Arquivos Redação Nosso Palestra - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/redacao-nosso-palestra/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Sat, 04 May 2019 01:25:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Palmeiras conhece dias e horários dos jogos contra o Sampaio Corrêa pela Copa do Brasil https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-conhece-dias-e-horarios-dos-jogos-contra-o-sampaio-correa-pela-copa-do-brasil/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-conhece-dias-e-horarios-dos-jogos-contra-o-sampaio-correa-pela-copa-do-brasil/#respond Sat, 04 May 2019 01:25:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/05/04/palmeiras-conhece-dias-e-horarios-dos-jogos-contra-o-sampaio-correa-pela-copa-do-brasil/

Foto: Agência Palmeiras/Divulgação A CBF divulgou nesta sexta-feira (3) as datas dos confrontos entre Palmeiras e Sampaio Corrêa, além dos horários, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. RelacionadasCBF marca sorteio da 3ª fase da Copa do Brasil; veja possíveis adversários do PalmeirasPalmeiras x Botafogo-SP: escalações, arbitragem e onde assistirPalmeiras estreia em casa na Copa do […]

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Foto: Agência Palmeiras/Divulgação

A CBF divulgou nesta sexta-feira (3) as datas dos confrontos entre Palmeiras e Sampaio Corrêa, além dos horários, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

O jogo de ida será realizado no Castelão, em São Luís, às 19h15, em uma quarta-feira (15). A volta está marcada para o Allianz Parque, dia 30 de maio, às 20h.

As quartas de final serão decididas por intermédio de sorteio. A partir desta fase já serão encaminhados os caminhos de cada equipe até a final da Copa do Brasil.

Para informações sobre os outros duelos, como dias, horários e transmissões, clique AQUI
Transmissão:

Jogo de ida (15 de maio)
Sampaio Corrêa x Palmeiras (SporTV)
19h15

Jogo de volta (30 de maio)
Palmeiras x Sampaio Corrêa (SporTV)
20h

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Palmeiras viaja sem Ricardo Goulart e mais dois para o Peru https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-desembarca-no-peru-sem-goulart-e-mais-dois/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-desembarca-no-peru-sem-goulart-e-mais-dois/#respond Tue, 23 Apr 2019 21:24:38 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/04/23/palmeiras-desembarca-no-peru-sem-goulart-e-mais-dois/

O Palmeiras desembarca no final dessa noite em Arequipa, no Peru, para encarar o Melgar pela quinta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores 2019. O Verdão conta com pelo menos três desfalques para a partida que pode garantir a classificação do clube para a fase final do torneio. A principal delas é Ricardo […]

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O Palmeiras desembarca no final dessa noite em Arequipa, no Peru, para encarar o Melgar pela quinta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores 2019. O Verdão conta com pelo menos três desfalques para a partida que pode garantir a classificação do clube para a fase final do torneio.

A principal delas é Ricardo Goulart. O camisa 11 se quer viajou para o Peru e vai ficar em São Paulo se preparando para a estréia do Palmeiras no Brasileirão 2019.

Os outros dois atletas que não foram para Arequipa são Edu Dracena e o volante Jean.

A provável escalação do Verdão para o jogo desta quinta-feira é: Weverton; Mayke, Luan, Gustavo Gómez e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique e Zé Rafael; Gustavo Scarpa, Dudu e Deyverson.

Com nove pontos e na vice-liderança de sua chave no torneio sul-americano, o Verdão garante a vaga para a próxima fase da Libertadores até com um empate.

O jogo entre Melgar e Palmeiras acontece nesta qinta-feira (25), a partir das 23h, e só será transmitido pelo Facebook Watch.

