Arquivos tag-Arrancada Heroica - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-arrancada-heroica/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Thu, 20 Sep 2018 12:30:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 Arrancada Heroica: quando o Palmeiras foi eternamente Palestra https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/arrancada-heroica-quando-o-palmeiras-foi-eternamente-palestra/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/arrancada-heroica-quando-o-palmeiras-foi-eternamente-palestra/#respond Thu, 20 Sep 2018 12:30:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/09/20/arrancada-heroica-quando-o-palmeiras-foi-eternamente-palestra/

Giuseppe! A partir de agora você não pode mais se chamar Giuseppe. Ou você encontra um nome em português que não tenha a ver com a Itália contra quem estamos em guerra ou vou te tirar da escola, vou confiscar seus bens, e não vou te deixar encontrar com seus amigos onde você quiser, seu […]

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  • Giuseppe! A partir de agora você não pode mais se chamar Giuseppe. Ou você encontra um nome em português que não tenha a ver com a Itália contra quem estamos em guerra ou vou te tirar da escola, vou confiscar seus bens, e não vou te deixar encontrar com seus amigos onde você quiser, seu traidor quinta-coluna!
  • Mas…
  • Não tem mais. Ou você muda o seu nome de batismo ou não tem mais jogo pra você.
  • Mas…
  • Seu fascista! Totalitário! Precisamos fazer este país para as maiorias! Ou as minorias se ajustam ou elas desaparecem!
  • Mas o senhor também não é a favor da ditadura que está aqui no Brasil há 12 anos e…
  • Cala a boca! Aqui quem manda sou eu! Não é ditadura! Só desapareceram até agora alguns bandidos, ladrões de banco, sequestradores, marginais. Não é ditadura!
  • Mas…
  • Não tem mais! Ou vou morar na sua casa! Mude já o seu nome! É uma ordem! Em nome da pátria e dos homens de bem deste país!
  • Mas…
  • Já! Ou eu metralho essa giuseppada, esses carcamanos, essa italianada!
  • Mas o senhor está sendo mais intolerante que o fascismo que eu também não defendo! Isso é uma violência moral da parte de você. Por que eu preciso mudar meu nome de batismo?
  • Giuseppe, seu nome é muito feio! Não faz meu tipo! Vai ter que mudar! Isto aqui é uma guerra. Podem morrer alguns inocentes, mas desde que vão uns 30 mil junto, tá valendo! Vocês perderam agora em 1942! Por um Brasil acima de tudo, você precisa mudar seu nome, Giuseppe!
  • Eu vou ter que aceitar. Entendi. Vou acabar tendo que aturar esta violência para poder continuar sendo o que sou. Mudem meu nome, mas não a minha essência… OK… Posso me chamar José?
  • Desde que seja brasileiro! E não quero mais saber de trairagem! Vai ter que ter alguém com autoridade pra ir com você no cartório.
  • Quem vai comigo registrar meu novo nome é um capitão do Exército… Pode ser?
  • Muito bem! Agora sim! Ainda bem que você não foi criado pela avó!
  • Capitão Adalberto Mendes. Conhece?
  • Ele foi torturador?
  • Não. Ele é um capitão que luta pelo que é justo e constitucional: pela tolerância, respeito, educação, história, fraternidade, convivência pacífica e democracia.
  • Muito bem. É assim que eu também criei meus filhos para conviverem até com quem não merece!

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Jailson, Junqueira, Zé Roberto, Lucas Lima e as bolas sobre as linhas https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/jailson-junqueira-ze-roberto-lucas-lima-e-as-bolas-sobre-as-linhas/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/jailson-junqueira-ze-roberto-lucas-lima-e-as-bolas-sobre-as-linhas/#respond Sun, 11 Feb 2018 12:34:23 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/02/11/jailson-junqueira-ze-roberto-lucas-lima-e-as-bolas-sobre-as-linhas/

Jailson segue invicto há mais de 500 dias também porque em outubro de 2016, em Araraquara, Zé Roberto salvou no peito e na raça o gol do cruzeirense Robinho. Jailsão da Massa não sabe o que é perder um jogo desde 2016 também porque Lucas Lima salvou um gol certo de Gilsinho em Mirassol, lugar […]

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Jailson segue invicto há mais de 500 dias também porque em outubro de 2016, em Araraquara, Zé Roberto salvou no peito e na raça o gol do cruzeirense Robinho.

Jailsão da Massa não sabe o que é perder um jogo desde 2016 também porque Lucas Lima salvou um gol certo de Gilsinho em Mirassol, lugar incerto e infelizmente sabido pra nós desde aqueles seis de 2013.

