O Mohamed Bin Zayed estava lotado. Muito mais do que as previsões poderiam apontar antes do jogo. Torcedores do Al Hilal eram a grande maioria nos arredores do estádio, sempre agrupados, sempre cantando muito e confiantes

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Um deles, a uma televisão brasileira, disse que venceriam o clube inglês e que seriam campeões do mundo. Eles pareciam não ter qualquer receio da partida ou do adversário.

Do lado inglês, mais do que eu poderia esperar, mas menos que se imagina para uma semifinal de Mundial. De pouca conversa e sempre sem máscara, eles chegaram pra partida. Em silêncio.

Abel Ferreira foi ao estádio para ver o Chelsea jogar. Das tribunas, acompanhou a partida com seus auxiliares.

Palmeirenses estavam presente em bom número, mas foram ‘barrados’ pela falta de ingressos, esgotados no final da tarde. Os que entraram no estádio puxaram alguns cânticos para brincar, mas logo foram calados pela barulhenta torcida do Al Hilal, que é comandada por um cheerleader munido de megafone.

Os primeiros 45 minutos foram de domínio inglês, alugando o meio campo e tomando conta das ações. Do camarote, a lenda inglesa John Terry assistiu Lukaku se aproveitar do erro adversário e abrir o placar, para uma comemoração comedida das arquibancadas.

O show do intervalo árabe tentou entreter a torcida, que se divertiu com as músicas e jogo de luzes. Os ingleses, no entanto, pouco se envolveram.

Na segunda etapa, o Al Hilal foi protagonista absoluto. Pouco intenso, o Chelsea perdeu o controle da bola e teve de se defender. Não fosse Kepa, Marega teria empatado a partida. O goleiro fez boa partida.

Mason Mount teve a oportunidade de fazer o segundo, mas também não foi competente. Michael, exaltado pelo torcedor local, veio pra campo aos 35 da segunda etapa, mas não evitou a derrota. Chelsea, com gol de Lukaku, vai enfrentar o Palmeiras na final do Mundial de Clubes.

Mesmo com certa indiferença com relação ao mundo, o torcedor do Chelsea esteve presente, inclusive com ambulantes árabes falando inglês improvisado para vender cachecol e bandeiras, e vai ter a chance de ver seu time na decisão.

O NOSSO PALESTRA cobre in loco o Mundial de Clubes da Fifa em Abu Dhabi com João Gabriel Falcade e João Pedro Heleno Sundfeld.

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Um balão de bexiga verde bateu na minha perna na arquibancada desse simpático mix de antigo Palestra com Anacleto Campanella de Abu Dhabi. Já estava 2 a 0. E eu já tinha chorado como criança quando o bandeirão com o escudo palmeirense se desenrolou no gramado na frente de onde eu estava, no meio de milhares e milagres de palmeirenses.

Eu chorei muito quando a torcida puxou o primeiro hino logo no começo do jogo duro esperado. Mas fiquei sossegado quando vi que o mesmo 5-4-1 da ótima estreia egípcia não tinha a mesma saída de bola. Até por Gómez e Luan nada permitirem a eles no bem montado 4-1-4-1 verde. Faltava só uma centelha de criatividade à equipe consciente e madura. Verdão que não errava. Mas não arriscava até o imperial Danilo descobrir enfim Dudu sair da ponta para criar lance que, de primeira, achou Veiga como se fosse Zinho em 1993: um canhoto batendo cruzado na saída do goleiro.

E eu chorei porque achei que pudesse haver impedimento. E não acreditava com aquele bolo de palmeirenses pulando em mim. E eu só querendo pular nos meus amores e filhos. Como a duas fileiras na minha frente estava Daniel. O pai de Piquerez que eu entrevistara pela manhã, e que usa o turbante na foto em que vê o Joaquín com a pelota.

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Ele que me dissera que quase morrera na falha do filho na Montevidéu deles que quase deu no gol de Michael. E como todos também chorou em outro belo gol, no passe genial de Veiga para Dudu mais uma vez ser seminal numa semifinal.

A primeira que eu torcia no meio da minha gente desde os 3 a 0 no Corinthians. No SP-86. Desde 1990 trabalho em cabines. Não consigo ser o pai que Daniel é pra Piquerez. Sempre perto. Atento. Vigilante como na foto. Como o Palmeiras se comportou depois dos 2 a 0. Teve mais uma chance. Eles mandaram bola na trave. Até gol bem anulado tiveram, em rara falha de Weverton que não jogava desde o Uruguai.

Desde quando a torcida palmeirense cantou todo o jogo. Em pé. Sem sentar. Sem parar. Como se estivesse embalando o filho de Daniel. O filho de todos nós. A criança que sempre seremos em campo.

Verissimo já escreveu que não existe forma adulta de sentir o futebol. Não apenas pela forma fetal como nos encolhemos durante os jogos. Mas pelas reações tão juvenis que nos levam ao berço. Às minhas tardes de Palestra e Pacaembu quando eu só queria um título para acabar com a fila.

E hoje estou em Abu Dhabi esperando quem vier como uma criança que sabe que no final ela sempre vai ganhar o melhor presente: o nosso passado.

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O Al-Ahly é o Real Madrid egípcio. E africano. O time que mais ganhou títulos no planeta – 42 nacionais e mais 37 copas do país desde 1907.

Como o Palmeiras no Brasil (pelos rankings da FOLHA, ESTADÃO, PLACAR e FPF), os Red Devils (como o Manchester United) são os campeões do século XX no Egito.

