Arquivos Copa Rio 1951 - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/copa-rio-1951/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Sat, 22 Jul 2023 15:43:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Há 72 anos: Palmeiras conquistava mundo no Maracanã em 1951 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/ha-72-anos-palmeiras-conquistava-mundo-no-maracana-em-1951/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/ha-72-anos-palmeiras-conquistava-mundo-no-maracana-em-1951/#respond Sat, 22 Jul 2023 15:42:45 +0000 https://nossopalestra.com.br/?p=128419

Título mundial do Verdão foi pauta mundial, ajudou na autoestima do futebol brasileiro e completa 70 anos em 2021

O post Há 72 anos: Palmeiras conquistava mundo no Maracanã em 1951 apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>

A data 22 de julho é especial na memória do torcedor do Palmeiras. Há exatos 72 anos, a equipe conquistava a Copa Rio, considerada a primeira versão do Mundial de Clubes. Em um Maracanã lotado, o time ergueu a taça após empatar em 2 a 2 contra a Juventus, da Itália, e reestabelecer a moral brasileira após a derrota da Seleção na Copa do Mundo de 1950.

Conheça o canal do Nosso Palestra no YouTube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!

Muitas vezes contestada por rivais e causa de certa indecisão da própria FIFA, a polêmica conquista do Palmeiras na Copa Rio de 1951 completa 72 anos em 2023. Embora ainda hoje exista um grande debate no mundo futebolístico acerca da importância do torneio, o troféu foi tratado por parte da imprensa da época como um Mundial e símbolo de um recomeço do futebol brasileiro após o triste episódio do Maracanazo em 1950.

A competição foi organizada pela Confederação Brasileira de Desportos (atual Confederação Brasileira de Futebol) em parceria com a FIFA e teve o seu nome oficial como Torneio Internacional de Clubes Campeões, embora tenha ficado popularmente conhecida como a Copa Rio ou Taça Rio. O principal intuito do campeonato acontecer era não deixar que a frustração após a perda do título da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai esfriasse a paixão do brasileiro pelo futebol, que crescia vertiginosamente no fim da década de 1940.

A CBD e a FIFA, repetindo a decisão da Copa do Mundo, oficializaram a Superball para o I Torneio Mundial de Campões — Copa Rio (Foto: Twitter Jota Christianini)

Para participar, foram escolhidos oito clubes vencedores: O Nacional, campeão uruguaio em 1950, era uma das bases do Uruguai campeão da Copa do Mundo. A base do Brasil, vice-campeã em 1950, jogava pelo Vasco, campeão carioca do mesmo ano. A Iugoslávia, quarta colocada da Copa, era composta por mais de 50% de jogadores do Estrela Vermelha, campeão iugoslavo em 1950.

Além das três equipes que serviam como bases de suas seleções nacionais, ainda participaram do torneio, o Áustria Viena (campeão austríaco da temporada 1949/50 e terceiro colocado na temporada 1950/1951), Sporting (campeão português da temporada 1950/51), Nice (campeão francês da temporada 1950/51) e a poderosa Juventus de Turim, campeã italiana da temporada 1949/50 e terceira colocada no ano seguinte.

Fechando os oito participantes, o Palmeiras foi convidado, uma vez que era o detentor do Campeonato Paulista de 1950, Torneio Rio-São Paulo de 1951 e bicampeão da Taça Cidade de São Paulo (1950 e 1951).

Tendo quase um mês de preparação exclusiva para o campeonato, o Palmeiras sediou a chave localizada em São Paulo, no Pacaembu, ao lado de Olympique de Nice, Estrela Vermelha e Juventus. Já no grupo B, o Vasco hospedava Sporting, Nacional e Áustria Viena no Maracanã.

Mesmo com o apoio incessante da torcida com aproximadamente 30 mil torcedores no recém inaugurado Pacaembu, o clube palestrino comandado pelo uruguaio Ventura Cambón conseguiu a classificação apenas com a segunda colocação. Vitórias por 3–0 no Nice, 2–1 sob o Estrela Vermelha e um duro revés por 4–0 diante da Juventus colocaram o alviverde cara a cara com o duríssimo Vasco nas semifinais realizadas no Rio de Janeiro.

Jogando longe de seus domínios, o Palmeiras derrotou os cariocas por 2 a 1 no primeiro jogo e segurou um empate sem gols no segundo, garantindo a vaga na final diante da Juventus, algoz alviverde na primeira fase, que havia passado com tranquilidade sob o Áustria Viena. Pouco mais de um ano após o Maracanazo, os brasileiros novamente poderiam ver o Brasil — dessa vez representado por um clube — em uma decisão no mesmo palco do trauma de 1950.

Se no Brasil o clima era de reerguer a moral e conseguir novamente confiança, na Itália os jornais estampavam o otimismo europeu em levar mais uma conquista mundial para o velho continente, em alusão as Copas de 1934 e 1938, vencidas pela Itália.

”Agora acredito na vitória! Estamos mais organizados e por isso penso que seremos, novamente, campeões mundiais’’ disse Vittorio Pozzo, treinador da Azurra bicampeã em 1934/38 e campeão olímpico em 1936.

A Gazeta reproduzia a entrevista de Vittorio Pozzo, que acreditava na vitória da Juventus para a Itália ser ‘’novamente campeões mundiais’’ (Foto: Acervo Gazeta)

No primeiro confronto da decisão, o gol solitário de Rodrigues aos 21 minutos da etapa inicial deu números finais a partida e deixou a vantagem do empate no jogo de volta com o Palmeiras. Segundo o caderno desportivo do Diário Popular do Rio de Janeiro, tradicional jornal carioca, o brilhante futebol alviverde merecia um placar mais elástico, no entanto, a sólida defesa italiana conseguiu segurar muito bem o ataque brasileiro.

Diário Popular do Rio de Janeiro faz a tradicional crônica do primeiro jogo (Foto: Acervo Diário Popular)

Três dias mais tarde, mais de 100 mil pessoas estavam presentes para prestigiar novamente o futebol brasileiro e curar de vez a ressaca causada pelo Uruguai em julho de 1950. Segundo consta os jornais esportivos da Gazeta Esportiva, um ‘’intenso movimento de torcedores paulistas’’ acorriam na Capital da República. Além dos paulistanos, cariocas também abraçaram a torcida pelo Palmeiras, deixando de lado qualquer remorso da eliminação vascaína, para dar lugar a um profundo sentido de brasilidade.

“Acorrem à Capital da República numerosos visitantes, atraídos pelas finais da Taça Rio”. Milhares de Paulistas foram até o Rio de Janeiro assistir o segundo jogo da decisão (Foto; Acervo Gazeta)

Taticamente falando, o Palmeiras entrou naquele 22/07/1951 atuando no esquema conhecido como WM. Um 3–2–2–3 padrão, tendo Jair Rosa Pinto como responsável por fazer a equipe funcionar, uma vez que o camisa 10 atuava atrás do trio de ataque e ao lado do camisa oito Ponce de Leon, que buscava a bola dos volantes. Enquanto o futebol carioca já se encaminhava para o 4–2–4 eternizado com a seleção de 1958, os paulistas ainda recorriam ao antigo e ajustado WM.

Vale ressaltar, que o goleiro titular e ídolo Oberdan Cattani vivia maus momentos ao longo da competição e após a derrota por 4–0 diante da mesma Juventus na primeira fase foi sacado do time para a entrada do reserva Fábio Crippa. Com o resultado negativo nas costas do veterano e o bom desempenho de Fabio nas semifinais, o jovem de 22 anos foi mantido para a grande final.

Escalação alviverde para a final (Via: TaticalPad)

Entrando no gramado do Maracanã aos gritos de “Brasil, Brasil”, os onze titulares corriam segurando a bandeira brasileira, gesto muito parecido com o da Arrancada Heroica em 1942, na qual o clube morria líder como Palestra e nascia campeão como Palmeiras.

Precisando da vitória a qualquer custo, os italianos foram pra cima, e logo aos 18 minutos abriram o placar com Praest. Amarrando o jogo de todas as formas, pouco pode fazer o Palmeiras para não deixar o campo perdendo a partida no intervalo. No entanto, logo aos dois minutos da etapa final Rodrigues aproveitou o rebote do chute de Lima que parou no travessão e levou ao Maracanã ao delírio.

A festa durou pouco mais de dez minutos, e novamente aos 18 minutos Karl Hansen recolocou a Juventus na frente. Apreensível e com medo de uma nova derrota, a torcida permanecia calada. O fim da angústia e o início da comemoração só vieram com Liminha quando os ponteiros já marcavam 32 minutos da etapa final. O atacante que vestia a camisa 9 driblou dois marcadores italianos, chutou sobre o goleiro Viola, pegou o rebote e entrou com bola e tudo no fundo das redes. A multidão novamente gritava ‘’Brasil, Brasil’’ e o Palmeiras era campeão.

Após o título, A Gazeta Esportiva se referiu ao Palmeiras como ‘’Campeão do Mundo’’, enquanto o Jornal do Brasil ressaltava como o clube “tão bem soube levantar a moral do futebol brasileiro, conquistando o título de campeão dos campeões do mundo”. No Uruguai e na Itália, os periódicos também cravavam em letras que no Brasil havia de ter o primeiro campeonato mundial entres clubes.

Gazeta Esportiva saúda Palmeiras Campeão do Mundo em sua capa (Foto: Acervo Gazeta)
Jornais do mundo inteiro noticiavam a vitória alviverde (Foto: Dossiê Palmeiras)

Logo depois do apito final, a comemoração começou nas ruas do próprio Rio de Janeiro. Sob um carro aberto, jogadores viam misturados palmeirenses e torcedores de outros clubes festejando a conquista que marcou a restauração do sentimento de brasilidade de cada torcedor pós trauma de 1950. Em São Paulo, o elenco foi recebido na Estação Roosevelt por cerca de 1 milhão de torcedores, que acompanharam os atletas até o estádio Palestra Itália.

Jogadores com a faixa de campeão no jogo seguinte ao título, ao lado de flores entregues pelo Juventus da Mooca antes da partida (Foto: Acervo Palmeiras)

Com tamanho sucesso, a Copa Rio foi uma das inspirações de Ottorino Barassi para a criação da primeira versão do que hoje é conhecida como a atual Liga dos Campeões da Europa, batizada originalmente de Copa dos Clubes Campeões da Europa. Em declaração para o jornal italiano “TuttoSport”, Barassi afirmou na época que o torneio foi o ‘primeiro grande encontro de clubes campeões da história do futebol’. Já Giampiero Boniperti, um dos maiores atletas que já passaram pela Juventus, disse acreditar que o torneio se propôs a ser um mundial, como podemos perceber em sua fala completa, disponível no livro Dossiê Palmeiras.

– Acredito que foi realmente um torneio que se propôs a ser mundial, com os maiores clubes do mundo. Lembramos dessa Copa Rio com grande paixão e estima. Nós fizemos uma campanha extraordinária com a minha Juventus.

A fim de buscar o devido reconhecimento, desde 2001, no 50º aniversário do título conquistado no Maracanã, o Palmeiras pleiteou por parte da Fifa a condecoração da Copa Rio como torneio mundial interclubes. Anos mais tarde, em 2007, durante mandato de Affonso Della Monica, através de um dossiê, finalmente o clube paulista entregou a entidade máxima do futebol uma série de documentações, relatos de atletas e até mesmo capas de jornais provando a ligação entre a FIFA e a organização do torneio. No mesmo arquivo, foi mostrado que a disputa de um campeonato mundial de clubes era um sonho antigo de Jules Rimet, que planeja organizar o campeonato em 1939, mas devido a eclosão da II Guerra Mundial (1939–1945) o plano teve que ser adiado em 12 anos.

Em reunião realizada em São Paulo no dia 7 de junho de 2014, o Comitê Executivo da FIFA concordou com o pedido apresentado pela CBF para reconhecer o torneio disputado em 1951 entre clubes europeus e sul-americanos como a primeira competição interclubes e o Palmeiras como o seu vencedor. A reunião foi constatada em uma ata oficial documentada pela entidade máxima do futebol e enviado ao e-mail do clube.