Do vovô-garoto Zé sempre se espera aquilo e muito mais. Mas do Lucas Lima que não se queria nem pintado de verde e branco há alguns meses está se vendo um cara que, assim como Borja versão 2018, tem se saído melhor do que a encomenda. Corre e joga. Dá carrinho e ganha carinho. Sua e faz nossa a camisa dele.

O gol que salvou quando estava sem gols em Mirassol é daqueles lances para guardar como a bicicleta da foto de nossa primeira estátua Junqueira. 29 de junho de 1942. Paulistão no Pacaembu. Palestra não era mais Italia e sim Palestra de São Paulo. Líder do campeonato em que morreria o Palestra e nasceria campeão o Palmeiras na Arrancdda Heroica de 1942.

Também porque aos 25 do primeiro tempo, o artilheiro corintiano Teleco pegou um rebote do goleiro Clodô e tocou por cima, de leve. A bola dos 2 a 0 estava entrando até que Junqueira salvou de bicicleta o tento alvinegro.

O Corinthians ainda mandaria bolas nas nossas traves até Og Moreira empatar o Derby. Diz a crônica da época que foi “injusto”. Provável. Como posso ser injusto com o Borja de agora que se esforça e faz os gols que não marcava. Com o Lucas Lima que ainda aguardo para ver se não vai andar como nos últimos meses de Santos.

Mas quando LL faz jogadas extra-large salvando Jailson e nossa meta. Quando Zé faz o que fez com o peito que batia provando que ele é como nós – gigante. E quando nossa primeira estátua Junqueira defende de bicicleta sobre a linha a nossa cidadela desguarnecida, é mais um motivo para a gente defender até além da linha as nossas cores.

Não tapando o Mirassol com o Palmeiras. Não louvando além dos placares o time do Roger que vai melhorar. Ainda é cedo para tudo. Borja tem melhorado. LL tem feito o que não fazia. Mas ainda escapamos muitas vezes sobre a linha como grande time que ainda não somos.

Palmeiras é muito maior que os nomes. E já tivemos vários até como clube. Ainda precisamos nos desdobrar como um meia que defende como um goleiro como LL. Como um zagueiro que defende como centroavante pelo goleiro como Junqueira.

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+9 dos 1000 clássicos paulistas (parte 8): Palmeiras 3 x 1 São Paulo, SP-42 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/9-dos-1000-classicos-paulistas-parte-8-palmeiras-3-x-1-sao-paulo-sp-42/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/9-dos-1000-classicos-paulistas-parte-8-palmeiras-3-x-1-sao-paulo-sp-42/#respond Wed, 04 Oct 2017 10:32:57 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/10/04/9-dos-1000-classicos-paulistas-parte-8-palmeiras-3-x-1-sao-paulo-sp-42/

Agora são 367 vitórias, 295 empates e 338 derrotas em clássicos paulistas, desde 1915. O Nosso Palestra elenca 9 + para lembrar sempre: RelacionadasClubes paulistas se unem em apoio ao Rio Grande do Sul; Corinthians será único a utilizar patch diferentePalmeiras reencontra adversário paulista na Copa do Brasil e busca melhorar retrospectoOpinião: ‘Marcos, Cássio e um futebol […]

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Agora são 367 vitórias, 295 empates e 338 derrotas em clássicos paulistas, desde 1915.

Nosso Palestra elenca 9 + para lembrar sempre:

Data: 20/09/1942

Local: Pacaembu

Renda: 231:239$000

Público: 55.913

Juiz: Jaime Janeiro Rodrigues

Gols: Cláudio (20’), Waldemar de Brito (25’), Del Nero (41’) e Echevarrieta (60’)

PALMEIRAS: Oberdan; Junqueira e Begliomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Claudio, Waldemar Fiúme, Echevarrieta, Villadoniga e Lima

Técnico: Del Debbio

SÃO PAULO: Doutor; Piolim e Virgílio; Lola, Noronha e Silva; Luizinho Mesquita, Waldemar de Brito, Leônidas da Silva, Remo e Pardal

Técnico: Conrado Ross

 

Poucos clubes foram obrigados a mudar de nome. Nenhum estreou campeão como o Palmeiras, em 20 de setembro de 1942. A Arrancada Heroica do Palestra que morreu líder e do Palmeiras que nasceu campeão paulista, vencendo o São Paulo por 3 a 1, no Pacaembu.

A renda foi doada pelo clube às famílias dos navios brasileiros afundados em 1942, pouco antes de o Brasil declarar guerra ao Eixo. O Palmeiras dos “traidores da pátria” (?!) deu aula de civismo (entrando em campo com a bandeira brasileira), respeito (não entrando no jogo sujo dos bastidores) e, principalmente, futebol. Ao menos, até o adversário querer jogo.

