
Rogério Dezembro, então diretor da área no clube, o texto que seria impresso no último jogo do velho Palestra. Amistoso numa tarde de sexta contra o Boca Juniors.

"Este é o berço da Academia do país do futebol. O do Campeão do Século. O altar da comunhão palmeirense.
O Palestra Italia. O Palmeiras dos filhos desta pátria mãe gentil, dos netos da Mamma Itália. Da torcida que canta e vibra nos Jardins Suspensos pela paixão de um clube que não é maior e nem menor. É Palmeiras. Basta.
Mas tanto amor não tem cabimento. Por isso o Palestra precisa ser maior. Moderno como o gramado elevado de 1964. Eterno como o estádio que é nosso há 90 anos. E continuará sendo de cada um quando reabrir os portões para a História.
O felizardo que tem este ingresso entra pela última vez na nossa única casa. Quando voltar, ela será como o nosso amor: ainda maior; ainda melhor; ainda mais Palestra Italia; sempre mais Palmeiras.

Naquela semana era a final da Copa de 2010. Eu estava na África do Sul. E na antevéspera escrevi este texto:

"Meu filho mais velho está fora do país. Sofreu com a derrota brasileira para a Holanda, ainda mais pela saudade da casa onde não viveu tão longe em 11 anos de vida. Mas sofre ainda mais por não estar no último jogo do Palestra Italia, nesta sexta-feira, amistoso contra o Boca Juniors. Time que lá mesmo, em 1994, sofreu a maior goleada de sua história internacional: 6 a 1 Palmeiras das vacas gordas da Parmalat. Fora o alfajor nos argentinos, teve tarantela, e, de lambuja, a convocação de Mazinho para ser campeão do mundo pelo Brasil, três meses depois.

Aqui da África do Sul, tento dar um jeito de levar o filho menor ao último amistoso. Não sei se vai dar. A mãe e o avô trabalham, tios também… O consolo é lembrar que nós três já estivemos na despedida valendo campeonato, antes da Copa, nos 4 a 2 contra o Grêmio, o último jogo oficial antes da reforma. Quando nós três pudemos assistir à vitória verde. A última que vimos juntos na casa que une a minha família, a famiglia verde, e tantos em cada canto do lugar onde mais cantei na vida. Onde tanta gente que não se entende canta e vibra. Boa gente que só se entende como gente quando é Palmeiras.

No final daquele sábado, pude ver tantos amigos ao final do jogo. Revi vários verdes de fé. E enxerguei até quem não mais podia estar lá. Como eu não poderei nesta sexta, trabalhando na final da Copa, em Johanesburgo. Como meu mais velho não poderá, estando longe do Brasil. Como o menor possivelmente não conseguirá ir. Como tantos também também não irão se despedir. Como muitos estarão de coração dando tchau ao lar que sequer conheceram. Embora saibam mais dele que das próprias casas.

Caríssimo Palestra, perdão por não comparecer à festa de despedida. Ainda mais com tanta gente que honrou o nosso lar e nosso manto por lá passando só para lembrar o que não se pode esquecer. Fico de tão longe com a imagem dos meus filhos tão pertos no final daqueles 4 a 2 contra o Grêmio. Com o orgulho do peito juvenil dos meninos inflado à frente dos bustos de Ademir, Fiume e Junqueira. Com a sensação de que ali, naquele momento de foto para a eternidade, toda a saudade do que eu não vi de Palestra e Palmeiras não mais existia. Porque ali, naquele sábado, meus meninos não eram apenas todo o amor da minha vida. Eram todo o amor da nossa vida – Palmeiras."

Pouco menos de 3 anos depois, eu só não anunciei o nome da nova arena como Allianz Parque porque estava de lua de mel. Pouco mais de 4 anos depois, o primeiro evento do estádio foi a exibição de meu primeiro documentário. Na inauguração definitiva, fui o mestre de cerimônias.

Nem em sonho.

Mas é tudo verdade. É tudo Palmeiras.

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A mãe mais mãe que conheço no Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/a-mae-mais-mae-que-conheco-no-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/a-mae-mais-mae-que-conheco-no-palmeiras/#respond Sun, 10 May 2020 20:29:09 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/05/10/a-mae-mais-mae-que-conheco-no-palmeiras/

Mamma, obrigado por ser Palestra. Até porque toda a família veio da Itália. E a minha avó se chama Itália Roma. Não tinha como não ser. Ainda mais com o Babbo com quem você casou. Até frase ele tem no nosso estádio que tem uma sala com o nome dele. Meu Amore, obrigado pelo coração […]

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Mamma, obrigado por ser Palestra. Até porque toda a família veio da Itália. E a minha avó se chama Itália Roma. Não tinha como não ser. Ainda mais com o Babbo com quem você casou. Até frase ele tem no nosso estádio que tem uma sala com o nome dele.

Meu Amore, obrigado pelo coração da cor dos seus olhinhos e pela companhia sempre quando o Palmeiras mais precisa da sua confiança e carinho.

Mamães das estátuas desde o Junqueira e de todo os que jogaram pelo Palmeiras, obrigado por tudo e por todos. Vocês nos fizeram ser ainda mais do que somos desde que o amor uniu nossos pais. Desde que o Palmeiras nos uniu.

Mamães que fazem os filhos palestrinos, obrigado. Tenho dois maravilhosos exemplos do meu sangue.

Mamães que convertem e viram a casaca de outros filhos das mães, muito obrigado.

Mas hoje e sempre os parabéns são obrigados a Silvia Grecco, mãe do Nickollas.

É muito fácil levar o filho ao bom caminho (descer a Pompeia, vir pela Clélia, saltar na Barra Funda-Palmeiras, pegar o Lapa, parar na Caraíbas, correr pela Palestra, atravessar a Francisco Matarazzo, vir pelo corredor da Sumaré). É mais fácil ainda quando ele vê o verde. Ele revê o Verdão.

