Apenas 8.600 palmeirenses encararam o frio e a garoa para se decepcionarem com empate por 1 a 1 com o Olimpia. Depois de duas vitórias iniciais, uma derrota e um empate para o Olimpia deixavam o Palmeiras em situação perigosa no grupo complicadíssimo na Libertadores-99. Mas, se na quarta-feira seguinte, o Palmeiras vencesse o Corinthians, estaria classificado para as oitavas.

O Palmeiras criou mais chances no primeiro tempo, mas não fez uma boa partida. Com Evair como meia-atacante, faltou entrosamento. Como também faltou o árbitro Ángel Sánchez marcar um pênalti no Matador, os 39 minutos.

Na segunda etapa, Felipão botou mais gasolina na equipe que voltou pressionando, mandou uma bola na trave aos 10 minutos, e abriu enfim o placar, aos 12, com o primeiro gol de Paulo Nunes em 1999.

O jogo estava nos pés do Palmeiras quando Velloso falhou na saída da meta e levou o gol de cobertura de Dezotti, aos 42 do segundo tempo, quatro minutos depois de ter entrado.

Wanderley Luxemburgo fez sua primeira convocação em 1999 para a Seleção. Palmeiras e Vasco foram os clubes que mais cederam atletas ao Brasil: Roque Júnior foi chamado pela primeira vez. Alex e Rogério foram os outros convocados.

Paulo Nunes não fazia gol desde o segundo jogo da final da Mercosul, em dezembro de 1998. O artilheiro alviverde em 1999 era Júnior Baiano.

Felipão pretendia melhorar o desempenho do ataque, com Evair mais recuado no lugar de Alex, com Nunes e Oséas na frente.

O Palmeiras havia solicitado exame antidoping para o jogo contra o Olimpia, no Palestra, no dia seguinte, sexta-feira, 21h40. Seria a quarta partida pela fase de grupos da Libertadores. A procura de ingressos não era das melhores. A torcida não estava muito confiante. Diferente das campanhas de 1994 e 1995 do Palmeiras.

Felipão não estava descontente apenas com o sistema defensivo depois dos 4 a 2 para o Olimpia, no Paraguai. Ele queria mudanças também na frente, para o jogo dois dias depois, no Palestra. A quarta partida pela Libertadores-99. Quatro em menos de duas semanas complicadas e cheias. A primeira com ao menos três dias para treinos.

A novidade seria Evair como meia-atacante no lugar de Alex, com Paulo Nunes e Oséas no ataque, no 4-3-1-2. Evair já atuara assim. E Alex não vinha sendo o craque que sempre foi.

Felipão não estava satisfeito com as falhas defensivas da equipe contra o Olimpia na derrota no Paraguai por 4 a 2. Anunciou mudanças para sexta-feira. Mas não disse quais.

O torcedor andava cabreiro e insatisfeito com a equipe e também com Felipão. Nem as ótimas vitórias iniciais contra Corinthians e Cerro Porteño no Paraguai satisfizeram torcida e crítica. Para piorar, além da dificuldade no grupo, o Palmeiras faria os quatro primeiros jogos na Libertadores em menos de 14 dias.

Além de César Sampaio, que seguia de fora por lesão no tornozelo, Felipão lamentava perder Euller como opção de velocidade pelos lados. Submetido a uma artroscopia, o ponta ficaria mais de 45 dias fora do time. O treinador queria mais um atacante. O clube não queria. A Parmalat também não parecia disposta.

Depois de quatro jogos em apenas 8 dias (dois deles clássicos, e três válidos pela Libertadores), um pouco de “descanso” para a equipe na segunda-feira. Mas pedreira já na sexta, no Palestra: primeiro jogo do returno da fase de grupos contra o Olimpia, que uma semana antes vencera por 4 a 2, em Assunção.

Sem César Sampaio lesionado, o treinador palmeirense pretendia dar um descanso a mais titulares no clássico no Morumbi. Não tinha como: no sábado anterior, vitória contra o Corinthians, na estreia na Libertadores-99. Na quarta, goleada sobre o Cerro, em Assunção. Na noite de sexta, derrota para o Olimpia, no Paraguai. Menos de 48 horas depois, 16h no Morumbi, jogo contra o Santos.

Jackson voltaria à equipe titular. Felipão ainda pensava em o escalar no lugar de Alex. Rubens Júnior renovara contrato e vinha para o jogo. Ele jogaria na lateral-esquerda (na foto, ele é o quinto à esquerda, em pé, no time campeão paulista sub-20 de 1992)

Felipão não gostara do desempenho na sexta.

– Erramos demais. Jogamos muito abaixo de nossa média.

A semana dura de Libertadores cobrou a conta na sexta-feira. Depois dos 5 a 2 no Cerro Porteño, na quarta-feira, a derrota para o Olimpia no Cerro Porteño, por 4 a 2, no Defensores del Chaco.

O primeiro tempo foi equilibrado. O Olimpia marcou bem os lances pelos lados do Palmeiras – menos um: aos 46, o time de Felipão retomou a bola e Júnior cruzou para Júnior Baiano (FOTO) marcar seu terceiro gol de cabeça em três jogos.

O Palmeiras retribuiu o erro aos 5. Saída errada de Arce deu no gol de Humberto Paredes. Aos 12, a virada. Lance pela direita, bola cruzada às costas de Cléber para Marcelo Paredes. O Palmeiras entrou em parafuso e levou o terceiro, aos 24: Pérez ganhou de Júnior e fuzilou Velloso. Ávalos ampliou aos 41, em belo lance de fora da área. Júnior Baiano fez mais um de cabeça, aos 44, completando escanteio da esquerda de Arce.

O time sentiu a a ausência de César Sampaio, lesionado no tornozelo.

Dois dias depois, o Palmeiras estrearia no Paulistão contra o Santos.

Felipão encarava uma série absurda de quatro jogos em oito dias. Os dois primeiros foram vencidos pela Libertadores: 1 a 0 no Morumbi contra o Corinthians no sábado, e uma virada por 5 a 2 contra o Cerro Porteño, em Assunção, na quarta-feira. Na sexta teria o Olimpia, no Paraguai. Domingo mais um clássico, na estreia do Paulistão, contra o Santos.

Jackson já havia se recuperado de lesão e jogara alguns minutos contra o Cerro. César Sampaio nem viajara. Ficaria duas semanas fora por entorse no tornozelo.

No mais era o time titular de Felipão. Evair seguia entre eles, em melhor forma física que Oséas (foto).