Aos 20 minutos, o centromédio Og Moreira tocou para o centroavante Echevarrieta, que recuou ao meia-direita Waldemar Fiúme. Ele cruzou, a zaga rebateu e Cláudio pegou de primeira, cruzado. O primeiro gol palmeirense foi do futuro maior artilheiro corintiano.

Waldemar de Brito (descobridor de Pelé) empatou, aos 25 minutos. Aos 41, fez-se a lógica. E a justiça dentro e fora de campo: o ponta-esquerda Lima bateu uma falta na área, Og Moreira pegou o rebote da zaga rival, rolou para o médio-esquerdo Del Nero bater forte. Echevarrieta trombou com Virgílio e o goleiro Doutor se atrapalhou. Dois a um.

Aos 15 do segundo tempo, Echevarrieta aproveitou um tiro espirrado de Og Moreira e desviou de cabeça, fazendo 3 a 1.  Mais cinco minutos e Virgílio deu um carrinho no centromédio palmeirense e cometeu pênalti. Falta e cartão vermelho para o são-paulino.

O delegado Martins Lourenço teve de levar o zagueiro para fora de campo depois de cinco minutos de protesto.  Enquanto isso, o capitão tricolor Luizinho Mesquita, ex-palestrino, conversou com dirigentes são-paulinos no túnel do vestiário. A ordem foi passada. Era para o São Paulo sair de campo. Só não desceu para o vestiário porque o policiamento não permitiu.

Resultado: sem sair do gramado, mas sem querer jogo, os são-paulinos ficaram plantados no campo deles, impedindo a cobrança de pênalti. O árbitro esperou até 45 minutos e encerrou o jogo. E o campeonato.

A Federação Paulista puniu o São Paulo pelo abandono com um mês de suspensão. Em 2003, o jornalista Ruy Mesquita, diretor de O Estado de S. Paulo, confirmou que dirigentes do clube arrumaram a confusão deliberadamente para, na Justiça Desportiva, reaver os pontos (e o moral) perdidos no Pacaembu.

Perderam tudo em 1942. Conseguiram tirar o Palestra de campo. Mas colocaram o Palmeiras como nenhum outro campeão na história do futebol. Debutante que venceu um rival que deixou a luta.

(Já mostramos 8 clássicos. Falta um. Procure em +9).

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A maior vitória em 75 anos de Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/a-maior-vitoria-em-75-anos-de-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/a-maior-vitoria-em-75-anos-de-palmeiras/#respond Wed, 20 Sep 2017 14:47:29 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/09/20/a-maior-vitoria-em-75-anos-de-palmeiras/

Arte da taça de Dani Resende RelacionadasPalmeiras tem oferta de R$ 356 milhões por Estêvão e espera venda por valor maior do que EndrickPalmeiras e Chelsea alinham últimos detalhes por Estêvão; assinaturas separam finalização de acordoEstêvão destaca classificação antecipada do Palmeiras: ‘Objetivo é terminar em primeiro’Arte do pênalti de Thiago Rocha Em 103 anos de […]

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Arte da taça de Dani Resende

Arte do pênalti de Thiago Rocha

Em 103 anos de Palestra, 75 anos hoje de Palmeiras, títulos do Campeão do Século XX sobram. Vitórias épicas do maior campeão nacional do país mais vezes campeão mundial também não faltam.

Mas a Arrancada Heroica vai muito além da vitória que mais celebrei, por Zinho mais Evair, no Dia da Paixão Palmeirense, em 1993. É do tamanho da América que São Marcos nos guardou. É do tamanho do Rio da Copa de 1951 que conquistamos ao empatar com a Juventus da Itália do Palestra.

Além de mandar pra fora de campo a ignorância, intolerância e violência da ditadura que mudou nosso nome, palestrinos e palmeirenses conseguiram ser campeões no primeiro jogo que não foi até os 90 minutos por desistência do adversário que antes tentou tirar Echevarrieta do campeonato, o Palestra de campo, o campo do Palestra, o torcedor do sério, os italianos das ruas e das suas e, depois, ainda tentou anular o campeonato.

A Arrancada Heroica começa muito fora de campo e vai muito além do tempo.

Não é a maior vitória ou título do Palmeiras. Mas é a vitória de uma associação de pessoas e ideais sobre as ideias dissociadas da realidade e distantes do respeito.

Não foi o clube que arrancou heroicamente o título. Foi o respeito pelo berço que ganhamos no braço, nos pés, na cabeça e no coração.

O Palestra nunca foi tão Brasil, Itália, São Paulo e tão nosso quando foi Palmeiras pela primeira vez.