Mas contar ao pé do ouvido o que nos arrepia como a Silvia é coisa da mãe THE BEST. Tem até prêmio da Fifa para quem não crê e não sabe.

Mãe do Nickollas, obrigado por contar a nossa história. Obrigado por fazer parte dela.

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Edmundo são animais https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/edmundo-sao-animais/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/edmundo-sao-animais/#respond Mon, 04 May 2020 12:20:53 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/05/04/edmundo-sao-animais/

Edmundo tem nome de craque. Genial e genioso. Sanguíneo. Parece dos nossos desde o berço. Mas o melhor é que não nasceu palmeirense. Virou. Amo quando eles amam nosso time como se fosse o deles como é o nosso desde sempre. "Aprender" a ser palmeirense deve ser maravilhoso como é nascer sendo. O Edmundo de […]

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Edmundo tem nome de craque. Genial e genioso. Sanguíneo. Parece dos nossos desde o berço. Mas o melhor é que não nasceu palmeirense. Virou. Amo quando eles amam nosso time como se fosse o deles como é o nosso desde sempre. "Aprender" a ser palmeirense deve ser maravilhoso como é nascer sendo.

O Edmundo de quem falo aqui é de origem italiana. É como milhões que só podiam ser. E se não houvesse Palestra para ser palmeirenses talvez eles fossem outro clube. Certamente eles seriam outros seres.

Edmundo tinha que comer macarrão todo domingo com toda família no almoço. Sagrado como o Divino. A família Palmeiras como a do Edmundo é a única. Amada todo o tempo. Briga o tempo todo. Mas Edmundo só queria vê-los por perto como o nosso time.

"Mas não era apenas o sangue italiano que corria forte nas veias, ali tinha muito do nosso Brasil. Meu pai não amava apenas futebol, ele cornetava até partida de curling nas Olimpíadas de inverno. Ele adorava esporte. Ele respirava futebol, e ele amava o Palmeiras. Amor que passou para a mulher, para os filhos, para a sobrinha, e, agora, por último, para o amado neto, Davi. Ele que nos ensinou a jogar bola, ele nos ensinou a amar o Palmeiras na mesma intensidade que ele amava. Inclusive, perdeu alguns dedos da mão direita durante a comemoração do titulo da Libertadores de 1999, com rojão".

O Edmundo pai da Letícia amava Edmundo. "Dois animais". Ela lembra que coração de pai sempre cabe mais do que 11. "Marcos, Alex, como exaltava a classe do Ademir da Guia, Rivaldo. Como sabia a escalação de qualquer time do Palmeiras. E não lembrava apenas dos bons jogadores, mas dava risada lembrando daqueles dignos de @jogueinasep que ele teve que aguentar vestindo o manto. Não teve um unico técnico que passou no Palmeiras que ele não tenha chamado de burro, nem Felipão nem Luxemburgo". Frase típica da corneta: "nem meu time da várzea é tão mal treinado assim".

San Lorenzo, em 1999, foi o primeiro jogo da Letícia, no velho Palestra. "Foi ele quem me deu a primeira camisa do Palmeiras, a primeira bandeira. E fui eu que o levei no primeiro clássico dele contra o Corinthians no Allianz Parque. 2016. Gol do Cleiton Xavier".

Edmundo torcia até pelas obras da nova arena. "Não tinha um dia que ele não acompanhava pelo site. Eu costumava dizer que ele já até conhecia os pedreiros".

Todo jogo a Letícia tinha a função tática de fazer pipoca para eles. Era pela TV, ou pelo rádio com o Silvério ou com o Ulisses. Ou pelo celular. Mas sempre com pipoca. E com ele ao lado do time que era tão dele como a família. Com briga. Com discussão. Com vida.

Se não tinha Palmeiras, tinha o Brasil. "A Seleção não ganha Copa sem jogador do Palmeiras, não adianta!". E ainda tinha o Manchester City pra torcer. Quer dizer. O clube onde foi jogar o Gabriel Jesus.

"Meu pai respirava futebol, e não importava a qualidade técnica, não. Ia da serie C a Premier League. Tudo era futebol. Ele gostava de ver jogo inclusive na padaria santista e no bar do Toninho, em Santos".

O coração bateu e trabalhou tanto nessa vida que ele só podia parar no feriado. No dia do Trabalho. E 19h, depois do expediente.

"Uma pessoa tão agitada, fervorosa, alegre, nunca tinha tempo ruim pra ele, viveu tão intensamente, torceu tão intensamente, cornetou tão intensamente que seu coração cansou. No mesmo dia que um dos seus maiores idolos do esporte faleceu, Ayrton Senna".

Edmundo deixou Letícia. Mas ela sabe que não. "Eu perdi meu melhor e maior companheiro de jogos. Mas sei que ele vai continuar a assistir aos jogos comigo, a nossa rotina não vai mudar, mesmo que sem ele fisicamente presente".

Vai ser como a final da Copa do Brasil contra o Santos que tão bem conhecem. Edmundo levou a filha para ver Prass. Ela estava lá dentro celebrando. Ele ficou lá fora torcendo em volta do Allianz Parque.

Só pra a levar e trazer de volta para casa. Só pra levar e trazer a maior alegria de um pai. Fazer um filho que é como ele: palmeirense.

"Ele me ensinou tanto. Mas, de longe, amar o Palmeiras foi a melhor coisa que o senhor me ensinou. Fica com Deus, pai. Fica com seus pais. Sei que daí vocês vão olhar por nós e pelo Palmeiras".

