Arquivos tag-BR-72 - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-br-72/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Thu, 23 Jul 2020 17:26:11 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Especial BR-72 – Campeão! Palmeiras 0 x 0 Botafogo https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/especial-br-72-campeao-palmeiras-0-x-0-botafogo-2/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/especial-br-72-campeao-palmeiras-0-x-0-botafogo-2/#respond Mon, 23 Dec 2019 15:44:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/12/23/especial-br-72-campeao-palmeiras-0-x-0-botafogo-2/

O Palmeiras foi campeão paulista invicto de 1972 empatando sem gols o jogo decisivo com o São Paulo, em setembro. O Palmeiras foi campeão brasileiro em 1972 (perdendo apenas 4 jogos) empatando sem gols com o Botafogo, no Morumbi. O melhor time do campeonato foi também o melhor na partida única. O Botafogo do treinador […]

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O Palmeiras foi campeão paulista invicto de 1972 empatando sem gols o jogo decisivo com o São Paulo, em setembro. O Palmeiras foi campeão brasileiro em 1972 (perdendo apenas 4 jogos) empatando sem gols com o Botafogo, no Morumbi. O melhor time do campeonato foi também o melhor na partida única.

O Botafogo do treinador Leônidas não teve o goleiro Wendel, lesionado na clavícula esquerda. Cao, goleiro do clube que perdeu o último jogo do Robertão de 1969 para o Palmeiras, foi o titular. Jairzinho não estava 100%, assim como o palmeirense Dudu, com problemas no joelho.

Antes de a bola rolar no sábado à tarde, antevéspera do Natal, a polêmica começou desde a escolha do Morumbi. Apesar de o Palmeiras ter o mando de campo, o clássico ser disputado no estádio do São Paulo foi determinação da CBD. Oswaldo Brandão não gostou. "Antonio do Passo [diretor] manda na entidade. Os cariocas mandam no futebol brasileiro e fazem o que querem. Por isso escolheram o estádio do São Paulo e não o Pacaembu".

O treinador palmeirense também criticou os cartolas paulistas. "A FPF aceita tudo que vem da CBD e não faz nada".

A metralhadora de Brandão também chegava às arbitragens. Até para defender o Corinthians, eliminado na semifinal do BR-72 pelo Botafogo. "Têm muitas coincidências a favor do futebol carioca… No Maracanã, [na outra semifinal], o Sebastião Rufino não deu um pênalti claro no Sicupira [Corinthians], não marcou falta no Ado no gol da virada do Botafogo [NR: aqui não houve nada], e ainda anulou outro lance de gol legal do Corinthians".

Brandão queria Armando Marques no apito. O árbitro que o Botafogo não queria pintado de preto e branco. (E que teria má atuação na partida entre Palmeiras e Botafogo da Libertadores-73, quando mais uma vez prejudicou o time de Brandão…).

Agomar Martins foi o escolhido pela CBD. Sem a aprovação do treinador: "ano passado ele apitou muito mal um jogo nosso contra o mesmo Botafogo".

As críticas do velho mestre sobravam até para o palmeirense: "nossa torcida é fria e desinteressada. Para piorar, o jogo sábado vai pegar as lojas abertas para as compras de Natal. Seria melhor para o público e para a renda que fosse à noite".

O elenco palmeirense estava confiante. Mas atento. "Não podemos nos desesperar como no jogo contra o São Paulo quando levamos um gol e nos desorganizamos", disse o jovem craque Luís Pereira. "Mas vai dar pra ganhar".

"A derrota pro São Paulo nos abriu os olhos", disse Madurga.

Ademir da Guia também preferia o Pacaembu. "O gramado está pior do que o do Morumbi, mas nós o conhecemos melhor".

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Nei era outro que sabia que o empate bastaria. "Estou melhorando. Perdi 2 kg. Fiz o gol da classificação contra o Inter depois de perder muitos gols nos últimos jogos. Ainda estou apanhando muito dos zagueiros, mas já sei como aguentar as pancadas".

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O treinador Leônidas do Botafogo sabia sabia da força do rival, que desde 1964 não era vencido pelo clube carioca: "Palmeiras chega a irritar o adversário de como esse time sabe ficar com a bola".

O DIA DO JOGO

Clovis Rossi, escrevendo em O ESTADO DE S.PAULO, 40 anos antes de trocar o Nosso Palmeiras pelo Barcelona dele, já fazia as dele dizendo que seria muito melhor para o torneio uma final entre Palmeiras x Corinthians. E que por isso o clima não era de decisão na cidade…

Mas era preciso conter o ambiente festivo no elenco. Raul Marcel, goleiro reserva, havia se casado na terça-feita antes do empate com o Inter, no Pacaembu. Leivinha, goleador do Palmeiras no BR-72, casou na quinta-feira, com a bandeira do Palmeiras no altar, já classificado para a finalíssima.