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Palmeiras rescinde com o zagueiro argentino Nico Freire https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-rescinde-o-zagueiro-nico-freire/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-rescinde-o-zagueiro-nico-freire/#respond Fri, 18 Jan 2019 00:56:34 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/01/18/palmeiras-rescinde-o-zagueiro-nico-freire/

(Foto: Divulgação/Palmeiras) De acordo com o colunista do Nosso Palestra, Rodrigo Fragoso, o Palmeiras rescindiu o contrato com o zagueiro Nico Freire, que tinha contrato com o clube até o meio deste ano. O jogador se despede de clube sem disputar nenhuma partida oficial. RelacionadasConheça ‘Rüdiger brasileiro’ contratado pelo PalmeirasAtenção de Fàbregas e elogios do […]

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(Foto: Divulgação/Palmeiras)

De acordo com o colunista do Nosso Palestra, Rodrigo Fragoso, o Palmeiras rescindiu o contrato com o zagueiro Nico Freire, que tinha contrato com o clube até o meio deste ano. O jogador se despede de clube sem disputar nenhuma partida oficial.

Revelado pelo Argentinos Juniors-ARG, Nico chegou ao clube por empréstimo do PEC Zwolle, clube da primeira divisão da Holanda, no segundo semestre de 2018.

Com a saída do argentino, o Verdão passa a contar com 5 zagueiros no elenco para a temporada: Antônio Carlos, Edu Dracena, Gustavo Gómez, Juninho e Luan.

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O dia em que abracei Felipão https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-dia-em-que-abracei-felipao/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-dia-em-que-abracei-felipao/#respond Mon, 10 Dec 2018 11:00:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/12/10/o-dia-em-que-abracei-felipao/

Por Nathália Ferrari Era uma quarta-feira quente em São Paulo. O sol ardia nos braços e no topo da cabeça. Cheguei no horário combinado, entreguei minha carta de motorista, que serve unicamente como documento. Sou Ferrari mas não se engane, não sou nada boa no volante. Aliás, quem gosta de volante é o Felipão. Ao […]

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Por Nathália Ferrari

Era uma quarta-feira quente em São Paulo. O sol ardia nos braços e no topo da cabeça. Cheguei no horário combinado, entreguei minha carta de motorista, que serve unicamente como documento. Sou Ferrari mas não se engane, não sou nada boa no volante. Aliás, quem gosta de volante é o Felipão. Ao menos é o que dizem os entendididos amadores.

Entrei no Centro de Treinamento do Palmeiras, fui recebida numa recepção bastante pomposa. Olhei tudo em volta, arregalei bem os olhos para me lembrar de cada detalhe. Como o pé direito é alto, como os tons de verde se misturam às paredes brancas que predominam o ambiente… não deixei passar nada. Acima de mim, a representação dos escudos de Palestra Itália e Palmeiras, numa fusão perfeita de passado e presente. Aguardei uns 15 minutos e fui gentilmente escoltada até o campo pelo segurança. Aquele moço alto da voz de trovão, sabe?

Reencontrei velhos conhecidos. “Não tive êxito, ainda… mas estou voltando”, expliquei. E também não cresci!

Fico verdadeiramente feliz em ver a turma que começou naquela época de 2003 a 2007, atualmente brilhando nas televisões, rádios e sites. Se você fizer bem as contas, vai descobrir que eu tinha 13 anos quando me inseri neste meio, mas esta é história para outra hora.
Vou retomar meu sonho. Não vou mais desistir. Já fiz isso uma vez, não sou de repetir velhos hábitos. Aprendo com eles e sigo em frente.

Sim, caro leitor. Este é um texto altamente pessoal. E se me permite, preciso lhe contar como foi o dia que conheci Felipão, no ano de 2011, neste mesmo local. Era março, a estrutura era muito diferente, bem menos bonita e grandiosa. Eu fazia faculdade, no último ano de jornalismo.

Enfrentava alguns problemas naquele ponto, mas preferi sublimá-los por algumas horas, pois veria Luiz Felipe Scolari bem na minha frente. Sentei na primeira fila da sala de imprensa, tremi um pouco ao segurar o microfone. Felipão respondeu de maneira longa e satisfatória. Meu professor de rádio nem acreditou quando cheguei com aquela sonora. E meu avô, já no seu leito de morte, ouviu-me contar naquela noite como eu tinha conseguido conhecer e falar com um dos meus ídolos. Poucos dias depois ele se foi e toda aquela situação me mudou para sempre. A coisa mais legal daquele ano horroroso, foi sem dúvida, fazer uma pergunta para Felipão.