No entanto, a decisão foi anulada pelo atual presidente Gianni Infantini, que passou a considerar Mundiais apenas aqueles que foram organizados de 2000 em diante pela FIFA. Meses depois, em outubro de 2017, a Fifa realizou reunião na Índia e modificou o posicionamento sobre os clubes campeões mundiais, sem, no entanto, contemplar uma mudança sobre o Palmeiras. A entidade máxima do futebol passou a reconhecer também os títulos disputados entre clubes sul-americanos e europeus entre 1960 e 2004.

Podemos rechaçar também, que embora a Copa Rio foi disputada em 1952, a edição não teve envolvimento da FIFA e foi financiada pela Prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o Fluminense. Com isso, o torneio não se caracterizou como Mundial e nem mesmo foi reivindicado pelo Fluminense.

O post Há 72 anos: Palmeiras conquistava mundo no Maracanã em 1951 apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>
https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/ha-72-anos-palmeiras-conquistava-mundo-no-maracana-em-1951/feed/ 0 1 A CBD e a FIFA, repetindo a decisão da Copa do Mundo, oficializaram a Superball para o I Torneio Mundial de Campões — Copa Rio (Foto: Twitter Jota Christianini) 2 A Gazeta reproduzia a entrevista de Vittorio Pozzo, que acreditava na vitória da Juventus para a Itália ser ‘’novamente campeões mundiais’’ (Foto: Acervo Gazeta) 3 Diário Popular do Rio de Janeiro faz a tradicional crônica do primeiro jogo (Foto: Acervo Diário Popular) 4 “Acorrem à Capital da República numerosos visitantes, atraídos pelas finais da Taça Rio”. Milhares de Paulistas foram até o Rio de Janeiro assistir o segundo jogo da decisão (Foto; Acervo Gazeta) 5 Escalação alviverde para a final (Via: TaticalPad) 6 Gazeta Esportiva saúda Palmeiras Campeão do Mundo em sua capa (Foto: Acervo Gazeta) 7 8 Jornais do mundo inteiro noticiavam a vitória alviverde (Foto: Dossiê Palmeiras) 9 Jogadores com a faixa de campeão no jogo seguinte ao título, ao lado de flores entregues pelo Juventus da Mooca antes da partida (Foto: Acervo Palmeiras) São Paulo terá 6º treinador desde chegada de Abel ao Palmeiras; relembre confrontos Palmeiras hoje: Endrick revela ajustes de Abel antes de virada contra del Valle Palmeiras hoje: Virada histórica contra o del Valle pela Libertadores Atuações: Independiente del Valle x Palmeiras – confira notas dos jogadores Palmeiras hoje: Verdão treina em Quito para enfrentar del Valle na Libertadores
O outro lado da história: Mundial de 1951 foi considerado o ‘Torneio dos Campeões’ por jornais italianos https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/mundial-de-51-era-conhecido-como-torneio-dos-campeoes-por-jornais-italianos/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/mundial-de-51-era-conhecido-como-torneio-dos-campeoes-por-jornais-italianos/#respond Thu, 22 Jul 2021 19:45:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/?p=39537

Na Itália há grande respeito e reverência pelo campeonato que tem a credibilidade colocada em dúvida no Brasil

O post O outro lado da história: Mundial de 1951 foi considerado o ‘Torneio dos Campeões’ por jornais italianos apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>

No dia em que o Palmeiras celebra os 70 anos da conquista mundial da Copa Rio de 1951, a ESPN trouxe relatos de jornalistas que estiveram no Brasil para realizar a cobertura. O título foi conquistado sobre a Juventus na final.

Na reportagem, é possível acompanhar os fatos narrados por Vittorio Pozzo, bicampeão da Copa do Mundo como treinador da seleção da Itália em 1934 e 1938 e que também era jornalista. Representante do diário La Sampa, principal veículo de Turim, ele cobriu a participação da equipe italiana no 1º Mundial de Clubes em 1951.

Conheça o canal do Nosso Palestra no YouTube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!

Ao longo de seu relato, Pozzo não faz nenhuma menção ao campeonato ser tratado como uma série de amistosos. De acordo com o jornalista, a boa atuação da Juventus no torneio foi benéfica para o prestígio do futebol italiano para com o seu povo após a eliminação da Seleção Azzurra ainda na 1ª fase da Copa do Mundo de 1950. Ele também se mostrou impressionado com o público superior a 100 mil pessoas para o segundo jogo da final entre Palmeiras e Juventus.

Diferentemente do que acontece por aqui atualmente, de acordo com os arquivos trazidos pela reportagem, a competição foi tratada como um ‘Torneio dos Campeões’, dada a importância da disputa para as equipes envolvidas. Além do Palmeiras e da Juventus, a Copa Rio de 1951 recebeu a participação do Nice (França), Sporting (Portugal), Vasco, Nacional (Uruguai), Áustria Viena e Estrela Vermelha (Iugoslávia).

Vale lembrar que a Juventus do final dos anos 40 e início dos 50 é considerado um dos melhores e mais vitoriosos elencos da história do clube e Pozzo exaltou o Palmeiras por conseguir vencer o time italiano em uma decisão disputada em dois jogos.

Confira alguns trechos dos relatos das finais do Mundial de 51:

Jogo 1 – Palmeiras 1 x 0 Juventus

Data: 18 de julho de 1951
Local: Estádio do Maracanã
Público: 56.961 (43.001 pagantes)

Na final do Torneio dos Campeões, Palmeiras x Juventus: 1 x 0

O árbitro austríaco Griel deu o apito inicial para começar a partida Juventus x Palmeiras. Foi o 1º encontro da finalíssima do torneio brasileiro dos grandes clubes campeões. A próxima partida, novamente Juventus x Palmeiras, será jogada no próximo domingo, de novo no Rio de Janeiro.

A Juventus foi escalada na seguinte formação: Viola; Bertucelli e Manente; Mari, Furario e Piccinini; Muccinelli, Boniperti, Vivolo, K. Hansen e Praest.

O Palmeiras foi a campo com: Fábio; Salvador e Juvenal; Túlio, Villa e Dema; Lima, Ponce de León, Liminha, Jair e Rodrigues.

O Palmeiras foi incentivado de maneira barulhenta pelo numeroso público brasileiro. Aos 20 minutos de jogo, o time local sai à frente com um gol do ponta-esquerda Rodrigues.