A lua de mel seria depois da decisão de sábado, na Europa. História parecida com a de Ademir da Guia, cujas núpcias foram na véspera da conquista da Taça Brasil de 1967, no terceiro jogo contra o Náutico, no Maracanã

O Palmeiras chegava confiante e favorito ao Morumbi. O Botafogo iria a campo com dois meses de salários atrasados. (Seria campeão brasileiro em 1995 com salários atrasados em cinco meses…)

Não vieram tantos botafoguenses a São Paulo. Apesar do "milagre econômico" de 1972, não era barato o transporte. Pela Ponte Aérea custava 128 cruzeiros a passagem. O trem mais barato até São Paulo era 14 cruzeiros. Ônibus saía por 22. Ainda assim chegaram 64 ônibus cariocas.

Não era fácil chegar à época ao afastado Morumbi. No sábado à tarde, 23 de dezembro, mais difícil ainda. O Palmeiras queria jogo 21h, com o comércio ja fechado das últimas compras natalinas. Mas não houve jogo para a CBD.

Para piorar, choveu muito forte a partir das 14h. Chuva que não parou até 15h30. O que fez com que arbitragem e CBD, com anuência dos clubes, adiassem o pontapé inicial em meia hora. E ainda assim teve gente chegando depois do primeiro apito do árbitro.

Como acontecia até os anos 1980, o atraso inicial foi ainda maior. O Palmeiras só veio a campo 16h35. O Botafogo faria pior: 16h45. O time palmeirense ficou na chuva se aquecendo com o excelente preparador Hélio Maffia. Ele não deixava os atletas darem entrevistas naqueles 10 minutos para não perderem o aquecimento.

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O time carioca entrou vaiado também pelo atraso de mais de 15 minutos. As equipes então se perfilaram e ouviram o Hino Brasileiro, ainda não obrigatório nos estádios.

PRIMEIRO TEMPO

Com 50 minutos de atraso a bola rolou. O Palmeiras foi sempre melhor, administrando com inteligência e eficiência o empate que lhe dava o título pela melhor campanha na primeira fase do BR-72.

A primeira chance foi paulista. Ademir da Guia lançou Madurga que passou por Osmar (zagueiro da seleção olímpica) e chutou fora, aos 8 minutos. Aos 16, Brito (campeão do mundo pelo Brasil em 1970) salvou gol de Leivinha.

O camisa 8 e artilheiro palmeirense no BR-72 teria outra boa chance aos 32 (já com os refletores acesos desde os 25 minutos). Aos 34, ele marcou um gol, mas o lance foi anulado por impedimento de Nei.

O time carioca não conseguiu chegar à meta de Leão. Os laterais Eurico e Zeca não deram espaço para os pontas Zequinha e Ademir.
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Luís Pereira foi perfeito por cima e por baixo.

Dudu também anulou Jairzinho. Ademir da Guia foi o melhor da primeira etapa, armando e cadenciando o jogo, e também dando um pé a Dudu. Madurga e Edu (também porque orientado a acompanhar o apoio de Marinho Chagas) não foram tão bem. Nei voltou a jogar demais, driblando muito e passando várias vezes por Valtencir.

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INTERVALO

No intervalo, o torcedor José Lazarini Filho passou mal e morreu de infarto, aos 73 anos. Foi atendido no ambulatório do Morumbi.

O ex-diretor Arnaldo Tirone (pai do futuro presidente do clube) também não passou bem e foi para casa, desaconselhado a ouvir a decisão pelo rádio.

O repórter de televisão Gilberto Pereira levou um choque com o microfone e desmaiou, mas voltaria para trabalhar na segunda etapa.

SEGUNDO TEMPO

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Leônidas substituiu Ademir pelo centroavante grandalhão Ferreti. O Lobo Fischer saiu da área e foi atacar pela esquerda.

Brandão mexeu taticamente no Palmeiras. Aproximou Leivinha mais do ataque e segurou mais Madurga.

A mexida carioca criou a única chance do Botafogo na decisão. Aos 2 minutos, Zequinha enfim passou por Zeca e cruzou para Fischer chutar e Leão fazer ótima defesa.

A partida ficou mais equilibrada. E dura. Aos 12, Jairzinho deu uma entrada dura em Alfredo que caiu desacordado. Mas logo estaria de volta à zaga.

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Aos 15, Nei passou mais uma vez por Valtencir e chutou na rede lateral da meta de Cao. Brandão então mexeu no time. Ronaldo na direita no lugar de Edu para prender mais a bola. Logo depois saiu Dudu, que voltou a sentir o joelho. Zé Carlos entrou mais uma vez bem na cabeça da área.

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Aos 30, o Botafogo forçou mais. Zequinha foi para a esquerda e Fischer passou a atuar na ponta-direita. Deu na mesma. "Eu tinha certeza do título já no intervalo. Do jeito que o Palmeiras jogava e não deixava o adversário jogar, estava tudo bem encaminhado", lembra Leivinha.

O Palmeiras teve menos chances até o final. O Botafogo, nenhuma.

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Zero a zero. O melhor time do BR-72 era o campeão.