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100 anos da compra do Parque Antarctica https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/100-anos-da-compra-do-parque-antarctica/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/100-anos-da-compra-do-parque-antarctica/#respond Sun, 26 Apr 2020 15:28:21 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/04/26/100-anos-da-compra-do-parque-antarctica/

Em 27 de abril, o Palestra Italia celebra 100 anos da compra do parque da companhia Antárctica. Quanda a luz se apagou no estádio do Palestra Italia em 2010, sabíamos que só seria acesa em um longo tempo. Num novo templo. Seriam muitos meses até que os filhos da Academia pudessem se sentir novamente em […]

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Em 27 de abril, o Palestra Italia celebra 100 anos da compra do parque da companhia Antárctica.

Quanda a luz se apagou no estádio do Palestra Italia em 2010, sabíamos que só seria acesa em um longo tempo. Num novo templo. Seriam muitos meses até que os filhos da Academia pudessem se sentir novamente em casa. Num lar novo em folha. Lugar para esquecer as velhas falhas e os novos problemas. Um santuário para lembrar os tantos dias de nossas vidas vividas em nosso altar. Em nosso palco. Em nosso campo. Em nossa casa.

Nossa! Mas de cada um. Todos temos um cantinho no Palestra. Onde cantamos e vibramos. Onde cornetamos e divergimos. Onde o Palestra virou Palmeiras. Onde o Palestra nos ensina que o Palmeiras é nossa sina. Onde não somos mais, nem menos. Apenas palmeirenses, sempre palestrinos. Isso basta.

Dispensamos apresentações. Não precisamos de explicações. Apenas somos tudo isso que tem uma casa. Que fechou para reformas. Que voltou como cada um de nós, e por todos nós: cada vez maior, cada vez melhor. Cada vez mais Palmeiras. Sempre Palestra.

Primeira vez

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Meu primeiro jogo no Palestra, em agosto de 1974

O meu primeiro canto foi na numerada. Três de agosto de 1974. Luís Américo fez o primeiro gol que vi na rede esticada do gol do placar, o que depois seria Gol Norte. 1 a 0 Saad. Leivinha empatou, Dudu virou, mas Fernandinho empatou. Uma zebra. Até então, só vira o Palmeiras bicampeão brasileiro em 1972-73 sair de campo satisfeito. Só assistira a jogos-shows no Pacaembu e no Morumbi. Estreava sem vitória no Palestra. No jogo inaugural do SP-74. O que acabaria não mudando muita coisa. Em dezembro, o mais importante Ronaldo da história do Derby paulistano faria o gol que deixaria o rival mais um ano na fila, no Morumbi.

Naquele fim de tarde de sábado de agosto de Sol paulistano, saí chateado com o empate contra o Saad. O goleiro deles se chamava Fininho. Fechara o gol. Eu, o bico, debaixo dos meus sete anos. Só fui achar legal a noite quando minha avó Albertina, que morava do lado do Palestra, me confortou na pizza da noite. Ela foi uma das que me ensinaram que não se deve vaiar “os meninos”. Que devemos ter a mesma fé que ela tinha ao acender velas em dias de jogos do time do coração da família de pai e de mãe. Dos “palmeiristas”.

Dos palestrinos que, desde aquele agosto de 1974, começaram a dividir a vida entre idas e vindas ao Palestra, ao Pacaembu, ao Morumbi. Onde fosse, onde jogasse o Palmeiras. Naquela primeira visita, meu tio Leo, pai do Erich que ainda nem havia nascido, foi minha primeira companhia, ao lado do irmão Joelmir, e do meu irmão Gianfranco. Se a escalação do Palmeiras não mudava daquela rima que era seleção – LeãoEuricoLuísPereiraAlfredoeZecaDudueAdemirdaGuiaEduLeivinhaCésareNei, todos juntos, para sempre – o meu time de companheiros mudava sempre. Saía o tio Leo, vinha o Tio Flávio. O Tio Jura. Os primos Paulo Calabar, Alessandro, Danilo. Depois o Erich. Quando dava, o Ulisses. Mais difícil era ir ao jogo com os primos do interior, o Vlamir e o Cléber.

Eternos

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O time campeão de 1976

Não era nada complicado torcer por aquele time. Até quando ele já não era o mesmo. Como naquele 18 de janeiro de 1976: Dudu saiu machucado, num empate com a Portuguesa. E só voltou ao time como treinador. Estreando num novo empate com o Guarani, em 9 de maio. Quando lançou o jovem Pires em seu lugar. E mais o Verdão não perdeu até vencer antecipadamente o Paulistão. 1 a 0 no XV de Piracicaba. No 18 de agosto de 1976, mais de 40 mil vibraram com Jorge Mendonça, marcando o gol do título. Campeonato que a família celebrou em casa. Meu pai não conseguiu sair a tempo do trabalho. Viu parte do jogo, abriu um vinho, e fomos dormir.

Ano sim, ano não, a festa parecia garantida. Era assim o Palmeiras.
Não foi mais assim. Em 10 de agosto de 1977, pelo Paulistão, o Palmeiras só empatou com o Comercial de Ribeirão. 1 a 1. Foi o último jogo no estádio da estátua Ademir da Guia, que em 40 dias encerraria a carreira, parada por problemas respiratórios. Cabeça e coração das Academias palmeirenses penduravam as chuteiras. Não mais o Palmeiras seria Palmeiras até 12 de junho de 1993. Quando tudo se justificou saindo da fila contra quem o clube havia deixado mais um ano de jejum, em dezembro de 1974. Todas as dores compensavam.

Esquecíveis

Todas aquelas partidas para esquecer. Começando ainda em 1980, quando o Palmeiras teve de purgar pecados na Taça de Prata de 1981. A última vitória na nostra casa foi em 16 de agosto de 1980. Quase quatro anos do último título, e contra o mesmo XV de Piracicaba. Mais quatro jogos até o fim de ano sem vitória. Sem orgulho. Sem Palmeiras.