A Juventus reage, tenta o empate com insistentes ataques, mas para na defesa do Palmeiras. E o 1º tempo termina com o placar Palmeiras 1, Juventus 0.

No 2º tempo, a equipe de Turim volta ao ataque continuamente, mas cada assalto é parado pela defesa do Palmeiras, que consegue defender bem sua vantagem.

No último minuto, a Juventus tem uma grande chance para empatar, mas é em vão. A partida termina e o resultado é mesmo o único gol feito por Rodrigues, aos 20 minutos do 1º tempo.

No próximo domingo haverá a revanche, e a virada não é impossível para o grande time da Juventus, que hoje não esteve em um dia de sorte.

Vittorio Pozzo

Jogo 2 – Palmeiras 2 x 2 Juventus

Data: 22 de julho de 1951
Local: Estádio do Maracanã
Público: 100.093 (82.892 pagantes)

A Juventus empata por 2 a 2, e o Palmeiras vence a Copa

O poder taumatúrgico de uma vitória, que muda repentinamente o ânimo daquela mesma torcida que, com sua força, contribuiu na última quarta-feira para que o Palmeiras tivesse sucesso na 1ª final do Torneio dos Campeões.

No Brasil, depois da Copa do Mundo no ano anterior, havia escassa consideração pelo futebol italiano. Agora, essa consideração cresceu sensivelmente, e por mérito exclusivo da Juventus.

As equipes foram a campo da seguinte forma: o Palmeiras com a mesma escalação da última quarta-feira; a Juventus com Parola e John Hanson, mas sem Piccinini, substituído por Bizzotto.

O troféu da Copa Rio, exposto à beira do campo, foi um grande incentivo aos jogadores.

Depois, veio a bela cerimônia inaugural do jogo, com troca de bandeiras, aplausos ensurdecedores para o Palmeiras e apertos de mão corteses. Depois, o árbitro francês Tordjman deu o apito inicial às 15h30 locais, 19h30 na Itália.

No 1º minuto, o goleiro Viola teve que defender um violento chute rasteiro de Jair, mas depois a Juventus foi conseguindo chegar progressivamente ao ataque e aos 17 minutos passa em vantagem. O autor do gol é Praest, de perna esquerda, completando o cruzamento de Karl Hansen e batendo de forma imparável o goleiro Fábio.

No 2º tempo, o Palmeiras substitui Ponce de León com Canhotinho e tem um início de jogo muito veloz.

Aos 8 minutos, um escorregão de Parola permite o empate brasileiro: Canhotinho, sem marcação, chuta e Viola consegue espalmar para a trave oposta. Rodrigues, porém, está pronto para pegar o rebote e mandar para as redes, com o goleiro da Juventus ainda caído no chão.

Animados pelo empate, os brasileiros insistem no ataque, mas a defesa bianconera resiste e se lança aos contra-ataques com seus atacantes.

A Juventus consegue se segurar pelos próximos 24 minutos, mas, aos 82, o Palmeiras reestabelece sua vantagem depois de um cruzamento curto de Rodrigues, que vê Liminha fazer o toque final.

Com o empate por 2 a 2, o clube brasileiro, que precisava apenas da igualdade para ser campeã, se fecha na defesa, e mesmo os raivosos ataques finais da Juventus não conseguem modificar o resultado.

Um suspiro de alívio é dado pelo público após uma chance perdida por Praest no minuto final, e, depois do fim do jogo, é feita a volta olímpica pela equipe brasileira.

Tudo considerado, é importante ressaltar que a Juventus perdeu várias ocasiões fáceis de gols, mas o Palmeiras também demonstrou grande valor e foi justo campeão.

Do Palmeiras, o melhor em campo é o meio-campista Villa, argentino de nascimento.

A vitória da equipe de São Paulo é considerada nos primeiros comentários radiofônicos e jornalísticos como um grande sucesso do futebol nacional.

Sem tocar no vértice do entusismo, do nosso lado italiano, podemos constatar a unanimidade dos cumprimentos e do reconhecimento (apesar de em cima da hora) ao time bianconero, que conseguiu reabilitar de forma satisfatória a imagem do futebol da Itália no Brasil.

Vittorio Pozzo

LEIA MAIS:

O post O outro lado da história: Mundial de 1951 foi considerado o ‘Torneio dos Campeões’ por jornais italianos apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>
https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/mundial-de-51-era-conhecido-como-torneio-dos-campeoes-por-jornais-italianos/feed/ 0
O Palmeiras conquistava o mundo no Maracanã em 1951 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/o-palmeiras-conquistava-o-mundo-no-maracana-em-1951/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/o-palmeiras-conquistava-o-mundo-no-maracana-em-1951/#respond Sun, 07 Feb 2021 11:00:07 +0000 https://nossopalestra.com.br/?p=25983

Título mundial do Verdão foi pauta mundial, ajudou na autoestima do futebol brasileiro e completa 70 anos em 2021

O post O Palmeiras conquistava o mundo no Maracanã em 1951 apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>

Estreando em algumas horas no Mundial de Clubes, no Catar, diante do Tigres do México, o Palmeiras participa pela terceira vez do torneio, sendo a primeira nos moldes atuais. Vitorioso em 1951 sob a Juventus, em partida realizada no Maracanã, e derrotado em 1999 diante do poderoso Manchester United, o Verdão chega em 2021 com a missão de parar o duríssimo Bayern de Munique.

Conheça o canal do Nosso Palestra no YouTube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!

Muitas vezes contestada por rivais e causa de certa indecisão da própria FIFA, a polêmica conquista do Palmeiras na Copa Rio de 1951 completa 70 anos em 2021. Embora ainda hoje exista um grande debate no mundo futebolístico acerca da importância do torneio, o troféu foi tratado por parte da imprensa da época como um Mundial e símbolo de um recomeço do futebol brasileiro após o triste episódio do Maracanazo em 1950.

A competição foi organizada pela Confederação Brasileira de Desportos (atual Confederação Brasileira de Futebol) em parceria com a FIFA e teve o seu nome oficial como Torneio Internacional de Clubes Campeões, embora tenha ficado popularmente conhecida como a Copa Rio ou Taça Rio. O principal intuito do campeonato acontecer era não deixar que a frustração após a perda do título da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai esfriasse a paixão do brasileiro pelo futebol, que crescia vertiginosamente no fim da década de 1940.