MAIS UMA FESTA

Os jogadores estavam tão felizes quanto aliviados no final. "Estávamos mortos", diz Ademir da Guia, que recebeu ainda no gramado uma coroa de "rei do Parque Antarctica", dada por um médico palmeirense. "Mas merecemos tudo isso. Ganhamos os jogos que precisávamos e empatamos quando foi necessário. Só um grande time ganha os cinco torneios que disputa como nós fizemos este ano", disse à revista PLACAR.

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Não teve nem volta olímpica no Morumbi. O time queria voltar o quanto antes para casa para a véspera de Natal no dia seguinte. Além da chuva forte que voltou e levou muita gente mais cedo ao vestiário.

"Foi meu melhor ano pelo Palmeiras. Não apenas pelas nossas conquistas. Mas pelo modo como joguei tantas partidas sem lesão. Nossa preparação física foi excelente", disse Ademir, ainda no vestiário festivo.

"Santo da casa não faz milagre", desabafava Alfredo. "Surgi no clube e fiquei três anos sendo emprestado até o Brandão confiar em mim. As mesmas pessoas que me criticavam hoje estão aqui no vestiário me elogiando".

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Luís Pereira, herói da decisão, era dos nais festejados no campo. Sem camisa, com a faixa de campeão no peito oferecida pela Rádio Tupi, dizia que o Palmeiras não deixou o rival atacar.

No vestiário vice-campeão, poucas lamentações. Apenas constatações e elogios ao campeão: "o Palmeiras foi o melhor time do campeonato e merecia mesmo ser campeão", disse Jairzinho, o Furacão da Copa-70. "Seria uma injustiça o Palmeiras perder esta final e também o campeonato". Palavras do treinador alvinegro Leônidas.

Leivinha defendia o futebol da equipe. "Não ganhamos os dois últimos jogos, mas soubemos ter humildade para jogar conforme o regulamento que nos privilegiou pela melhor campanha".

Também por não ter havido volta olímpica, a celebração pelo título nacional pareceu mais fria que a do título paulista invicto de 1972, 4 meses antes. A chuva, o sábado à noite, e as compras natalinas também explicam parte da "frieza".

Na saída do estádio, muitas buzinas pelas avenidas Giovani Gronchi, Morumbi, Oscar Americano, Rebouças e Nove de Julho. A Rua Augusta parou. Também pelas compras natalinas.

No clube, como de costume, sistema de som do estádio tocando o hino do clube. Chope à vontade. César Maluco de terno branco comandando a festa com a bateria da escola de samba Camisa Verde e Branco.

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A única preocupação da diretoria era renovar o contrato de Brandão, que vencera na véspera da decisão. Como parecia que tudo já estava definido antes mesmo de a bola rolar. O Palmeiras teve 10 pontos a mais do que o vice Botafogo. O semifinalista Inter ficou a 3 pontos do campeão.

A taça de 1m30 e 12kg da CBF ficou para o Palmeiras, oferecida por Magalhães Pinto, ex-governador mineiro, e torcedor do clube.

O Internacional pediu a anulação do jogo semifinal por entender que Ademir da Guia estava impedido no gol de empate. O processo no STJD deu em nada.

A CBD consultou Palmeiras e Botafogo se os clubes queriam participar da então deficitária Libertadores da América.

Os dois representariam o Brasil no torneio em 1973.

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PALMEIRAS 0 X 0 BOTAFOGO
Campeonato Brasileiro/Final — Jogo Único
Sábado, 23/dezembro (tarde)
Morumbi
São Paulo (SP)
Juiz: Agomar Martins (RS)
Renda: Cr$ 649 445
Público: 58 287
PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu (Zé Carlos) e Ademir da Guia; Edu (Ronaldo), Madurga, Leivinha e Nei
Técnico: Oswaldo Brandão
BOTAFOGO: Cao; Valtencir, Brito, Osmar e Marinho Chagas; Nei Conceição e Carlos Roberto; Zequinha, Jairzinho, Fischer e Ademir (Ferretti)
Técnico: Sebastião Leônidas

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Amarcord: Palmeiras 0 x 0 Botafogo, BR-72 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-botafogo-br-72/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-botafogo-br-72/#respond Wed, 22 Aug 2018 14:53:58 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/08/22/amarcord-palmeiras-0-x-0-botafogo-br-72/

Meus pais não me deixaram estrear do baixo dos meus seis anos no Morumbi. Na decisão do BR-72, na antevéspera de Natal. Contei mais no meu texto a respeito do jogo de futebol de botão com Ademir da Guia. http://nossopalestra.com.br/o-divino-e-o-futebol-de-botao/. O camisa 10 da Segunda Academia que ganhara os quatro torneios que disputara em 1972. […]

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Meus pais não me deixaram estrear do baixo dos meus seis anos no Morumbi. Na decisão do BR-72, na antevéspera de Natal. Contei mais no meu texto a respeito do jogo de futebol de botão com Ademir da Guia. http://nossopalestra.com.br/o-divino-e-o-futebol-de-botao/. O camisa 10 da Segunda Academia que ganhara os quatro torneios que disputara em 1972. Incluindo um Paulista invicto. Agora, na tarde daquele sábado tão chuvoso que atrasou o início do jogo em meia hora (16h30), bastava o mesmo empate sem gols que dera volta olímpica no Pacaembu, em 3 de setembro, contra o São Paulo.

A partida só começou mesmo 16h50. O Palmeiras atrasou 5 minutos para subir ao gramado do Morumbi. O Botafogo do treinador e ex-zagueiro Sebastião Leonidas levou mais 10. O preparador físico Helio Maffia, fundamental para o desempenho excepcional da Segunda Academia, se preocupou com a chuva e com a perda do aquecimento e pediu para o time se movimentar mesmo durante o Hino Nacional executado enquanto jogadores do Botafogo ainda davam entrevistas para as rádios. O repórter Gilberto Pereira levou um choque com o equipamento e foi atendido pouco depois. Voltou a campo a tempo de acompanhar a partida que fez uma vítima fatal: um torcedor palmeirense teve infarto no intervalo e morreu ainda no Morumbi.José Lazarini Filho tinha 73 anos.

O Palmeiras jogava pelo empate em jogo único pela melhor campanha em 29 jogos, com apenas 4 derrotas, numa temporada em que só foi perder um jogo no meio do ano. Sonou três pontos a mais que o Inter, terceiro colocado. Soube mais uma vez fazer os tempos do jogo. Ademir foi o melhor em campo e craque do BR-72. Melhor condicionado fisicamente pelo professor Maffia, dava um pé a Dudu e Madurga no meio, e se juntava a Leivinha na frente, com a ajuda dos pontas Edu e Nei, que também socorriam os laterais Eurico e Zeca.

O Botafogo pouco criou no primeiro tempo. Apático, Zequinha foi bem marcado por Zeca e por Alfredo, revelação da base do Palmeiras que foi sendo emprestado por três temporadas até Oswaldo Brandão o requisitar para ser reserva de Polaco, que chegara do Corinthians. Mas ele entrou tão bem na zaga quando o ex-alvinegro se lesionou ainda em janeiro de 1972 que acabou ficando.

Na segunda etapa, com o centroavante Fischer aberto na esquerda e o grandalhão Ferreti no comando do ataque substituindo o armador Ademir, o Botafogo acertou um lance aos 2min. Mas Fischer se atrapalhou com a bola na melhor chance carioca. Madurga trocou de função com Leivinha, que foi atuar na dele, puxando os contragolpes. O Palmeiras seguiu mais perigoso. Mesmo perdendo Dudu, lesionado no tornozelo depois de lance com Valtencir. O volante mais uma vez saía carregado de campo em uma decisão. No SP-72 quebrara duas costelas contra o São Paulo. Contra o Botafogo, anulara o Furacão Jairzinho.

Se não foi um jogo brilhante e emocionante, as palavras de Leônidas, treinador do Botafogo, encerram a discussão.

  • Nunca vi um esquema tático tão bem executado. O time deles marcou homem a homem e não deu espaço para nós. Seria uma injustiça o Palmeiras perder este jogo e o campeonato. Eles estão de parabéns.

Jairzinho corrobora a análise de seu treinador:

-Eles foram o melhor time do campeonato. O título está em boas mãos.

O público de 58.287 não foi o esperado, também pela chuva, e pela antevéspera de Natal. Então cabiam até 150 mil torcedores no estádio do São Paulo. Mas, na saída do Morumbi, nas avenidas 9 de Julho e Rebouças, e na Rua Augusta, o trânsito do começo de noite parecia de dia de trabalho. A noite teve a tradicional festa de título com chope no clube do Parque Antarctica. Não com tanta gente. Mas sempre com César Maluco comandando o samba da Camisa Verde e Branco. Suspenso disciplinarmente até março de 1973, ele não esteve em campo. Mas esteve sempre na festa.

PALMEIRAS 0 X 0 BOTAFOGO
Campeonato Brasileiro de 1972 /Final — Jogo Único
Sábado, 23/dezembro (tarde)
Morumbi
Juiz: Agomar Martins (RS)
Renda: Cr$ 649 445
Público: 58 287
PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu (Zé Carlos) e Ademir da Guia; Edu (Ronaldo), Madurga, Leivinha e Nei
Técnico: Oswaldo Brandão
BOTAFOGO: Cao; Valtencir, Brito, Osmar e Marinho Chagas; Nei Conceição e Carlos Roberto; Zequinha, Jairzinho, Fischer e Ademir (Ferretti)
Técnico: Sebastião Leônidas

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Amarcord: Palmeiras 1 x 1 Santos, BR-73 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-1-x-1-santos-br-73/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-1-x-1-santos-br-73/#respond Sun, 04 Feb 2018 11:50:52 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/02/04/amarcord-palmeiras-1-x-1-santos-br-73/

Foi a primeira vez que vi o Pelé em campo. Ou pior: continuei sem ver. Toda vez que Ele tocava na bola, eu, do baixo dos meus sete anos, na minha primeira partida no Morumbi, no meu primeiro clássico, fechava os olhos. Culpa do meu pai. De tanto ele me falar do camisa 10 do […]

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Foi a primeira vez que vi o Pelé em campo. Ou pior: continuei sem ver. Toda vez que Ele tocava na bola, eu, do baixo dos meus sete anos, na minha primeira partida no Morumbi, no meu primeiro clássico, fechava os olhos.

