Arquivos tag-BR-73 - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-br-73/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Thu, 23 Jul 2020 17:09:23 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Amarcord: Palmeiras 0 x 0 Vasco, BR-73 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-vasco-br-73/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-vasco-br-73/#respond Sun, 12 Aug 2018 14:11:36 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/08/12/amarcord-palmeiras-0-x-0-vasco-br-73/

Olhei para a minha esquerda enquanto subia a Passalaqua apressado pelo jogo que começaria pelo BR-73 e por toda a minha vida quando vi um dos portões estreitos do Pacaembu. Aquela luz forte trocada em 1969 que então era a mais poderosa nos estádios da América – propaganda do prefeito da época da instalação: Paulo […]

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Olhei para a minha esquerda enquanto subia a Passalaqua apressado pelo jogo que começaria pelo BR-73 e por toda a minha vida quando vi um dos portões estreitos do Pacaembu. Aquela luz forte trocada em 1969 que então era a mais poderosa nos estádios da América – propaganda do prefeito da época da instalação: Paulo Maluf… Eu ainda não sabia o que ele era pros cofres públicos…

E, no fundo, eu também não sabia mesmo o que eu seria. Mas já estava tão iluminado meu futuro como aquela cena que lembro mais que os chatos 90 minutos de um clássico sem gols e com poucas chances – pelas ausências de Leivinha, lesionado, e também o Maluco do César, e pela ótima presença do goleiro Andrada, com três grandes defesas.

Aquela explosão de luz deixando a grama só menos verde que o primeiro jogador do Verdão que vi aquecendo. Luís Pereira. Não precisaria ver mais nenhum outro. Mas veria Ademir da Guia jogando mais à frente e jogando demais quase marcando um golaço, aos 13, depois de driblar meio Vasco. Vi Dudu mais uma vez tendo de sair por se machucar para evitar que lesassem o nosso Palmeiras. Entrou Careca que foi atuar mais à frente, com Ademir então voltando para dar um pé a Edson Cegonha no meio. Sim. Tinha cegonha no meu parto em partidas de Palmeiras.

O Vasco de Mário Travaglini (palestrino dos ótimos) fechou-se todo atrás. Esperando e sem atacar. A ponto de a crônica da FOLHA dizer que o ataque era “fraco”. O mesmo que tinha no comando Roberto, o maior artilheiro dos Brasileiros, com 190 gols marcados até 1992. Quando eu já tinha dois anos de jornalismo esportivo. Profissão que abracei sem saber então quando o Pacaembu me deixou ver pelo velho portão estreito o meu futuro brilhante. Radiante como a alegria do menino Mauro que, enfim, com 7 anos, estreava em estádios.

Li agora que choveu. Garoa chata como o jogo. Pra mim foi só sol a noite toda. Embate iluminado. O belo uniforme do Vasco reluzindo como o Verdão do Palmeiras. E eu vendo pela primeira vez o meu time em um estádio. Os primeiros 90 minutos que de fato acompanhei na vida. Eram poucos os jogos pela TV na época. Futebol era em estádio. E, no mais lindo estádio de espírito paulistano, “o seu, o meu, o nosso Pacaembu”, era ainda maior e melhor.

Mas nada superior àquela primeira imagem do Luisão Pereira se aquecendo pouco antes do jogo. Meu próximo biografado, 45 anos depois. Com a mesma emoção da primeira vez do amor de todas as vezes.

O Palmeiras manteve a invencibilidade e a ponta naquele que seria o ano do bi de 1972-73. A defesa que só 13 vezes passaram em 40 jogos (a melhor média da história do Brasileirão). Luís Pereira monstruoso quase fez um gol aos 42. Mas Andrada não deixou. Os pontas vascaínos Jorginho Carvoeiro e Luís Carlos recuavam para acompanhar os laterais verdes Eurico e Zeca. Não foi um grande jogo. Mas foi o meu primeiro. O maior.

Quando não pude gritar “Fedato” pedindo para ele entrar e marcar os gols decisivos porque ele já estava desde o início no lugar de César. Talvez por isso também não saímos do zero na minha iniciação.