Honra resgatada com o acesso prematuro à turma de cima ainda em 1981, na Taça de Prata. Um show de Sena num 2 a 0 contra o Guarani parecia um novo Vecchio Palestra. Mas era só fumaça negra. Mais uma Taça de Prata em 1982, desta vez com eliminação na primeira fase. Goleadas para os rivais no SP-82. Um novo e rico time para 1983. Mas os mesmos problemas. Com novos amigos nas arquibancadas. Braga, Aloízio, Paulo Sapo, Salvador, Cecchi, seu Angiolo, Mauro Pizza, Lolô, Jorjão, Chang, Jambo, Dado, André, Marcelo, Juninho. Sofrendo juntos e esmagados com uma bola de Mendonça, da Lusa, no travessão, no SP-83, no fim do jogo. Sorrindo juntos com um pôr-do-sol maravilhoso de agosto na arquibancada de uma quinta-feira, num 5 a 1 no Taquaritinga. Quando lembro ter pensado numa namorada que não tinha. Mas que já pensava numa tarde como aquela com os filhos que eu queria ter. Motivo de sorrir sem saber o porquê na volta do ônibus na noite parada de São Paulo.

Em 1985, já tinha carro – verde. Já não tinha mais namorada. E parecia ter perdido o chão, debaixo do placar, só de pensar o que ainda estava escrito nele: 3 a 2 XV de Jaú, num domingo de novembro. Bastava ter vencido para se classificar para a semifinal. Perdemos. E fiquei ali perdido, com o ingresso inteiro na mão molhado pela tormenta da chuva forte e pelo cataclismo ainda mais severo. A torcida invadira o Palestra pela derrota de um rival, pela manhã. E eu ali com o queixo entre as mãos, olhando para o gol da piscina. Um tempão. O mesmo que o goleiro reserva Martorelli usou para ficar sentado, no banco de reservas, olhando desconsolado para o mesmo infinito.

Como é que a gente conseguia perder assim? A gente que só sabia vencer só parecia perder e se perder no Palestra. Eu parecia aquele menino mimado que quer fugir de casa – e pede pro pai atravessar a rua e pagar as contas. Eu dizia que não voltaria àquela casa zicada. Achava que a culpa também era do estádio. Lá eu não mais voltaria. Promessa jamais cumprida. Porque isso não é coisa que se prometa.

Promessas
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5 a 1 no Corinthians, no Morumbi, em agosto de 1986

E lá estava eu de novo, em 1986, com o Cecchini, Zuccari, Altit, Rosa, Melura, Mancusi, Zerbini, Izzo, Paulinho Iudicibus, Fredão, Cafarnaum, Raduan, Sangiuliano. 1987… 1988… Mais ainda em 1989, com um belo time, com Leão no banco, e a melhor campanha na primeira fase do Paulistão. Na segunda também. Taça dos Invictos. E a eliminação por uma única derrota, em Bragança. E lá vamos nós para 1990. Sempre no Palestra. Agora com Denise, Raquel, galera da FT e da Band. E os amigos de verde e de credo de sempre. Sempre saindo do estádio e do estado normal pelas derrotas doidas e doídas. Pelas madrugadas choradas com os amores. Ou com sonhos de amores e vitórias que pareciam impossíveis.

Naquele 12 de maio de 1990, empate sem gols com o Bragantino de Luxemburgo, uma vaga na Copa do Brasil perdida, um treinador demitido. Meu último jogo no estádio como torcedor. Em um mês começaria meio sem querer no Jornalismo agora esportivo. Para sempre futebolístico. Nas páginas esportivas fiquei. Permaneço. Sempre como um palmeirense que está jornalista. Que um dia já foi estudante. Que pretende ser um palmeirense aposentado do Jornalismo. Jamais da paixão de ir ao Palestra como fui, de 1974 a 1990. Só como torcedor.

Porque, então, veio o dever de tentar ser imparcial, isento e objetivo. De torcer sempre, mas jamais distorcer pelo Palmeiras. O que, muitas vezes, levou a muitas atitudes e ações distorcidas. Por mim e por outros. Faz parte. Como sempre fez o nosso Palestra.

Novas cores

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O primeiro elenco da parceria com a Parmalat, em 1992

De qualquer jeito. Com qualquer camisa. A verde listada da Parmalat estreou em 26 de abril de 1992. 1 a 0 no Cruzeiro. Gol de Paulo Sérgio. Eu já estava na Rádio e TV Gazeta. Comentando. Logo, cornetando um time que demitiu o treinador depois de um empate sem gols e sem futebol contra o Noroeste, em 19 de agosto. 16 anos e um dia do título de 1976. Uma noite trágica que quase acabou ainda pior, com torcedores querendo bater em colegas na cabine ao lado da minha. Quase apanhei junto. Só escapei por ser palmeirense como os agressores. Embora metade da turba achasse que não. Mais ou menos como a proporção da torcida, hoje.

Não cheguei a repensar o ofício. Nem o amor. Palmeiras não se pensa. Não se escolhe o Palmeiras. Ele nos acolhe. Ele sabia que ainda viria 1993. O Paulista. O Rio-São Paulo. O Brasileirão. Faltava uma festa no Palestra. No SP-94, foram quatro: a virada sobre o São Paulo no dia em que morreu Senna. O 1 a 0 sobre o Ituano no domingo seguinte, com a primeira volta olímpica no estádio. A segunda – a oficial – foi em Santo André; a definitiva, com a faixa no peito, foi no Dérbi, no Pacaembu.

Isso sem falar na maior derrota internacional do Boca Juniors, em 9 de março. 6 a 1 Palmeiras. O jogo que o filhinho de Evair hoje vê em DVD e pergunta ao Matador se “é tudo verdade”. Parece mentira. Parecia Palmeiras no Palestra.