Só o Palmeiras para conseguir durante os anos superar o nosso primeiro jogo. Nossa partida rumo à vitória definitiva: sermos o que somos. Nem mais, nem menos. Apenas Palmeiras. Há 75 anos transformando lealdade em perdão.

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https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/a-maior-vitoria-em-75-anos-de-palmeiras/feed/ 0 Especial Libertadores-99: Palmeiras era o time mais faltoso do Paulistão
Mais Arrancadas Heroicas do Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/mais-arrancadas-heroicas-do-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/mais-arrancadas-heroicas-do-palmeiras/#respond Wed, 20 Sep 2017 13:46:42 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/09/20/mais-arrancadas-heroicas-do-palmeiras/

Hoje é dia de celebrar 75 anos de Palmeiras. 75 anos da Arrancada Heroica de 1942, quando o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão paulista. RelacionadasEstêvão destaca classificação antecipada do Palmeiras: ‘Objetivo é terminar em primeiro’Palmeiras vence Nacional-SP e mantém invencibilidade no Campeonato Paulista Sub-20Palmeiras estreia na Copa do Brasil buscando eliminar fantasma […]

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Hoje é dia de celebrar 75 anos de Palmeiras. 75 anos da Arrancada Heroica de 1942, quando o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão paulista.

Nesses 103 anos, tivemos viradas históricas como o 4 x 2 nos minutos finais contra o Flamengo, na Copa do Brasil de 1999. Clássico que inspirou o Palmeiras a vencer a Libertadores, menos de um mês depois.

Também tivemos Arrancadas Heroicas em conquistas de títulos. As cinco maiores:

Copa Rio-51: O Palmeiras já estava classificado no grupo paulista do torneio. Colocou time misto para a última partida da chave, quando fomos goleados pela Juventus no Pacaembu. 4 x 0 para o time italiano. Como segundo colocado, o Verdão teve de disputar a semifinal em dois jogos no Maracanã contra o favorito Vasco, que tinha 7 jogadores do Brasil na Copa-50. Depois de eliminar o campeão carioca, o campeão paulista voltou a enfrentar a Juventus. E ganhou o primeiro título intercontinental da história do futebol brasileiro.

Supercampeão paulista de 1959: o Santos tinha Pelé e o melhor ataque da história do estadual (151 gols!). Defendia o título de 1958. No returno, pontos corridos, abriu vantagem que o Palmeiras foi buscar nas últimas quatro rodadas. Quando o Palmeiras perdeu o clássico para o São Paulo, o elenco teve de torcer pelo rádio no vestiário do Pacaembu para o Guarani vencer o Santos. Terminaram empatados. O regulamento previa jogo extra. Foi 1 a 1. Novo jogo: 2 a 2. Na terceira partida, de virada, no Pacaembu, o Palmeiras venceu o Santos e foi supercampeão estadual.

Robertão-69: o Palmeiras ganhou o Ramón de Carranza e voltou cansado fisicamente ao Brasil depois de excursão pela África e Europa. Quatro dias depois de vencer o Barcelona em amistoso no Camp Nou, estreou no torneio nacional. Perdeu quatro dos primeiros cinco jogos do torneio nacional. O treinador Rubens Minelli foi pressionado. O diretor de futebol Gimenez Lopes o bancou. O Palmeiras engatou sequência de cinco vitórias no final da primeira fase e chegou pela terceira vez seguida ao quadrangular decisivo. Na última rodada, venceu o Botafogo por 3 x 1 e esperou mais 22 minutos para poder gritar bicampeão do Robertão, com a derrota do Corinthians para o Cruzeiro por 2 x 1, em Minas.

Paulista de 1974. Com seis jogadores servindo o Brasil quarto colocado na Copa na Alemanha, alguns deles mal utilizados e fora de forma por causa da Seleção, e Leivinha voltando de lesão, o Palmeiras foi apenas o quinto colocado no primeiro turno do Paulista. No returno, a Segunda Academia ganhou sete jogos e empatou três e conquistou o direito de disputar a final contra o Corinthians, que não era campeão havia 20 anos… Resultado: deu a lógica. Zum, zum, zum, era o 21.

Paulista de 2008: o Palmeiras era o 16º colocado na sétima rodada. Luxemburgo estava ameaçado no cargo. Marcos não jogava havia sete meses por lesão. O treinador resolveu apostar no anjo-guardião. Perdemos na volta por 3 x 0 para o Guaratinguetá… Mas não perdemos mais. Ganhamos 10 jogos e empatamos dois na primeira fase. Nas semifinais, com todo o gás, e nem com a mãozona imperial de Adriano, o São Paulo foi eliminado. Nas finais, a maior goleada desde 1902 numa decisão paulista: 5 x 0 na Ponte Preta.

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Arrancada Heroica, 75 anos: 20/9/1942 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/arrancada-heroica-75-anos-2091942/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/arrancada-heroica-75-anos-2091942/#respond Wed, 20 Sep 2017 07:10:01 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/09/20/arrancada-heroica-75-anos-2091942/

Poucos clubes foram obrigados a mudar de nome. Nenhum estreou campeão como o Palmeiras, em 20 de setembro de 1942. A Arrancada Heroica do Palestra que morreu líder e do Palmeiras que nasceu campeão paulista, vencendo o São Paulo por 3 a 1, no Pacaembu. RelacionadasAllianz Parque se junta ao Palmeiras e disponibiliza postos para […]

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Poucos clubes foram obrigados a mudar de nome. Nenhum estreou campeão como o Palmeiras, em 20 de setembro de 1942. A Arrancada Heroica do Palestra que morreu líder e do Palmeiras que nasceu campeão paulista, vencendo o São Paulo por 3 a 1, no Pacaembu.

Palmeiras que adotou o novo nome em 14 de setembro. Os intolerantes do poder também eram ignorantes. Não sabiam que Palestra era palavra grega, não da Itália em guerra com o Brasil.

Desde 28 de janeiro de 1942 o Brasil havia rompido relações diplomáticas com o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Em março o clube teve de se adaptar ao novo nome: Palestra de São Paulo. Os sócios não podiam mais se reunir. Viagens para fora da capital eram escoltadas quando não proibidas. Bens e associações ligadas aos países do Eixo eram confiscadas e/ou fechadas. Nomes de pessoas jurídicas e até físicas eram aportuguesados.

Em 22 de agosto, o estado de beligerância contra o Eixo foi instaurado. Em 31 de agosto, a declaração formal de guerra do Brasil contra o Eixo.

A “Palestrafobia” foi instituída. Panfletos apócrifos pela cidade dizendo que o clube era antro de fascistas e quintas-colunas. Pessoas interessadas no patrimônio do Palestra estudavam meios de confiscá-lo.

Os palestrinos tiveram de ceder. Mudaram o nome, não o ideal. Na madrugada de 15 de setembro o elenco foi avisado em Poá, por telefone, onde se concentrava. Oberdan e Lima choraram com a mudança de nome.

Mas juraram vingança. Na bola.

No domingo, 20 de setembro, a renda recorde foi doada pelo clube às famílias das vítimas dos navios brasileiros afundados em 1942, pouco antes de o Brasil declarar guerra ao Eixo. O Palmeiras dos “traidores da pátria” (?!) deu aula de civismo (entrando em campo com a bandeira brasileira, por orientação do capitão Adalberto Mendes), respeito (não entrando no jogo sujo dos bastidores) e, principalmente, futebol. Ao menos, até o adversário querer jogo.

Os ingressos (para quem não fosse sócio do Palmeiras, o mandante) começaram a ser vendidos 9 da manhã. 10 horas os portões do estádio foram abertos. Mais de 700 agentes de segurança foram escalados. Inclusive investigadores da polícia da ditadura Vargas. Devidamente anunciados pelos órgãos de propaganda do governo, em comunicados veiculados pela imprensa. Quem agisse como “elemento discrepante” do “espetáculo de ordem, entusiasmo e brasilidade (?!)” seria “tratado” de modo “compatível com a situações excepcional” que a sociedade atravessava: sob ditadura nacional lutando contra outras internacionais…

Bola rolando, o Palmeiras foi melhor o jogo todo. Também na pancadaria entre os atletas. Aos 20 minutos, o centromédio Og Moreira tocou para o centroavante Echevarrieta, que recuou ao meia-direita Waldemar Fiúme. Ele cruzou, a zaga rebateu e Cláudio pegou de primeira, cruzado. O primeiro gol palmeirense foi do futuro maior artilheiro corintiano.

Waldemar de Brito (descobridor de Pelé) empatou, aos 25 minutos. Aos 41, fez-se a lógica. E a justiça dentro e fora de campo: o ponta-esquerda Lima bateu uma falta na área, Og Moreira pegou o rebote da zaga rival, rolou para o médio-esquerdo Del Nero bater forte. Echevarrieta trombou com Virgílio e o goleiro Doutor se atrapalhou. Dois a um.

Aos 15 do segundo tempo, Echevarrieta aproveitou um tiro espirrado de Og Moreira e desviou de cabeça, fazendo 3 a 1.  Mais cinco minutos e Virgílio deu um carrinho no centromédio palmeirense e cometeu pênalti. Falta e cartão vermelho para o são-paulino.

O delegado Martins Lourenço teve de levar o zagueiro para fora de campo depois de cinco minutos de protesto.  Enquanto isso, o capitão tricolor Luizinho Mesquita, ex-palestrino, conversou com dirigentes são-paulinos no túnel do vestiário. A ordem foi passada. Era para o São Paulo sair de campo. Só não desceu para o vestiário porque o policiamento não permitiu.

Resultado: sem sair do gramado, mas sem querer jogo, os são-paulinos ficaram plantados no campo deles, impedindo a cobrança de pênalti. O árbitro esperou até 45 minutos e encerrou o jogo. E o campeonato.

A Federação Paulista puniu o São Paulo pelo abandono com um mês de suspensão. Em 2003, o jornalista Ruy Mesquita, diretor de O Estado de S. Paulo, confirmou que dirigentes do clube arrumaram a confusão deliberadamente para, na Justiça Desportiva, reaver os pontos (e o moral) perdidos no Pacaembu.

Perderam tudo em 1942. Conseguiram tirar o Palestra de campo. Mas colocaram o Palmeiras como nenhum outro campeão na história do futebol. Debutante que venceu um rival que deixou a luta.

 

 

Data: 20/09/1942

Local: Pacaembu

Renda: 231:239$000

Público: 55.913

Juiz: Jaime Janeiro Rodrigues

Gols: Cláudio (20’), Waldemar de Brito (25’), Del Nero (41’) e Echevarrieta (60’)

PALMEIRAS: Oberdan; Junqueira e Begliomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Claudio, Waldemar Fiúme, Echevarrieta, Villadoniga e Lima

Técnico: Del Debbio

SÃO PAULO: Doutor; Piolim e Virgílio; Lola, Noronha e Silva; Luizinho Mesquita, Waldemar de Brito, Leônidas da Silva, Remo e Pardal

Técnico: Conrado Ross

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https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/arrancada-heroica-75-anos-2091942/feed/ 0 Bela vitória em Itaquera: Corinthians 0 x 1 Palmeiras O começo da fila: campeão paulista, 18/8/1976
O capitão Adalberto Mendes conta como fez o Palmeiras ser mais brasileiro há 75 anos https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-capitao-adalberto-mendes-conta-como-fez-o-palmeiras-ser-mais-brasileiro-ha-75-anos/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-capitao-adalberto-mendes-conta-como-fez-o-palmeiras-ser-mais-brasileiro-ha-75-anos/#respond Wed, 20 Sep 2017 06:45:43 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/09/20/o-capitao-adalberto-mendes-conta-como-fez-o-palmeiras-ser-mais-brasileiro-ha-75-anos/

Veja a entrevista do então capitão Adalberto Mendes, em 1982, na celebração dos 40 anos da mudança de nome do Palmeiras. RelacionadasEstêvão destaca classificação antecipada do Palmeiras: ‘Objetivo é terminar em primeiro’Gómez se torna zagueiro com mais gols na história do PalmeirasEndrick encontra adversário contra qual marcou todas as vezes que enfrentou pelo PalmeirasEle era […]

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Veja a entrevista do então capitão Adalberto Mendes, em 1982, na celebração dos 40 anos da mudança de nome do Palmeiras.

Ele era um sergipano torcedor do Vasco que se apaixonou pelo Palestra e foi fundamental na transição e aceitação do nome que ele mesmo não queria.

Adalberto Mendes fala da Arrancada Heroica de 1942

A estátua da foto é a que está no lobby da nova concentração do Palmeiras, que leva o nome do militar.

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Há 75 anos levamos no peito a barreira, as barricas e as burrices dos intolerantes e ignorantes https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ha-75-anos-levamos-no-peito-a-barreira-as-barricas-e-as-burrices-dos-intolerantes-e-ignorantes/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ha-75-anos-levamos-no-peito-a-barreira-as-barricas-e-as-burrices-dos-intolerantes-e-ignorantes/#respond Wed, 13 Sep 2017 20:06:23 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/09/13/ha-75-anos-levamos-no-peito-a-barreira-as-barricas-e-as-burrices-dos-intolerantes-e-ignorantes/

Contei no outro post que hoje, há 75 anos, o Palestra jogava pela última vez como Palestra. RelacionadasMontagem de show impede Palmeiras de atuar no Allianz Parque contra Athletico-PRLeila Pereira retorna ao Brasil, e venda de Estêvão pelo Palmeiras fica próxima de ser sacramentadaPalmeiras e Chelsea alinham últimos detalhes por Estêvão; assinaturas separam finalização de […]

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Contei no outro post que hoje, há 75 anos, o Palestra jogava pela última vez como Palestra.

