Contratado pelo Palmeiras com certa desconfiança por parte da torcida e imprensa, o meia Moisés precisou vencer as instabilidades e uma lesão no tornozelo para se firmar como um dos principais jogadores na conquista do Campeonato Brasileiro em 2016, sendo considerado um dos melhores da competição em votação realizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Dono da camisa 28 na conquista do certame nacional, o meio-campista acabou o ano com tanta moral que herdou a camisa 10 alviverde, antes usada por Cleiton Xavier. Com altos investimentos financeiros e a manutenção de boa parte do elenco campeão, o ambicioso projeto mirava a conquista da Libertadores na temporada de 2017.
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No entanto, para Moisés, as lesões voltariam a aparecer três meses após a vitória que garantiu a conquista do nono título do Brasileirão ao Verdão. Novamente diante do Linense, assim como havia sido em 2016, o meia novamente se machucou, em forte pancada com o adversário. Sem histórico de lesões, o jogador novamente teria que ficar afastado do clube por quase um semestre.
– Infelizmente eu passei por lesões no Palmeiras. Eu nunca tinha sido um atleta com esse histórico de me machucar, e acabou acontecendo. Tive lesões serias em pancadas, então não tem nem como prevenir. […] As duas vezes eu voltei em um tempo rápido, principalmente a do joelho (em 2017) que foi muito séria, e eu consegui voltar em apenas cinco meses – relembrou o dono da camisa 10 em entrevista EXCLUSIVA ao NOSSO PALESTRA.
Em seu retorno, mais de 150 dias após sofrer a contusão, marcou o gol da vitória palestrina por 1 a 0 diante do Barcelona-EQU, pelas oitavas de final da Libertadores, levando o duelo para os pênaltis. Mancando, ainda converteu a cobrança que deu sobrevida ao clube, que foi eliminado dois arremates mais tarde. De forte candidato ao título ao balde de água fria com a desclassificação em casa sob os equatorianos.
– Aquele jogo contra o Barcelona me marcou muito, foi muito especial, foi o que mais me marcou, o que tive mais emoções dentro do jogo. Primeiro por estar em minha primeira partida de Libertadores, na emoção de fazer um gol, depois tomei uma pancada muito forte no joelho e a tensão nos pênaltis. Bati a quinta cobrança, mancando, com dores. O Jailson pegou o último pênalti, deu sobrevida, mas acabamos sendo eliminados e aí veio o balde de água fria. Alternou muito entre felicidade e tristeza – contou ao NP.
Com mais de 130 partidas com o uniforme verde e branco, o meio-campista ainda repetiu a dose de 2016 e voltou a ser campeão do Brasileirão novamente em 2018, mas já sem o mesmo protagonismo. Titular também da equipe semifinalista da Libertadores em 2018, colocou o Palmeiras na terceira colocação da competição continental, a melhor marca desde o vice-campeonato de 2000.
Ele permaneceu no clube até 2019, quando se transferiu para o Shandong Luneng, da China, por cerca de 5 milhões de euros (aproximadamente R$ 21 milhões, na cotação da época). Moisés segue no clube chinês até hoje. Em março de 2021, passando férias no Brasil, o jogador treinou na Academia de Futebol e visitou o Palmeiras.
– Tenho muito carinho e gratidão pelo Palmeiras, um clube que elevou meu nível profissional e minha carreira, sou eternamente grato a todos que fazem parte do clube, marcou demais. Não é à toa que sempre que estou no Brasil vou lá visitar, me sinto bem lá e estou na torcida. Dia 27 estarei ao lado dos 16 milhões de palmeirenses na torcida de que essa Libertadores fique com o clube – afirmou.
Destacando o atual momento da equipe, ressaltou a importância da introdução de jogadores jovens no Palmeiras, que subiram das categorias de base e conseguiram conquistar a Tríplice Coroa logo na primeira temporada preenchendo o plantel palestrino.
Na visão do meia, o processo estava sendo realizado desde 2016, na época com o Diretor de Futebol Alexandre Mattos, e hoje, com a formação de um time mais sólido e com retrospecto de vitórias os frutos são colhidos com títulos, retorno técnico e futuramente um grande retorno financeiro aos cofres do Verdão.
– O Palmeiras se preparou até para isso. Em 2016 tinham alguns jogadores da base, mas fica até mais fácil inserir esses jogadores quanto já existe um time mais sólido, que já está muito tempo conquistando títulos […] O Alexandre Mattos sempre teve muita preocupação com a base, reformulou a forma do Palmeiras pensar lá, contratou profissionais e hoje o clubes desfruta disso e da equipe ser campeã – disse ressaltando a felicidade em ver os Crias da Academia jogarem.
Com contrato no Shandong Luneng-CHN válido até setembro de 2022, Moisés, hoje com 33 anos, revela estar feliz no país asiático e não pensa em retornar ao Brasil antes do encerramento do vínculo com o clube da cidade de Jinan, cerca de 400km de Pequim.
– A China, assim como o mundo, enfrenta a crise causada pela pandemia. Meu clube é muito correto, sempre me deram tudo para fazer o meu melhor, com uma estrutura que me deixa a vontade. Eu estou muito feliz aqui […] Com tudo isso, hoje não penso em voltar ao Brasil, tenho contrato até setembro de 2022 e pretendo cumprir – revelou Moisés.
Campeão da Copa da China em 2020, Moisés projeta agora o título da primeira divisão do Campeonato Chinês. Tricampeão, o clube do meia não conquista o principal torneio local desde 2010 e está muito perto de quebrar um tabu de mais do que uma década. Para o ex-jogador do Palmeiras, uma situação similar ao ocorrido com o Verdão em 2016.
– Temos chances reais de ser campeão da Liga, conseguimos ano passado ser campeões da Copa. Estamos em primeiro lugar com oito rodadas restantes. Seria muito importante para mim e para o clube esse título. Meu objetivo é esse – finalizou.
Em caso de troféu na asia, Moisés vai conseguir algo raro no futebol, conquistando ao menos dois títulos de magnitude nacional em três países diferentes. Além do bicampeonato Brasileiro com o Palmeiras, o meia ganhou a Copa e a Supercopa da Croácia com o HNK Rijeka, além da já ter faturado uma Copa da China de 2020 com o Shandong.
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