A CBD e a FIFA, repetindo a decisão da Copa do Mundo, oficializaram a Superball para o I Torneio Mundial de Campões — Copa Rio (Foto: Twitter Jota Christianini)

Para participar, foram escolhidos oito clubes vencedores: O Nacional, campeão uruguaio em 1950, era uma das bases do Uruguai campeão da Copa do Mundo. A base do Brasil, vice-campeã em 1950, jogava pelo Vasco, campeão carioca do mesmo ano. A Iugoslávia, quarta colocada da Copa, era composta por mais de 50% de jogadores do Estrela Vermelha, campeão iugoslavo em 1950.

Além das três equipes que serviam como bases de suas seleções nacionais, ainda participaram do torneio, o Áustria Viena (campeão austríaco da temporada 1949/50 e terceiro colocado na temporada 1950/1951), Sporting (campeão português da temporada 1950/51), Nice (campeão francês da temporada 1950/51) e a poderosa Juventus de Turim, campeã italiana da temporada 1949/50 e terceira colocada no ano seguinte.

Fechando os oito participantes, o Palmeiras foi convidado, uma vez que era o detentor do Campeonato Paulista de 1950, Torneio Rio-São Paulo de 1951 e bicampeão da Taça Cidade de São Paulo (1950 e 1951).

Tendo quase um mês de preparação exclusiva para o campeonato, o Palmeiras sediou a chave localizada em São Paulo, no Pacaembu, ao lado de Olympique de Nice, Estrela Vermelha e Juventus. Já no grupo B, o Vasco hospedava Sporting, Nacional e Áustria Viena no Maracanã.

Mesmo com o apoio incessante da torcida com aproximadamente 30 mil torcedores no recém inaugurado Pacaembu, o clube palestrino comandado pelo uruguaio Ventura Cambón conseguiu a classificação apenas com a segunda colocação. Vitórias por 3–0 no Nice, 2–1 sob o Estrela Vermelha e um duro revés por 4–0 diante da Juventus colocaram o alviverde cara a cara com o duríssimo Vasco nas semifinais realizadas no Rio de Janeiro.

Jogando longe de seus domínios, o Palmeiras derrotou os cariocas por 2 a 1 no primeiro jogo e segurou um empate sem gols no segundo, garantindo a vaga na final diante da Juventus, algoz alviverde na primeira fase, que havia passado com tranquilidade sob o Áustria Viena. Pouco mais de um ano após o Maracanazo, os brasileiros novamente poderiam ver o Brasil — dessa vez representado por um clube — em uma decisão no mesmo palco do trauma de 1950.

Se no Brasil o clima era de reerguer a moral e conseguir novamente confiança, na Itália os jornais estampavam o otimismo europeu em levar mais uma conquista mundial para o velho continente, em alusão as Copas de 1934 e 1938, vencidas pela Itália.

”Agora acredito na vitória! Estamos mais organizados e por isso penso que seremos, novamente, campeões mundiais’’ disse Vittorio Pozzo, treinador da Azurra bicampeã em 1934/38 e campeão olímpico em 1936.

A Gazeta reproduzia a entrevista de Vittorio Pozzo, que acreditava na vitória da Juventus para a Itália ser ‘’novamente campeões mundiais’’ (Foto: Acervo Gazeta)

No primeiro confronto da decisão, o gol solitário de Rodrigues aos 21 minutos da etapa inicial deu números finais a partida e deixou a vantagem do empate no jogo de volta com o Palmeiras. Segundo o caderno desportivo do Diário Popular do Rio de Janeiro, tradicional jornal carioca, o brilhante futebol alviverde merecia um placar mais elástico, no entanto, a sólida defesa italiana conseguiu segurar muito bem o ataque brasileiro.

Diário Popular do Rio de Janeiro faz a tradicional crônica do primeiro jogo (Foto: Acervo Diário Popular)

Três dias mais tarde, mais de 100 mil pessoas estavam presentes para prestigiar novamente o futebol brasileiro e curar de vez a ressaca causada pelo Uruguai em julho de 1950. Segundo consta os jornais esportivos da Gazeta Esportiva, um ‘’intenso movimento de torcedores paulistas’’ acorriam na Capital da República. Além dos paulistanos, cariocas também abraçaram a torcida pelo Palmeiras, deixando de lado qualquer remorso da eliminação vascaína, para dar lugar a um profundo sentido de brasilidade.

“Acorrem à Capital da República numerosos visitantes, atraídos pelas finais da Taça Rio”. Milhares de Paulistas foram até o Rio de Janeiro assistir o segundo jogo da decisão (Foto; Acervo Gazeta)

Taticamente falando, o Palmeiras entrou naquele 22/07/1951 atuando no esquema conhecido como WM. Um 3–2–2–3 padrão, tendo Jair Rosa Pinto como responsável por fazer a equipe funcionar, uma vez que o camisa 10 atuava atrás do trio de ataque e ao lado do camisa oito Ponce de Leon, que buscava a bola dos volantes. Enquanto o futebol carioca já se encaminhava para o 4–2–4 eternizado com a seleção de 1958, os paulistas ainda recorriam ao antigo e ajustado WM.

Vale ressaltar, que o goleiro titular e ídolo Oberdan Cattani vivia maus momentos ao longo da competição e após a derrota por 4–0 diante da mesma Juventus na primeira fase foi sacado do time para a entrada do reserva Fábio Crippa. Com o resultado negativo nas costas do veterano e o bom desempenho de Fabio nas semifinais, o jovem de 22 anos foi mantido para a grande final.

Escalação alviverde para a final (Via: TaticalPad)

Entrando no gramado do Maracanã aos gritos de “Brasil, Brasil”, os onze titulares corriam segurando a bandeira brasileira, gesto muito parecido com o da Arrancada Heroica em 1942, na qual o clube morria líder como Palestra e nascia campeão como Palmeiras.

Precisando da vitória a qualquer custo, os italianos foram pra cima, e logo aos 18 minutos abriram o placar com Praest. Amarrando o jogo de todas as formas, pouco pode fazer o Palmeiras para não deixar o campo perdendo a partida no intervalo. No entanto, logo aos dois minutos da etapa final Rodrigues aproveitou o rebote do chute de Lima que parou no travessão e levou ao Maracanã ao delírio.

A festa durou pouco mais de dez minutos, e novamente aos 18 minutos Karl Hansen recolocou a Juventus na frente. Apreensível e com medo de uma nova derrota, a torcida permanecia calada. O fim da angústia e o início da comemoração só vieram com Liminha quando os ponteiros já marcavam 32 minutos da etapa final. O atacante que vestia a camisa 9 driblou dois marcadores italianos, chutou sobre o goleiro Viola, pegou o rebote e entrou com bola e tudo no fundo das redes. A multidão novamente gritava ‘’Brasil, Brasil’’ e o Palmeiras era campeão.

Após o título, A Gazeta Esportiva se referiu ao Palmeiras como ‘’Campeão do Mundo’’, enquanto o Jornal do Brasil ressaltava como o clube “tão bem soube levantar a moral do futebol brasileiro, conquistando o título de campeão dos campeões do mundo”. No Uruguai e na Itália, os periódicos também cravavam em letras que no Brasil havia de ter o primeiro campeonato mundial entres clubes.

Gazeta Esportiva saúda Palmeiras Campeão do Mundo em sua capa (Foto: Acervo Gazeta)
Jornais do mundo inteiro noticiavam a vitória alviverde (Foto: Dossiê Palmeiras)

Logo depois do apito final, a comemoração começou nas ruas do próprio Rio de Janeiro. Sob um carro aberto, jogadores viam misturados palmeirenses e torcedores de outros clubes festejando a conquista que marcou a restauração do sentimento de brasilidade de cada torcedor pós trauma de 1950. Em São Paulo, o elenco foi recebido na Estação Roosevelt por cerca de 1 milhão de torcedores, que acompanharam os atletas até o estádio Palestra Itália.

Jogadores com a faixa de campeão no jogo seguinte ao título, ao lado de flores entregues pelo Juventus da Mooca antes da partida (Foto: Acervo Palmeiras)

Com tamanho sucesso, a Copa Rio foi uma das inspirações de Ottorino Barassi para a criação da primeira versão do que hoje é conhecida como a atual Liga dos Campeões da Europa, batizada originalmente de Copa dos Clubes Campeões da Europa. Em declaração para o jornal italiano “TuttoSport”, Barassi afirmou na época que o torneio foi o ‘primeiro grande encontro de clubes campeões da história do futebol’. Já Giampiero Boniperti, um dos maiores atletas que já passaram pela Juventus, disse acreditar que o torneio se propôs a ser um mundial, como podemos perceber em sua fala completa, disponível no livro Dossiê Palmeiras.

– Acredito que foi realmente um torneio que se propôs a ser mundial, com os maiores clubes do mundo. Lembramos dessa Copa Rio com grande paixão e estima. Nós fizemos uma campanha extraordinária com a minha Juventus.

A fim de buscar o devido reconhecimento, desde 2001, no 50º aniversário do título conquistado no Maracanã, o Palmeiras pleiteou por parte da Fifa a condecoração da Copa Rio como torneio mundial interclubes. Anos mais tarde, em 2007, durante mandato de Affonso Della Monica, através de um dossiê, finalmente o clube paulista entregou a entidade máxima do futebol uma série de documentações, relatos de atletas e até mesmo capas de jornais provando a ligação entre a FIFA e a organização do torneio. No mesmo arquivo, foi mostrado que a disputa de um campeonato mundial de clubes era um sonho antigo de Jules Rimet, que planeja organizar o campeonato em 1939, mas devido a eclosão da II Guerra Mundial (1939–1945) o plano teve que ser adiado em 12 anos.

Em reunião realizada em São Paulo no dia 7 de junho de 2014, o Comitê Executivo da FIFA concordou com o pedido apresentado pela CBF para reconhecer o torneio disputado em 1951 entre clubes europeus e sul-americanos como a primeira competição interclubes e o Palmeiras como o seu vencedor. A reunião foi constatada em uma ata oficial documentada pela entidade máxima do futebol e enviado ao e-mail do clube.

No entanto, a decisão foi anulada pelo atual presidente Gianni Infantini, que passou a considerar Mundiais apenas aqueles que foram organizados de 2000 em diante pela FIFA. Meses depois, em outubro de 2017, a Fifa realizou reunião na Índia e modificou o posicionamento sobre os clubes campeões mundiais, sem, no entanto, contemplar uma mudança sobre o Palmeiras. A entidade máxima do futebol passou a reconhecer também os títulos disputados entre clubes sul-americanos e europeus entre 1960 e 2004.

Podemos rechaçar também, que embora a Copa Rio foi disputada em 1952, a edição não teve envolvimento da FIFA e foi financiada pela Prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o Fluminense. Com isso, o torneio não se caracterizou como Mundial e nem mesmo foi reivindicado pelo Fluminense.

O post O Palmeiras conquistava o mundo no Maracanã em 1951 apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>
https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/o-palmeiras-conquistava-o-mundo-no-maracana-em-1951/feed/ 0 1 A CBD e a FIFA, repetindo a decisão da Copa do Mundo, oficializaram a Superball para o I Torneio Mundial de Campões — Copa Rio (Foto: Twitter Jota Christianini) 2 A Gazeta reproduzia a entrevista de Vittorio Pozzo, que acreditava na vitória da Juventus para a Itália ser ‘’novamente campeões mundiais’’ (Foto: Acervo Gazeta) 3 Diário Popular do Rio de Janeiro faz a tradicional crônica do primeiro jogo (Foto: Acervo Diário Popular) 4 “Acorrem à Capital da República numerosos visitantes, atraídos pelas finais da Taça Rio”. Milhares de Paulistas foram até o Rio de Janeiro assistir o segundo jogo da decisão (Foto; Acervo Gazeta) 5 Escalação alviverde para a final (Via: TaticalPad) 6 Gazeta Esportiva saúda Palmeiras Campeão do Mundo em sua capa (Foto: Acervo Gazeta) 7 8 Jornais do mundo inteiro noticiavam a vitória alviverde (Foto: Dossiê Palmeiras) 9 Jogadores com a faixa de campeão no jogo seguinte ao título, ao lado de flores entregues pelo Juventus da Mooca antes da partida (Foto: Acervo Palmeiras)
O maior Rio do mundo é o da nossa aldeia https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-maior-rio-do-mundo-e-o-da-nossa-aldeia/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-maior-rio-do-mundo-e-o-da-nossa-aldeia/#respond Mon, 22 Jul 2019 19:14:46 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/07/22/o-maior-rio-do-mundo-e-o-da-nossa-aldeia/