Os jogadores sabiam disso quando venceram a Portuguesa em Santos.

Mas será que um dia alguém saberá o que é a sensação de ter de mudar de nome? De ser violentamente obrigado a renegar a sua razão social e emocional? A sua emoção esportiva? O seu berço trocado por um berro “patriótico”? O Palestra que não podia mais ser Italia desde março de 1942 não podia mais ser Palestra em 14 de setembro de 1942.

Justo o Palestra que seria o Brasil na primeira conquista intercontinental, em 1951. Justo o Palestra que seria a Seleção Brasileira no Dia da Independência de 1965.

Justo o Palestra injustiçado pelas autoridades autoritárias e intolerantes da ditadura daqui que guerreava com a de lá.

Palestra que nasceu Italia mas sempre foi de São Paulo, do Brasil e dos brasileiros que sempre o sustentaram como uma das cinco maiores torcidas do país cujo maior campeão é esse clube que teve de mudar de nome. Não de ideal. Nem de vocação por vitória.

Há 75 anos o Palestra saiu de campo vitorioso. Sem saber no dia seguinte qual seria o seu nome. Se ainda seria um clube. Se a sede ainda seria sua.

Há 75 anos a gente palestrina dormiria Palestra e na outra manhã acordaria Palmeiras.

O que mudou? Nada.

Porque quando se tem tudo no peito não há barreira, barrica ou burrice que não se leve de vencida com a alma lavada e a arma ensarilhada em nome da honra, da glória e do que é justo. Do que é nosso.

Aos que nos obrigaram a mudar de nome, todas as palavra inomináveis.

Aos que honraram o nosso Palestra, o Alviver

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Ouviram de Perdizes https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ouviram-de-perdizes/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ouviram-de-perdizes/#respond Thu, 07 Sep 2017 09:05:25 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/09/07/ouviram-de-perdizes/

Com todo o respeito à República da Mooca, com a deferência ao Brás, o Bixiga tão cheio, os Jardins floridos, os higienistas de Higienópolis, Itaquera distante, Água Branca tão perto, Morumbi tão chique, paradas de Parelheiros, as alturas de Jaraguá, os cantos da Cantareira, os marcos zeros da Sé e os zeros à esquerda e […]

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Com todo o respeito à República da Mooca, com a deferência ao Brás, o Bixiga tão cheio, os Jardins floridos, os higienistas de Higienópolis, Itaquera distante, Água Branca tão perto, Morumbi tão chique, paradas de Parelheiros, as alturas de Jaraguá, os cantos da Cantareira, os marcos zeros da Sé e os zeros à esquerda e sobretudo à direita da urbe que ruge sem pé e sem cabeças, mas o grito ouvido foi do meu Ipiranga.

Viva a Independência, a indiferença, a inocência, a indecorosa, a intolerância e a ignorância do Brasil.

Mas o grito que mais se ouviu mesmo em todo o Brasil veio lá de onde tanto se ganha em Perdizes. No país, o que mais se ouviu desde 1960, e em 1967, 1967, 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 1998, 2000, 2012, 2015 e 2016 foi o grito do Palmeiras.

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Palestra à primeira vista: o amor da vida do nosso fundador https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/familia-palmeiras-palestra-primeira-vista/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/familia-palmeiras-palestra-primeira-vista/#respond Thu, 24 Aug 2017 15:08:50 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/08/24/familia-palmeiras-palestra-primeira-vista/

À frente de todo o homem, sempre tem uma enorme mulher. Mais feliz ainda quem a teve no colo com apenas oito meses de vida. O calabrês Luigi tinha quase 15 anos quando segurou nos braços pela primeira vez a filha da vizinha. Ela tinha oito meses. Moravam na Av. São João. Ele ficou encantado […]

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À frente de todo o homem, sempre tem uma enorme mulher. Mais feliz ainda quem a teve no colo com apenas oito meses de vida. O calabrês Luigi tinha quase 15 anos quando segurou nos braços pela primeira vez a filha da vizinha. Ela tinha oito meses. Moravam na Av. São João. Ele ficou encantado com a criança. Que Luzia!

Luigi foi almoçar na chácara da família da ex-vizinha no Jardim São Bento, no ano da primeira conquista do clube dos italianos paulistanos. Paixão à segunda vista pela garota então com 15 anos. Na primeira vez, Luigi já tinha amado o bebê. Agora era para casar. Tiveram três filhos. Três palmeirenses filhos de Luzia e Luigi.

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Um deles era Antonio Domenico. Por causa da Segunda Guerra, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Domenico virou Domingos. Perdeu o nome italiano, do país em guerra com o Brasil. O pai Luigi não se importou tanto. O que lhe doía era a mudança de nome do clube dele, em setembro de 1942.