Culpa do meu pai. De tanto ele me falar do camisa 10 do Santos (e do Gol de Placa que meu pai ainda não havia dito a mim que ele e Walter Lacerda tinham bolado a placa dada ao Rei, 12 anos antes, em 1961), eu morria de medo que Pelé pelezasse contra o Palmeiras.

Mas eu também não sabia direito o que era futebol. Se soubesse, só de ver a nossa escalação, não precisaria temer. Eles é que teriam de nos respeitar ainda mais. Mesmo que César Maluco estivesse sem ritmo, ainda que Raul Marcel e não Leão fosse o nosso goleiro, era a Segunda Academia em campo. Campeã brasileira de 1972. Em fevereiro de 1974 seria bicampeã nacional no mesmo Morumbi, contra o São Paulo, em outra história que contarei.

O Santos não tinha só Pelé. O goleiraço era Cejas, que seria expulso no segundo tempo. O lateral era Carlos Alberto Torres, querido amigo capita. A zaga tinha o grande Marinho Perez, companheiro de Luís Pereira na defesa do Brasil na Copa-74, e nosso zagueiro mais tarde. Outra grande figura, que jogaria no Barcelona de Rinus Michels e Cruyff.

O não menos querido e craque Clodoaldo era o volante com Léo Oliveira e Pelé. Mazinho (tio do nosso Clebão, campeoníssimo palmeirense, de 1993 a 2000), o amigo Nenê Belarmino no comando de ataque, e o genial Edu na ponta esquerda. Que time dirigido pelo maravilhoso amigo Pepe.

Mas não era melhor do que o nosso. E não foi no primeiro tempo. Lembro o gol de Leivinha, aos 18. Li agora no acervo da FOLHA que foi jogada linda do grande Nei, pela esquerda. Não lembrava. Nem do empate do Santos, marcado pelo Marinho, no fim do primeiro tempo. Mas tenho “motivos” para não lembrar: foi uma falta perigosa cobrada por Pelé na cabeça do zagueiro.

Você acha que eu iria ver uma falta perto da área do Raul Marcel cobrada pelo Pelé?

Foi o primeiro gol que ouvi no estádio. Porque não vi.

Culpa do meu pai que foi falar tudo que era o Pelé…

Também por Ele tenho um carinho enorme pelo Santos. Só aumentado pelos anos. E pela homenagem que o clube fez quando meu pai morreu, em 2012.

Mas esse é outro Amarcord. Para contar também do primeiro jogo que minha mulher foi a um estádio ver o nosso Palmeias.

Quando ela viu tudo que aconteceu no clássico. Tudo que Pelé não me deixou ver na minha primeira visita ao Morumbi.

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Cucabol: Palmeiras 2 x 1 Coritiba, BR-16 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/cucabol-palmeiras-2-x-1-coritiba-br-16/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/cucabol-palmeiras-2-x-1-coritiba-br-16/#respond Thu, 12 Oct 2017 16:35:53 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/10/12/cucabol-palmeiras-2-x-1-coritiba-br-16/

Era um timaço. A segunda Academia de da Guia. Era campeã paulista invicta de 1972. Mas parecia que não seria mais a favorita ao título brasileiro. Roberto Dias mandou um canudo e abriu o placar para o São Paulo no Morumbi. Terto fez o 2 a 0. Festa tricolor. A classificação parecia encaminhada para o […]

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Era um timaço. A segunda Academia de da Guia. Era campeã paulista invicta de 1972. Mas parecia que não seria mais a favorita ao título brasileiro. Roberto Dias mandou um canudo e abriu o placar para o São Paulo no Morumbi. Terto fez o 2 a 0. Festa tricolor. A classificação parecia encaminhada para o rival. No meio de semana, o São Paulo venceu o Coritiba por 2 a 0. O Palmeiras fez 3 a 1 no America carioca no Pacaembu para 40 mil palmeirenses. Mas tudo parecia tricolor. Era só empatar com o América no Rio na noite de sábado. O Palmeiras teria de vencer o Coritiba no Palestra. E torcer contra o rival.

Ademir da Guia cabeceou e Leivinha abriu o placar contra o Coxa, aos 27. Leivinha aproveitou doce passe de Edu

Bala e fez 2 a 0 no Coritiba, logo depois de Madurga perder um pênalti. Leivinha passou na cabeça de Luís Pereira para fazer 3 a 0. Dever de casa feito. Mas era preciso o Diabo dar o ar da graça no Maracanã. Mais que os três gols palmeirenses, o Palestra vibrou mesmo com Mauro.

Ele fez o gol americano no Rio, aos 11 do segundo tempo, quando o Verdão já vencia por 1 a 0. O gol que reabriu o

caminho brasileiro do Palmeiras. Empates contra o Inter na

semifinal e Botafogo na decisão deram o título nacional de 1972.

O gol de Nei no 1 a 1 com o Inter na semifinal seria o último gol daquela conquista. Gol que explodiu o Pacaembu. Mas, no Palestra, nenhum gol foi mais celebrado que o do Maracanã. O de Mauro do América.

Ninguém gosta de depender dos outros. Mas, muitas vezes, prefiro depender dos rivais a esperar muito do nosso time. Por vezes temo quando dependemos só da gente. Aí é que o porco torce o rabo e distorce nossa paixão.

Em 1972, tudo parecia tricolor. Deu Verdão. Mesmo com menos de 8 mil no Palestra para ver o Palmeiras vencer o

Coritiba e ouvir o São Paulo perder no Rio. O jogo do Maracanã acabou antes. Estava 2 a 0 Palmeiras quando o

sistema de som do Palestra anunciou a vitória americana, ou ainda melhor, a vitória palmeirense. O placar final no

Maracanã foi mais celebrado que o terceiro gol do Luisão.

Futebol é assim, o Palmeiras, algumas vezes: nossos rivais nos dão mais alegria.

O Flamengo seguia a um ponto da gente em 2016. Na Copa do Brasil, nossos reservas com apenas dois titulares foram a Paraíba e perderam para o Botafogo por 1 a 0. Alecsandro jogou pela primeira vez desde a derrota para o Galo. Mas o foco era o Brasileiro. Sempre foi. O então campeão da Copa do Brasil não queria ser o primeiro bi da competição. Queria ser o primeiro campeão da Copa a vencer o Brasileiro do ano seguinte.

34 do segundo tempo no Allianz Parque. Dudu dribla e desvia de

cinco rivais e acha Gabriel Jesus livre. O jovem atacante finta com facilidade mais um, mas pega mal na bola. Perde uma das 13 chances do líder. Onze delas no ótimo segundo tempo.

Um dos mais belos lances do Palmeiras e do Brasileiro. Do time que mais gols fez e de saldo deles além do dobro do vice. O Flamengo que tem jogado melhor e até mais bonito que o melhor time do campeonato. Merece elogios e vai continuar até o fim lutando pelo hepta. Mas terá de torcer contra o Palmeiras do jeito que muita gente torce o nariz contra o futebol de Cuca.

Com cheirinho ou não de hepta.

O Galo Doido de 2013 do Cuca era emocionante e eficiente e muitas vezes talentoso. O Porco Louco de 2016 afoga o rival muitas vezes na saída de cada tempo e na saída de bola rival. Quatro vezes o ataque palmeirense ganhou bolas na saída errada alheia. Abafa treinado pelo técnico. Mas chance boa no primeiro tempo só aos 46 minutos. Wilson foi bem como sairia mal no primeiro gol de Leandro Pereira em um ano, aos 5. Quando já poderia estar o 2 a 0 que saiu com Mina. Ótimo zagueiro e grande atacante. Artilheiro que fez gol em cada um dos rivais nos três primeiros clássicos! Mina que concluiu belo lance ensaiado. Jogada de bola parada de pé em pé. No chão. Bonito. E não é crime se fosse pelo alto.

O Coritiba só saiu pro jogo com as mexidas. Iago descontou aos 30, em falha rara de Mina, e saída precipitada de Jailson. O Coxa ainda criou algo. Mas não buscou melhor sorte. Fortuna que o Palmeiras teve em 2016. Esse time também sabe jogar com a bola no chão (apesar do gramado ruim do Allianz). Só quem não quer dar bola para o líder pode torcer algo além do nariz.

No dia seguinte, no domingo, o Flamengo virou em cima da hora contra o Cruzeiro. Baita vitória em Cariacica. ͞Virada de campeão que o manteve a um ponto do Palmeiras. Elogiado por Deus, o mundo e o diabo como não foi o time de Cuca quando jogou tão bem quanto. Como não jogava bem e bonito assim desde…

Desde… 2015? 2009? 2008? 2005? 2004? 2001-00?

Desde 1999 não tinha tanta bola assim. Desde o século campeão do Palmeiras. E com potencial de ser ainda mais bonito como Gabriel Jesus, Róger Guedes e Dudu trocando bolas, de posição, e de marcha em alta velocidade. De fazer tudo e bem como Tchê Tchê e Moisés. De ser Palmeiras na sua melhor acepção com a inteligência, intensidade e vibração de Cuca.

De cuore, professore, mais que parabéns, obrigado. Faz tanto tempo e partidas perdidas que a gente não tinhaessa sensação que é preciso curtir o momento. Viver a alegria de jogar bem e vencer como Palmeiras. Ou de não atuar tão bem e ainda assim ser vencedor.

Ser Verdão é ser desconfiado. Acreditar que tudo pode dar errado mesmo sendo tudo tão certo por já ser Palmeiras. É ser corneta, comedor de amendoim, descascador de reputação, crítico até a medula do goleiro ao gandula. Mastambém é defender esse P que carregamos no peito de Palestra, de periquito, de Palmeiras e de porco. Essa PPP parceira pública-palmeirense que manda à PQP quem nos critica, quem nos detona, quem desconfia, quem torce contra ou quem não é dos nossos.

A gente pode falar mal do Palmeiras. Vocês, não. Palavrade quem fala mal como corneteiro.

Na nossa casa a gente se desentende. Vocês ficam de fora. Então deixem a gente não só curtir a ponta, mas

também os pontas do 4-2-1-3 do Cuca. Deixa a gente mesmo ficar mal de tão bem. De achar sempre que uma

hora o juiz mete os apitos pelas mãos – e nem tantos erros têm atrapalhado. De achar que meio time vai se lesionar,

os outros vão pra Europa, que Cuca vai voltar pra China, que vai ter evento todo dia no Allianz.

Deixem que a gente se desentende. Assim somos desde que nos entendemos como palmeirenses. Se é que isso alguém entende.

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Meus heróis da Academia que é rima e é seleção https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/meus-herois-da-academia-que-e-rima-e-e-selecao/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/meus-herois-da-academia-que-e-rima-e-e-selecao/#respond Tue, 29 Aug 2017 08:30:09 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/08/29/meus-herois-da-academia-que-e-rima-e-e-selecao/

Se eu soubesse de vida o que sei o que são pra minha LeãoEuricoLuísPereiraAlfredoEZecaDuduEAdemirDaGuiaEduLeivinhaCésarENei, todo o ano seria 1972. Multicampeão. De tudo. Por todos. RelacionadasPalmeiras treina antes de viagem para Equador, e Bruno Rodrigues progride para retornoEquipes Sub-15 e Sub-17 do Palmeiras vencem Flamengo-SP pelo PaulistãoPalmeiras reedita confronto no qual assumiu liderança do Brasileirão em […]

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Se eu soubesse de vida o que sei o que são pra minha LeãoEuricoLuísPereiraAlfredoEZecaDuduEAdemirDaGuiaEduLeivinhaCésarENei, todo o ano seria 1972. Multicampeão. De tudo. Por todos.

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Minhas primeiras lembranças sólidas são de 1972. Meu primeiro ano na escola. Primeira festa de aniversário com guaraná que lembro. Na véspera do primeiro título que recordo. Paulista. Contra o São Paulo. Ambos invictos. 3 de setembro de 1972. Primeiro time de botão da vida para compensar não ter visto o primeiro jogo no estádio, o do título brasileiro de 1972. 22 de dezembro.

Cresci palmeirense também por crescer torcendo pela Segunda Academia. Seis titulares que seriam convocados e mal aproveitados por Zagallo na Copa-74. Onze titulares eternos da nossa escalação que era rima e seleção. Decorada até pelos rivais que não conseguiam furar a defesa, e tomavam quantos gols Ademir da Guia quisesse. Ele ditando os rumos, ritmos e tempos em todos os campos. Era esquadrão que goleava por 1 a 0. O time até queria mais gols e velocidade. Mas Brandão no banco, Ademir em campo, guias da Segunda Academia, eram senhores do tempo. Escola de bola que ensina como a nossa sina e sanha campeã.

Dudu e Ademir da Guia, cabeça e coração da Primeira e da Segunda Academia

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Nenhum Palmeiras será mais Palmeiras que esses caras reunidos na Academia 45 anos depois. Tudo que sou devo a eles. Mesmo. Como palmeirense há 50 anos que me levou ao jornalismo esportivo há 27 que me levou a embaixador do centenário há três e escritor há 11 e diretor de filmes há 6 e outras coisas que fiz e farei pelo Palmeiras.

Não pude ir ao banquete de aniversário. Minha retina descolou depois dos 4 x 2 x 1942. Mas, mesmo operada, ela guarda nos olhos a minha vida de alegria pela Academia. Por esses senhores perfilados como se ainda fossem o que no fundo da minha retina esgarçada e rompida eu ainda os vejo.

Meus heróis.

Não preciso de Super Homem, Homem de Ferro, Capitão não-sei-onde, Homem não-sei-que-bicho. Marcel, DC Comics, com todo o respeito, eu torço por esta liga da justiça. Divina como Ademir. Escola como Academia. Campeã como Palmeiras.

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Nei, 68 anos, lealdade em padrão: 15/8/1949 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nei-anos-lealdade-padrao-1581949/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nei-anos-lealdade-padrao-1581949/#respond Tue, 15 Aug 2017 19:47:06 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/08/15/nei-anos-lealdade-padrao-1581949/

O primeiro gol que vi na vida do Palmeiras em um estádio foi dele. Nei. Elias Ferreira Sobrinho. Hoje completando 68 anos do nascimento em Nova Europa, região de Araquarara. De onde veio da Ferroviária (onde começou aos 17 anos) como seu antecessor Pio, na ponta esquerda do Palmeiras. De onde veio Dudu, em 1964, […]

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O primeiro gol que vi na vida do Palmeiras em um estádio foi dele. Nei. Elias Ferreira Sobrinho. Hoje completando 68 anos do nascimento em Nova Europa, região de Araquarara. De onde veio da Ferroviária (onde começou aos 17 anos) como seu antecessor Pio, na ponta esquerda do Palmeiras. De onde veio Dudu, em 1964, para ser uma das seis estátuas palestrinas, inaugurada em 2016.