Contradição passar em branco no debut? Não. Apenas Palmeiras. Passei verde. Sempre. Não precisa vencer. Preciso apenas é o Palmeiras que tanto preciso. O que neste Dia dos Pais, 45 anos depois, continua fazendo o papel de Babbo, Nonno, filho, irmão, amigo pelos que estão e pelo meu pai que com meu tio me levou pela mão para ver o maior amor incondicional além deles e dos meus: o nosso Palmeiras.

Feliz Dia dos Palmeiras. Amor de Palestra para filhos.
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Amarcord: Palmeiras 1 x 0 Internacional, BR-73 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-1-x-0-internacional-br-73/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-1-x-0-internacional-br-73/#respond Sun, 22 Apr 2018 09:55:02 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/04/22/amarcord-palmeiras-1-x-0-internacional-br-73/

Foi o primeiro gol que vi em estádio. Era o meu segundo jogo no Pacaembu. Tarde de feriado. Quinta, dia da Proclamação da República. Novembro. Mês 11. Camisa do autor do gol da vitória. Nei, aos 18 minutos, na meta do tobogã. O último nome daquela seleção que se não era poema era cantada em […]

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Foi o primeiro gol que vi em estádio. Era o meu segundo jogo no Pacaembu. Tarde de feriado. Quinta, dia da Proclamação da República. Novembro. Mês 11. Camisa do autor do gol da vitória. Nei, aos 18 minutos, na meta do tobogã. O último nome daquela seleção que se não era poema era cantada em verso e prosa. A Segunda Academia de Dudu e Ademir da Guia. Então campeã brasileira de 1972. Em três meses seria bicampeã de 1973.

O time de Leão (que não foi molestado pela ótima equipe do Inter, que já tinha oito nomes que seriam campeões do Brasil em 1975). Goleiro titular da Seleção que estava então com 972 minutos de invencibilidade na meta bem guardada por Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia com a luxuosa ajuda de Leivinha; Ronaldo naquele dia no lugar de Edu, Fedato substituindo César que entrou depois, e Nei (com o amigo Pio o substituindo depois).

Não foi um jogo de muitas chances. Também porque do lado colorado havia Figueroa. Um dos 100 maiores dos primeiros 100 anos da Fifa. E do nosso lado sempre esteve Luis Pereira. O maior zagueiro que vi no Brasil. E o melhor zagueiro-artilheiro. Luisão que ainda faria naquele campeonato o último gol da conquista. Na penúltima partida do BR-73. Também contra o Inter, em fevereiro de 1974, no Morumbi.

Naquela tarde de Pacaembu de 1973 eu pude gritar gol pela primeira vez em um estádio. Tinha sete anos. O primeiro jogo foi um 0 x 0 chato e chocho com o Vasco. Levou 108 minutos para eu fazer o que desde 1991 não posso enquanto trabalho em estúdios e estádios. Como neste domingo voltarei ao velho e meu, e seu, e nosso Pacaembu para ver o Inter que não é tão bom quanto aquele. Não tem aquele Falcão único. Aquela camisa linda vermelha. O maravilhoso unciforme preto do saudoso goleiro Schneider com o distintivo no centro do peito.

Mas ainda é Inter. Como será sempre Palmeiras.

O time dos meus sonhos e de nossa realidade. A equipe que naquela noite de 1973 foi jantar na pizzaria Casa Grande na Pompeia, vizinha da minha avó Albertina. Onde meu pai, meu tio Leo e meu irmão Gianfranco também jantaram. Quando vimos o nosso time confraternizando. Meu pai tentou me levar até eles. Tímido até a medula, preferi manter a distância do salão onde eles estavam. Olimpo não é pra mortais. Os heróis não se tocam.

Hoje me toco que deveria ter feito o que fiz. Ficar na minha. Eles tinham que ser respeitados naquela hora. E, 45 anos depois, revejo que ainda os vejo do mesmo jeito. Ídolos intangíveis. Muitos deles acabei conhecendo pelo ofício. Alguns viraram amigos. E esse que está ao meu lado na foto acabei de conhecer no Allianz Parque. O filho dele me apresentou. Um dos maiores camisas 11 de nossa história. Um dos que mais jogaram com nossa camisa. Um dos que mais apanharam com ela. Um dos que mais a honraram. Com a humildade dos gigantes que não falam – fazem. Autores da minha infância eterna.