Como foi em 3 de agosto de 1995. 5 a 1 no Grêmio. Faltou um gol para eliminar o Tricolor de Felipão. Mas não faltaram aplausos para aquela epopeia. Nesse dia, senti falta de estar ali na arquibancada, junto com os novos amigos Strifezzi, Fagundes, Di Lallo, Klein, Cassiano, Solarino, Avallone, Bom Angelo, Alex. Gritando como urrei quase sozinho naquela noite perdida em 1986 para a Inter de Limeira. Berrando como deixei o estádio naquele 11 de setembro de 1994. 1 a 0 no Inter. Meu último jogo de solteiro. Comentei pela rádio. Mas, quando deixei o estádio, dei aquela última olhada para a arquibancada escura. Tentando me encontrar onde algumas vezes quase me perdi de alegria e tristeza. Pensando na nova vida que teria.

Único

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O trem-bola de 1996

O maior Palmeiras que vi durou pouco. Aquele trem-bola palmeirense de 1996 foi só um semestre. Mas foram 21 vitórias seguidas. 12 por goleada. A maior campanha do profissionalismo. O time que chegou aos 100 gols no Palestra, num domingo gelado de junho, ganhando o returno e o título antecipado. 2 a 0 no Santos. 102 gols. Acabou a transmissão que fiz no Sportv, fui ao banheiro, arranquei o uniforme da TV, deixei apenas o do Palmeiras na noite fria. Enfiei um gorro que só deixava os olhos para fora e saí celebrando pelo clube e pelas ruas. Até na TV apareci. Na concorrente. Vibrando como um encapuzado torcedor comum. Celebrando como faria na final da Mercosul de 1998, depois do Natal. 1 a 0 no Cruzeiro. Fogos na Turiaçu fechada. Eu e os amigos no Bar do Elias pela madrugada. Chegando cedo em casa apenas para deixar sobre o berço do Luca, então com três meses, a faixa que ele até hoje guarda. A de campeão da Mercosul.

Foi o primeiro título dele. O segundo viria num chute para fora de Zapata. Quando Oberdan Cattani conversava com as estátuas de Waldemar Fiúme e Junqueira, nas alamedas do clube. Quando Evair orava no vestiário. Quando eu levantava na tribuna de imprensa e batia palmas. Quando um querido colega ouvia nas escadas o estádio celebrar a vitória nos pênaltis contra o Deportivo Cali. Quando Marcos ergueu o chavão do jipão como craque da Libertadores. Quando o Campeão do Século XX fechava um ciclo no Jardim Suspenso pela emoção, no verso de Moacyr Franco. No “Amor é Verde” na Água Branca.

Amor que explica a virada de 4 a 2 no Flamengo, em 21 de maio de 1999. Quando Felipão treinou o time, a torcida, a imprensa e a História. Os gols do Filho do Vento fizeram do Palestra um vulcão verde. Um dos maiores jogos da história. Uma virada como a que seria sofrida em 2000, na final da Mercosul. Uma dor como a goleada para o Vitória, em 2003. Um nó na garganta como a Segundona dos infernos, no mesmo ano.

Filhos

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2010, meus dois filhos, meus dois sobrinhos

Mas onde há verde há vida. No 7 de outubro de 2003, 3 a 2 no Brasiliense, meu Luca estreou no Palestra, no colo da mãe, ao lado do avô, do baixo de seus cinco anos. A torcida uniformizada fez um espetáculo inesquecível de cores, luzes e Palmeiras. Meu filho vibrou com os três primeiros gols. Chateou-se com o primeiro candango. Mas nem sofreu com a iminência do empate. Estava brincando com o celular do pai quando saiu o segundo gol do Brasiliense. Nada percebeu pelo silêncio do estádio. Só foi se tocar quando leu no placar tantas vezes amaldiçoado que estava 3 a 2, não 3 a 1 como imaginava.

Para ele foi só 3 a 1. Para mim, a goleada da vida. Só comparável aos 3 a 0 sobre Paraná, em 20 de outubro de 2007, quando o caçula Gabriel estreou nos estádios. Ou aos 5 a 0 da final do SP-08, quando o Lance! e meu colega Portella propiciaram a chance de colocar meu primogênito na cabine abaixo da Rádio Bandeirantes. A cada um dos cinco gols, bastava me levantar da cadeira, olhar para baixo, e ver meu Luca com aqueles olhos mais lindos do mundo ser, naquele instante, o segundo menino mais feliz do planeta, sorrindo para o pai.

O velho pai estava mais feliz e infantil que o filho.

Ainda é mais bobo que todos em casa.

Porque sabe que muitos pais palestrinos devem ter se sentido como eu, em 2008, naquela tarde de sábado de 21 de abril de 1917. Quando o Palestra Italia fez seu primeiro jogo no campo do Parque Antártica. 5 a 1 no Internacional paulistano. Palestrinos que devem ter se orgulhado quando, em 26 de abril de 1920, a escritura do terreno enfim virou patrimônio do clube. Quando o Stadium Palestra Italia foi inaugurado, em 13 de agosto de 1933. Goleando o Bangu por 6 a 0. Um time que tinha dois Da Guia na equipe. Tios de um certíssimo Ademir, maior craque do gramado no nível do solo, do jardim suspenso inaugurado em 7 de setembro de 1964.

Sagrado solo que viu um Dérbi terminar em 8 a 0, em 5 de novembro de 1933. Sagrada Academia de craques, alguns bagres. De vitórias para guardar nos olhos, de derrotas para se perder no cimento corroído pelo uso. Por alguns abusos. Por alguns desusos. Cascas de amendoim no cimento. Turma do Amendoim que não tem cabimento.