E como foi dele o clube! E o nome!!! Em 1914, Luigi se encantara com a visita de times de futebol da Itália ao Brasil. Queria formar um clube para italianos em São Paulo. Ele jogava pelo Internacional da capital. Tinha gente que era Corinthians, outros clubes de italianos, ou não associados ou adeptos. Ele queria um só clube para uma só origem. Ele queria a Itália reunida em São Paulo. Em uma praça esportiva. “Palestra”, em grego.

— Palestra Italia!

O nome que ele berrou entre outros 38 que discutiam bravos e graves a respeito da associação que ele e o amigo Vicente Ragognetti fizeram de tudo para criar, em agosto de 1914. Era a segunda reunião do grupo. Parte dele queria uma agremiação voltada à dança, à literatura, a alguns esportes. Parte mais aguerrida como Luigi queria um clube para todos, para tudo – e, mais que tudo, para o futebol.

Ele ganhou a parada. E subiu sobre a mesa de reunião para mais uma vez discursar com a verve que tinha desenvolvido nas Indústrias Matarazzo, onde trabalhava diretamente com o Conde. Baixinho, falava alto e bem que era uma beleza! Luigi conseguiu dobrar os resistentes ao clube. E foi a primeira voz a dar o nome:

— Palestra Italia.

Paixão à primeira vista dos 39 presentes no salão Alhambra, em 26 de agosto de 1914. Palestra para toda vida de Luigi Cervo. O moço que havia criado o amor de milhões e que, não sabia, já tinha encontrado o dele desde os oito meses de Luzia. Eles se casariam em 1920. Ele morreria um ano antes do supercampeonato de 1959. Desde o primeiro jogo palestrino, em 1915, ele celebrava contidamente os gols, e imprecava contra tudo e contra todos nas partidas ruins.

Mas não falava mal do Palestra. Era a cria dele. Ele tomou nos braços o clube e aos berros as primeiras reuniões. Nunca quis ser presidente da sociedade esportiva cuja ata foi escrita por ele, na casinha de uma mesa e mais nada no terreno da Vila Mariana, perto de onde o Palestra faria os primeiros treinos e jogos. Luigi Cervo tomou o clube do jeito que cuidou do bebê de oito meses. Ninou, amou, botou no colo, apaziguou, fez sorrir, fez sonhar aquela criança Palestra e aquela menina Luzia.

As duas paixões da vida ele conheceu no berço e fez crescer além da conta. Cada enfeitinho na porta das maternidades de pais verdes têm um pouco dos feitos de Luigi Cervo. Sabe bem a dona Lili, 95 anos, a filha do amor com Luzia. Ela é de uma família de mulheres que aqui e na Itália passam dos 100. Uma tia morreu com 107. Outra, 104. Outro ente querido tem 103 anos – e contando histórias e glórias desde que foi batizado pelo pai de Lili Cervo. Paixões à primeira vista como essas não morrem. Renascem com cada criança de pais palmeirenses que já foram palmeiristas. E que desde 1914 fazem questão de dar tudo aos filhos. Até a liberdade de escolher entre o Palmeirar ou morar com outra família.

Dona Lili acervo, filha do fundador do Palestra Italia, Luigi Cervo, em entrevista para o filme O CAMPEÃO DO SÉCULO

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Brincadeira? Talvez. Mas o amor incondicional por um clube é sério.

Quando você cantar baixinho o hino que surge imponente para o seu bebê, termine a canção ostentando, além da sua fibra, uma singela homenagem ao amor de Luigi por Luzia (desde 1905), e pelo nosso Palestra (desde 1914). Foi esse sentimento por uma mulher que ele conhecia de criança e por uma criação que amamos desde o berço que nos faz o que somos. Talvez não tenhamos nada em comum eu, você, Luzia e o marido. Mas aquela roupinha, aquele sapatinho, tudo aquilo que vem de berço deve um pouco a Cervo, Luigi. O acervo cultural e familiar que vem do bravo palestrino, do berro palmeirense, da birra do periquito, do espirito de porco nasceu com com esse calabrês que deu nome a um clube que dá sinômimo ao amor – mesmo obrigado sob baioneta a mudar de nome na guerra. O nome mudou. Não a paixão.

A família Palmeiras nasceu como a de Cervo. Um amor de criança carregada no colo e no seio de um sentimento que pode ficar 15 anos reprimido. Mas quando soltamos a voz em um grito Matador e Animal é como se fosse um eterno Dia dos Namorados de 1993.

Luigi Cervo carregou no peito e no colo os amores incondicionais da vida. Ele só poderia ser pai do Palestra e irmão de todos nós.

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