22 de julho de 1951. A primeira conquista intercontinental do futebol brasileiro em nível de clube e seleção. Passados exatos (e bota certos nisso!) 68 anos, ainda não houve um time brasileiro que tanha tido a torcida de quase todo o país como o Palmeiras contra a Juventus, no Maracanã. Foram 116 mil brasileiros órfãos […]

O post O maior Rio do mundo é o da nossa aldeia apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>

22 de julho de 1951. A primeira conquista intercontinental do futebol brasileiro em nível de clube e seleção.

Passados exatos (e bota certos nisso!) 68 anos, ainda não houve um time brasileiro que tanha tido a torcida de quase todo o país como o Palmeiras contra a Juventus, no Maracanã. Foram 116 mil brasileiros órfãos do Maracanazo. O Palmeiras foi Brasil em 1951, como amam dizer nossos narradores.

Mas o mundo foi do Palmeiras?

O Maracanã foi. Mas foi mesmo do Brasil.

Os mais de 116 mil presentes não gritavam "Palmeiras", berravam "Brasil", um ano e uma semana depois do Maracanazo. Se fosse o Vasco eliminado na semifinal, seria a mesma história. O São Paulo vice paulista em 1950, também.

O empate por dois gols com a Juventus de Turim deu o título depois de sete jogos contra grandes equipes a Fábio Crippa; Salvador e Juvenal; Túlio, Luis Villa e Dema; Lima, Ponce de León, Liminha, Jair Rosa Pinto e Rodrigues.
Time do técnico Ventura Cambon, que também foi de Oberdan Cattani, Waldemar Fiúme, Achilles, Canhotinho, Sarno e Richard.

Time campeão da Copa Rio.

Time campeão do mundo?

O palmeirense tem o dever palestrino de dizer que sim. Está na estrela vermelha acima do escudo. O torcedor de qualquer outra cor tem o direito de dizer que não. Está no buraco negro no cotovelo de qualquer um.

Os dois lados têm razões para defender as posições numa questão onde quase sempre só cabe a paixão. Logo, qualquer alternativa é válida. O que não pode é desdenhar a conquista, especialmente pelo momento do título.

O Brasil estava com a bola abaixo da grama por conta do Maracanazo. Vasco, campeão do Rio em 1950, e Palmeiras, campeão de São Paulo em 1950 (além de vencedor do Rio-São Paulo de 1951), eram os representantes do país no até então mais importante torneio internacional já realizado. O primeiro com caráter e peso de copa intercontinental.

Por isso o Palmeiras foi Brasil como jamais voltará a ser (embora o clube também tenha sido a própria seleção na inauguração do Mineirão, em 1965). Só o Santos foi algo parecido em 1962-63, mas em outro tempo, num outro torneio. Dificilmente outro time será o que representou o Palmeiras para o Brasil de bola em 1951.

Como jornalista e metido a conhecedor da história do futebol, não daria o caráter mundial ao título internacional. Mas o torcedor do Brasil deu ao time paulista um caráter nacional que nunca mais se viu.

É outro feito desse troféu que só pode ser igualado, em qualquer sentido, se houver outro Maracanazo.

A discussão da amplitude do título não vai acabar nem com a Fifa o legitimando como ela fez em 2007 e depois voltou atrás. Até o próprio Mundial da Fifa de 2000 é discutível. Discutimos a Copa Toyota, aquela anterior ao Mundial de 2005. Os sul-americanos dão ao vencedor do jogo de Tóquio o título de “campeão mundial”. Os europeus o chamam de “campeão intercontinental”.
Tem muito da empáfia europeia o desdém pelo cruzamento dos campeões continentais. Mas eles dão bola mesmo para a Liga dos Campeões, não para Tóquio. E também dão mais importância do Mundial da Fifa.
Nâo eram recohecidos pela Fifa até 2017. Mas sempre foram campeões de fato os de Tóquio, os intercontinentais de 1960 a 1979.

Se é Mundial ou não a Copa Rio de 1951, não importa. O que vale é como valeu em 1951. Milhares de pessoas nas ruas paulistanas para saudar os campeões, conclamados até por presidentes de Corinthians e São Paulo.

Eram outros os tempos. Mas esses são eternos como a conquista. A primeira intercontinental do futebol brasileiro.

Não foi nada fácil. Como se lê abaixo.

COMO FOI ORGANIZADA A COPA RIO DE 1951

Por iniciativa da CBD, com a chancela de representantes da Fifa, o formato original da Copa Rio de 1951 seria assim:

Grupo I: Rio de Janeiro (Estádio do Maracanã) –
Vasco (Brasil, campeão do Rio em 1950 – não havia torneio nacional até 1959)
Sporting (Portugal, tetracampeão nacional de 1951 a 1954. Também participou da Copa Rio).
Nacional (campeão do Uruguai de 1950, então país campeão mundial, no mesmo Maracanã. Eliminado na primeira fase do torneio)
Olympique de Nice (campeão francês, que seria bi na temporada seguinte, participou da Copa Rio e não passou da primeira fase, mas atuando em São Paulo).

