Chororôrume do fair-play financeiro

2013, o Galo Doido de Cuca levantou a Libertadores na raça, na emoção, com um Ronaldinho Gaúcho querendo, Tardelli voando, Bernard correndo, Jô goleando, Victor canonizado. Ótimo time. Grande campeão no Horto e no Mineirão.

Na mesma competição, a camisa do Palmeiras levou um elenco modesto até a eliminação diante do Tijuana que seria despachado na defesa de canhota de Victor. Era um clube que só tinha camisa. Tinha quase 80% da receita comprometida por adiantamentos. Não tinha ainda voltado pra casa. Estava perdido e sem noção. Tanto que quase caiu em 2014, dias antes do Atlético ganhar sua primeira Copa do Brasil contra o rival bicampeão brasileiro.

O Palmeiras acabara de inaugurar o Allianz Parque. A Crefisa não chegara ao clube. Paulo Nobre ajustara e ajudara as contas.

Mas ninguém reclamava de “fair-play financeiro” em 2014 como o presidente atleticano agora abusa do chororôrume que até a imprensa à minha esquerda e à sua falta de noção já tirou da pauta.

Allianz Parque, Avanti!, Crefisa, novo pacote de TV, agressividade na contratação de reforços, excelente e inédito trabalho na base, interesse político do patrocinador, receitas equilibradas, títulos, estrutura que atrai reforços, marketing, torcida intensa e numerosa, elenco rico em quantidade e qualidade, camisa, história.

Isso não é falta de fair-play. É capacidade. A mesma que faltou em outros anos e que agora sobra no Palmeiras. E falta no Atlético pela mentalidade tacanha de seu presidente que não aabe o tamanho do Galo e menospreza a competência do rival.

Em 2013, o Palmeiras telefonava para um agente de jogador e deixava recado na caixa postal. Sem retorno. Em 2018, Whatsapp de cartola do Palmeiras tem mais mensagem de serviços a se oferecer do que não sei que metáfora eu posso usar.

O choro do cartola do Galo é chute meta pra fora. Abominável incapacidade administrativa. O único fair-play a se discutir é o dinheiro da TV. No mais, só correr atrás.