Nei que me deu o prazer do primeiro gol em estádio. Nei que também me ajudou a ser o que sou há 28 anos por ser palmeirense há 51. E por ser ainda mais feliz por há quase 45 anos berrar sem parar pelo gol que marcou.

Gol do Palmeiras. O nosso grito mais comum. E o primeiro será sempre seu, Nei. Obrigado.

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Amarcord: Palmeiras 0 x 0 São Paulo, campeão brasileiro de 1973, em 20/2/1974 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-sao-paulo-campeao-brasileiro-de-1973-em-20-2-1974/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-sao-paulo-campeao-brasileiro-de-1973-em-20-2-1974/#respond Wed, 07 Mar 2018 23:35:48 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/03/07/amarcord-palmeiras-0-x-0-sao-paulo-campeao-brasileiro-de-1973-em-20-2-1974/

Foi a primeira final em estádio da minha vida, aos 7 anos. Foi a única que vi com meu pai. (No SP-74 ele não quis ser um dos 20 mil palmeirenses contra 100 mil corintianos. No SP-76 ele apresentava o JORNAL BANDEIRANTES e não conseguiríamos chegar a tempo no Palestra. No BR-78 eu dei pra […]

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Foi a primeira final em estádio da minha vida, aos 7 anos. Foi a única que vi com meu pai. (No SP-74 ele não quis ser um dos 20 mil palmeirenses contra 100 mil corintianos. No SP-76 ele apresentava o JORNAL BANDEIRANTES e não conseguiríamos chegar a tempo no Palestra. No BR-78 eu dei pra trás no primeiro jogo decisivo contra o Guarani. Ele fazia o JORNAL NACIONAL e o JORNAL DA GLOBO no SP-86. Sorte dele contra a Inter de Limeira…)

Desde o SP-91 eu já trabalhava em rádio, TV e jornal. Eu estava sempre nas cabines. Ele, algumas vezes nas arquibancadas. Quando tinha coragem de ir. O Palmeiras era a única coisa que o tirava do sério. Ele e todos nós.

A única decisão que vimos juntos (e também com minha mãe e meu irmão) foi a do BR-73. Meu primeiro Choque-Rei. Quarta à noite, mais de 76 mil no Morumbi, o empate era nosso no quadrangular final. Vencemos o Cruzeiro no Mineirão por 1 a 0. Viramos 2 a 1 com gol de Luís Pereira contra o Inter, também no estádio do rival. Bastava o empate. Como no BR-72 contra o Botafogo. Como no SP-72 no Pacaembu contra o mesmo São Paulo.

Ademir dava a Guia da Segunda Academia de Brandão. Ele e Zeca jogaram todos os 40 jogos do time que só levou 13 gols! A melhor média defensiva da história do Brasileirão. Um time que goleava por 1 a 0. Fazia o necessário. E muito melhor que a concorrência.

O Palmeiras chegou ao Morumbi e Osvaldo Brandão abriu o jogo. Ronaldo entraria na ponta-direita no lugar de Edu. César Maluco seria o centroavante. O velho mestre ainda fez questão de fazer algo raro na época: prender a escalação na porta do vestiário, num papel branco escrito por ele mesmo. Aquele time que, salvo essa alteração na ponta, era o que até os adversários conheciam e reconhecem até hoje: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Ronaldo no lugar de Edu, Leivinha, César e Nei. A Segunda Academia que era um poema. Rima que era seleção. Com seis convocados por Zagallo para a Copa no meio daquele 1974.

Do baixo dos meus sete anos, no anel intermediário do estádio, mais para a bandeira de escanteio da meta à direita das cabines da TV, eu vi um primeiro tempo de muitas porradas. Até Ademir da Guia rasgou parte da chuteira de Forlán, pai do Diego, e um dos mais violentos e maldosos jogadores da história. O Divino foi diabólico como Forlan, os centrais Paranhos e Arlindo, e o volante Chicão. Quarteto da porrada. Poucos times tiveram tantos jogadores violentos como os quatro. E sem ser necessária tanta violência. Forlan e Chicão sabiam jogar.

O primeiro tempo foi essa pancadaria sanguinária – também do pilhado Palmeiras. Na bola, o campeão brasileiro de 1972 foi melhor. Só não abriu o placar e mesmo o ampliou porque Valdir Peres fez a partida que acabaria o levando para ser o terceiro goleiro do Brasil na Copa-74. Reserva do reserva de Leão.

A segunda etapa foi melhor. O São Paulo resolveu jogar. O Palmeiras, mais ainda. Só não ganhou porque o goleiro tricolor falecido no ano passado foi mais uma vez sensacional. É o que li nos acervos dos jornais agora. É o que lembro daquela noite há 44 anos. É o que não vi no Morumbi. Porque todo ataque do Palmeiras com Ronaldo passando por Gilberto, Leivinha escapando das pancadas de Chicão, Ademir e o não menos genial Pedro Rocha jogando muito, Nei respondendo na bola e a dribles aos padrões e pavores de Forlán (e a zaga verde também baixando o guatambu no ótimo ataque tricolor), tudo que o Verdão criava e chegava ao ataque, eu não via mais nada: a torcida se levantava quando o Palmeiras chegava próximo á área de Valdir. Eu, do baixo dos meus sete anos, também me levantava. Mas não conseguia ver nada. Só as costas de palmeirenses pulando e não vendo também os gols porque Valdir Peres não deixava com uma atuação fantástica. Tipo a do Zetti na Libertadores-94, no Pacaembu.

Aquele 0 x 0 de 27 de abril de 1994 é pra esquecer. Mas esse de 20 de fevereiro de 1974 é pra guardar nós mesmos olhos que só puderam ver as costas de palmeirenses que se levantavam e me tiravam a visão do campo.

Só lembro depois do apito final, a família gritando que era campeã, a festa do time no gramado do rival, a pizza no restaurante Forno, na Joaquim Floriano, com a fumaça dos cigarros que então se permitiam, o vinho que meu pai bebeu com a família, muitos palmeirenses celebrando o que era o bicampeonato nacional seguido ao de 1972.

E eu que não vi gols, e não os teria visto se eles tivessem acontecido pelo meu tamanho, nunca mais vi o Palmeiras ser campeão ao lado do meu pai.

Desde a Copa do Brasil-15, só vejo acima. E vejo cada vez melhor.

PALMEIRAS 0 X 0 SÃO PAULO

Campeonato Brasileiro de 1973 / quadrangular Final – Jogo Decisivo

Quarta-feira, 20 de fevereiro de 1974

Morumbi

Juiz: Arnaldo César Coelho (RJ)

Renda: Cr$ 997 860

Público: 76 549

PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Ronaldo, Leivinha, César e Nei.

Técnico: Osvaldo Brandão

SÃO PAULO: Valdir Peres; Forlán (Nelsinho), Paranhos, Arlindo e Gilberto; Chicão e Pedro Rocha; Terto, Zé Carlos (Ratinho), Mirandinha e Piau

Técnico: José Poy

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Amarcord: Palmeiras 1 x 1 Santos, BR-73 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-1-x-1-santos-br-73/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-1-x-1-santos-br-73/#respond Sun, 04 Feb 2018 11:50:52 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/02/04/amarcord-palmeiras-1-x-1-santos-br-73/

Foi a primeira vez que vi o Pelé em campo. Ou pior: continuei sem ver. Toda vez que Ele tocava na bola, eu, do baixo dos meus sete anos, na minha primeira partida no Morumbi, no meu primeiro clássico, fechava os olhos. Culpa do meu pai. De tanto ele me falar do camisa 10 do […]

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Foi a primeira vez que vi o Pelé em campo. Ou pior: continuei sem ver. Toda vez que Ele tocava na bola, eu, do baixo dos meus sete anos, na minha primeira partida no Morumbi, no meu primeiro clássico, fechava os olhos.