Nossa casa

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Daria a alma palmeirense para ver tantos jogos que não pude ver na nossa casa que merecia mesmo reparos em 2010, como tantas coisas que temos feito e/ou desfeito. Você deve ter outros tantos para contar aos filhos. Outros que nem queremos lembrar para o travesseiro.
Mas, naquele último jogo do velho Palestra, quando estivemos na cama, lembramos porque fomos a cada jogo. Até naqueles que não pudemos ir. Não quisemos. Ou o Palmeiras não quis jogar.

Acontece. Não conheço casa perfeita. Todas trincam. Caem pedaços. Dão trabalho. Precisam de reformas na base. Nem sempre uma pintadinha dá jeito. Até porque sempre vai ter alguém para achar defeito. É assim nossa casa. É assim o lar de qualquer um.
Mas, naqueles dias, quando fechamos os portões por longos anos, passamos horas abraçando cada pedaço que caiu ou saiu do lugar. Tempo de lembrar os degraus da escada que dão para a arquibancada, para o gramado que cheira de tão perto. Mesmo tão elevado. Tão suspenso. Tanto suspense. Se não pudemos lotar o estádio para dizer até logo, guardamos o coração para a festa da volta. Prometendo aos filhos que, em breve, estaríamos de volta. Mesmo que tenhamos prometido a nós mesmos não voltarmos quando as coisas não vão nada bem, como agora. É hora de chamar o Bonfá, o Simoninha, o Kleine, o Iamin, o Narda, o Patrick, o Fred, Luciano, Juan, Rogério, Hélder, Finelli, Canuto, Bianchi, Fabian, Conrado, Barneschi, Fábio, tanta gente que não cabe aqui. Ah, claro, e o Bindi, que supervisionou lá do céu a obra.

Até logo, mas foi longo

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Quando as luzes dos refletores se apagaram, quando as redes foram tiradas das traves, quando as próprias traves viraram buracos, quando os escudos do Palestra Italia e do Palmeiras atrás das metas mal puderam ser vistos, foi hora de cada palmeirense levar seu tijolo para casa. Um imenso pedaço de nossas vidas não foi demolido – apenas reformado.

É o progresso. Necessário avanço. Mas um clube que teve de mudar de nome, mas não de ideais, sabe como levar de vencida. Sabe como se virar fora de casa. Sabe como plantar sementes e criar Palmeiras. Sabe que o nosso berço está sempre lá esperando para embalar novamente os nossos e novos sonhos.

No fundo, podemos perder a casa. Não o nosso lar.

Este é o berço da Academia do país do futebol. O palco do Campeão do Século. O altar da comunhão palmeirense.

O Palestra Italia. O Palmeiras dos filhos desta pátria mãe gentil, dos netos da Mamma Itália. Mas tanto amor não tem cabimento. Por isso o Palestra precisava ser maior. Moderno como o gramado elevado de 1964. Eterno como o estádio que é nosso desde 1920 anos. E continuará sendo de cada um ao reabrir os portões para a História.

Quando voltou, nossa casa foi como é o nosso amor. Ainda maior. Ainda melhor. Ainda mais Palestra Italia. Sempre mais Palmeiras.

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105 anos do primeiro jogo do Palestra Italia https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/105-anos-do-primeiro-jogo-do-palestra-italia/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/105-anos-do-primeiro-jogo-do-palestra-italia/#respond Fri, 24 Jan 2020 20:49:48 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/01/24/105-anos-do-primeiro-jogo-do-palestra-italia/

Faz 105 anos que o clube que mais venceu títulos nacionais no país que mais venceu títulos mundiais estreou. Foi em Votorantim, perto da Sorocaba que nos Deus Oberdan em 1940 e nos vendeu Luis Pereira em 1968. O Palestra Italia venceu por 2 a 0 o Savóia. Da Cruz que foi brasão do clube. […]

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Faz 105 anos que o clube que mais venceu títulos nacionais no país que mais venceu títulos mundiais estreou. Foi em Votorantim, perto da Sorocaba que nos Deus Oberdan em 1940 e nos vendeu Luis Pereira em 1968.

O Palestra Italia venceu por 2 a 0 o Savóia. Da Cruz que foi brasão do clube. Do emblema do time que foi Brasil para o mundo em 1951, que foi a seleção há 55 anos no Mineirão, que há 105 anos é o que parece sempre ter sido para quem é.

Time do Savóia que tinha dois Imparato dos tantos que depois seriam palestrinos. Palestra Italia que tinha gente de outros clubes que depois seriam quase todos Palmeiras. Players que também vinham do maior rival.

Assim é o futebol. Para ganhar alguém precisa perder. Mas é preciso tanto saber perder quanto saber vencer. E poucos souberam vencer tão bem e tantas vezes quanto aqueles que há 105 anos estrearam pelo time que seria o maior vencedor daquele século – e são os rankings os que contam isso, não o Palmeiras. São os rivais que souberam perder que sabem como é difícil ganhar dessa gente. Buona gente que sabe como é delicioso ganhar pela gênese de gênios.

Não se sabe se foi foi Amilcar, vindo do maior rival, quem primeiro tocou a bola no primeiro match.

Mas talvez tenha matado a bola em algum momento como Ademir da Guia a fazia viver no peito verde.

Stillitano certamente fez a primeira defesa da Academia de primeiros de Primo. E depois Jurandyr, Oberdan, Fábio, Laércio, Valdir, Maidana, Leão, Benítez, Gilmar, João Marcos, Zetti, Velloso, Sérgio, Marcos, Diego, Prass, Jailson, Weverton.

Bonato talvez tenha feito um desarme como Fiúme. Quem sabe Fúlvio deu um carrinho de Junqueira ou saiu driblando como Luís Pereira. Police pode ter sido Carabina ou feito bolinhas como Djalma Santos. Valle chutou forte como Roberto Carlos ou defendeu como Scotto.