Nei. Nome curto como o drible seco e ofensivo. Nei. O último da rima que era uma seleção. A Segunda Academia de Dudu e Ademir da Guia. Montada por Oswaldo Brandão em janeiro de 1972 (quando ele chegou ao clube) e que seria desfeita em setembro de 1975, com a venda de Luís Pereira e Leivinha para o Atlético de Madrid. Depois de dois brasileiros (1972-73) e dois estaduais (1972, invicto, e 1974, deixando o Corinthians mais um ano na fila).

Nei. O ponta rápido e driblador e que também sabia atuar no meio-campo. Ele fechava a linha LEÃOEURicoLuÍsPereIraAlfredoEZecaDuduEAdemirDaGuiaEduLeivinhaCésarENei. O ponta que infernizava o diabólico

lateral Forlán. Lateral que tanto batia e apanhava na bola de Nei que, num Choque-Rei, até o Divino entrou duro no lateral uruguaio, rasgando a chuteira do são-paulino. Tricolor que havia sido vítima do primeiro gol dele na carreira, ainda moleque, na estreia pela Ferroviária.

Nei. O ponta que marcou na raça o gol de empate da semifinal do BR-72 contra o Inter, no Pacaembu, depoia de um rebote de bola na trave de Ademir da Guia. Resultado que levou o Palmeiras ao título na final sem gols contra o Botafogo, no Morumbi.

O último gol do título de 1972 foi dele. Como quase um ano depois, em 15 de novembro de 1973, ele marcou o primeiro gol que vi do Palmeiras em um estádio. Na mesma meta do tobogã do Pacaembu. Um a zero no mesmo Colorado de maravilhosa camisa vermelha. Mas não mais linda que a 11 de Nei naquela tarde de feriado.

Dia inesquecível fechado naquele noite de semana perto da casa da minha avó. Pizzaria Casa Grande na Pompeia. Todo o elenco do Palmeiras jantando no salão ao lado. Eu morrendo de vergonha do baixo dos meus sete anos. Vendo meus ídolos. Seis deles que, no meio de 1974, serviriam a Seleção na Copa da Alemanha.

Nei tinha bola para estar. Mas foi preterido. Zagallo chamou o ótimo Dirceu, do Botafogo. Nei seria convocado por Brandão para um amistoso contra a URSS, no Rio, em dezembro de 1976. Foi vaiado pela torcida carioca que preferiria Paulo César Caju na ponta brasileira. Nei não conseguiu virar a vaia como Julinho Botelho, em 1959, contra a Inglaterra. Mas ao menos saiu de campo no Maracanã sem ser molestado, depois de boa exibição onde o calado calou as críticas na bola.

No Palmeiras ficaria até 1980. Ganharia o SP-76. Mas perderia lugar no time para Macedo e Baroninho. Mas sempre mantendo a humildade de ser um dos atletas que mais atuaram pelo clube. Foram 488 partidas. Nenhum cartão. Pela retidão e disciplina recebeu o Prêmio Belfort Duarte pela lealdade padrão por dez anos seguidos. Apanhando direto. E sem simulação. Nem reclamação. Um grande Gandhi da ponta esquerda palmeirense.

Em 1981 ficou só três meses no Botafogo. Fez três bons anos no Grêmio Maringá, até parar precocemente, aos 32 anos. Um bico de papagaio na coluna abreviou a carreira. De tanto levar bicos por todo o corpo dos laterais rivais.

Nei é um dos maiores pontas da história do clube. O nono que mais atuou pelo clube. Marcou 71 gols. Fora passes e cruzamentos precisos por alto e por baixo. Um que tanto arrancou sorrisos e gritos de alegria. Uma das vozes menos ouvidas do NOSSO PALESTRA. Porque falava pela bola, não pela boca.

Nei, obrigado pelo primeiro gol que gritei num estádio. Parabéns por ser o 11 do onze que todos os rivais ainda sabem de cor e jogado.

Nei, nunca tive o prazer de conversar contigo. Mas saiba que, mesmo calado, você fez muito mais do que muitos que mal sabem e berram o bem que você nos faz.

Nei que pode entrar em qualquer estádio do Brasil por conta do prêmio Belfort Duarte. E ele está nem aí com a premiação.

Mais importante é saber que ele entra em qualquer escalação dos maiores do clube. Entra em qualquer área a dribles. Tem portas abertas sempre para quem o viu jogar. Com lealdade padrão.

ESCREVEU MAURO BETING

 

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