Culpa do meu pai. De tanto ele me falar do camisa 10 do Santos (e do Gol de Placa que meu pai ainda não havia dito a mim que ele e Walter Lacerda tinham bolado a placa dada ao Rei, 12 anos antes, em 1961), eu morria de medo que Pelé pelezasse contra o Palmeiras.

Mas eu também não sabia direito o que era futebol. Se soubesse, só de ver a nossa escalação, não precisaria temer. Eles é que teriam de nos respeitar ainda mais. Mesmo que César Maluco estivesse sem ritmo, ainda que Raul Marcel e não Leão fosse o nosso goleiro, era a Segunda Academia em campo. Campeã brasileira de 1972. Em fevereiro de 1974 seria bicampeã nacional no mesmo Morumbi, contra o São Paulo, em outra história que contarei.

O Santos não tinha só Pelé. O goleiraço era Cejas, que seria expulso no segundo tempo. O lateral era Carlos Alberto Torres, querido amigo capita. A zaga tinha o grande Marinho Perez, companheiro de Luís Pereira na defesa do Brasil na Copa-74, e nosso zagueiro mais tarde. Outra grande figura, que jogaria no Barcelona de Rinus Michels e Cruyff.

O não menos querido e craque Clodoaldo era o volante com Léo Oliveira e Pelé. Mazinho (tio do nosso Clebão, campeoníssimo palmeirense, de 1993 a 2000), o amigo Nenê Belarmino no comando de ataque, e o genial Edu na ponta esquerda. Que time dirigido pelo maravilhoso amigo Pepe.

Mas não era melhor do que o nosso. E não foi no primeiro tempo. Lembro o gol de Leivinha, aos 18. Li agora no acervo da FOLHA que foi jogada linda do grande Nei, pela esquerda. Não lembrava. Nem do empate do Santos, marcado pelo Marinho, no fim do primeiro tempo. Mas tenho “motivos” para não lembrar: foi uma falta perigosa cobrada por Pelé na cabeça do zagueiro.

Você acha que eu iria ver uma falta perto da área do Raul Marcel cobrada pelo Pelé?

Foi o primeiro gol que ouvi no estádio. Porque não vi.

Culpa do meu pai que foi falar tudo que era o Pelé…

Também por Ele tenho um carinho enorme pelo Santos. Só aumentado pelos anos. E pela homenagem que o clube fez quando meu pai morreu, em 2012.

Mas esse é outro Amarcord. Para contar também do primeiro jogo que minha mulher foi a um estádio ver o nosso Palmeias.

Quando ela viu tudo que aconteceu no clássico. Tudo que Pelé não me deixou ver na minha primeira visita ao Morumbi.

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Nei, 68 anos, lealdade em padrão: 15/8/1949 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nei-anos-lealdade-padrao-1581949/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nei-anos-lealdade-padrao-1581949/#respond Tue, 15 Aug 2017 19:47:06 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/08/15/nei-anos-lealdade-padrao-1581949/

O primeiro gol que vi na vida do Palmeiras em um estádio foi dele. Nei. Elias Ferreira Sobrinho. Hoje completando 68 anos do nascimento em Nova Europa, região de Araquarara. De onde veio da Ferroviária (onde começou aos 17 anos) como seu antecessor Pio, na ponta esquerda do Palmeiras. De onde veio Dudu, em 1964, […]

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O primeiro gol que vi na vida do Palmeiras em um estádio foi dele. Nei. Elias Ferreira Sobrinho. Hoje completando 68 anos do nascimento em Nova Europa, região de Araquarara. De onde veio da Ferroviária (onde começou aos 17 anos) como seu antecessor Pio, na ponta esquerda do Palmeiras. De onde veio Dudu, em 1964, para ser uma das seis estátuas palestrinas, inaugurada em 2016.

Nei. Nome curto como o drible seco e ofensivo. Nei. O último da rima que era uma seleção. A Segunda Academia de Dudu e Ademir da Guia. Montada por Oswaldo Brandão em janeiro de 1972 (quando ele chegou ao clube) e que seria desfeita em setembro de 1975, com a venda de Luís Pereira e Leivinha para o Atlético de Madrid. Depois de dois brasileiros (1972-73) e dois estaduais (1972, invicto, e 1974, deixando o Corinthians mais um ano na fila).