Decacampeão continental, é o segundo clube que mais jogou o Mundial da Fifa (desde 2000). Torcida gigantesca, não por acaso chega forte e cascudo para mais uma semifinal. Em 2020, foi terceiro colocado, ganhando nos pênaltis do Palmeiras.

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A revanche promete ser ainda mais dura e competitiva. Até pelo que o time sem 11 opções (seis na Seleção, quatro lesionados, e um fora por COVID-19) fez com o favorito Monterrey. Partida estrategicamente irrepreensível no 5-4-1 que variava para 5-2-3 mais agressivo sem a bola, e para um 3-4-2-1 bastante dinâmico quando a recuperava lá atrás. Poucas vezes mais à frente.

Ligação direta bem feita e bem bolada, mas que vez e outra saía desde atrás com a bola bem jogada. Algumas vezes, porém, quando apertada, a zaga e o goleiro espanavam. A bola era rifada desde o tiro de meta. Algo que o Palmeiras pode e deve explorar com botes certeiros. Nem sempre constantes.

Os times de Abel (sim, ele tem vários no Palmeiras) são mais confiáveis e consistentes e competitivos quando contragolpeiam como liquidaram os favoritos Galo e Flamengo. Quando têm a bola ou são obrigados a propor, nem sempre se saem bem.

A semifinal também será difícil por isso. Os dois times meio que gostariam de dar a bola e o espaço ao rival. Esperando para especular com bolas letais em contra-ataques velozes e bem preparados.

Como resolver esse “leva que é sua” é a chave para a classificação em aberto para a final. Mas com favoritismo brasileiro.

Como administrar a cabeça fria e o coração quente é outro mister de Abel. Ele parece pronto. O Palmeiras dele, muito mais do que aquele que ganhou a Liberta no sábado e teve que encarar um clube com mais dinheiro do que ele e menos desfusorado no outro domingo.

Os vice-campeões da África pelo Egito chegam baleados pelo desgaste da campanha continental com prorrogações seguidas até domingo, e o baque da derrota nos pênaltis. Reforçam, claro, o time bem montado. Mas não garantem que será outra equipe. Ainda mais em jogo único.

O Palmeiras tem mais chances de chegar a mais uma decisão Mundial. Mas precisa entrar como se fosse Libertadores.

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O Palmeiras fez o reconhecimento do gramado no estádio Al-Nahyan nesta segunda-feira (7), em Abu Dhabi, onde estreia no Mundial de Clubes diante do Al-Ahly, do Egito, na terça-feira (8), às 20h30 (horário local – 13h30 de Brasília).

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Após a atividade, o técnico Abel Ferreira concedeu entrevista coletiva ao lado do capitão e zagueiro Gustavo Gómez. O comandante português comentou sobre o adversário da semifinal, que se classificou derrotando o favorito Monterrey na fase anterior.

– É uma equipe com intenções claras, de acordo com as características dos jogadores que possuem. Tiveram sete ou oito transições em superioridade numérica. No momento que ataca, precisa também se preparar para defender. Vamos aproveitar todos os momentos, fazer tudo o que treinamos e depois esperar que todos estejam calmos.

Perguntado sobre a preparação para o jogo mais importante deste início de temporada, Abel disse que o Alviverde está com o propósito muito bem definido.

– Futebol tem a ver com vontade, organização. Amanhã o que temos que fazer é sermos pacientes, seguros e na hora certa fazer o que treinamos. Estamos confiantes, com a certeza absoluta do que temos que fazer. Usar a parte tática, mas principalmente competir. O grande adversário está dentro de nós. Amanhã temos que aproveitar os momentos e buscar nosso propósito, que está muito bem definido. – disse.

Abel comentou sobre não ser afetado por opiniões externas, confiando em suas convicções e no ambiente cultivado internamente.

– Eu quero que minha mulher, minhas filhas, minha presidente e meus jogadores gostem de mim. Faço aquilo que sei, que é treinar meus jogadores. Não controlo e não tenho ambição de ser visto como o melhor. Não vivo por recordes, vivo para ser feliz e tanto faz o que dizem os outros. Me afeta somente aquilo que quero que me afete. Respeito todos, sou focado no meu trabalho, na família, no Palmeiras e nos jogadores, que fazem de mim um melhor treinador.

Palmeiras e Al-Ahly se enfrentam nesta terça-feira (8), às 13h30 (de Brasília), pela semifinal do Mundial de Clubes. O vencedor aguarda quem ganhar a partida entre Chelsea e Al-Hilal.

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O Palmeiras segue no Catar, desta vez se preparando para a partida contra o Al Ahly, pela disputa de terceiro lugar do Mundial de Clubes. Sendo assim, o clube realizou, nesta teça-feira (09), mais uma sessão de treinamento.

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Desta vez, o treinador Abel Ferreira, juntamente com a sua equipe técnica, contando com todos os atletas disponíveis, realizou treino tático, visando aprimorar inversões, transições e saídas de bola. Na sequência, os titulares do Verdão no embate contra o Tigres fizeram trabalhos de complemento físico e os jogadores restantes treinaram finalizações e quebras de linhas,

Em recuperação, o atacante Wesley, que está em período de transição física, participou, novamente, das atividades. Gabriel Veron, por sua vez, cumpriu cronograma com profissionais do Núcleo de Saúde e Performance.

O confronto entre Palmeiras e Al Ahly, que define o terceiro e o quarto colocado na Copa de Mundo de Clubes da FIFA, está marcado para a próxima quinta-feira (11), às 12h (horário de Brasília).

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