Sete anos separam esses dois encontros. Eu que pareço gostar de colecionar momentos traumáticos, adicionei mais um desde a última vez. Mudei mais um pouco, mas agora consigo ver as coisas com maior clareza e me perdoar por outro 7 a 1. Nesta quarta-feira de muito sol, Felipão já é decacampeão brasileiro e quem o chamou de ultrapassado, rendeu-se à experiência e à capacidade de reinvenção.

Gosto de exemplos assim, me agarro com força neles. Chego hoje no CT com um largo sorriso, dona de mim, dos meus objetivos e também orgulhosa por aquele senhor de bigode.

No final da recreação entre os atletas, pergunto ao voz de trovão: “será que o Felipão tira uma foto comigo?”. Ele me responde que sim e me diz para chamá-lo. Chamei. Fiz sinal de foto com as mãos. Felipão me manda entrar no campo.
Naqueles segundos seguintes, lembro de tê-lo abraçado e agradecido pelo deca. Peço para uma colega da Rede Globo fazer a foto.

Foram tiradas três, para garantir.

Saio dali feliz e controlo a emoção; sorte que os óculos escuros não me denunciaram e pude manter a minha postura profissional diante dos jornalistas. Fiquei num cantinho por uns dois minutos e só depois entrei na sala de imprensa, no andar inferior.

Tudo isso é sobre memória afetiva. Sobre a menina rebelde que tomava leite Parmalat, agarrada com a bandeira na frente da tevê. Que viu o Palmeiras campeão em 99 torcendo sozinha e só sonhava com o Palestra Itália. É sobre uma respostinha que fez aquele ano horroroso de 2011 ter um único bom momento para recordar. É sobre ter visto a campanha do Decacampeonato Brasileiro dentro do Allianz Parque ao lado da minha mãe.

É sobre aquele abraço e o meu “muito obrigada por retornar, você merece”.
É sobre superação. É por ter ouvido tantas vezes que o meu sonho era só uma fase que já tinha passado e que deveria diminuir-me para caber numa caixinha apertada. É gritar o mais alto possível, lá do gol norte. É não desistir, por mais Alemanhas que apareçam no caminho.

Estou no caminho entre sete e dez. Apesar dos meus olhos marejados enquanto escrevo, afirmo: estamos muito melhores agora, Felipão!

Uns segundos ou minutos podem transformar anos, dias, memórias. A generosidade de Scolari nas duas vezes em que nos vimos fez toda a diferença. E para variar, eternizei nesta foto um momento feliz, de alguém que superou toda a desconfiança e venceu com recordes irretocáveis.

A Nathalia de 2018 não poderia estar mais feliz com meu time e meu técnico do coração.

A foto está hoje nas minhas redes sociais e na parede do meu quarto, ampliada. E tudo isso é na verdade por um só motivo: sorte. Como eu tenho sorte por ser palmeirense!

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Matheus Fernandes chega ao Palmeiras e Erik é incógnita no Botafogo em 2019 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/matheus-fernandes-chega-ao-palmeiras-e-erik-fica-no-botafogo-em-2019/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/matheus-fernandes-chega-ao-palmeiras-e-erik-fica-no-botafogo-em-2019/#respond Thu, 06 Dec 2018 14:07:22 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/12/06/matheus-fernandes-chega-ao-palmeiras-e-erik-fica-no-botafogo-em-2019/

Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo O Palmeiras fechou com o seu 3º reforço para a próxima temporada. Trata-se do volante ex-Botafogo, Matheus Fernandes, 20, de acordo com o Globoesporte.com e confirmada pela equipe do Nossa Palestra. O negócio pode ou não, envolver a permanência de Erik por mais um ano no time de General Severiano. RelacionadasPalmeiras x […]

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Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo

O Palmeiras fechou com o seu 3º reforço para a próxima temporada. Trata-se do volante ex-Botafogo, Matheus Fernandes, 20, de acordo com o Globoesporte.com e confirmada pela equipe do Nossa Palestra. O negócio pode ou não, envolver a permanência de Erik por mais um ano no time de General Severiano.

A compra vai custar R$ 16, 5 milhões aos cofres palmeirenses em um contrato válido de cinco anos. Além disso, 25% de uma possível venda do volante será destinado ao cofre botafoguense.