Nei. O ponta rápido e driblador e que também sabia atuar no meio-campo. Ele fechava a linha LEÃOEURicoLuÍsPereIraAlfredoEZecaDuduEAdemirDaGuiaEduLeivinhaCésarENei. O ponta que infernizava o diabólico

lateral Forlán. Lateral que tanto batia e apanhava na bola de Nei que, num Choque-Rei, até o Divino entrou duro no lateral uruguaio, rasgando a chuteira do são-paulino. Tricolor que havia sido vítima do primeiro gol dele na carreira, ainda moleque, na estreia pela Ferroviária.

Nei. O ponta que marcou na raça o gol de empate da semifinal do BR-72 contra o Inter, no Pacaembu, depoia de um rebote de bola na trave de Ademir da Guia. Resultado que levou o Palmeiras ao título na final sem gols contra o Botafogo, no Morumbi.

O último gol do título de 1972 foi dele. Como quase um ano depois, em 15 de novembro de 1973, ele marcou o primeiro gol que vi do Palmeiras em um estádio. Na mesma meta do tobogã do Pacaembu. Um a zero no mesmo Colorado de maravilhosa camisa vermelha. Mas não mais linda que a 11 de Nei naquela tarde de feriado.

Dia inesquecível fechado naquele noite de semana perto da casa da minha avó. Pizzaria Casa Grande na Pompeia. Todo o elenco do Palmeiras jantando no salão ao lado. Eu morrendo de vergonha do baixo dos meus sete anos. Vendo meus ídolos. Seis deles que, no meio de 1974, serviriam a Seleção na Copa da Alemanha.

Nei tinha bola para estar. Mas foi preterido. Zagallo chamou o ótimo Dirceu, do Botafogo. Nei seria convocado por Brandão para um amistoso contra a URSS, no Rio, em dezembro de 1976. Foi vaiado pela torcida carioca que preferiria Paulo César Caju na ponta brasileira. Nei não conseguiu virar a vaia como Julinho Botelho, em 1959, contra a Inglaterra. Mas ao menos saiu de campo no Maracanã sem ser molestado, depois de boa exibição onde o calado calou as críticas na bola.

No Palmeiras ficaria até 1980. Ganharia o SP-76. Mas perderia lugar no time para Macedo e Baroninho. Mas sempre mantendo a humildade de ser um dos atletas que mais atuaram pelo clube. Foram 488 partidas. Nenhum cartão. Pela retidão e disciplina recebeu o Prêmio Belfort Duarte pela lealdade padrão por dez anos seguidos. Apanhando direto. E sem simulação. Nem reclamação. Um grande Gandhi da ponta esquerda palmeirense.

Em 1981 ficou só três meses no Botafogo. Fez três bons anos no Grêmio Maringá, até parar precocemente, aos 32 anos. Um bico de papagaio na coluna abreviou a carreira. De tanto levar bicos por todo o corpo dos laterais rivais.

Nei é um dos maiores pontas da história do clube. O nono que mais atuou pelo clube. Marcou 71 gols. Fora passes e cruzamentos precisos por alto e por baixo. Um que tanto arrancou sorrisos e gritos de alegria. Uma das vozes menos ouvidas do NOSSO PALESTRA. Porque falava pela bola, não pela boca.

Nei, obrigado pelo primeiro gol que gritei num estádio. Parabéns por ser o 11 do onze que todos os rivais ainda sabem de cor e jogado.

Nei, nunca tive o prazer de conversar contigo. Mas saiba que, mesmo calado, você fez muito mais do que muitos que mal sabem e berram o bem que você nos faz.

Nei que pode entrar em qualquer estádio do Brasil por conta do prêmio Belfort Duarte. E ele está nem aí com a premiação.

Mais importante é saber que ele entra em qualquer escalação dos maiores do clube. Entra em qualquer área a dribles. Tem portas abertas sempre para quem o viu jogar. Com lealdade padrão.

ESCREVEU MAURO BETING

 

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