Bianco Spartaco Gambini deve ter feito da linha acima da média uma primeira defesa como se fosse Og. Ou Dudu. Ou Sampaio. Pode até ter desmaiado numa bolada ou quebrado costelas como Dudu. Mas ficou em pé. Fincou pé pelo Palestra. E foi do pé dele que saiu o primeiro gol. Como se fosse naquele 12 de junho futuro. De pênalti indefensável para um goleiro que não era Marcos.

Não sei se Bianco fez alguma jogada como a de Sampaio em 1993. Ou, como Og Moreira, em 1942, sofreu um pênalti que levou o rival a desistir do jogo.

Mas imagino que Américo pode ter armado como Jair, Villadoniga ou Chinesinho. Cabeceado como Leivinha ou Servílio. Chapelado como Alex. Fintado como Edmundo e Djalminha.

Pode ter tido corner em Votorantim para Cavinato cruzar como Jorginho ou Arce para Bacharel ou Vitor Hugo ou Mina cabecearem. Ferré pode ter atacado como Rivaldo, Rinaldo ou Rodrigues. Driblado como Nei e o Baixola Dudu. Feito tudo como Lima ou Cafu.

Alegretti não foi Heitor. Romeu. Echevarrietta. Aquiles. Tozzi. Mazola. Vavá. Pantera. Tupã. César. Toninho. Evair. Mas era o comandante do primeiro ataque. Allegretti é autor do segundo gol da primeira vitória do primeiro Palestra. Uma redundância.

Não deve ter batido aquele pênalti como Evair. Não fez os gols que Heitor marcou pelo Palestra, que Maluco fez pelo Palmeiras, que aqueles primeiros pazzi não deveriam delirar tudo que tantos nomes ainda fariam sonhar e ganhar pelo Alviverde inteiro.

A primeira vez a gente nunca esquece. Pacaembu, 1973, a minha primeira.

A primeira vez a gente nem conhece – e foi essa há 105 anos.

Não importa.

Até por nada na nossa vida ser tão emocionante quanto a primeira vez, a segunda e todas as vezes em que nosso time vai a campo.

Grazie tanto, palestrinos de primeira hora e do primeiro jogo.

Nunca os vimos. Sempre os amaremos.

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Seu Valdir, nosso plural de moral https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/seu-valdir-nosso-plural-de-moral/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/seu-valdir-nosso-plural-de-moral/#respond Sat, 11 Jan 2020 22:13:35 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/01/11/seu-valdir-nosso-plural-de-moral/

Ele nasceu para defender, não atacar. Pessoa que ouve e vê mais que fala e grita. Um que aprendeu a fazer mais que o necessário e falar só o que é preciso. Como ele foi no ofício: Preciso. Conciso. Discreto. Eficiente. Bem colocado na grande área e fora dela. Fechava o ângulo e a boca […]

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Ele nasceu para defender, não atacar. Pessoa que ouve e vê mais que fala e grita. Um que aprendeu a fazer mais que o necessário e falar só o que é preciso.
Como ele foi no ofício: Preciso. Conciso. Discreto. Eficiente. Bem colocado na grande área e fora dela. Fechava o ângulo e a boca pela inteligência que vence a violência. Saía da meta sem perder o objetivo. Ganhava jogos e campeonatos sem perder o respeito e a admiração. A pessoa ideal para defender seus ideais e seu time. Não por acaso o único profissional a trabalhar sem parar no futebol por mais de 60 dos 88 anos de vida.
Como goleiro do Renner e do Palmeiras e do Brasil. Preparador pioneiro dos goleiros do Palmeiras, Corinthians, São Paulo e do Brasil. Gerente de futebol de campeões estaduais, nacionais, continentais e mundiais. Pessoa querida e respeitada no mundo onde pessoas como ele são cada vez mais raras. Não apenas pela competência no que faz com amor e paixão. Mas pelo que consegue passar de conhecimento para aprimorar a capacidade de goleiros como Leão, Gilmar, Raul, Carlos, Valdir Peres, Ronaldo, Zetti, Velloso, Rogério Ceni, Sérgio, Marcos, Dida, Doni, Diego Cavallieri. Não apenas exemplos de defensores de meta. Mas gente que defende o ofício de goleiros e a vocação de caráter de jogar por todos como poucos.
Como Valdir Joaquim de Moraes. 1m72 de baixura para um goleiro. Imensurável estatura moral para cuidar de arqueiros e atletas como se fossem filhos. Para ensinar pupilos como se fossem adotivos. Professor Valdir é dos poucos mestres que não se discutem no futebol brasileiro. Porque é dos poucos professores que conheci que não querem apenas ensinar e orientar. Querem aprender junto com os alunos. Querem fazer crescer sem diminuir ninguém. Querem fazer direito o bem para todos.
Seu Valdir é um bem necessário há quase 60 anos. Um que defende sem precisar atacar. Ele é uma pessoa inatacável. Não por acaso foi um goleiro que quase toda bola tornou defensável. Não por acaso formou goleiros que não se cansam de defender lances indefensáveis. Por todos esses casos transformou os clubes onde trabalhou nas próprias casas. Ele só podia ser plural de moral. Obrigado pela vida, Valdir de Moraes.

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O Palmeiras me deu meu pai de Natal https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-palmeiras-me-deu-meu-pai-de-natal/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-palmeiras-me-deu-meu-pai-de-natal/#respond Tue, 24 Dec 2019 18:12:17 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/12/24/o-palmeiras-me-deu-meu-pai-de-natal/

ESCREVE UN PALMEIRENSE ANÔNIMO A única coisa sobre a qual todo mundo concorda no mundo de hoje é que a outra metade do mundo perdeu a cabeça e está do lado errado da história. Tenho observado pouco ou nenhum esforço das pessoas para entender ideias diferentes, reformular convicções ou, no mínimo, respeitar aquilo que não […]

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ESCREVE UN PALMEIRENSE ANÔNIMO

A única coisa sobre a qual todo mundo concorda no mundo de hoje é que a outra metade do mundo perdeu a cabeça e está do lado errado da história. Tenho observado pouco ou nenhum esforço das pessoas para entender ideias diferentes, reformular convicções ou, no mínimo, respeitar aquilo que não está de acordo com a sua forma de enxergar as coisas.