Versátil e com frequentes convocações para as seleções de base, Matheus Fernandes ganhou destaque na Libertadores de 2017, a qual o Botafogo chegou até às quartas de final. Em 2018 atuou 45 vezes pelos cariocas e marcou seu 1º gol como profissional. Tem no currículo o título carioca de 2018. O atleta deve chegar na próxima semana para realizar exames médicos no verdão.

Lances de Matheus Fernandes:

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10 anos depois, seguimos empacados https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/10-anos-depois-seguimos-empacados/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/10-anos-depois-seguimos-empacados/#respond Tue, 04 Dec 2018 20:56:06 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/12/04/10-anos-depois-seguimos-empacados/

Foto: Marcos Ribolli/Globo Esporte *Por Leandro Iamin RelacionadasCoordenador de serviço social e psicóloga detalham desafios na base do Palmeiras: ‘Pioneirismo’Finalmente conheci e convivi com Família Palmeiras: relato do forasteiro que se sentiu em casaOpinião: Erros na defesa e Arena Barueri formam ‘combo imperfeito’ para PalmeirasNão faz muito tempo que visitei as Laranjeiras, Rio de Janeiro, […]

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Foto: Marcos Ribolli/Globo Esporte

*Por Leandro Iamin

Não faz muito tempo que visitei as Laranjeiras, Rio de Janeiro, para cumprir uma pauta ao site Sarriá. A ideia era ouvir sobre aquele estádio que, entre 1919 e 1950, foi o Maracanã antes do Maracanã. Aquele estádio fazia, e faz, divisão de terreno com o Palácio Guanabara, casa oficial dos governantes daquele estado. Muro com muro desde cem anos atrás, o futebol e a política. Curioso. Em uma das entrevistas com Heitor, historiador do Flu, me peguei pensando e mudando o eixo de minha reflexão sobre a reportagem a partir de uma pensata ligeira dele, a qual afirmava ser o Rio, aquele Rio, projetado com dinheiro abundante para copiar algum requinte parisiense em seus aparelhos mais pungentes, na verdade, o milagre das esquinas e dos encontros que nelas aconteciam. Para ler a reportagem, ela está aqui, mas leia depois, que é grande.

Foi outro dia, também, que lancei dedicada reflexão ao novo modelo que quase não aceita discussões contra si acerca da construção de novos estádios. Estava na França, em razão da Eurocopa, a qual fui assistir, realizando um sonho de menino. Os estádios construídos para a competição ficavam todos fora de suas cidades. Não é o caso de questionar a lógica disso, que lógica há: muita gente é bem paga para planejar um estádio que custa muitos milhões, e uma das metas é causar o menor impacto possível na rotina da cidade. Já foi assim que Saint Dennis foi construído no cu de Paris para a Copa de 98. Todos as novinhas arenas de 2016 pareciam naves espaciais descidas no quase-nada, sem conexão com a cidade. Por ele você não passa: se o viu, é porque está indo até ele. Estádios sem esquinas em seus arredores. Sem encontro casual.

A Praça Charles Miller, tão bela, não cabe em nenhum lugar da velha Perdizes – convém citar o "velha", já que agora criaram o "Nova Perdizes", um, digamos assim, "bairro" que emula Dubai e que fica entre o estádio e o centro de treinamento do Palmeiras, com apartamentos que talvez queiram exatamente eles, os atletas do Palmeiras, como donos. Nosso estádio tem esquinas. Nos meus tempos de O Periquitão, na ESPN, falei diversas vezes sobre a natureza absolutamente particular ao redor de um estádio que desafiou o hábito: Beethoven, o poodle cego da senhorinha que mora na Turiassu e que se assusta com fogos de artifício, certa vez, foi colocado como antagonista meu em uma reportagem de TV, colocando, eu de um lado, Beethoven do outro, dois pontos de vista diferentes sobre a região: o torcedor e o poodle. Eu entendo o poodle. Não é nada pessoal.

