Palmeiras consegue resultado enorme diante do Boca Juniors quando (quase) tudo funcionou

Está na moda do futebol a expressão saber sofrer. Diante do Boca Juniors, o Palmeiras soube sofrer, soube jogar, soube pressionar e soube respirar. A vitória por 2 a 0 dentro da Bombonera trouxe ao Palmeiras a classificação para a próxima fase da Copa Libertadores da América e a confiança que se perdeu após a sequência de três tropeços e ainda não havia sido totalmente encontrada apenas com a vitória por 1 a 0 sobre o internacional. Contra o Boca Juniors, tudo funcionou. Ou melhor, quase tudo.

Coletivamente, a equipe soube se portar perfeitamente. Raros foram os momentos em que algum jogador do Boca Juniors recebeu uma bola livre. Os espaços foram bem ocupados e justamente por isso, Jailson só precisou salvar uma bola cara a cara com um atacante xeneize. O goleiro, aliás, foi seguro e impressionou até mesmo os torcedores argentinos que acompanharam a partida. Mas não só Jailson foi enorme.

Jailson não precisou ser melhor do que foi por ter uma dupla de zaga muito segura com Antônio Carlos e Edu Dracena. Os zagueiros foram bem também porque os volantes Bruno Henrique e Felipe Melo foram impecáveis em praticamente todo o jogo. Lucas Lima soube buscar a bola, soube marcar na frente e soube dar o toque de categoria que fechou a conta na Bombonera. Antes dele, Keno foi preciso ao balançar as redes de cabeça em lance que poderia ser o seu segundo gol, já que quase abriu o placar de costas em enorme demonstração de entrega na marcação logo nos primeiros minutos de jogo.

Borja fez um primeiro tempo bom. Errou poucos passes, soube se posicionar e preocupou bastante o sistema defensivo do Boca Juniors. O capitão Dudu esteve atrás do meio-campo em diversos momentos para fechar os espaços e quando roubou ou recebeu bolas, acelerou com qualidade os ataques do Palmeiras. Assim como Diogo Barbosa, que demonstrou capacidade de defender tão grande quanto a de atacar.

O único ponto a se ligar o sinal de alerta envolve Marcos Rocha, que não conseguiu fazer frente ao argentino Pavón, que é reconhecidamente acima da média. Porém, não foi melhor que Marcos Rocha na bola, mas na ocupação de espaços. O camisa 7 xeneize apareceu com frequência nas costas do lateral alviverde, fato que gerou as principais jogadas de perigo do Boca na partida. Para a sorte de Marcos Rocha, o restante do time viveu grande fase durante o jogo e soube impedir que as chegadas de Pavón não terminassem em gol. Inclusive Willian, Moisés e Hyoran, que entraram durante o jogo.

O time de Roger Machado não atropelará todo adversário que enfrentar por conta do dinheiro investido nesse elenco. A temporada não é um grande Paulistão. O treinador precisa extrair o melhor desse elenco em atuações inteligentes e convincentes diante dos duros desafios. A obrigação do Palmeiras é fazer com qualidade o que se propõe a fazer, assim como é também a obrigação de Flamengo, Grêmio e Cruzeiro.

Quando se tem qualidade, é possível jogar de diversas maneiras, sob diversos esquemas, alternando formações e posturas. É possível também oscilar. Só não é possível deixar de ser competitivo. Diante do Boca Juniors, o Palmeiras mostrou muito do que é capaz coletivamente e individualmente.