Confira a coluna de Guilherme Paladino para o NP: A ‘estabilidade suficiente’ do Palmeiras de Abel Ferreira
Com a vitória sobre o Atlético Goianiense, fora de casa, neste domingo (18), o Palmeiras chegou ao seu sexto triunfo consecutivo no Brasileirão 2021. Além disso, contando com o êxito obtido no Chile diante da Universidad Católica, pela Libertadores, na última quarta-feira (14), a equipe igualou a maior sequência de vitórias da Era Abel Ferreira, chegando a sete, feito também alcançado no início da atual temporada.
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Analisando em retrospecto a recente arrancada alviverde, pode-se ter a impressão de que nenhum adversário realmente representava algum desafio, seja tecnica ou taticamente. Vencer Bahia, Sport, La U e Atlético Goianiense poderia ser considerado algo ‘normal’; já Santos, Grêmio e Internacional, pela grandeza, seriam rivais mais complicados, mas apresentaram muitas fragilidades nos embates.
No entanto, o fato de ter sido uma sequência supostamente ‘fácil’ superada pelo Palmeiras diz mais sobre os méritos da equipe de Abel Ferreira do que sobre os deméritos dos outros. Por exemplo, antes de se iniciar o Brasileirão, absolutamente ninguém cravaria que, após 11 rodadas, o Grêmio teria somente uma vitória, o Inter estaria a cinco pontos da zona de rebaixamento e o Palmeiras seria o líder isolado. Todos esses, na verdade, eram times parelhos após os estaduais.
Mas o que se viu é que o Palmeiras, que nunca foi brilhante, continuou não sendo brilhante, porém manteve a competitividade e o foco de sempre, enquanto os adversários oscilaram de forma até assustadora. E essa estabilidade competitiva do Alviverde proporcionou vitórias em sequência e um desempenho consistente, que, apesar de todos os sustos, fez com que os adversários parecessem acessíveis, derrotáveis.
O Palmeiras não fez 5 a 0 no Bahia, como o Flamengo de Renato Gaúcho fez; na verdade, contra o Bahia, o time de Abel Ferreira conquistou uma vitória suada com um gol de de Breno Lopes nos acréscimos. O Palmeiras não esbanja talento individual como o Atlético-MG de Hulk e Nacho Fernandez; quem resolve no Verdão varia entre o estabanado Deyverson, o eficiente Scarpa, o oportunista Veiga, o raçudo Gómez, entre várias outras peças de um coletivo ajustado. Essencialmente, o que o Palmeiras tem que nenhum outro time tem é: a tal da estabilidade.
Em um torneio equilibrado, que não perdoa oscilações, essa estabilidade vem sendo suficiente. Em casa, ela proporcionou invencibilidade: foram seis jogos, cinco vitórias e um empate (contra o arquirrival Corinthians). Fora de casa, proporcionou quatro vitórias importantes em seis jogos (12 pontos conquistados em 18 disputados). E não há picos: até agora, não houve goleadas e performances incríveis, mas também não houve sequer perda de pontos para qualquer time da segunda metade da tabela.
Sem essa estabilidade de Abel Ferreira, que quase sempre é contestado por terceiros devido ao fato de ‘não encantar e não deixar um legado’, poderia ser o Palmeiras a estar a dois pontos da zona de rebaixamento, como o São Paulo. Ou a ter ‘crises de identidade’, como Grêmio, Internacional e Flamengo, que já trocaram suas comissões técnicas sem nem atingirem um terço do total de jogos do Campeonato Brasileiro.
Pode faltar brilho, pode faltar beleza, pode faltar legado, mas a estabilidade do Palmeiras, que se aproxima de um ano sob comando do mesmo treinador, é suficiente e, acima de tudo, é a grande responsável pela liderança isolada, com três pontos acima do segundo colocado.
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