12/12/12

Doze. Antes de você aparecer esse número significava pouca coisa no futebol. O 12 foi sempre o número do goleiro reserva. Aquele número das pouquíssimas oportunidades e que assiste a maioria dos jogos do banco de reservas.

Mas você precisou de uma única chance, para agarrá-la como se fosse um pênalti do Marcelinho, para eternizar pra sempre esse número na história da Sociedade Esportiva Palmeiras.

No dia 12/12/12, exatamente há 5 anos, você se foi. Eu estava lá no Pacaembu. Os palmeirenses estavam tristes, amargurados. Em menos de uma semana, viam o maior ídolo pendurar as luvas, o clube mais uma vez na segunda divisão e para completar o drama, o maior rival no Japão.

Porém naquela noite pudemos ver o que o futebol significa. O que um ídolo significa. O que o amor significa.

(Foto: Leonardo Soares/ UOL Esporte)

Títulos? Fase? Falha no mundial? Pouco importa. Mais de 35 mil devotos foram se despedir de um Doze insubstituível. Você faz tanta falta.

Nas mentes de tantos, vinha aquela grande dúvida de quem acaba de perder o seu super-herói: e agora, quem poderá nos defender? Bruno? Deola? Fábio? O peso de te substituir era algo assustador. Mas Prass e Jaílson conseguiram, com muita honra.

Sem você, o Palmeiras nunca mais venceu uma Copa Libertadores. Onde você estava nos pênaltis contra o Barcelona?

Sem você, o futebol brasileiro também nunca mais venceu uma Copa. Onde você estava nos 7 a 1? Só você seria capaz de parar aquela artilharia pesada alemã, igual fez em 2002. Ou dar uma entrevista épica ao final do jogo descascando até o Galvão.

Você faz muita falta.

Deus quis que anos depois de sua aposentadoria, eu o conhecesse, ou melhor, o entrevistasse. Quantos palmeirenses dariam tudo para bater um papo com você? Quantos jornalistas não tiveram o prazer de te entrevistar?

Quantas pessoas tem a sua imagem tatuada na pele? Quantos não batizaram seus filhos com o seu nome, né Alex? Quantos palmeirenses andaram do Palestra até o Pacaembu em procissão?

É surreal. Presente de Deus. Presente de Santo. Obrigado por tudo Marcos Roberto Silveira Reis. Você faz falta!

O dia que conheci e entrevistei São Marcos (Foto: Arquivo Pessoal)

Idolatria é algo que não se compra, se conquista, sem marra, sem força. Com respeito, lealdade e honestidade. De quem rejeitou o Arsenal e a Europa, para conquistar o título da Série B em Garanhuns.

Cuide desse seu coração verde que ele irá bater muito ainda. Você nunca foi Santo, foi Deus. E pra terminar, conta aquela piada do Papagaio?

Confira o vídeo que a TV Palmeiras/FAM preparou em homenagem ao Marcão: