A última partida que eu havia comentado na cabine da Jovem Pan no Allianz Parque foi no primeiro dia de dezembro de 2019. Vareio do Flamengo que derrubou Mano Menezes no Palmeiras. Foi 3 a 1 para aquele timaço espetacular de Jorge Jesus, campeão do Brasil e da América logo antes.

Era para ter sido muito mais. E não era para a gente ficar tanto tempo distante do lugar onde a gente mais se desentende como gente.

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A primeira partida nesse meu retorno à labuta em campo foi em primeiro de fevereiro de 2022. Um a zero no Água Santa que bateu demais. Gol de Dudu, na sua centésima vitória na nova arena onde é quem mais jogou, mais gols fez, mais passes para gol deu, e melhor jogou desde 2015.

Nesse período, o Baixola foi e voltou do Qatar. Eu voltei a fazer como host tours mensais no Allianz Parque com o timaço do Experience (o próximo será em 19 de fevereiro). Fiz alguns eventos (tem um com César Sampaio e grande elenco no sábado). Fui uma vez como torcedor antes da pandemia. Nunca havia ficado tanto tempo sem trabalhar no AzP como jornalista. E só fiz outros quatros jogos em cabines, desde março de 2020: um do São Paulo contra o Athletico, no Morumbi, no BR-20; a final da Copa América de 2021, no Maracanã.

E dois jogos decisivos das últimas duas Libertadores: Palmeiras vencendo o Santos, no Maracanã, há um ano; Palmeiras vencendo o Flamengo no Centenário, há dois meses. A espetacular vitória que leva o time de Abel nesta quarta-feira para os Emirados Árabes para disputar mais um Mundial. O segundo em um ano.

O mesmo Palmeiras que escapara de goleada impiedosa do Flamengo lá em 2019 e que agora o superou no Uruguai em 2021.

Parece que foram mais de 24 meses não apenas sem trabalhar no Allianz Parque. Mas sem me reconhecer. Até por ser muito tempo sem voltar para casa. Perdemos a referência. Eram transmissões nos estúdios da Jovem Pan, SBT e TNT Sports. E nada de estádio para ver Abel manter o 4-1-4-1 para jogos menos complicados como esse. Danilo bem protegendo os quatro da área, liberando Zé Rafael (em boa fase) para organizar o jogo com Veiga, com Dudu alargando o campo à direita, Scarpa circulando a partir da esquerda, e Rony tentando dar profundidade no comando.

Foi longe do ideal. Mas também foi para preparar o elenco para ir no dia seguinte longe mais uma vez.

E, quem sabe, como milagre, nos trazer para mais perto em breve.

Tudo muda. Só não muda o nosso lar. Mesmo por tanto tempo distante.

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