E por causa dessa intolerância, decidi escrever de forma anônima. Como pouca gente está disposta a aceitar essas diferencas, entendo não valer a pena a exposição de uma pessoa que eu amo.

Já tem alguns anos que eu percebi que meu pai e eu vemos o mundo de maneiras bem diferentes. Às vezes a temperatura subia, mas o amor e o respeito sempre estiveram acima de tudo. Dava pra conversar  Com o tempo, no entanto, aconteceu conosco o que se viu em muitas outras famílias brasileiras nos últimos anos. O conflito foi gigante entre o amor que sinto pelo meu pai e a repulsa por algumas coisas que ele defendia.

E se simplesmente não fôssemos compatíveis? E se eu estivesse agindo exatamente da forma que eu estava criticando? Sera que eu só vou me relacionar com quem pensa do mesmo jeito que eu? Que bem isso vai trazer pro mundo?

Fiquei atordoado por semanas. As conversas secaram. Havia um claro ressentimento. E o receio de que as coisas pudessem piorar se o assunto viesse à tona.

Optei por não desistir.

Uma noite, por obra do acaso, toda a família se viu ocupada e impedida de ir à pizzaria. Sobramos eu e meu pai. Com cuidado, fomos tentando encontrar o tom. O papo fluiu aos poucos e, ao final da noite, havíamos reconectado. Dos encontros presenciais essa leveza passou para os telefonemas e videochamadas.

Já não estávamos mais falando daquilo que nos tinha afastado. O assunto à mesa ou ao telefone era o comando do Felipão, se ia dar pra acompanhar o Flamengo, ou se ainda valia apostar no Deyverson. Não que concordássemos sempre, mas as discussões nesse caso eram divertidas.

Ainda não resolvemos as diferencas. E talvez nem seja o caso. Espero mesmo que um dia possamos falar da vida, do mundo e de política como falamos do Palmeiras. Quando o assunto é o Palestra, não ha nenhuma dúvida de que queremos a mesma coisa.

O Palmeiras nao me deve nada. Nem o Papai Noel. Nem meu pai. Meu amor é incondicional. Mesmo assim agradeço pelo presente de Natal.

ESCREVEU UM PALMEIRENSE ANÔNIMO

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Os melhores presentes de Natal https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/os-melhores-presentes-de-natal/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/os-melhores-presentes-de-natal/#respond Mon, 23 Dec 2019 23:11:12 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/12/23/os-melhores-presentes-de-natal/

Gol do Ananias. Sport 1 x 0 Palmeiras no Dia da Bandeira do Brasil em 2014. Aquela no peito do Verdão na final da Copa Rio. Bandeira carregada pelo Palestra que morreu líder para o Palmeiras nascer campeão em 1942. Brasil que foi o Palmeiras na inauguração do Mineirão em 1965. Brasil cujo maior campeão […]

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Gol do Ananias. Sport 1 x 0 Palmeiras no Dia da Bandeira do Brasil em 2014. Aquela no peito do Verdão na final da Copa Rio. Bandeira carregada pelo Palestra que morreu líder para o Palmeiras nascer campeão em 1942. Brasil que foi o Palmeiras na inauguração do Mineirão em 1965. Brasil cujo maior campeão é o Verdão.

Gol do Sport. Gol do Ananias. Sete anos depois de o Sport ter vencido o Palmeiras pelo BR-07. O último jogo do pai do nosso Guilherme Cimatti no velho Palestra. Um mês depois ele partiu.

Gol do Sport. Gol do Ananias. Dois anos antes dele e mais 70 partirem no voo da Chapecoense que ainda leva tanta gente junto.

Amanhã é véspera de Natal. Dia de terminar a listinha do Papai Noel. Quando os maiores presentes seriam os ausentes com a gente. O Ananias. Os outros 70 de Medellín. O pai do Cimatti. Meu pai. A irmã da minha mulher. Quem você quiser escalar.

O último passeio do meu pai com os netos foi na véspera do Dia dos Pais de 2012, nas obras da arena que ainda não era Allianz Parque. Mas sempre foi o nosso lar.

Eu queria que ele tivesse visto ao meu lado o meu primeiro documentário que estreou no primeiro evento oficial do estádio. Queria que ele estivesse na arquibancada com minha família quando fui o mestre de cerimônia na inauguração do Allianz Parque. Quando depois o Ananias…

Eu queria tanto. Como eu queria ver com ele a final do SP-76 que não conseguimos ir. Na da Libertadores que ele não pôde ir. Na do SP-08 que ele não quis ir – mas meu mais velho estava. Como meus dois estiveram na Copa do Brasil-15. Como a minha mãe, a minha mulher, meu caçula e nossa filhota foram ver o abraço de Jailson e Prass contra a Chape em 2016.

Como tudo isso e os gols do XV de Jaú em 1985 debaixo de chuva. Os gols que não saíram contra o Braga em 1990. Os pênaltis do Boca, do Barcelona, do Corinthians e do São Paulo. Tudo aquilo que não deu certo em casa. Mas por ser lá sempre acaba dando certo. Até quando acaba.

Natal é para celebrar a família. Nada pra mim a celebra mais do que o Palmeiras.

Natal é pro pai do Cimatti e o meu pai seguirem sempre presentes onde a gente mais lembra deles. Porque nada me conecta mais com ele do que o Palmeiras.

Não tem manchete de jornal, análise de futebol, título justo ou derrota digna que vença esse amor incondicional de pai pra filho. De Palestra pra Palmeiras

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