O que falta mais ser dito, eu não sei. Já virou ação, gesto inclusive político de permanência. Permanecer na rua é opção com viés e mensagem. Em um curto espaço de tempo o Palmeiras saiu de baixo da sola do diabo e viu um presidente emprestar cento e tantos milhões, uma patrocinadora dar mais não sei quantos e um estádio render não sei quantos outros. O presidente, então, afirmou que havia uma gangue de bolivianos ao redor do estádio especializada em furtar celulares. Nunca provou nada do tipo, mas, como não entrou no noticiário como um xenófobo inqualificável, que diferença faz? Este mesmo presidente foi o único dos grandes a faltar em audiência importante que debateria a Torcida Única no futebol, quando cimento do debate ainda estava fresco. Está secando.

Ninguém sabe, mas minha primeira chance de atuar no jornalismo esportivo veio após um texto de minha autoria sobre a violência policial após a conquista do campeonato paulista em 2008, portanto dez anos atrás. No texto, descrevia a brutalidade gratuita do efetivo policial, mas não me esquecia do dia da compra de ingressos, fila na porta, todo mundo espremido e alguns sócios, de dentro dos portões do clube, mostrando os ingressos para os amontoados do lado de fora, humilhando-os. Me diga você se acha que as coisas mudaram muito ou pouco ou nada na última década, além da fila ser virtual e do estádio ter sido reformado – com tudo que isso implica. Estamos empacados.

Mais uma vez a polícia não consegue justificar a violência usada após um título do Palmeiras na rua onde vive o Palmeiras – onde mais poderiam estar? Folgo em notar que o tema não parece tão relevante assim para os jornais. Não tem um jovem disposto a ligar para a PM e pedir sustentação técnica do seu ato? Imagens que provem a alegação de que foram, antes, atacados do nada com paus e pedras (um prêmio para quem achar uma pedra na Turiassu)? E os jogadores, tão assíduos nas redes sociais, não podem responder sobre o que acham disso? Afinal, quem se importa com o torcedor de futebol? Que milionários não compram a briga da plebe, eu já sei, um dia cairão algumas migalhas e ficaremos felizes. Mas uma nota contundente, técnica, madura, sobre o pós-jogo de domingo, juro, contribui mais para o futebol do que os primeiros passos das especulações de mercado de um futebol que ficará quase dois meses sem jogos.

Porque é deste silêncio que são feitas, também, as bombas que traumatizam crianças na porta do estádio. O estádio é o coração, as ruas pequenas da velha Perdizes são as artérias, nós somos o sangue. Talvez a PM seja literal demais para entender isso. Quem luta por uma rua livre em dias de jogos do Palmeiras é encarado pelos de longe como idealistas solitários, mas deem voz, espaço, para esta pauta, e terão surpresas a respeito o desaforo represado no peito de muita gente em muita porta de estádio por aí.

O momento do Palmeiras é apenas o mais robusto, dado o sucesso econômico do projeto de arena e as conquistas em campo. Estão criando uma tensão em todas as canchas. Não coube só ao palmeirense notar Major Olimpio, um declarado inimigo radical da cultura de arquibancada, dando medalhas aos jogadores. O ponto de saturação daquilo que um dia o promotor Paulo Castilho chamou de "Terra de Ninguém" vai chegar. Somos muitos "Zés Ninguéns" e "Marias Ninguéns", pode crer.

Vai ver é coisa do mundo sem esquinas. A experiência civilizatória despedaçada em uma cidade no auge da hostilidade e da miséria intelectual passa pela reflexão, também, do que é uma arena projetada com tantos camarotes. Estamos em um estádio de futebol para assistir a um jogo, e seus jogadores. Fora dali, cada vez mais, a briga é predatória por uma palavra da salvação, um vidro blindado, um salário bonito, uma pulseira VIP.

Quando os homens do camarote descem ao gramado, levantam uma taça e dão volta olímpica e saem na foto do título mesmo sem ter nenhuma ligação com a campanha, eu paro e penso: "isso tá errado. Nem se fosse o Presidente!". E era. Os que descem dos camarotes são cobiçados e bajulados. Mais aplaudidos do que aqueles que estão suados vestindo chuteiras. Sinais identitários de uma sociedade que apodreceu. A volta olímpica é dos jogadores. As esquinas são nossas.

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