Grupo II: São Paulo (Estádio do Pacaembu) –
Palmeiras (Brasil, campeão de São Paulo de 1950)
Milan (o campeão italiano não veio)
Tottenham (o campeão inglês também não veio)
Estrela Vermelha (campeão da Iugoslávia, de boa participação na Copa de 1950, eliminado na primeira fase)

Grupo III: Porto Alegre (Estádio dos Eucaliptos) e Curitiba (Durival de Brito) –
Racing (tricampeão argentino de 1949 a 1951, não quis papo, muito menos bola. À época, eram péssimas as relações entre as federações de Brasil e Argentina. Tanto que nem da Copa-50 a seleção platina participou, também por se sentir preterida pela Fifa)
Stuttgart (campeão da Alemanha Ocidental em 1950 e 1952, não veio. Como a Alemanha não se considerou pronta para vir ao Brasil na Copa-50)
Anderlecht (tricampeão da Bélgica, de 1949 a 1951, também não veio)
Wisla Cracóvia (bicampeão polonês, de 1949 a 1950. Não participou)

Grupo IV: Recife (Ilha do Retiro) e Belo Horizonte (Estádio Independência) –
PSV (campeão da Holanda. Não veio)
Atlético de Madrid (bicampeão espanhol, 1949 e 1950. Não veio)
Malmöe (tricampeão da Suécia, de 1949 a 1951. Não veio)
Kopenhagen (Tricampeão da Dinamarca. Não participou)

Como os organizadores da Copa Rio imaginavam as mesmas recusas e desistências da Copa-50, alguns outros clubes foram convidados: Real Madrid (Espanha) e o Rapid (que seria bicampeão da Áustria em 1951 e 1952).

Cartolas da CBD, Ferj e FPF sabiam o que os aguardavam. Quer dizer: quem não viria.
Desistiram Racing, Tottenham, Stuttgart, Anderlecht, Wisla Cracóvia, PSV, Atlético de Madrid, Malmöe e Kopenhagen. E mais o Real Madrid.

A CBD fez novos convites: Barcelona e Sevilla (Espanha), Rangers (Escócia), Servette (Suiça), Everton (Inglaterra), Colo-Colo (Chile), Deportivo Municipal (Peru), Atlas (México), Strongest (Bolívia).

Todos disseram não.

A Juventus, campeão italiana em 1950 (e que depois seria campeã ao final daquela temporada em 1951-52), terceira colocada na Série A em 1951, acabou entrando no lugar do Milan.
O Austria Viena, bicampeão nacional em 1949 e 1950, foi convidado e aceitou, representando o futebol que seria semifinalista na Copa de 1954.

Dois grupos acabaram sendo formados: no Rio, o grupo A. Vasco e Austria Viena se classificaram. Nacional de Montevidéu e Sporting de Lisboa foram eliminados.

No B, disputado no Pacaembu, Juventus de Turim e Palmeiras se classificaram. Estrela Vermelha de Belgrado (base da ótima seleção iugoslava eliminada pelo Brasil na Copa-50) e Olympique Nice foram eliminados.

Nas semifinais, dois jogos no Pacaembu, a Juve eliminou o Austria Viena.
No Maracanã, o Palmeiras venceu o Vasco por 2 a 1, e se classificou com um empate sem gols, também no Rio.

Os dois jogos decisivos foram no Maracanã.

O Palmeiras venceu a Juve por 1 a 0 no primeiro. Na decisão, o 2 a 2 garantiu o título internacional.

COPA RIO DE 1952

O sucesso da primeira edição vencida pelo Palmeiras, em 1951, inspirou a CBD a organizar o segundo torneio internacional.

Mais gente foi convidada. Menos clubes de qualidade compareceram. Mas, diferentemente da edição de 1951, não havia a chancela da Fifa, nem representantes da entidade.

No grupo do Rio, Fluminense (campeão do Rio em 1951), Peñarol de Montevidéu (campeão uruguaio em 1951), Grasshopper de Zurich (campeão suíço de 1952), e Sporting de Lisboa (tetracampeão português, de 1951 a 1954).

No grupo de São Paulo, Corinthians (campeão paulista de 1951, e bi em 1952), Libertad (vice-campeão paraguaio em 1952), Saarbrücken (vice-campeão da Alemanha Ocidental em 1952) e Áustria Viena (vice-campeão nacional em 1952, e campeão em 1953).

Juventus (Itália) e Racing (Argentina) recusaram o convite.

No grupo carioca, Fluminense e Peñarol se classificaram.
No paulistano, Corinthians e Áustria Viena (uma das bases da boa seleção austríaca da Copa-54).

Nas semifinais, no Pacaembu, o Corinthians venceu o primeiro jogo por 2 a 0. Por uma série de problemas, ganhou a segunda partida por W.O.

No Maracanã, o Fluminense venceu o Austria por 1 a 0 e, no segundo jogo, por 5 a 2.

Na decisão, o Fluminense venceu o Corinthians por 2 a 0. No segundo jogo, também no Maracanã, empate por 2 a 2 garantiu o título ao Tricolor.

COPA RIO DE 1953

A prefeitura do Rio deixou de patrocinar a Copa Rio em 1953.

Ainda assim os organizadores conseguiram fazer um torneio, no Maracanã e no Pacaembu. Vários clubes desistiram, e o fracasso financeiro inibiu novas competições.

No grupo carioca, Vasco (campeão do Rio em 1952), Botafogo (vice-campeão da Pequena Copa do Mundo na Venezuela, em 1952), Fluminense (campeão da Copa Rio de 1952, que entrou no lugar do Nacional uruguaio) e Hibernian (campeão escocês de 1953).

No grupo paulistano, Corinthians (que havia acabado de conquistar o Rio-São Paulo-53, e era bicampeão paulista de 1951-52), São Paulo (seria o campeão paulista de 1953 ao final do ano), Sporting de Lisboa (tricampeão português) e Olimpia (tricampeão paraguaio).

Vasco e Fluminense se classificaram no grupo A. No B, São Paulo e Corinthians.

Nas semifinais no Pacaembu, o São Paulo eliminou o Fluminense na prorrogação, no segundo jogo.
No Maracanã, o Vasco venceu duas vezes o Corinthians.

Na decisão, duas vitórias vascaínas contra o São Paulo deram o título ao Vasco que tinha ainda jogadores do Brasil-50 e teria titulares como Pinga, da seleção de 1954.

Para muita gente, não era mais a Copa Rio.
Não teve o peso e a importância e o interesse das edições anteriores.

Mas é um torneio similar.

O post O maior Rio do mundo é o da nossa aldeia apareceu primeiro em Nosso Palestra.

]]>
https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-maior-rio-do-mundo-e-o-da-nossa-aldeia/feed/ 0